Floresta dos Gritos escrita por Therror
Notas iniciais do capítulo
Desculpem pela demora. Enfim cheguei, e que o terror tenha início! :-D
No seu veículo, Alexander estava sentado no banco do motorista, vasculhando o porta-luvas. Desistiu ao não achar nada de um telefone nem rádio, mas então se recordou da rádio do som do carro e ligou-o por um botão.
– “Ainda não foi encontrado o casal de namorados Jhonny Strudeck e Carrie Mingdy. Eles desapareceram a uma semana, foram vistos pela última vez enquanto passavam na trilha asfaltada de Wenkoc, mas sumiram misteriosamente”.
– Ei... – Alex abaixou o volume do rádio. – Sumiram no lugar em que estamos... Que louco!
Vendo algumas bolsas jogadas pelo chão, o loiro abriu-as e revistou-as, buscando por algum tipo de celular ou coisa parecida.
Chegando à carcaça do animal morto, Evelyn cobriu a boca, anojada, quando viu as tripas e os órgãos repelidos no asfalto. O sangue causava um borrão ao redor do corpo do animal, mas já estava seco. Ali não havia mais os olhos, tinham sido arrancados por algo. Também os chifres, as patas e metade do couro do rosto.
– Que nojento!
Se afastando pra trás, ela percebeu que o namorado acabava de chegar ali. Ele estava com as mãos no bolso da calça, olhando pesadamente para o corpo morto no acostamento.
– Ele foi esvaziado. – Evelyn disse. – Sem olhos, chifres e parte da pele.
– É... Estou vendo. Pelo menos ele não vai ser mais chifrado, não é mesmo? – A moça não achou graça da piada do loiro, que virou o rosto e prosseguiu: - É... Queria saber se está com o seu celular aí? Revirei o carro completamente e nem sinal de qualquer aparelho.
– Infelizmente não. Esqueci o meu em casa, carregando na estante ao lado da minha cama.
– Tá bem. – Alex se virou e voltou para o carro.
– Ei... – Evelyn o fez parar e olhá-la. – Acha que vão demorar muito pra encontrar alguém?
– Não sei.
O loiro voltou a seguir, enquanto a moça ficou observando o resto da carcaça podre no chão. Então alguns matos no canto mais próximo da estrada se mexeram e gruíram barulhos.
– Tem alguém aí? – Perguntou curiosa enquanto se aproximava das moitas.
Abrindo o mato de uma vez, ela não viu nada além de folhas secas espalhadas pelo chão da floresta e árvores postas aleatoriamente. Observando ainda atenta, viu uma pequena mancha de sangue em algumas folhas aglomeradas ao fundo, e saiu da estrada para ver melhor. Aproximou das moitas e as abriu apressada, vendo uma flecha presa em uma árvore, prendendo um pedaço de cabeça humana.
– Meu pai! O que é isso?
Surpresa, começou a dar passos de afastamento, mas bateu de costas com algo, que a fez parar. Antes de virar o rosto para ver, algo muito forte a pegou pelos dois braços e a “empurrou” forçadamente de cabeça contra a flecha presa na árvore. O objeto atravessou seu olho esquerdo e apontou por sua nuca, deixando-a pendurada também.
Impacientemente, sentado no banco do carro, Alexander não aguentava mais ficar ali, esperando pelos outros.
– Carrinho, você vai me desculpar, mas eu tenho que ir.
Se levantouapressadamente e pegou sua mochila, colocando-a nas costas. Olhou pelo retrovisor do veículo, chamando pela namorada, mas não a viu na pista perto do corpo do animal.
– Onde ela se meteu? – Desceu do carro e foi até onde o animal estava. – Evelyn? Amor? Cadê você?
***
Na estrada, Christine já estava dando seus suspiros de cansaço. Ela e o namorado estavam mais atrás, de mãos dadas e observando a floresta, enquanto Franklin caminhava ouvindo música, bem mais a frente.
– Não sei por que, mas acho que não devíamos ter deixado eles lá, sozinhos...
– Ah, Chris, eles estão bem. Sabem se cuidar. Além do mais, o Alex não iria deixar o carro dele por nada.
– Isso é verdade... Aqueles dois parecem que foram feitos um para o outro.
– E nós? – Thomas perguntou. – Fomos feitos um para o outro?
– Claro que sim, seu bobo. Por que a pergunta?
– É que... Ah... Quando formos nos casar, eu quero que seja num lugar assim. Só a gente, o padre e a natureza.
– Que romântico...
Os dois riram e se beijaram por alguns instantes, até que um grito os fez parar:
– Ei, venham aqui! – Era de Franklin.
Rápidos, o casal se desabraçou e virou na curva que lhe vinha pela frente, vendo o amigo encostado numa barra de aço que cobria toda a estrada. Foram curiosos até ele.
– O que foi? – Questionou Christine.
– A estrada... Ela acaba aqui.
– O quê? – A moça ficou incrédula.
– Não pode ser verdade. – Thomas se encostou à barra de aço e olhou mais a frente, vendo apenas uma grande decida de um imenso barranco abique.
Realmente a pista tinha chegado ao fim. A estrada havia se tornado um imenso barranco, onde a decida já desabrochava no meio de uma floresta densa e fechada, Wenkoc.
– O que vamos fazer?
– Chris, temos que continuar. – O careca retirou os óculos e os fones mais uma vez, guardando-os nos bolsos. – A gente tá no caminho certo, a estrada deve ter desabado em alguma chuva. O jeito vai ser descer o barranco e cortar pela floresta.
– Como é?
– Ele tá certo, amor. – Thomas olhou à Christine. – A gente precisa chegar logo naquela cidade. Já é meio-dia e eu estou com fome.
– Vamos por ali.
Franklin observou o caminho menos declivoso. Tinha algumas árvores na decida, que já eram parte da floresta, e isso ia ajudar a se equilibrar para não cair morro a baixo. O rapaz passou por cima da barra de metal, segurando em algumas árvores e esperando os outros. Christine foi à próxima, segurando nas mãos de Thomas, que passou logo em seguida.
– Tomem cuidado. – Alertou o careca. – Segurem firme. Soltar a mão num morro desses é suicídio.
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Uuuuu... Vocês gostaram? Espero que sim... O próximo vem logo, logo!