A Garota de Cabelos Azuis escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 17
"Clichês e hospital"


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Meu Deus, eu desapareci!
Bem, bem, bem, percebi reações bem diferentes nos comentários do meu último capítulo. Teve gente que ficou brava, teve gente que quis chorar, teve gente que queria me matar... Mas era essa a minha intenção! :D
Espero que gostem desse capítulo não muito grande...

Aproveitem o capítulo!



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Ainda não estava acreditando. Podia-se dizer que Alice estava em choque, segurando a mão do policial ao seu lado. Sabia que estava em uma viatura, sentia as lágrimas quentes escorrendo pelo sue rosto pálido, sabia que estava se aproximando do hospital onde Isaac estava.

Quando entrou pelos corredores claros, só pensava em vê-lo. Mas tinha medo do que poderia ver, se ele estaria vivo para recebê-la. As lágrimas continuavam caindo, pingando em seu pijama (que, depois de Alice receber a notícia do acidente, nem se importou em tirá-lo) e no chão. Entrou no quarto, e o viu deitado em uma maca.

Aparelhos para todos os lados, controlando sua respiração, sua corrente sanguínea, sua vida. Parou, sentindo sua respiração vacilar. Secou os olhos com as costas da mão.

– Isaac? – Caminhou com passos vacilantes até ele. – Meu amor?

– Alice? – Ela quase não o ouviu. – Venha aqui.

Sentou-se na cama, ao lado dele, vendo seus olhos verdes sem brilho e seu rosto pálido.

– Como você está?

– Nada bem. – Chapeleiro fechou os olhos e respirou fundo como se fosse a coisa mais dolorosa do mundo. – Meu coração parou duas vezes antes de você chegar. Eles fizeram massagem cardíaca e meu peito está doendo muito. A enfermeira disse que se demorasse mais cinco minutos para me trazerem, não conseguiriam me ressuscitar.

Alice não disse nada, só deixou as lágrimas caírem. Sua garganta se fechara em um nó, impedindo que qualquer palavra fosse dita. Estava sofrendo, provavelmente mais que o próprio Isaac. Não poderia imaginar viver um dia sequer sem ele ao seu lado.

– Eu não vou durar muito, minha querida Alice. – Dessa vez seus lábios se abriram em um sorriso fraco.

– Não fale assim...

– Vou terminar. Alice, você fez dos meus dias ao seu lado os melhores de toda a minha vida. Até quando não tínhamos nada juntos, cada segundo foi especial. Se eu dissesse até meu último suspiro que te amo, não seria suficiente. – Respirou fundo novamente, os batimentos cardíacos no aparelho diminuindo de intensidade. – Eu amo seu sorriso, seus olhos escuros, seu beijo, a cor do seu cabelo, sua voz melodiosa, sua alma. Você foi a melhor coisa que poderia acontecer, e sou eternamente grato a essa linda garota que você é. Antes de te conhecer, minha vida era uma droga sem tamanho, com meus surtos rotineiros e os fantasmas do passado me assombrando.

– Pare, Isaac. – Os soluços invadiram sua respiração. – Está tudo bem.

– Agora eu posso partir. Meu Deus, isso é tão clichê! – Riu de leve. – Mas é verdade. Acho que foi por isso que o Grandão quis que os médicos fizessem meu coração voltar a bater. Para te dizer o que estava preso no meu coração há algum tempo.

A porta foi aberta e o mesmo policial que a levou para o hospital e deu toda a notícia apareceu. Ele trazia uma caixinha de veludo na cor vinho nas mãos.

– Ei, Isaac, achamos o que você pediu, lá no seu carro.

– Oh, meu Deus, Carlos! Você é meu herói. – O rapaz sorriu abertamente. – Me dê aqui, por favor.

O policial fez o que ele pediu e ficou no canto do quarto.

Chapeleiro Maluco sentou-se com dificuldade na cama e pegou as mãos de Alice. As dele estavam geladas.

– Eu tinha comprado isso para quando acordássemos juntos, mas, bem... Enfim, Alice Fernandes, meu amor, tenho a pergunta mais importante da minha vida para te fazer. – Abriu a caixinha, e a garota viu dois anéis dourados. – Quer casar comigo agora, nesse exato momento?

Ela assentiu, beijando-o docemente. Amava-o com tudo que era, e sabia disso.

Colocaram os anéis e disseram os votos perante o policial, que fez o casamento. Estavam casados.

– Agora que você é minha mulher, deite aqui do meu lado. Eu estou muito cansado e preciso dormir, e só vou conseguir se você estiver me abraçando.

– Isaac, não sei se você pode dormir. – Carlos disse, pigarreando.

– Eu bati meu carro, fui ressuscitado duas vezes com massagem cardíaca e acabei de me casar. Acho que o mínimo que eu mereço agora é alguns minutos de sono.

O policial apenas assentiu, como se soubesse exatamente o que Isaac quis dizer. Saiu pela grande porta branca, deixando os dois sozinhos no quarto.

A menina deitou-se ao lado do rapaz, sentindo um misto de felicidade e medo remexendo em seu peito. Já passavam das cinco da manhã, e Alice também precisava dormir. Aninhou-se mais a ele e fechou os olhos, respirando fundo para sentir o perfume dele mais uma vez. Estava casada com Isaac e iria amá-lo por toda a vida, como disse nos votos matrimoniais.

Deu um último beijo no rapaz antes de dormir, e trocaram milhões de "eu te amo" por um abraço apertado e as respirações sincronizadas.


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Notas finais do capítulo

Como está?
Gostaram?
O que acham que vai acontecer depois desse capítulo?
Reviews?

Beijos com Nutella!
o/



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