PdV – Chris

– Onde conseguiu esse lobo? – pergunto tentando tirar alguma resposta da vida de Julia que até agora se resume a Julia di Stefaneo 21 anos de Oregon sem família ou amigos vivos e sem nenhuma colônia de origem.

– Ele me achou quando um zumbi tentou me atacar, não nos separamos depois disso.

– Como foi isso? Digo ele apareceu do nada e você o adotou?

– Acho que foi ele quem me adotou Chris. Ele podia ter me estraçalhado ou sumido quando matou o zumbi, mas preferiu me seguir.

– E isso faz quanto tempo?

– Quase um ano.

– Antes disso você andava sozinha por ai?

– Pergunta logo o que quer saber que te respondo.

A percepção dela não deixa passar nada.

– Você obviamente não nasceu e cresceu de uma arvore como perdeu sua família?

– Meus pais moravam em um lugar isolado era quase impossível ser localizado e ficava próximo a uma colônia. Um dia quando eu tomava banho para ir com meu namorado até a colônia onde ele morava a casa foi invadida acho que estavam distraídos pois não ouvi tiros nem gritos, quando sai do banheiro a primeira coisa que vi foi meu irmão sendo devorado eu matei o zumbi, matei meu namorado e meus pais que estavam transformados peguei a caminhonete de meu pai e fui para a colônia quando cheguei lá encontrei mortos e mais mortos, fugi para qualquer lugar longe daquilo tudo, depois de dias de estrada eu achei que estava sozinha quando vi uma garota na beira de uma estrada, ela entrou em uma floresta e eu a segui.

Ela estava tentando ignorar as lágrimas que lhe fugiam os olhos enquanto falava com a voz firme.

– Achei que o mundo estava me pregando peças e ia retornar para a estrada, quando ouvi o grito dela, mas cheguei tarde ela pediu para que não deixasse ser um deles então a matei enquanto estava ainda viva. No caminho de volta um zumbi estava prestes a me atacar quando um lobo apareceu e me salvou. Fazia muito tempo que eu vagava sem ver uma pessoa viva apenas mortos e mais mortos quando Kiba te achou...

A voz dela se perdeu e parou o carro, desceu e ficou por um tempo no acostamento sentada no asfalto chorando. Depois pediu para que eu dirigisse.

PdV – Julia

Não sei por que chorei não costumo chorar não chorei quando meu pai deu seu afeto para meu irmão e me deixou em um canto qualquer como uma garotinha sem pai, nem quando tive que matar minha família e deixa-los para trás, não chorei quando matei aquela menininha na floresta quando ela soluçava diante da morte. Não sei por que fui chorar logo agora e na frente do Chris.

Não sei mais sobre ele que coisas que ele me conta, contou sobre sua vida e sobre sua família, ele é engraçado e consegue me fazer rir com facilidade sei que gostaria de voar por isso tem uma águia, não tem medo de zumbis gosto da companhia dele e Kiba também, além disso, Sky se mostrou ótimo guia “siga o pássaro que voara como o vento” foi isso ou algo parecido que Chris me disse quando fiquei em duvida sobre que lado ir quando chegamos a uma bifurcação que nos levava a estados opostos.

– Me faz um favor?!

Lá vem o Chris com novos pedidos o ultimo pequeno favor que ele me pediu foi uma torta de limão quando perguntei o que ele queria comer. “traga-me uma torta de limão, por favor, senhorita Di Stefaneo”. Aquilo me fez querer espeta-lo e assa-lo, mas o modo como me olhava me fez rir feito maluca.

– Hum?! – ele reclama sempre que eu resmungo diz que pareço um zumbi.

– Quando formos pegos por zumbis e eles me morderem mate-me para que eles não me devorem – disse provocativo

Olhei para ele que mantinha os olhos fixos na estrada, era serio ou piada?

– E se você se transformar antes que eu consiga te matar?

– Isso não vai acontecer.

– Como sabe, não pode confiar tanto assim em mim até por que podem me morder também.

– É claro que não é só olhar para nós para saber que isso não aconteceria.

– Por que diz isso?

– Não é obvio Juju? – não gosto que me chamem de Juju – eu sou muito mais gostoso que você quando um zumbi me morder ele vai gritar “o carne boa” e todos virão atrás de mim.

Começo a rir, ele me acompanha e até Kiba entra nos risos uivando e abanando a cauda.

– Tá bom quando formos atacados por zumbis te jogo para eles enquanto eu corro – falei entre os risos

Ele me olhou serio e eu prendi o riso.

– Só me avise antes – disse se virando para olhar Sky que voava a metros de altura a nossa frente – para que eu possa me perfumar.

E recomeçamos a rir, por um instante achei que ele fosse dizer algo realmente serio. Estava anoitecendo quando ele parou o carro e desceu.

– Que houve?

– Sky esta voando em círculos, pegue suas armas senhorita Di Stefaneo parece que nossa noite vai ser animada.

O sorriso dele foi sombrio. Seguimos Sky por um tempo até acharmos o que ele havia encontrado, era uma mulher de roupas escuras e cabelos bagunçados uma sobrevivente, eu sorri e desci da caminhonete, corri para ela com uma faca na mão caso ela não fosse amistosa.

– Ei moça – digo a poucos passos dela

Ela se vira e para meu susto e desgosto era uma zumbi com ela estava um cachorro zumbi com focinheira. Ergui a faca e fui para cima dela, mas fui puxada violentamente para trás por braços fortes e delicados. Achei que fosse o Chris.

– Solta ela

Escutei a voz do Chris, quem estava me segurando? Cortei a mão do homem e corri para o lado do Chris que me entregou minha besta enquanto mantinha os olhos e a pistola apontados para o homem.

PdV – Robert

Ouvi o carro se aproximando enquanto urinava atrás de uma arvore, voltei para Hambúrguer e Bendy quando vi a mulher se aproximando rápido dela com a faca na mão, corri quando ela ergueu a faca assustada e a puxei para trás. Acho que se tivesse empurrado a Bendy teria me ferido menos, a mulher irritada nos meus braços cortou minha mão sem menor piedade. Ela correu para o lado do cara que me apontava uma pistola.

– Quem é você? – perguntou ele olhando para Bendy

– Bennndy – respondeu ela.

A mulher se assustou e apontou a besta para Bendy, ele não pareceu incomodado com aquilo.

– Não atire – ordenou ele – e você quem é? – perguntou para mim.

– Robert, por que não baixam as armas estamos desarmados e indefesos.

– Promete que não vai tentar nenhuma gracinha você e sua amiga? – ele parecia tranquilo.

– Prometo, Bendy.

– Proomeeeto

O homem baixou a pistola sem tirar o dedo do gatilho e baixou a besta da mulher com o dedo enquanto ela relutava em manter erguido

– Mas Chris ela é um zumbi.

– Já notei isso Juju – depois sussurrou algo no ouvido dela e ela baixou o a arma.

– Somos Christopher e Julia, por que você a defendeu?

Os convidei para se sentarem perto da fogueira se recusaram é claro então expliquei a eles que Bendy falava e que ela e Hambúrguer eram minhas companhias de viagem que não me faziam mal e que eu não os mantinha sobre vigilância constante por saber que eles eram mais confiáveis que muitos humanos. Exagerei um pouco ao dizer que eram confiáveis. Christopher passou a mão na costa de Julia e se afastaram deixando o lobo negro que os acompanhavam de vigia. A mulher deu ordem para me atacar se eu ou os zumbis nos movêssemos.

Depois de alguns minutos de discussão que ele havia vencido se aproximaram. Ela parecia querer fazer pedaços de mim e de meus amigos mortos.

– Para onde estão indo? – ele perguntou

– Só estamos vagando por ai e vocês?

– Estamos procurando coisas e pessoas, podemos viajar juntos ou devemos nos despedir e seguir caminho? – o tom dele era quase indiferente. Quase.

– Companhia é sempre bom – disse sorrindo

– Já volto – disse Julia chamando o lobo e se afastando resmungando ofensas contra o dia em que conheceu Chris.

– Onde ela foi? – perguntei ainda sem me mover depois que ela havia desaparecido de vista.

– Foi pegar nosso carro que está mais acima, tivemos que estacionar meio longe por causa do mato que cresce em todo lu...

– Chriiiiiiiiissss – ouvimos o grito de Julia ele correu para ela eu peguei minhas armas e fui atrás.