A Garota de Cabelos Azuis escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 8
"Mentiras, lágrimas e dor"


Notas iniciais do capítulo

Hey, meus queridos leitores!
Como vão?
Sei que está tarde para caramba (e que eu não segui a minha promessa de que postaria um capítulo ontem, mas tive que estudar para as provas) e estamos em plena segunda-feira [ou será terça?] mas eu precisava postá-lo.
Só não me matem, o.k?
É mais um POV do Chapeleiro! Adoro fazer o POV dele, espero que gostem tanto quanto eu!

Aproveitem o capítulo!



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Quando saíram do elevador, perceberam que a porta do apartamento estava entreaberta, e podiam ouvir passos dentro. Isaac olhou Alice, que tinha o medo estampado nos olhos escuros, e, em um sussurro, pediu para que ela esperasse ali.

Com passos lentos e inseguros, o garoto entrou no apartamento, encontrando Guilherme vasculhando suas coisas nervosamente. Seus músculos se retesaram e sua respiração ficou pesada. Sentiu um toque no ombro, e viu Alice ao seu lado.

– Guilherme? Posso saber o que raios está fazendo aqui?

Guilherme olhou para os dois com desgosto, e, com um movimento rápido, tirou um revólver de dentro da jaqueta.

– Sentem-se, agora. – ele ordenou.

Isaac e Alice obedecem. A garota parecia assustada, mas Isaac não, pois sabia que Guilherme não seria idiota a ponto de matar qualquer um dos dois. Abraçou Alice fortemente, passando o braço por sua cintura e beijando o topo de sua cabeça.

– Olá. – ele disse, sentando-se na poltrona de frente para eles. – Vocês parecem bem felizes. Está contente, Alice?

– É claro que estou. – Sorriu de modo petulante. – Posso saber o motivo da pergunta?

– Pode. Isaac deve ter te contado sobre o passado dele, não deve? – Girou o revólver no dedo, como se fosse um brinquedo. – Acidente de carro, mamãe morta, assassinato do papai, rachas e crimes...

– Cale a boca! – Isaac gritou em plenos pulmões, fazendo Alice se assustar. – Alice não precisa saber disso!

– Você disse “assassinato, crimes e rachas”? – A garota cerrou as sobrancelhas. – Que história é essa?

– Ele omitiu essa parte para você? – perguntou de modo irônico, como se já soubesse. – Quer que eu conte?

– Ele está mentindo... – Isaac disse de modo nervoso, mas Alice o silenciou. Com medo, agarrou o cabelo ruivo com as duas mãos e começou a puxá-lo, como se quisesse arrancar os fios.

– Continue. – a garota disse entre dentes.

– Seu querido e amado Isaac, quando tinha quatorze anos, se meteu com drogas. E não foi só cigarrinhos e baseado não, minha querida. O rapaz queria êxtase, crack e outras coisas podres. Mas o pai dele descobriu e ameaçou mandá-lo para uma instituição de menores, e adivinha o que o pequeno drogado fez? – Guilherme fez uma pausa longa demais. – Matou o pai em uma noite qualquer e sumiu.

“Então, encontrou comigo e mais alguns garotos de rua. Como Isaac era um rapaz realmente muito inteligente e ambicioso, teve a ideia de roubarmos. Assaltos pequenos, pegando dinheiro de padarias e coisas assim. Conseguimos dinheiro para viver bem e jantar todos os dias, Mas ele queria mais.”

“Quando a maioria de nós completou dezoito anos, mais ou menos três anos atrás, tínhamos dinheiro o bastante para comprarmos carros potentes e começamos a fazer rachas, apostando milhares de reais em apenas uma corrida. E tudo ia bem, ele conseguiu alugar um apartamento decente e fez matrícula em uma escola particular com o dinheiro das apostas com os corredores dele, mas você apareceu.”

“Você conseguiu fazer com que o amor nascesse no coração dessa criatura. Mas parece que você não é o suficiente para ele. Lembra-se do dia que fomos ao bar e eu te beijei? Isaac teve que sair no meio da noite para participar de mais uma racha milionária, por isso não estava lá com você.”

A sala ficou em completo silêncio no que pareceram horas, até que Guilherme se levantou e guardou o revólver dentro da jaqueta. Andou três passos até Alice e abaixou-se até sua orelha.

– Pense em tudo que eu disse e tire suas próprias conclusões. – murmurou, deixando um beijo quente depositado na pele de Alice, que parecia pálida.

Guilherme saiu, deixando os dois sozinhos no apartamento. Alice não se moveu, e Isaac pousou sua mão na perna dela ao ver que seu lábio inferior tremia. Ao contrário do que pensou que a garota faria, ela apenas correu até o quarto, e trancou a porta atrás de si, chorando.

Correu até a porta e esmurrou, gritando para Alice abri-la.

– Porque você mentiu para mim?! – a voz dela saiu abafada de dentro do quarto, entre soluços. – Eu pensei que tínhamos contado tudo um para o outro! Que tínhamos contado toda a verdade!

– Alice, por favor... – sua voz saiu baixa demais. – Não me odeie.

– Me deixe em paz, está bem?! Preciso pensar.

– Não me odeie. – repetiu, sentindo lágrimas descerem de seus olhos verdes. – Por favor.

– Vá embora!

E Isaac saiu da porta, deixando a garota sozinha. Correu até a porta da frente e, antes de sair, deu um chute na porta, deixando uma marca de tênis. Correu até o elevador, e, ao sair do estacionamento do prédio, saiu em alta velocidade pelas ruas movimentadas de São Paulo. Só queria morrer, matar Guilherme, chorar, gritar.

Foi um idiota sem igual. Devia ter contado a verdade para ela.

...

Passavam das três da manhã quando voltou para casa. Entrou em silêncio para Alice não percebê-lo e se enfiou na cama, de tênis e tudo. Encolheu-se em baixo das cobertas, tentando ver se o sono chegava, se podia finalmente descansar.

Só quando o relógio marcou cinco e meia da manhã que Isaac pôde finalmente dormir.

...

Acordou na manhã seguinte com dor de cabeça e dores musculares. Foi até a cozinha e pegou um analgésico. Preparou um café da manhã e levou uma bandeja até o quarto de Alice. Bateu na porta levemente, mas não ouvi nada em resposta.

– Alice? Você está acordada? – murmurou. – Trouxe café da manhã para você.

Como não ouviu nada em resposta, tentou abrir a porta, e ela não estava trancada. O quarto estava arrumado e, em cima da cama, um bilhete estava dobrado. Com as pernas tremendo, deixou a bandeja em cima da escrivaninha e leu:

“Isaac, realmente não sei como começar tudo isso.

Você mentiu e me magoou muito, e, realmente, não sei o que dizer aqui. Preciso de um tempo para pensar, e vou me arranjar em outro lugar. Não conseguiria conviver com você com tudo que aconteceu ontem.

Espero que me entenda.

Atenciosamente,

Alice.”

Seu mundo caiu, e tudo por culpa de Guilherme.

Alice não estava com ele, e nunca mais iria amá-lo.

Tudo estava perdido.


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Notas finais do capítulo

E aí? *desviando das pedras*
O que acharam do passado sombrio de Isaac?
Mereço reviews?

Beijos com Nutella!
o/



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