A Garota de Cabelos Azuis escrita por Bruna Gonçalves


Capítulo 11
"Vamos fugir"


Notas iniciais do capítulo

Hey!
Como vão?
Espero que estejam bem.
Estou muito feliz que estejam acompanhando a fic, e esse capítulo foi dedicado a vocês, minha queridas leitoras que nunca me deixam na mão: Priscila, Mary R, La Oliveira e Holly Hobbie. Amo vocês!
Espero que gostem, já que a fanfic tomará um rumo diferente agora!

Aproveitem o capítulo!



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Alice viu os músculos de Isaac se fecharem em punhos e seu rosto formar uma careta nervosa. Não queria brigas, não ali, na casa de seu pai.

– Guilherme, o que está fazendo aqui? – o garoto perguntou, tentando se controlar.

– Fique calmo! – Deu um sorriso de escárnio. – Não vim falar com nenhum de vocês, e sim com seu pai, Alice. Por acaso ele está?

– O que quer com meu pai?

– Vamos tratar de negócios. Posso ir até o escritório dele?

– Pode. – murmurou, não querendo nem imaginar que tipo de “negócios” seu pai teria com um garoto como aquele. – Subindo as escadas, a última porta à esquerda.

Todos, quase paralisados, ficaram observando o garoto subir as escadas e entrar na porta indicada. Como se nada tivesse acontecido, um a um voltaram a realizar suas atividades, conversando sobre alguma bebida nova ou qualquer outra coisa que os interessasse. Mas, durante toda a noite, Alice não conseguia relaxar, imaginando tudo que seu pai e aquele monstro poderiam estar conversando. Só acordou de seus devaneios quando a mão de Isaac tocou seu ombro.

– Você está bem? – Tirou a franja azul do rosto da garota, querendo olhar fundo em seus olhos escuros. – Parece preocupada.

– É só essa história do Guilherme querer falar com meu pai. O que será que estão tramando?

– Fique tranquila, Alice. – Beijou a testa dela. – Eles não podem fazer nada com você. Eu estou aqui, não estou? Vou te proteger.

– Obrigada, meu Chapeleiro Maluco. – Abraçou-o. – Podemos... Será que podemos sair daqui? Tenho que respirar um pouco de ar puro.

– Vamos lá fora. – Pegou a mão da garota e a levou para o quintal.

Deitaram-se na grama gelada e o garoto puxou-a para seu peito, querendo aquecê-la. Afagou seus cabelos azuis e, juntos, ficaram observando o céu estrelado e a lua brilhante. Tudo até ouvirem passos na porta de entrada, e, virando-se, Alice viu seu pai e Guilherme. Mas, dessa vez, não se separou de Isaac, mas o abraçou mais contra seu corpo.

– Alice, acho que você já conhece, Guilherme, não? – John perguntou, segurando o ombro do garoto.

– Infelizmente... – Revirou os olhos. – Mas, pai, o que vocês estavam conversando no seu escritório?

– Era sobre isso que eu queria conversar com você, filha. – O homem respirou fundo antes de continuar. – Não gosto de você tão perto de Isaac. Você sabe que eu nunca gostei dele. Além disso, quando te mandei embora daqui, ele foi um dos motivos, lembra-se?

– Sim. Mas não espere que eu o deixe, pai. Estamos namorando, agora.

– Por isso que chamei Guilherme para conversar. Ele será seu vigia a partir de hoje.

– Meu “vigia”? – Cerrou as sobrancelhas.

– Isso, Alice. – dessa vez o garoto se manifestou. – Meu pai me contratou para cuidar para que você e Isaac nunca mais se encontrem, para te deixar protegida.

– Me deixar protegida?! – gritou, levantando-se em um pulo. – Por toda a minha vida, dezoito anos, você nunca se importou comigo. Então eu consigo ficar feliz depois da morte da mamãe e você resolve me privar das alegrias para me “deixar protegida”?!

– Alice, você sabe, todos sabemos que Isaac não é para você. Ele é...

– Ele é feliz! – interrompeu John. – Isaac me mostrou o que é ser feliz de verdade, pai! Você não pode, simplesmente, me afastar dele.

– É claro que eu posso. – O homem mandou um olhar para Guilherme, que apenas assentiu e tirou um revólver (provavelmente o mesmo que usara no apartamento de Isaac.) de dentro da jaqueta e o apontou para Isaac.

– Alice, entre em casa, por favor. – Guilherme pediu, calmamente.

– Não. – A garota cruzou os braços e firmou os pés no chão.

– Sabe, eu não queria, realmente não queria atirar em Isaac, mas se você não entrar em quinze segundos terei que fazer isso. Você escolhe.

Sem alternativas, a garota virou-se para Isaac e o abraçou, sentindo lágrimas nascerem em seus olhos. Tinham acabado de se entenderem e teriam que se separar novamente?

Beijou-o nos lábios e, quando faltavam apenas cinco segundo para a contagem regressiva acabar, sussurrou que o amava e entrou correndo em casa, chorando. Mas, antes de fechar a porta, pôde ouvi-lo dizer que faria de tudo para salvá-la.

Correu até seu quarto, pulando algumas garrafas vazias e pacotes de salgadinhos. Seus amigos tinham sumido.

Sabia que seu pai não podia ter mudado da noite para o dia.

(…)

– Alice. – A garota ouviu a voz de Guilherme chamá-la. – Seu pai disse que você precisa dar uma volta. Tomar sol, coisas assim. Vamos.

– Acho que não. – disse, colocando os fones nas orelhas e aumentando o som de Almost Easy no celular.

– Você não entendeu, minha querida. – O garoto puxou os fones. – Não foi uma sugestão, é uma ordem.

– Acha que manda em mim?

– Não acho. – Sorriu, puxando-a do sofá, deixando o rosto muito próximo ao dela. – Tenho certeza.

– Então, me leve para ver Isaac. – Fez um biquinho. – Por favor, já faz três semanas, estou morrendo de saudades dele.

– Esqueça Isaac! Ele morreu na sua vida, entendeu? – Segurou o rosto da garota para que pudesse olhá-la nos olhos. – Você nunca mais irá vê-lo.

– Vou para o meu quarto. – Virou-se, subindo as escadas correndo. – Não me atrapalhe.

Entrou em seu quarto e fechou a porta antes que Guilherme pudesse entrar. Sentou-se de costas para a porta, sentindo-se derrotada. Vivia como presidiária desde aquela noite, e sua prisão já durava quase um mês sem poder sair de casa ou encontrar seus amigos. Queria acreditar que Isaac iria salvá-la, mas, a cada dia que passava e ele não aparecia, sua esperança morria um pouco mais.

(…)

Já passavam das três e meia da madrugada quando ouviu um som vindo da janela. Desde que descobriu que Guilherme a vigiaria vinte e quatro horas por dia, recusava-se a dormir. O som era idêntico ao que ouviu no sonho que beijou Isaac, depois da briga. Com o coração pulando, abriu a janela, e viu um ruivo acenando para ela. Começou a chorar instantaneamente, pedindo para ele subir.

Não esperou ele colocar a outra perna para dentro do quarto, só o abraçou como se tudo dependesse daquilo.

– Senti tanto a sua falta... – o ruivo murmurou, levantando o rosto da garota.

Aproximou-se e a beijou. Foi um beijo lento, torturante, demorado, intenso, perigoso e completamente proibido, deixando-o ainda melhor. Alice sorriu ao separar-se dele para recobrar o fôlego.

– Pensei que nunca viria.

– Costumo não quebrar as minhas promessas. – Afagou a bochecha pálida da garota com o dedão, olhando avidamente cada parte do rosto de Alice. – Então... Vamos logo?

– Vamos? Vamos para onde?

– Sair daqui, oras! Porque acha que estou aqui em plena madrugada? Vim te buscar para fugirmos juntos!

– Fugir? – a garota perguntou, receosa. – Tem certeza?

– Está com medo? – Ele cerrou as sobrancelhas.

– Não é medo... – Respirou fundo, - Sim, é medo. Guilherme está lá fora com um revólver dentro do jeans. Não acha um pouco... Arriscado?

– Vamos pela janela. Por favor, Alice. Eu preciso de você comigo, e não aqui.

– Então... – Soltou um sorriso. – Só me ajude a arrumar a mala, está bem?

– É claro.

Apesar de se certificar que nenhum dos dois estava fazendo barulho, seu coração batia loucamente no peito, como se fosse explodir e acordar todos da casa. Sua respiração falhava à todo momento, como se tivesse corrido quilômetros e quilômetros sem parar.

Assim que a mala estava pronta. Isaac a jogou para o quintal e desceu pela calha. Alice fez o mesmo, tirando uma coragem que não soube da onde para descer todos aqueles metros de queda livre.

Assim que entraram no esportivo preto estacionado a dois quarteirões da casa, riram como crianças que tinham acabado de aprontar. A garota se sentia leve, livre e feliz. Deu mais um beijo em Isaac antes que ele desse a partida.

– Vamos? – O garoto estendeu a mão para ela.

– Vamos. – Sorriu, agarrando a mão dele com força.


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Notas finais do capítulo

E aí?
Gostaram?
O que acham que irá acontecer agora?
Reviews para a minha auto-estima?
E vocês, meninas, gostaram deste?

Beijos com Nutella!
o/

P.S.: Para quem não sabe, Almost Easy é uma música da minha banda preferida, Avenged Sevenfold. Amo esses caras e, se quiserem ouvir, o link está aqui: http://www.vagalume.com.br/avenged-sevenfold/almost-easy.html

P.S.S.: Alguém gosta de rock?



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