– Você me dá sono, cara. – falou Yuuma, me encarando enquanto tragava o cigarro.

– Eu sei. Você é um delinquente juvenil, afinal, como alguém como eu iria possivelmente te entreter? – perguntei em sarcasmo. Ele riu, baixo, fazendo-me sentir novamente o cheiro da fumaça se espalhando.

Primeiro mês de aula, e tínhamos ficado no apartamento dele, ao invés de ir pra escola. Não iríamos fazer nada de interessante lá, mas as aulas do dia eram história, química, geometria e filosofia. Não faria qualquer diferença.

Yuuma morava só, seus pais pagavam as despesas de outro país e ele faz meio-período para pagar cigarros e revistas. Provavelmente seus pais nem mesmo sabiam que ele fumava, mas quem se importa?

– Hoje está muito frio. – falei, subindo um cachecol azul até meu rosto – Que tempestade... Tenho pena de quem foi para a escola nesse estado.

– Eu não me importo com eles, sinceramente.

Então ele deu de ombros e continuou fumando, como se ignorasse minha existência. Às vezes o silêncio de ser ignorado é confortável.