Floresta dos Gritos escrita por Therror


Capítulo 3
03


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês, galera. Espero que curtam o enredo e os personagens. :-D



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Já tinham passado por alguns metros. Todos estavam em silêncio, onde somente o ronco de Franklin podia ser ouvido além dos barulhos dos pneus. Alex estava pouco focado na estrada, enquanto Evelyn apreciava as árvores da floresta. Christine e Thomas permaneciam abraçados.

– Tá bem, será que aquele louco disse a verdade? – Chris quebrou o silêncio.

– Pode ser que sim... Ele era tão estranho. – Tom arqueou as sobrancelhas.

– Qual é, né? Vocês não perceberam que era um louco? Com certeza mora na rua, vive naquele posto fantasma com ratos e baratas. – Alex usou sarcasmo.

O grupo voltou-se para a estrada e, olhando de relance para a mata, Evelyn ficou chocada ao ver uma carcaça de veado no acostamento, com as tripas para fora e a pele arrancada do corpo. Muito sangue estava no chão, perto do animal.

– Meu pai! Olhem aquilo!

Ela apontou com os dedos e todos viram, ficando curiosos. Desviando a atenção da estrada, Alexander continuou a acelerar o carro e, sem ver, passoupor cima de um grande alastrado de arame que estava cobrindo toda a pista. O carro deslizou para fora da estrada, batendo-se contra uma árvore e amassando a parte frontal.

– O que houve aqui? – Christine levantou o rosto. – Está todo mundo bem?

– Sim... – Alex suspirou fundo.

– Que barulho foi esse? – Franklin tirou seus óculos, vendo onde estavam e interrompendo seu sono. – A gente bateu?

– É... Culpa do senhor distração ali. – Thomas usou ironia, apontando para o motorista.

– Ei...

– Vamos sair desse carro antes que exploda com nós. – Evelyn abriu a porta apressada e saiu, tossindo um pouco com a fumaça que saía do motor.

Todos os demais saíram por suas portas, afastando um pouco do carro e observando o estrago feito na colisão. Os pneus também estavam estourados, totalmente esfolados.

– A gente tá a pé. – Franklin assentiu. – Nesse estado, esse carro não anda mais um metro sem explodir.

– Como assim? – Questionou Evelyn tensa. – Olha onde a gente tá: No meio de uma floresta. Como vamos sair daqui?

– Pergunta para o senhor distração aí... – Thom apontou novamente pra Alex. – Ele presta mais atenção numa carcaça de veado do que na vida das pessoas. Poderíamos os todos estarmos mortos por babaquices suas, Alex.

– “Babaquice”? “Eu”? Não foi culpa minha... O carro bateu em alguma coisa antes de desviar.

– Ah, tá... Se não sabe dirigir, porque não me deixou ser o motorista?

– O carro é meu e faço o que eu quiser!

– Até matar todo mundo?

Como não se davam bem, os dois rapazes já estavam quase colidindo um contra o outro, mas Franklin interveio entre eles, separando e interrompendo uma possível briga:

– Calma aí, trutas. Não comecem de novo! Já tô cansado de separar vocês dois... Ficam mais colados entre si do que com suas namoradas!

Os dois rapazes se afastaram, continuando com um olhar feroz um para o outro. Evelyn estava ao lado de Franklin, olhando e preocupando-se com o clima, enquanto Christine estava no meio da pista asfaltada. Ela viu o fio de arame que cobria toda a pista.

– Ei, vejam... – Chamou a atenção dos amigos. – Parece que alguém deixou arame de propósito no meio da estrada.

Os outros se aproximaram dos fios estirados no chão. Alex se agachou e pegou no arame, tentando puxá-lo, mas percebeu que ele estava preso em duas árvores, uma de cada lado da estrada.

– Quem foi o idiota que deixou isso aqui? – Se levantou indignado.

– Alguém que não quer que passemos pela estrada. – Thomas deu sua hipótese, aproximando de Chris e a abraçando.

– Será que pode ser o velho louco do posto de gasolina? – Evelyn estava curiosa.

Franklin se virou para a estrada de asfalto, que ainda seguia por uma grande parte entremeio a mata dos dois lados. Não tinha sequer um só veículo vindo, estavam sozinhos ali.

– Seja quem for que colocou isso, vamos ter que continuarmos a pé.

– Como é? – Novamente a moça, em choque. – Você está doido? É muito tempo, ainda tem muito caminho pela frente. Ao menos ainda chegamos na parte de terra da estrada...

– O que sugere, Evelyn? Ficar aqui o dia todo esperando por uma carona? – Franklin retrucou em ironia. – Pelo que eu saiba, somos os primeiros a passar por aqui em anos.

– O Frankie tá certo. – Chris entrou na conversa. – Já passamos um bom pedaço da pista. É só seguirmos e logo chegaremos na cidade ou nos encontramos com algum outro veículo.

– Pode até ser... – Concordou Thomas. – Mas o que vamos fazer com o carro do seu irmãozinho? Deixá-lo-emos aqui, batido e sozinho?

– Nem pensar! – Gritou Alex. – Não largo meu carro de jeito algum. Acho melhor eu ficar aqui, esperando por carona. Vocês vão em frente e, se acharem alguém, peçam-no para voltar aqui.

– Tem certeza? – Christine se preocupou com o irmão.

– Claro. – Evelyn abraçou Alex. – Eu fico com ele, tomando conta desse bebê barbeiro.

– Então tá certo. Vamos pegar nossas coisas e vamos seguir... Quando antes chegarmos em Guirnne melhor. E temos muito tempo, pois ainda está bem cedo... 10 da manhã.

Christine, Thomas e Franklin pegaram rapidamente suas coisas no carro e seguiram pela estrada asfaltada. Parados perante o veículo batido, Alexander e Evelyn, abraçados, ficaram olhando para os outros, que logo se tornaram não visíveis em uma curva.

– Ótimo... Estamos sozinhos... – Sussurrou a moça no ouvido do namorado. – O que faremos?

– Vou procurar por um telefone celular, rádio, comunicador... Alguma coisa deve ter nesse carro!

Alex entrou no veículo e começou a revirar alguns objetos, deixando a pálida de braços cruzados e com uma cara triste e de desprezo. Olhando para a estrada, Evelyn percebeu que o corpo inerte do veado ainda estava jogado na lateral da pista, há alguns metros dali.Curiosa, foi para perto do animal.

– Já volto, amor!

***

Pouco distante dos amigos, os três ainda caminhavam incessantemente no meio da estrada, que ainda estava completamente sem sinal de nenhum outro veículo. Franklin estava com seus óculos e fones de ouvidos, balançado a cabeça com a melodia da música e atento a estrada. Os outros estavam abraçados, seguindo o caminho também.

– Eu ainda não consigo tirar da minha cabeça... – Christine chamou a atenção do namorado. – Quem pode ter deixado aquele bolo de arame no meio da estrada? Só pode ser alguém louco, pois poderia causar um enorme acidente ali.

– Principalmente com seu irmão desmiolado no volante. – Thomas reclamou.

– Tom! Por que você e o Alex se odeiam tanto? Brigam e discutem a cada milésimo de segundo...

– É coisa do tempo de escola... Temos um acerto de contas pendente.

Retirando os óculos do rosto e desligando a música dos fones, Franklin olhou para a estrada e viu que o asfalto chegava ao fim a alguns metros. Uma placa de sinalização estava no canto da estrada, avisando: “Próximos 3 quilômetros de terra até rodovia central”.

– A gente vai ter que andar um pouquinho a mais... Espero que o Alex e a Evelyn sejam pacientes.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Digo desculpas pelos erros ortográficos e digo Obrigado pelos reviews, favoritos e acompanhamentos ganhos. :-D



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