A Garota de Cabelos Azuis escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 12
"Hotelzinho de beira de estrada"


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Como vão?
Desculpem-me a demora para postar, mas eu tive 47 (sem brincadeira!) tarefas das aulas para fazer. E tudo em uma semana.
E também aconteceu o que eu mais temia... Meu PC bugou de vez, então eu perdi o capítulo inteiro (que eu já tinha escrito, por sinal), e tive que reescrevê-lo. Mas, se querem saber a minha opinião, ele ficou melhor do que a primeira vez que eu escrevi. =p
Ah, quase me esqueço, esse é um POV do Chapeleiro!

Aproveitem o capítulo!



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Pararam o carro em um hotelzinho de estrada qualquer, completamente cansados e risonhos. Não sabiam se conseguiriam dormir, já que queriam matar a saudade. Os dois só queriam sair do carro e se abraçarem até o sol nascer.

Entraram no hall e foram recebidos por uma garota de cabelos flamejantes e olhos cansados. Mas Isaac não podia culpá-la, já passavam das quatro da manhã e ela ainda estava de pé, atendendo dois adolescentes fugitivos e loucos.

– Por favor – a garota disse, soltando um longo bocejo. –, preciso das identidades.

Entregaram a ela. Os dois pareciam muito novos para estarem sozinhos em uma estrada no meio da madrugada, Isaac tinha que admitir. A garota fez o registro no computadorzinho da recepção e devolveu os RGs aos dois, intrigada. Entregou a chave do quarto e os dois subiram as escadas praticamente correndo, rindo como bobos.

Entraram no quarto e jogaram as malas no chão, mas antes de Isaac pensar em dizer alguma coisa, Alice já o abraçava. Ele apenas retribuiu, completamente aliviado, soltando um suspiro longo e pesado.

– Você não imagina há quanto tempo estava esperando por esse dia. – Ele sorriu. – Te levar embora daquela cidade turbulenta, te beijar e amar até o amanhecer, falar que te amo...

– Obrigada por me tirar de lá. Aquela prisão domiciliar estava me deixando louca.

– Guilherme não fez nada com você, não é? – Tirou a franja do rosto dela.

– Acha que eu iria deixar um garoto idiota como o Guilherme encostar um dedo em mim? – Arqueou uma sobrancelha. – Não sou indefesa, Isaac.

– Então acho que não precisa da minha ajuda... – Isaac fez bico. – Achei que eu seria seu príncipe encantado e todas aquelas coisas bobas que as garotas normais sonham.

– Não. Eu disse que não sou indefesa, não que não preciso da sua ajuda. Vou precisar de você todos os dias da minha vida, Isaac. Você torna a minha vida mais esquisita.

– Isso quer dizer que você se aproveita da minha loucura e perigo para deixar sua vida mais emocionante?

– Nunca mencionei que tenho uma quedinha por ruivos loucos e perigosos? Pensei que já tinha te dito isso. E, lembre-se de uma coisa realmente importante: eu não sou, não era e nunca vou ser normal. Ser normal é muito chato para mim. – Sorriu.

Sem responder, Isaac sorriu e a beijou, encostando-a a parede. Só queria amá-la até o sol nascer e esquecer tudo que poderia estragar aquele momento dos dois. Enlaçou os dedos nos cabelos azuis de Alice, fazendo-a rir.

Amaram-se naquela noite mais uma vez, felizes e livres.

(…)

Quando acordou na manhã seguinte, Alice estava deitada em seu peito. Afagou seus cabelos, fazendo-a virar o rosto e sorrir, abrindo seus olhos escuros lentamente.

– Bom dia. – sua voz estava rouca de sono.

– Bom dia, meu amor. – Alice murmurou, corando logo em seguida e escondendo seu lindo rosto entre os lençóis.

– Do que você me chamou? – Isaac perguntou, sorrindo e segurando o rosto dela, fazendo-a olhar diretamente para ele.

– Te chamei de “meu amor”. – Corou novamente, sorrindo. – Não gostou?

– Nunca pensei que te ouviria dizendo um negócio desses.

Alice soltou uma leve risada, negando com a cabeça.

– Preciso de um banho. – Deu um selinho em Isaac e se enrolou em um dos lençóis, entrando no banheiro.

Isaac ficou do lado de fora, esperando a garota terminar o banho. Enquanto Alice não saía, deitou-se novamente na cama, fitando o teto branco, pensando em como as coisas tinham mudado. Antes de conhecer a garota de cabelos azuis, não demonstrava sentimentos. Era um rapaz frio e calculista, só fazia o que devia fazer, e seus surtos eram frequentes e rotineiros.

Mas, alguma coisa em Alice fez tudo aquilo mudar. Depois de conhecê-la, tudo começou a voltar, os sentimentos bons e ruins. Todos os sentimentos que se perderam depois da morte do seu pai. Seus surtos diminuíram – só teve uns dois ou três em quase quatro meses. –, podia sentir-se feliz como nunca e sentia como se não pudesse deixar Alice ir.

Ela era uma garota tão bonita, tão frágil, tão corajosa, tão sonhadora, tão... Humana. Amava tudo nela, tudo que ela falava e dizia. Tudo que Alice era.

Acordou de seus devaneios com um beijo doce nos lábios. Virou-se, e Alice vestia uma calça jeans rasgada e a camiseta hippie que Isaac usava na noite anterior, o cabelo molhado envolto em uma toalha amarela do hotel, meias nos pés.

– No que estava pensando? – Deitou-se ao lado dele novamente, encarando o teto claro com ele.

– Nas coisas que andaram acontecendo nesses meses. Tudo está tão diferente de quando te conheci...

– E isso é bom?

– É. Posso dizer que você é a razão para eu... Sei lá, levantar e viver. – Deu de ombros. – Tipo as flores com o beija-flor, entende?

– Isso foi um tanto clichê, Chapeleiro. Mas posso dizer que sinto o mesmo por você, se quer mesmo saber.

– Tudo isso foi um “eu te amo”? – ele perguntou, virando-se para ela e encarando seus olhos escuros, sorrindo.

– Bem... Acho que foi sim. – Assentiu, fazendo uma cara confusa.

– Então eu também te amo. – Sorriu, beijando-a e sentando na cama. – Mas preciso tomar banho. Pense em mim, está bem? Só não morra de saudades.

– Claro, seu convencido. – Deu um soquinho no ombro dele, que apenas riu. – Vamos logo, precisamos seguir para a estrada e chegar logo ao nosso destino.

(…)

– Para onde estamos indo, Chapeleiro?

– Rio de Janeiro. Vou ter uma corrida em dois dias. As apostas são altas para o meu lado.

– Quer dizer que meu namorado tem uma reputação? – Arqueou as sobrancelhas.

– Sou um dos melhores corredores da turma.

– Então, nunca sofreu um acidente, certo? – Segurou a mão dele que estava sobre o volante.

– Nunca. – Sorriu, sentindo-se vitorioso.

– Então não vai me dar sustos, chegando em casa sangrando ou com alguma fratura exposta, não é? – Apertou os dedos dele, os nós brancos.

– Pode ficar tranquila. – Beijou o topo da cabeça da garota. – Nunca sofri um acidente, Alice. E isso não irá mudar. Já corri várias vezes e sei o que fazer. Além disso, nenhuma estrada do mundo, por pior que ela seja, poderá me fazer bater.

– Promete?

– Prometo. – Virou-se para ela e sorriu. – E lembre-se que não sou o tipo de cara que costuma quebrar promessas.


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Notas finais do capítulo

Mais uma promessa de nosso querido Isaac...
Gostaram?
Acharam meloso demais?
Dicas e sugestões para os próximos capítulos?
A partir do próximo capítulo, tudo será narrado no Rio, com as rachas e tudo mais...
Expectativas?

Beijos com Nutella!
o/



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