Uma semana, esse é o tempo que ela esta desacordada, ela não esboça uma única reação a nada.Eu nunca saio de seu lado, como aqui e quase nunca durmo. A tarde minha mãe vem me chamar para uma volta no jardim, quando saio do quarto, tento mostrar a todos que estou bem, mas eu não sei quanto tempo mais vou conseguir fingir ser forte. Um dia depois da internação o medi bruxo permitiu que a trouxéssemos para casa, como se isso fosse ajudar.

– Draco, você precisa sair um pouco. - disse minha mãe chegando perto de mim - você não sai dai a uma semana. Precisa dormir. - ela dizia

Sem nem ao menos responde-la conjurei um patrono, uma linda lontra azulada saiu da minha varinha e se prostrou ao lado da cama. Ordenei a ele que me avisasse assim que ela acordasse, e sai para tomar um ar no jardim da mansão, jardim esse construído pela Hermione.

Como eu queria que ela acordasse.

–#-

Eu sentia uma dor de cabeça enorme, e um enjôo que me dava tontura, sabia que estava em uma cama macia e grande, de casal, mas não tinha idéia de onde estava.

Abri os olhos de vagar, o quarto era grande e luxuoso iluminado pela luz do sol, os moveis mogno faziam contraste com as paredes brancas, e os lençóis de seda negra, conseguiam deixar tudo mais chique. Tentei me levantar mas uma pontada na barriga fez com que eu continuasse deitada da mesma forma.

Um patrono em forma de lontra começou a dançar a minha frente e desapareceu pela porta. Estranho, meu patrono é uma lontra. Minutos depois um Malfoy surpreso e desesperado entrou no quarto.

– Hermione? - disse ele relutante como se não acreditasse que era eu ali - você acordou.

– onde... onde estou, Malfoy? - perguntei a ele

Ele deu um longo suspiro e sua expressão passou levemente para tristeza - você esta na mansão Malfoy. você caiu da vassoura e ficou desacordada uma semana. - disse ele - qual a ultima coisa que você se lembra?

– você, você aparatou comigo para a casa da minha mãe Andromeda, e... - eu tentava lembrar mas não conseguia - é... eu, eu não lembro.

– tudo bem, tudo bem - disse ele afagando meus cabelos - o medi bruxo disse que você bateu a cabeça, e algumas memórias levariam um tempo para voltarem, mas não muito. Coma alguma coisa. - disse ele pegando uma bandeja que nem vi ao lado da cama e me ajudando a me sentar.

– porque esta sendo legal comigo? - perguntei

– digamos, somente que ficamos muito próximos nesse tempo. Hermione faz um ano que eu levei voce ate minha tia. - disse ele

– um ano. Eu esqueci todo um ano. - perguntei olhando assustada para ele

– sim, mas não se preocupe, vamos ajudá-la a se lembrar. Agora coma e descanse. - disse ele se levantando - eu te amo morena - sussurrou ele me beijando na testa.

– de quem era o patrono? - perguntei antes que ele saísse e fechasse a porta.

– meu. - disse ele somente antes de sair.

Um ano, o que aconteceu nesse tempo? eu preciso me lembrar. Mas não era isso que rodava minha mente, mas sim o que Draco me falou, o patrono era dele. Sai dos meus devaneios com uma leve batida na porta.

– entre. - disse

– Filha. - era Andromeda - ho, filha que bom que acordou. Pansy, venha. - disse ela e Parkinson entrou no quarto

– ho, amiga senti tanto sua falta. - disse ela vindo para o meu lado. Olhei para elas sem entender. - desculpe, Draco falou que você ainda não se lembra de muita coisa. Mas nos tornamos muito amigas nesse ano.

– é verdade, simplesmente não se desgrudavam. - disse minha mãe se sentando na beirada da cama.

– bom, tenho certeza que vou acabar me lembrando. - disse dando um pequeno sorriso

– vai sim, e eu vou ajudá-la. - disse ela

– vou deixá-las conversando. Pansy lembre-se, vá com calma, não jogue tudo em cima dela. - disse mamãe me dando um beijo rápido na testa e saindo do quarto.

– Quer fazer alguma pergunta? - disse Pansy pegando uma escova e vindo se sentar ao meu lado. ela escovava meu cabelo com cuidado e calma. Enquanto cantarolava uma melodia animada e relaxante ao mesmo tempo.

– porque o patrono do Malfoy é uma lontra? - perguntei

– bom, vocês ficaram bem próximos nesse tempo. Foi você que o ensinou a conjurar um patrono, ele não tinha nenhuma lembrança forte o bastante. Ele disse que no momento pensou em vocês, quando ele estava te ensinando a jogar quadribol, vocês passaram o dia rindo e se divertindo, foi quando ele conjurou um patrono e dele saiu uma lontra, ele descobriu um forte sentimento por você naquele dia. e você por ele. - ela contava fitando a parede como se estivesse revivendo o dia.

Eu me lembrava disso, vagamente mas me lembrava. Eu lembrava da felicidade dele quando conseguiu conjurar o patrono. - ele me pediu em namoro aquele mesmo dia. - disse vendo ela sorrir.

– sim. - disse ela voltando a escovar meus cabelos - viu, eu disse que te ajudaria.

– eu também me lembro, das... das aulas de vôo. Eu... eu jogo pras Harpies? - perguntei olhando para ela

ela riu da minha expressão que com certeza era de surpresa - sim, joga. apanhadora. como tudo que você faz, se tornou a melhor no campo também. - disse ela me fazendo corar. - bom eu tenho que ir, tenho que voltar para... para casa. - disse ela - melhore, sentimos sua falta. - e assim ela saiu do quarto.

Comecei a olhar e analisar o quarto em que estava,ele era grande e duas das paredes eram formadas unicamente por estantes de cima a baixo, lotadas de livros. Mas o que eu não conseguia tirar da cabeça era eu namorada do Malfoy. Realmente muita coisa mudou. Parei o olhar em uma pequena foto que estava em uma mesinha afastada.

– ai como eu queria minha varinha, era só dizer Accio foto. - choraminguei alto, e no mesmo instante a foto veio para o meu colo - como... - comecei, mas acabei perdendo o rumo de pensamento assim que olhei para a imagem. Era uma foto de Draco e eu. No meu colo havia um menininho com cabelos loiros platinados, e olhos castanhos claros, como o meu. Uma copia fiel de mim e de Draco, ele mesmo tirou a foto. estávamos em uma praia linda, de água cristalina e areia branca, riamos, parecíamos realmente felizes. Ao fundo na foto podia ver Andromeda, Narcisa e Lucius, sentados na areia admirando a paisagem.

– esse dia foi o melhor da minha vida. - disse alguém na porta e reconheci ser o Malfoy

– quem é o garoto? - perguntei passando os dedos pela face da criança risonha.

– Tedd, Tedd Lupin - disse ele. - um garotinho maravilhoso, Lucius esta tentando dar comida para ele agora, mas ele é teimoso. - disse ele rindo, provavelmente se lembrando da cena no andar de baixo.

– Lucius? - perguntei arqueando uma sobrancelha

– é... meu pai conseguiu prisão domiciliar, graças a você. - disse ele - e agora não desgruda do menino.

– vou querer saber, porque graças a mim? - perguntei colocando a foto no criado mudo ao lado e me virando para ele.

– se quiser, não é algo importante e tenho certeza que se lembrara aos poucos, mas depois do julgamento, você, Andrômeda e Tedd, se mudaram para cá. Você nos tornou uma família. Uma família de verdade. - disse ele e eu podia ver seus olhos brilhando.

– então, sou sua namorada. - disse mudando de assunto.

– é... sim, isso minha namorada. - falou ele se sentando em uma cadeira ao meu lado.

– e jogadora. - disse arqueando a sobrancelha

– a melhor graças a mim. - disse ele dando um sorriso malicioso e me fazendo rir. - durma um pouco, descanse. - disse ele se sentando ao meu lado na beirada da cama e me ajudando a me deitar e me cobrindo. ele começou um carinho no meu cabelo - estarei aqui quando acordar. - disse ele e quando comecei a fechar os olhos ele começou a cantarolar uma melodia linda e baixinha. E ao som de sua voz me entreguei ao mundo dos sonhos.