Idiot Guy escrita por Apiolho


Capítulo 10
10 - Um sanduiche natural, fazendo o favor


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Quero agradecer a hans, Raene Melo, Small long hair, Reeh Tetsuya, gih, LuhLerman e Masumi Mieko por comentar no anterior. Eles são muito importantes para mim, de verdade.

Muito obrigada a Masumi Mieko por favoritar e a Skye Miller por acompanhar a fanfic. Adorei quando vi, mesmo. E gostaria de saber onde estão meus outros lindos leitores. Não precisam se acanhar, pois serão muito bem vindos, e também ficarei feliz se os que comentaram antes o fizerem nesse também.

Espero que gostem, pois faço para vocês.



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Capítulo dez

Um sanduiche natural, fazendo o favor

“Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração, sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto. O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santo, quero morrer feliz.”

(Clarissa Corrêa)

Estava sentada no sofá ao lado da Ally no hospital. Ainda estava com a mesma roupa da festa e com um sono que não me deixava. Já minha amiga estava dormindo há tempo por conta dos remédios. Esse lugar era tão branco que me deixava com tédio.

– O que você acha de eu voltar com ela? – comentou o Vincent.

Ele se encontrava na cadeira perto dela enquanto me olhava com a cabeça encostada no canto da cama. Tinha vindo um pouco depois de eu mandar a mensagem pela manhã. E pelo que soube a Valentina ficou o esperando na sala de espera.

– Por quê? – quis saber.

– Tenho medo dela ficar pior se não reatarmos. – sussurrou.

Dei um suspiro e pensei nesse mês que passaram juntos e tudo o que disse sobre o Mitchell. Por fim sabia o que tinha de ser feito.

– Mas se namorarem de novo e terminarem não vai adiantar. Se não gosta dela o melhor é se afastar um pouco e deixa-la esquecê-lo. – declarei.

Olhou-me de modo arregalado antes de dar uma risada.

– Estou surpreso.

– Por qual motivo?

– Por descobrir que você pensa. – respondeu.

Meu rosto ficou vermelho no mesmo instante e fiquei inquieta.

– Mais que você é de certeza. – devolvi.

Então gargalhou de novo e saiu do seu lugar enquanto caminhava em minha direção, para depois se posicionar ao meu lado. Quando vi já tinha colocado meu rosto em seu ombro.

– O que está fazendo seu idiota? Não estávamos discutindo até agora?

– Não tem graça brigar contigo quando está com sono. – afirmou.

Estava quase adormecendo e acordei ao me lembrar de algo.

– Acho melhor você ir. - comecei.

– Por que diz isso? - ao levantar a sobrancelha.

– Não é bom deixar a Tina te esperando. – expliquei.

Neste instante levantou-se rapidamente e deixou comigo um pacote, pedindo para que o abrisse antes que fosse embora. E ao verificar o que se encontrava dentro fiquei deslumbrada.

– Um game boy? – em um tom baixo.

– Sim, para você treinar e jogarmos algum dia desses. E espero que vença dessa vez. – disse de uma maneira divertida.

– Pode ter certeza que eu vou te massacrar. – em um sorriso.

Despedimo-nos e eu fiquei o resto do dia me divertindo com aquele aparelho enquanto minha amiga não despertava. E quando o fez a primeira reação foi dar um grito de dor.

– O que foi? – questionei de maneira desesperada ao largar o objeto com agilidade.

– Parece que um trator passou por cima de mim. – respondeu com dificuldade.

– Claro, isso que dá ficar se cortando. – a raiva se apoderando de mim.

Não se quebra uma promessa.

– Por favor me desculpe Ellie, mas é que eu o amo tanto. – choramingou.

– Isso é mentira, no máximo é uma paixão. Não tem como sentir algo tão grande em apenas um mês. – berrei.

– É porque você nunca amou alguém. Nunca se entregou completamente.

Rolei os olhos nesse momento.

– Pelo menos nunca quebrei a cara! – exclamei.

– Nem se quisesse ia. Uma pessoa perfeita como você não tem como ser rejeitada.

Ally, vocês terminaram porque o traiu e não por ter te recusado. – revidei.

Neste instante ela mordeu os lábios na tentativa de retrair as lágrimas, mas não adiantou ao perceber que desciam uma por uma. E como estava com os braços ocupados não teve como secá-las.

– Sou uma estupida. – em um tom baixo.

Não sabia o que responder, e felizmente o celular me salvou de ter de dizer algo ao tocar. E era a minha mãe.

– Olá.

– Não vai pedir benção? – reclamou.

– Benção. – murmurei.

– Filha, eu soube que está no hospital e irei ai. Quer que eu traga algo?

Aleluia. A comida do hospital é horrível.

– Sim! De preferência algum bolo de morango, umas balas e chips.

No fundo minha amiga gritou algo.

– E chicletes de menta. – completei ao entendê-la.

Depois disso nos despedimos e ela logo chegou com o que pedimos. Praticamente ataquei a torta com as duas e fui comer o salgadinho que tanto queria.

– Você parece que está mais gordinha. Não acha? – questionou a mais velha.

Será? Se for verdade acho que morro.

– Por causa da TPM. – dei uma desculpa.

Só espero que ninguém tenha essa mesma impressão ao me ver. E foi por conta disso que depois de sair do local, quando os pais dela vieram, eu comprei frutas no mercado. Tais como acerola, abacaxi e limão. Sem falar de algumas verduras e pão integral.

Anotação: tenho de urgentemente começar a levar sanduiche natural para a escola novamente, e não algo gorduroso.

E ao mandar uma mensagem para a Ally contando o que iria fazer que recebi outra em troca. Algo que realmente não tinha nem sequer pensado. E nem me lembrado também quando sai do hospital.

“Se levar os meninos não vão mais ter desculpas para falar contigo no intervalo. E nem comprar nada para ti. :P” – Alisson.

Mesmo assim eu tinha de emagrecer. Na verdade devo.

“É só por enquanto, apenas até ficar com o corpo de antes. E também para que mesmo naqueles dias não parecer inchada” – Ellie.

E quando estava preparando alguns lanches o meu celular novamente tocou. Na tela não continha o nome da minha comparsa, mas do ex namorado dela.

“Estou na casa da Tina. Posso ir ai para jogarmos uma partida no game boy?” – Vincent.

Aceitei sua proposta e fiquei conversando com a outra até ele chegar, mas não avisei sobre a sua vinda. Sei que ainda é muito recente o término deles e tocar nesse assunto a deixaria pior.

– A sua mãe é muito receptiva. – comentou quando abri a porta.

– Provavelmente deve estar pensando que estou furando o olho da Ally.

Dei uma mordida no sanduba antes de ligar o aparelho.

– Não, talvez amigos. Até porque já vim aqui três vezes. – devolveu.

– Posso perguntar uma coisa? – comecei após engolir em seco.

– Depois dessa?

– É... o que há entre você e a Valentina? – fui direta.

Seu rosto ficou vermelho e parecia nervoso.

– Não posso responder mais tarde? – a cabeça abaixada.

Pior do que imaginei.

– Então devem estar até namorando. – tentei parecer indiferente.

– Irei te contar a verdade. Ontem eu fui pegá-la e vi o quanto estava linda demais, além de ficar muito meiga naquela noite da festa. Nos beijamos antes de deixa-la em casa e eu acho que... gosto dela. – declarou.

O quê? Ela estava mais ou menos. Com aquele cabelo desarrumado e sem esmalte na unha. Sem falar do seu jeito desengonçado de andar, tanto que parecia uma gazela de perna aberta caminhando.

– Não achei nada demais, entretanto desejo sorte. – só o que eu disse.

– Lie, penso que comecei a gostar de morango a partir de ontem. – confessou do nada.

– Por quê? – só o que perguntei ao apertar os botões do equipamento.

Que droga! O pior é que eu estava perdendo.

– Por causa do gosto dos lábios dela. E eu não acredito que só agora percebi o quanto era encantadora. Até com aquela roupa larga e os seus óculos me deixam com um sorriso bobo. – em um tom baixo e rouco.

Ai caramba. Não mereço ficar ouvindo essas coisas idiotas.

– Sai da minha casa! Nem era para estar falando isso para mim, mas para ela. – briguei.

– Só que ela é muito tímida. Na verdade eu estava pensando em pedir a sua ajuda. – comentou.

– No quê? – quis saber.

Então parou por um tempo e chegou mais perto de mim, para depois segurar em minha mão e paralisar o jogo. Sem contar que me olhava de maneira penetrante e séria.

– Quer ser minha namorada?

A sobrancelha arqueada e nenhum pingo de divertimento ou brincadeira.

– Bebeu por acaso? – fui ríspida, confesso.

– Não. Se fingir estar comigo ela pode sentir ciúmes e talvez até dizer que me ama. Por favor. – implorou.

Simplesmente engoli o resto do sanduiche natural enquanto pensava na proposta. E eu soube que correria risco se negasse ao saber o que tinha em mãos. Só que imporia condições.

– Tudo bem, mas é por pouco tempo. E não poderemos fazer perto da Alisson.

– Com certeza. Você também pode me ajudar com ela? Como saber o que pensa de mim? E até pode falar bem da minha pessoa para ver sua reação. – quis saber.

– Não acha que isso já é demais? – reclamei.

– Mas você é vizinha dela. Não custa nada. – teimou.

– Nem estou reclamando por ter de falar com ela, mas em dizer alguma qualidade sua. O que eu acho impossível. – declarei.

– Diz que eu sou bonito, olhos verdes azulados, tenho corpo atlético... – o cortei.

– Pode parar! Não está achando muito não? E além do mais, acho que ela não é uma pessoa que se importa só com a aparência. – soltei.

– Isso que dá me interromper sem eu terminar. É claro que eu ia dizer que sou inteligente, estudioso, organizado e decidido. – continuou.

– Com quem aprendeu a ser tão convencido? Com o Johnny Bravo? Se for infelizmente tenho de te informar que ele só apanhava das garotas. – não me aguentei e comecei a rir.

Tanto que cai na cama e comecei a rolar, e ao sentir uma pontada no abdômen eu tive de parar. Só continuei quando o vi ao meu lado me mirando sem humor algum, mesmo deitado perto de mim e presenciar algo que pouco fazia.

– Até que você fica bonita com roupas largas e alegre. Então espero que continue assim.

– Ninguém irá me ver deste jeito. Nunca. – sussurrei.

Ele então aproximou suas mãos do meu cabelo e o soltou ao desmanchar o coque. Simplesmente o fitei e tentei arrumá-lo, todavia parei ao notar um pequeno sorriso em seus lábios.

– Fico feliz que pelo menos eu possa ver a verdadeira Lie. No entanto espero que seja por pouco tempo, até porque o resto também precisa saber que a rainha da escola gosta de vídeo game e Pokémon.

– Por que diz isso? – balbuciei.

– Pois esse seu lado é o que mais gosto. – a voz rouca e baixa.

– Claro, pareço um de seus amigos. – arrisquei.

– Não, porque é assim que você se sente mais feliz. – declarou ao se levantar.

E então eu virei e fiquei o olhando sair pela porta sem ao menos nos despedirmos. A minha boca ficou aberta e tentada a falar algo, mas não consegui sequer murmurar um “tchau”. Só que isso terminou quando meu celular apitou.

“Boa noite, durma bem. Posso te chamar de namorada a partir de agora?” – Vincent.

Simplesmente respondi enquanto eu me lembrava do que ocorreu hoje. Eu tinha ganhado um relacionamento de brinde e nem tínhamos sequer terminado o jogo. E isso significava que ele teria de vir mais vezes.

“Sem problemas. E para você também.” – Ellie.

“E o meu...” – Vincent.

Não entendi essa mensagem. De verdade.

“O quê?” – Ellie.

“Nada. E tenha bons sonhos” – Vincent.

Confesso que fiquei um tempo pensando no que seria, todavia depois dei de ombros e coloquei o pijama de sempre. Fiquei conversando um pouco com a Alisson, em que disse que teria alta amanhã. E como era no domingo não precisaria faltar a aula. Só que a maior tristeza foi ter de sair do hospital e não ver mais o médico gato que a atendia.

É, eu posso ter amigos loucos, mas os melhores para mim.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?

A imagem não é minha. E desculpem-me se tiver algum erro de português.

Mandem-me review com a sua opinião? Seja boa ou ruim. E quem quer recomendar que nem a Paradise (agora sem conta) fez? Ficarei super hiper feliz também. Por favor galera. *-*

Muito obrigada, beijos, e até a próxima (se tudo der certo).



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