Um Ano Com Você escrita por Madame Baggio


Capítulo 10
Janeiro


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Muito obrigada pelos comentários super fofos que eu recebi!

Vamos que vamos que agora sim ta ficando interessante!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/495213/chapter/10

E não é que Doom não tinha ido viajar no feriado?

O babaca, que era mais diva que Loki, tinha preparado um mega ataque contra Nova York, que devia acontecer a meia-noite na noite de Ano Novo. Só que ele e seu novo aliado (um vilãozinho em começo de carreira) começaram a brigar as 11 e aí a coisa toda desandou.

Phil tinha sido chamado porque era uma suspeita de atividade suja, mas de repente todos os Vingadores estavam sendo chamados. Caro não estava lá muito feliz.

Darcy não sabia como se sentia.

Havia decepção. E não era pouca. Tudo parecia estar indo tão bem e, de repente, nada.

Havia um certo alívio, ela não ia mentir. Tinha certeza de que se as coisas tivessem progredido algo teria dado errado. Era assim que a vida dela funcionava.

Mas, acima de tudo, Darcy estava preocupada. Não sabia o que ia acontecer agora, o que devia dizer para ele ou como devia agir. Sabia o que queria que acontecesse: queria que ele terminasse o que tinha começado. Queria que ele a beijasse de novo, dessa vez com mais vontade. Queria ficar sozinha com ele e afundar-se no cheiro dele.

Estava começando a duvidar que isso ia acontecer.

Tudo bem. Dessa vez ia dar um jeito. E tudo começava falando pra ele algo que já devia ter dito há muito tempo: que ia ser transferida.

A confusão com Doom levou uma boa parte do dia primeiro de janeiro para ser ajeitada. Darcy sabia que no dia seguinte teria quilos de papelada para separar.

E não é que estava certa?

Quando chegou no escritório as sete da manhã do dia 02 de janeiro, Phil ja estava la, com cara de quem não tinha dormido desde a festa. O que era bem possível.

Não teve tempo de falar com ele, mas estava decidida. Ia almoçar com Caro e falar com Phil.

Na festa Caro viera falar com ela porque queria trabalhar na SHIELD. A ruiva admitira que não sabia se tinha condições de ser agente, porque... Bom, não queria matar ou torturar pessoas. Pepper tinha explicado a irmã que Darcy fazia trabalho administrativo na SHIELD e que essa podia ser uma opção.

Essa era a solução para o problema de Darcy: ela tinha uma substituta! Clint e Natasha já tinham começado a ensina-la os básicos que Hill pedira (e Darcy quase chorava cada vez que tinha que treinar com um deles), mas até então faltava alguém para ficar no seu lugar.

Ela explicou isso tudo para Caro durante o almoço, o que ela faria trabalhando para Phil, as obrigações, as dificuldades e os benefícios (Sério, Darcy amava os benefícios da SHIELD).

Caro ouviu tudo em silêncio, fez algumas perguntas ao final e daí soltou a bomba:

–Você está saindo dessa posição por causa do Coulson? –ela perguntou.

–Claro que não. –Darcy mentiu na hora –Phil é um ótimo chefe...

–Não foi isso que eu quis dizer e você sabe disso. –Caro falou gentilmente –Eu vi vocês se beijarem na festa.

Bom, provavelmente todo mundo tinha visto os dois se beijarem.

–Tem a ver com isso, mas também não... –Darcy suspirou –Eu prefiro não falar disso, se você não se importar.

–Sem problemas, Darcy. Só que, se você precisar de alguém pra falar, eu to aqui, ta?

–Obrigada, Caro.

O resto do dia desandou.

Darcy criou coragem e foi falar com Phil. Ela respirou fundo cinco vezes na sua mesa antes de se levantar. Sabia que o chefe tinha conseguido dar uma pausa na papelada e tinha que ser já, antes que perdesse a coragem.

Bateu na porta dele e entrou.

–Posso falar um minuto com você, Agente Coulson? –perguntou educadamente.

Phil levantou a cabeça assustado e ficou olhando desconfiado para ela. Darcy nunca fora tão formal com ele, nem quando começou a trabalhar ali.

–O que foi, Darcy? –ele quis saber.

–Bom, eu estou te pedindo... –ela respirou fundo –Na verdade, estou te avisando. Eu pedi transferência e vou trabalhar para Hill a partir de fevereiro. Eu ja arrumei uma substituta e vou começar a treina-la na segunda.

Phil estava congelado.

–O que? –ele perguntou confuso.

–Eu pedi transferência. –ela falou de novo, a voz firme –Eu vou trabalhar para a Agente Hill. Carolina, a irmã da Pepper, vai me substituir.

Phil levantou num pulo.

–Por que isso de repente, Darcy? –ele quis saber.

–Não é de repente. –ela falou –Eu pedi transferência em novembro.

–Novembro? –ele repetiu incrédulo –Você tem um acordo com a Hill desde novembro e só está me contando agora?

Darcy sentiu um solavânco no estômago.

–Eu sei que demorei, mas eu precisava arrumar uma substituta, começar os treinamentos...

–Era por isso que você estava treinando com Clint e Natasha? –ele perguntou irritado.

–Você sabia disso?

–Claro que eu sabia! Eu sei tudo o que acontece na SHIELD. –ele deu um riso de escárnio –Bom, aparentemente não tudo.

–Phil, por favor, eu não quis...

–Eu entendo. –ele cortou –Você queria um cargo mais alto, mais ação.

–Não é isso! –ela protestou –Você está sendo injusto! Eu tenho todo o direito de trocar de cargo.

–Claro que tem, Lewis. –ele retrucou –Ninguém vai te forçar a ficar num trabalho que não te agrada ou trabalhando com quem não te agrada.

–Você está levando para o lado errado, Coulson! Isso não é pessoal.

–Não é pessoal? –ele bradou –Você pede transferência e esconde de mim por meses! Como não é pessoal?

Darcy respirou fundo. Ela não ia chorar. Ele não merecia.

–Desculpe se em algum momento eu dei a entender que isso era pessoal, senhor. –ela falou de forma seca –Como eu disse, vim apenas avisar que vou ser transferida em fevereiro. Eu me desculpo por qualquer inconveniência, Agente Coulson. Boa tarde.

–Darcy...

Ela deixou a sala e fechou a porta suavemente, embora quisesse bate-la. Phil não veio atrás dela.

Darcy não chorou. Por algumas coisas não valia nem a pena chorar.

XxX

E não é que janeiro só piorou daí pra frente?

Darcy queria esquecer que esse mês existia e voltar para o ano passado. Ele tinha sido tão bom com ela...

Phil decidiu dar um gelo nela. Ele passava por ela e Caro (que já estava sendo treinada e obrigada a aguentar toda a hostilidade entre os dois) rosnava um bom dia e ficava trancado na sala o dia inteiro.

A coisa tinha desandado de forma tão fenomenal que Darcy não sabia mais como consertar.

E ela queria muito consertar a relação que tinha com Phil. Deixando os sentimentos pra lá, ele ainda era um homem que ela respeitava e uma pessoa que adimirava. Além disso, sim, os sentimentos ainda estava lá. Negar pra que? Pouco mais de uma semana tinha passado, era óbvio que não tinha esquecido de tudo que sentira de repente.

Bem que queria.

Clint e Nat tentaram falar com ela durante os treinamentos, mas Darcy não queria saber. Por enquanto. Precisava ficar um pouco mais forte e escolher com cuidado no ombro de quem ia querer chorar.

Caro estava se esforçando muito. Fora isso, eficiência devia ser qualidade genética da família Potts, porque a ruiva já estava mostrando que ia arrasar quando estivesse sozinha. Darcy ficava com um pouco de pena, porque Phil estava sendo ranzinza com a outra, só por causa dela. Caro não merecia essa cretinisse.

Mas Phil ia ouvir. Darcy estava criando coragem, mas a hora que resolvesse falar o homem estava ferrado!

E daí chegou o dia 17 de janeiro.

Darcy nem imaginava como tinha acontecido, como HYDRA tinha conseguido atacar o Triskelion. O prédio em Washington foi atacado e bombardeado. Foi horrível. Ela viu a notícia pelo jornal.

Phil estava no Triskelion. Ele tinha sido chamado pelo Diretor Fury e ido passar alguns dias em DC por algum motivo.

Quando Darcy viu o noticiário correu para a Torre e implorou para Pepper ajuda-la a chegar o mais rápido possível em DC. Ela não ligou para o que os outros iam pensar ou para o fato de que estava brava com Phil. Só precisava ter certeza de que ele estava bem.

Quando Darcy conseguiu chegar la (sério, um ataque dessa escala dentro de DC brecava a cidade toda, mesmo quando você tinha a influência e o dinheiro de Stark do seu lado) Phil estava internado. Ele tinha tomado três tiros no ombro e caído um lance de escadas, ficara em estado grave, mas foi operado e agora estava estável. Darcy acreditaria nisso, se ele acordasse.

Era horrível ver Phil deitado naquela cama de hospital, aquele maldito bip medindo os batimentos cardíacos dele. Era pior ainda saber que ele já tinha morrido (e, meu, essa frase era muito estranha) e ressucitar não foi fácil para ele.

Passou cinco horas sentada ali, segurando a mão dele e esperando que ele acordasse.

Por favor, só por um minuto. Se ela visse os olhos azuis dele poderia levantar e ir pra casa de coração mais leve.

A sexta hora da sua vigília estava pra começar quando ele se moveu na cama.

–Phil? –ela apertou a mão dele –Você está me ouvindo?

O rosto dele virou-se na direção da voz de Darcy, mas ele não abriu os olhos.

–Abre esses olhos, seu maldito! –ela esbravejou –Você não pode fazer isso comigo! Nós temos uma briga pra terminar e eu tenho argumentos épicos pra jogar na sua cara. Então acho bom você parar de brincar de morto, porque eu preciso te matar!

Mas ele não abriu os olhos.

–Você acha que vai brigar comigo daquele jeito e eu vou deixar? Ta bom que eu deixei na hora... É que eu não estava esperando que você fosse ser tão cavalo! E eu sei que eu enrolei. Eu sei que devia ter falado com você antes mesmo de falar com a Hill. Você teria entendido. Bom, na verdade não porque eu não podia te dizer a verdade. Eu não pudia dizer que queria trocar de cargo porque estou apaixonada por você.

Darcy suspirou e trouxe a mão de Phil para perto de sua bochecha. Ele estava gelado.

–Desculpa por isso. –ela pediu –Mas a culpa é toda sua por ser tão apaixonante. Que chance eu tinha? Eu estava fadada desde o começo. Olha que poético.

Phil continuou de olhos fechados.

–Phil, acorda. –Darcy pediu, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto –Acorda e me diz pra sumir, eu não ligo. Mas acorda, por favor. Eu não sei o que vou fazer se você não voltar pra gente.

Não queria chorar, porque chorar não ajudava ninguém, muito menos Phil. Só que estava cada vez mais difícil segurar.

Então os bips começaram a soar diferente. Darcy levantou os olhos assustada, mas não entendia nada dessas máquinas. Será que estava tudo bem?

Seu olhar foi parar rapidamente em Phil e a coisa mais maravilhosa do mundo aconteceu: ele começou a abrir os olhos, com muito esforço, como se a menor tarefa fosse cansativa, mas estava reagindo.

Pareceu demorar uma eternidade, mas finalmente os olhos dele se abriram. Darcy nunca amou mais a cor azul em toda a sua vida.

–Ei... –ela murmurou, a voz engasgada de lágrimas.

Phil pareceu finalmente vê-la. Um sorriso apareceu no rosto dele, um bem suave.

–Audrey. –ele murmurou.

Darcy largou a mão dele na hora.

–Audrey? –Phil chamou confuso.

A garota respirou fundo.

–Ei... –ela sorriu –Por que você não espera um minuto? Eu vou chamar a enfermeira.

–Ok. –ele cedeu facilmente, ainda sorrindo para ela.

Darcy levantou da cadeira onde estivera sentada todo esse tempo, saiu do quarto, avisou uma enfermeira que Phil estava acordado e deixou o hospital.

XxX

Jemma estava analisando com muito cuidado o que quer que estivesse no microscópio a sua frente. Era a hora de falar com ela.

A antiga equipe de Coulson estava no Triskelion (ou no que sobrara dele) ajudando na limpeza e análise de evidência.

Quando Jemma estava concentrada no trabalho era bem mais fácil arrancar as coisas dela. Skye era perceptiva demais e May nem se fala...

–Oi, Jemma. –Darcy falou, postando-se ao lado da garota.

–Olá, Darcy. –a outra falou sem tirar os olhos do miscroscópio –Eu não sabia que você estava por aqui.

–Eu vim dar uma mão. –ela falou rapidamente –Cade o Fitz?

–Enlouquecendo todos o recrutas novos enquanto eles buscam por evidências no que sobrou do prédio. –ela falou com um sorriso carinhoso.

Fitz-Simmons eram um casal tão fofo. Darcy esperava que um dos dois criasse a coragem de se declarar no próximo século.

–E o Agente Tripplet? Ele costuma ser sua sombra.

–Hum... –Simmons fez uma anotação no papel ao seu lado, trocou as amostras e voltou a olhar no microscópio –Acho que ele está com o Fitz.

OK, barra limpa.

–Jemma, em todo o tempo que você viajou com o Phil... Você chegou a ouvir sobre uma tal de Audrey? –ela perguntou com cuidado.

–Claro que sim. –Jemma estava sorrindo –Foi por acaso, por causa daquela confusão na Geladeira e os prisioneiros que escaparam. Ela estava em perigo e nós fomos atrás dela.

–Quem é ela? –Darcy perguntou.

–Ela toca na orquestra de Portland, uma celista. –Jemma falou com admiração –Ela e o Agente Coulson se conheciam de um caso anterior, longa história... –fez um gesto de dispensa com a mão –E os dois tiveram um romance. Muito lindo. Infelizmente ele “morreu”, ela foi informada e ele não pôde mais entrar em contato. Quando nós a encontramos deu pra perceber que ele ainda gostava muito dela, mas não podia se mostrar. Ficou bem claro que ele queria uma chance pra tentar de novo com ela.

Darcy sentiu o ar travar em sua garganta e seu coração começou a bater mais rápido, de forma quase dolorosa.

–Eu... Me pareço com ela? –quis saber.

–Não seja boba, Darcy. –Jemma deu uma leve risada –Bom, vocês têm o cabelo num tom bem similar de castanho, mas nada além disso. Cor de olhos, estrutura óssea, tipo físico... Vocês são completamente diferentes. Ela é uma mulher bem delicada.

Darcy sabia que Jemma não estava falando com maldade, mas...

–Obrigada, Jemma. –ela falou rapidamente.

–Por que você quer saber di...

Darcy saiu do laboratório improvisado, ignorando a pergunta de Jemma.

Ela entrou na primeira porta que encontrou, que acabou sendo um dos vários trailers que estavam montados no perímetro do Triskelion.

–Darcy?

Ótimo. Barnes estava ali.

–Darcy? Você está bem?

Pobre James... Lugar errado na hora errada e coisa e tal. Quando ele chegou perto o bastante Darcy jogou os braços em volta do pescoço dele e começou a chorar em seu ombro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai está!!!!

Quanto drama, ai ai ai! hahahaha Mas tudo bem, pelo menos a coisa está indo!
Estamos bem perto do final, então respirem fundo!

A Audrey é a celista citada nos "Vingadores"? (Lembra que a Pepper pergunta dela para o Phil, bem no comecinho do filme?) Ela tambem apareceu no episódio 19 da primeira temporada de Agents of SHIELD, bem do jeito que a Jemma explicou mesmo.

Comentários são sempre bem vindos!

B-jão



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Ano Com Você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.