Floresta dos Gritos escrita por Therror


Capítulo 5
05


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora!!!! :-D



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– Evelyn?

Alexander estava um tanto curioso com o sumiço da namorada. Como sempre, ela costumava fazer joguinhos de esconde-esconde com ele, tentando dar um susto.

– Evelyn... Não tem graça. Saia logo daí, eu vou seguir o resto do pessoal. Vamos!

O loiro estava no meio da estrada asfaltada. Olhava para a carcaça do animal morto e para as moitas de mato nos cantos da estrada, mas não via sinal algum da moça.

– Que droga Evelyn... Cadê você? Eu já tô indo, tá. Vai ficar aqui, sozinha.

Alex saiu andando, voltando para o seu carro, mas já começou a achar estranha a quietude que estava, um silêncio completo que não fazia o jeito da namorada faladeira. Voltando novamente para onde viu a namorada pela última vez, demostrou preocupação:

– Evelyn... Está me deixando assustado, vamos. Apareça logo...

Uma moita a alguns passos a frente do rapaz se mexeu levemente, fazendo-o ir até ela curioso. Abriu-a de uma vez, mas não tinha nada além de folhas secas no chão e galhos por todos os lados. Quando estava voltando a se virar pra frente, Alexander notou uma sandália de mulher jogada sobre matos, estava suja de sangue e ele reconheceu:

– Isso é da Evelyn... – Se agachou e pegou a sapatilha, deixando ela cair ao sujar a mão de sangue. – Mas... O que aconteceu aqui? Evelyn? Evelyn?

A preocupação era total. Aquela era uma das poucas vezes que o loiro estava realmente tenso com algo, não fazia seu tipo ficar daquele jeito. Se levantou e olhou em volta, mas só conseguia ver galhos e árvores. Estava voltando para a mata quando viu uma coisa andando no meio da estrada.

– O que é aquilo? – Cochichou se agachando.

Parecia um velho. Uma grande barba branca estava em seu rosto deformado de algum modo, seus olhos não eram nivelados e não tinha um nariz. Andava mancando e corcunda, e segurava numa das mãos um machado, e com a outra arrastava um corpo ensanguentado. Alex olhou e reconheceu:

– E-Eve-lyn? – Sua voz embargada chamou a atenção da criatura, que parou de andar e se virou lentamente.

O homem soltou um gruído, largando o corpo e saindo com o machado na direção de Alex. Por sua vez, ele se levantou e saiu apressado pela mata, passando por galhos, folhas e moitas, amedrontado. O rapaz mal via por onde andava ou em que pisava, pois as lágrimas de tristeza pela morte da namorada cobriam seu rosto. Seu corpo tremia calafrios de pavor daquela situação, e ele ouvia que todos os matos mexiam atrás de si.

– Soc...

Interrompendo seu grito, Alexander pisou numa moita de correntes que estava escondida debaixo de folhas. Ela se abriu como uma rede, pegando-o e levantando-o preso, forçando sua pele com arame farpado e cortando aos poucos.

Em poucos segundos o loiro se viu preso. A cada movimento que fazia tentando se soltar, os arames mais cortavam sua pele. Estava doendo muito e ele sentia seu sangue pingar, ardendo, daquela altura e atingir o chão abaixo. Não tinha como gritar, pois os arames também estavam em sua boca. Se tentasse forçar a voz, seria decepado. O jeito era apenas gruir de medo.

Imóvel, ele viu o homem barbudo se aproximando por baixo, vendo-o e lambendo os beiços ao ver o sangue fresco que escorria do corpo pálido. Com o machado, ele tentou cortar os pés de Alex, mas ele estava numa altura que o protegia dos golpes. Então, vendo o arame, o homem lançou o machado contra o mesmo e o arrebentou, forçando o loiro a cair com tudo no chão, ainda preso aos arames.

Antes de sentir as lâminas do machado em seu corpo, tudo que pôde fazer foi gritar um longo e alto grito de dor. O eco se espalhou por vários quilômetros, mas foi incapaz de chegar aos outros amigos que estavam bem distantes.

***

Franklin acabava de descer a colina. Pisou nas folhas secas, firmando-se com a mão, e suspirou aliviado por ter acabado. Os amigos estavam logo atrás, então estirou a mão para Chris.

– Segure, vou te puxar.

– Tá.

Agarrando firmes as mãos da loira, o careca a puxou em segurança, deixando-a do seu lado. Fez o mesmo com Thomas, que estava com os olhos esbugalhados com a altura de uma colina que tinha do lado deles.

– Agora já temos meio caminho andado.

– “Meio caminho”, Franklin? Ainda não passamos nada. Mas eu já tô exausta!

– Não quero ser chato, mas também estou com fome. Bem que poderíamos achar alguma carona por aqui...

– Vamos continuar. Se estou certo, a estrada é naquela direção. Quem sabe achamos uma carona mais facilmente desse lado?

O careca voltou a andar, sendo seguido pelos outros. Christine sentia o suor escorrer pelo seu rosto e os mosquitos não a deixavam em paz. Tentava expulsá-los com as mãos, mas atraia ainda mais.

– Será que essa mata não tem animal a não ser mosquitos?

– É... Também não vi nenhum outro animal até agora, somente aquele veado morto na estrada. – Thomas bufou, olhando no relógio em seu pulso. – E, nosso jogo foi pro “pau”.

– Por quê?

– Já são 2 horas e meia. O jogo começaria 2 horas.

– Quer dizer que estamos andando aqui à-toa?

– Claro que não. – Franklin entrou na conversa, parando de andar e se virando aos dois. – Ainda podemos pegar o final do segundo tempo. Vamos!

Os três continuaram a andar. As árvores da floresta estavam acabando, pareciam chegar em um lugar vácuo no meio da mata, onde apenas tinha mato e poucas árvores, todas pequenas.

– E eles, hein? Será que estão bem?

– Não se preocupe, Chris. Se eu conheço bem o Alex e a Evelyn, devem estar transado pela terceira vez.

– Thomas! Seu bobo!

– Ué? Por acaso falei alguma mentira?

Por estar mais a frente, Franklin estranhou algo que viu, parando seus passos de repente. O casal fez o mesmo, curioso, olhando para o careca, que apontou o dedo para um amontoado de caixas e lonas no meio do matagal.

– Vejam aquilo!

– O que será que é? – Christine ficou curiosa.

– Vamos lá ver! – Thomas saiu na frente.

Os três chegaram próximos das caixas, separando-se e cada um indo vasculhar uma área diferente. A loira, ao ver uma caixa aberta sobre uma bancada, foi até ela e ficou tensa com o que viu: Era um aglomerado de “bifes” de carne ensanguentados lá dentro.

– Eca!

Thomas andava lentamente em direção a uma lona preta, que estava posta sobre uma pilha de caixas de madeira. Curioso, o rapaz puxou-a de uma vez, vendo o corpo de vários animais esfolados e estripados sobre as caixas, com todos os órgãos repetidos e muito sangue.

– Nossa!

Por trás de uma pilha de amontoados, Franklin ia curioso na direção de uma pequena lata fechada sobre uma bancada de concreto, que aparentemente era apenas uma caixa. Ao olhar pela boca da lata, viu vários pedaços de mãos humanas cortadas, com o sangue ainda escorrendo e sendo bem fresco.

– Que droga é essa?


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