Apenas Mais Uma de Amor escrita por Yukino Miyazawa


Capítulo 10
Encontros - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Oi suas lindas. Desculpa pela demora, como sempre desconsiderem os erros encontrados pelo caminho.



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–Pai!

– Que foi querido?

– Pai, o leite tá frio!

– Eu já esquento!

– Seu Niko, essa é a lista do que esta faltando.

– Cola na geladeira, que depois eu dou uma olhadinha.

– Pai, você pode me da dinheiro?

– Dinheiro... Pra que você...

– Pai, você viu minha camisa azul?

– Você olhou na lavanderia?

– Não esta lá!

– Seu Niko o que devemos fazer para o jantar?

– Papai! Não quero mais!

– Pai!

– Pai e a camisa!

– Pai e o dinheiro!

– Pai!

– É O APOCALIPSE! - Félix gritou chamando a atenção de todos. Era o dia do não vamos deixar o Niko tomar café em paz?– Adriana decida você mesmo o que teremos para o jantar. Jonathan você tem apenas uma camisa? Jaime você recebeu sua mesada a menos de duas semanas, aprenda a administrar o seu dinheiro. Vocês já terminaram de toma café?... Ótimo vão escova os dentes se não chegaram atrasados na escola! Julia vá ajuda-los!

Todos encaram Félix.

– Vocês ainda estão aqui? - Com uma rapidez impressionante eles saíram da cozinha, deixando apenas Félix e Niko. Félix suspirou e foi ate Niko segurando-o pela mão e o levando ate a mesa - Sente-se que eu vou servi você - disse colocando um pouco de café na xícara de Niko.

– Você vai me dar tudo o que eu quiser? - Niko disse sorrindo maliciosamente, enquanto Félix pegava alguma coisa no armário.

– Tudo. O que você quer? Leite? Pão? Bolo? Um beijo?

Niko riu. Levantou-se e foi até Félix, passando os braços em volta do seu pescoço e o beijando.

– Era disso que eu precisava para me recarregar - Niko disse se afastando um pouco.

– Pode me usar como carregador quando quiser - Félix disse o puxando para mais perto - Que tal se você não for para o restaurante hoje. Eu levo as crianças para escola. Depois podemos passa o resto do dia na cama.

– Não me tente! - Niko disse fazendo bico - Hoje é um dos dias mais movimentados do restaurante! - disse se virando, suas costas encostadas no peito dele. Suas mãos foram para os braços dele, que rodeavam sua cintura. Ele encostou seu queixo no ombro do Niko.

– Você é muito malvado carneirinho - Ele sussurrou fazendo cócegas no seu ouvido. Niko se aconchegou mais nos braços dele. Ficaram assim, apenas curtindo a presença um do outro. Sabendo que acontecesse o que acontecesse sempre teriam um ao outro.

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– Bom dia - Paulinha disse se sentando no seu lugar habitual, em frente à mãe.

– Bom dia! - seu pai e Bernardo responderam a olhando. Sua mãe respondeu, mas não a olhou.

– Pai você vai ligar? - Bernardo perguntou ao pai que dobrava o jornal.

– Ligar para quem? - Paloma perguntou olhado do filho para o marido.

– Para os pais do Fabricio e da Pérola...

– Bernardo quer convidar dois amiguinhos para brincar com ele amanhã - Bruno completou.

– Paulinha o irmão deles também é medico! - Fabricio contou.

– Serio B - Paulinha disse olhando a mãe.

– É e o outro irmão dele também vai ser medico.

– Uau, a mãe deles deve esta muito feliz - ela disse desinteressada.

– Eles não têm mãe - Bernardo falou tomando um gole de suco.

– Esses amigos entraram agora na escola?

Bernardo acenou que sim com a cabeça mastigando um pedaço de pão.

– Sim mamãe, eles moravam nos Estados Unidos, mas os pais deles voltaram para cá - ele disse feliz.

– Você não disse que eles não tinham mãe? - Bruno perguntou franzindo a testa.

– Uhum, eles tem dois pai. A Pérola disse que um dos pais deles tem um restaurante, e que faz a melhor comida do mundo.

– Que sorte a deles! - Paulinha disse sorrindo para seu prato.

– Essa é alguma indireta? - Paloma perguntou a olhando nos olhos pela primeira vez.

– Mãe eu te amo do fundo do meu coração, mas entre a sua comida e uma pedra no rim, com a pedra no rim eu tenho chances de sobrevivência - Paulinha disse em tom brincalhão.

Bruno e Bernardo riram. E Paloma olhou o marido inquisitivamente.

– Você também acha que sou uma péssima cozinheira?

– Querida eu comeria qualquer coisa que você fizesse - Bruno disse sorrindo para ela e depois completou - mesmo que isso significasse o meu fim.

Paulinha e Bernardo começaram a gargalhar. Bruno logo os acompanhou. Paloma os olhou com uma falsa indignação, mas não resistiu a eles e se juntou as gargalhadas.

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– Jonathan! - Paulinha o chamou quando estava prestes a entra no elevador.

– Você esta me evitando? - ela perguntou de supetão.

– Oi? Como é que é?

– Você esta me evitando? - Paulinha repetiu como se estivesse falando com uma criança de cinco anos.

– Eu não estou te evitando - Jonathan disse usando o mesmo tom de voz que ela usara.

Paulinha lhe ofereceu um sorriso atravessado.

– Eu gosto de você Jonathan... Achei que podíamos ser amigos... Mas... - ela balançou a cabeça tristemente como se não valesse a pena e deu as costas a ele, voltando de onde tinha vindo.

– Paulinha espera! - correu até ela a puxando pelo braço. Mas não mediu sua força, e ela voltou se chocando contra ele. O rosto dela a centímetros do dele. Podia sentir o coração dela batendo acelerado contra seu peito, seus olhos foram em direção a boca dela que estavam entreabertos como se o convidado a prova-los. A campainha do elevador o fez se afastar como se ela desse choque.

Jonathan pigarreou.

– Hã... Desculpe...

– Pelo que? - ela perguntou lhe dando um meio sorriso, que o fez dar mais um passo para trás.

Essa garota tinha o pode de fazer seus pensamentos evaporarem.

– Desculpe se dei a entender que não queria ser seu amigo - ele completou o raciocínio.

Paulinha chegou mais perto ajeitando o jaleco dele.

– Corona é o sobrenome da sua mãe?

Jonathan desviou o olhar.

– É melhor irmos. Se nos atrasarmos levaremos uma bronca do Dr. Pérsio - Jonathan disse e estendeu sua mão. Paulinha sorriu, percebendo que ele estava fugindo da sua pergunta, com um suspiro ela agarrou a mão estendida. Agradeceu que por aquele momento ela deixasse o assunto de lado. Mas algo lhe dizia que não seria por muito tempo.

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– Seu Félix - Adriana o chamou antes que ele chegasse ao seu escritório.

– O que foi! - Félix se virou para Adriana que segurava Julia pelo braço, ela deu um leve empurrão na mais nova.

– Um senhor ligou. Era pai de um colega das crianças. Queria saber se o senhor permitia que eles fossem na casa deles amanhã - ela disse para o chão.

– Criatura eu estou aqui! - Félix disse fazendo a garota se encolher enquanto o olhava. Ele revirou os olhos.

– Ele deixou algum telefone?

Julia balançou a cabeça estendendo um pedaço de papel.

– Tenho que fala com o carneirinho primeiro... - ele disse olhando o numero anotado - Talvez seja uma boa ideias as crianças passarem um dia na casa de um amigo. O carneirinho precisa de um descanso - Félix olhou as mulheres a sua frente e sorriu – Na verdade acho que ele merece mais do que um descanso, tive uma ideia, tenho certeza que o carneirinho vai adorar. Vou para o escritório e não me incomodem com besteiras!

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– Seu Niko

– Oi Ivan? - Niko disse sem desviar o olhar dos papéis com o orçamento da semana que Félix tinha lhe entregado nessa manhã.

– Acabou de chegar para o senhor - Ivan disse lhe entregando um lindo buquê de tulipas brancas.

– Obrigado - Niko disse sorrindo

As tulipas eram lindas. Havia um cartão entres as flores, Niko o pegou e leu.

Para o meu carneirinho, que cuida com tanto amor da nossa família. Nunca esqueça que eu te amo, e se eu pudesse ter amar mais eu te amaria.

P.S: Deixe as flores em um lugar onde você sempre possa vê-las, assim você vai sempre pensar em mim!

Niko piscou tentando impedir as lágrimas de escorrerem por seu rosto. Como se precisasse das flores para pensar nele todo o momento.

– Ivan - disse com a voz embargada - Por favor, abra o restaurante - Abraçou o buquê sentindo o aroma das flores. Pensou em deixar o buquê sobre sua bancada de trabalho, mas elas eram tão lindas, talvez escolhesse outro lugar bem visível, pois queria dividir sua beleza com todos.

Era no melhor lugar para colocar suas flores que Niko estava pensando quando ouviu sua voz.

– Niko!

– E-Eron! - Niko gaguejou. Ele não parecia muito diferente da ultima vez que o tinha visto, há quase dez anos atrás.

– Olha você! Continua igual. Lindo - Eron disse se aproximando do loiro - Estive me preparando há dias para ver você. E agora que você esta na minha frente... Esqueci tudo que tinha ensaiado. Niko– Eron diminuiu a distância entre eles, o abraçando, as flores sendo amassada entre eles.

Os garçons olharam a cena com curiosidade. Niko se desvencilhou dos braços do Eron mantendo uma distancia segura, caso ele tentasse abraça-lo novamente.

Eron deu um passo em direção a ele, mas Niko ergueu seu braço, indicando que ele mantivesse distancia.

– Você ainda me odeia? - Eron perguntou sua voz embargada.

Odiar ele? Niko não o odiava, não fazia parte da sua essência esse tipo de sentimento. Além disso, era tão feliz que não havia espaço na sua vida para esse tipo de sentimento.

– Eu não te odeio Eron - ele disse, os primeiros clientes começavam a chegar ao restaurante - Vamos sentar - indicou uma mesa discreta em um canto, os dois ali em pé começavam a chamar a atenção - Você quer comer alguma coisa?

– Eu procurei você - Eron disse ignorando a pergunta.

Niko sabia disso. Havia pedido a todos que sabiam sua localização para que não contassem a ninguém onde estava sem sua autorização.

– Eu queria te pedi perdão.

– Eron eu não guardo nenhuma mágoa de você. O passado ficou no passado.

– Você sempre foi uma pessoa incrível... Como eu pude fazer o que eu fiz com você?! Niko não teve um dia, durante esses anos que eu não tenha me arrependido - Ele disse lágrimas se formando em seus olhos.

– Não chora Eron. Tudo que aconteceu, aconteceu por um motivo. Como eu disse não guardo mágoa de você.

Niko acreditava nisso. Que tudo precisava acontecer do jeito aconteceu para que Félix entrasse na sua vida. E se precisasse passa mil vezes por aquele sofrimento, para chegar onde estava hoje. Escolheria passar por tudo novamente sem hesitar.

– Você ainda lembrar-se de nós?

– Eron... - Niko não queria magoá-lo - Você faz parte de um pedaço da minha vida que eu guardo com carinho...

– Você tem alguém? - Ele o interrompeu.

– Eu me casei - Niko disse e o rosto dele desabou. Mas achou melhor continuar - Temos quatro filhos. Eu sou imensamente feliz Eron - disse sobre o olhar triste do homem a sua frente.

– Você sempre quis ter uma família. Era o seu maior sonho.

– Sim. Eu conseguir realizar - disse sorrindo

– Você o ama? - Eron perguntou esperançoso. Niko suspirou, precisava acabar com qualquer ilusão que ele tivesse.

– Eu... A primeira vez que eu acordei do lado dele, percebi que o amava. Levantei. Cuidei das crianças. Fui ao restaurante. Voltei para casa. Jantamos juntos... Quando acordei no dia seguinte, percebi que o amava mais do que no dia anterior. Estou esperando o dia que vou acordar amando ele tanto quanto no dia anterior - Niko olhou dentro dos olhos de Eron - Mas acho que isso nunca vai acontecer.

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Malu sorriu ao ver Jonathan se aproximando.

– Uau. Lançando tendência? - Malu perguntou olhando as roupas que o amigo usava.

– Preciso de um favor Malu! - Jonathan disse ignorando a pergunta - Um paciente vomitou.

– E usou você como bacia de vômito! - Jonathan revirou os olhos.

– Engraçadinha. Vou fica de plantão não posso ficar com essa roupa o plantão todo - ele disse indicando a calça de enfermeiro que usava e a camisa que reconheceu como sendo de Rodrigo, que era bem mais largo que Jonathan - Você pode passar na minha casa e pegar uma muda de roupa para mim?

– Com uma condição - Jonathan franziu a testa - Jantar amanhã as oito! - Ela disse e quis rir da cara de surpresa do amigo.

– Hã... Malu...

– Então aceitar ou não?

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– Diga que me ama! - Malu disse entrando no vestiário

Paulinha estava sentada em um banco amarrando seu tênis, levantou sua cabeça para olhar a amiga que tinha um sorriso sapeca no rosto.

– Eu te amo. Agora me explica por que eu te amo?

– Por que eu conseguir um encontro com o seu príncipe encantado!

– O que... Como assim? - Paulinha perguntou sorrindo.

– Bem. Uma troca de favores, um jantar por algumas peças de roupas.

Paulinha ergueu a sobrancelha. Mas achou melhor ignorar.

– Ok. Eu te amo! - disse pulando em Malu em um abraço apertado.

– Eu e o meu coração de cupido. Agora me larga que tenho que busca as roupas do Jonathan.

Paulinha se afastou séria.

– Você vai a casa dele?

– Paulinha fazendo uma pergunta tão óbvia, como assim? Não me olhe desse jeito. Sim vou pegar as roupas na casa dele.

– Malu preciso de um favor!

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– Será mesmo que o seu Félix não vai se incomodar, Adriana?

– Eu não entendo esse seu medo todo do seu Félix.

– Acho melhor fica. As crianças vão chegar da escola daqui a pouco. Eu posso visitar minha prima amanhã... A campainha.

– Deixa que eu atendo. Andar menina... É bom que você não esteja mais aqui quando eu voltar...

– Oi. Eu sou a amiga do Jonathan

–Oi, ele ligou avisando que você viria. Entra... Você quer beber alguma coisa?

– Não, obrigada.

– Eu vou busca o que ele pediu, mas eu não demoro, pode fica a vontade viu.

– Obrigada.

Paulinha sorriu enquanto acompanhava a mulher de sotaque estranho subir as escadas e desaparecer.

Seu olhar passeou pela sala belamente decorada, parando nas fotografias. Fotografias de bebês sorridentes. Abraços. Caretas. Beijos. Lembranças de momentos felizes, de uma família feliz.

Não se conteve e pegou um dos porta retratos. Eles estavam sorrindo, seu tio Félix estava igual a como se lembrava dele. O loiro bonito ao seu lado o olhava como... Como seu pai olhava sua mãe. E como ela queria que Jonathan a olhasse.

Jonathan! Jonathan segurava uma menina linda nos braços, e sorria para ela. Dois garotos ainda compunham a foto, com sorrisos abertos. Seu tio Félix construiu uma linda família.

– Adriana... Estive pensando, sabe aquele restaurante que o carneirinho adora... Quem é você?

A voz a acertou. Paulinha sentiu-se de repente assustada, como se tivesse sido pega fazendo algo muito errado.

– Hey garota você é surda, perguntei quem você é?

Paulinha se virou ainda segurando o porta retrato. Seu tio a olhou, quase podia ver as engrenagens do seu cérebro trabalhando, tentando se lembrar onde tinha visto aquela estranha antes. Então o reconhecimento veio. Paulinha sentiu seu estômago revirar. Ele a olhou como se o seu pior pesadelo tivesse se materializado na sua frente.

– Oi tio Félix.

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Julia se encolheu no sofá. Respirou fundo, apertando suas mãos uma na outra. Aquela mulher lhe dava calafrios.

– Você não vai fazer nada contra as crianças não é? - perguntou tremulamente.

Ela pareceu não escuta-la. Sua atenção ainda nas fotos espalhadas pela mesa. Fotos de Fabricio, Pérola e o garoto chamado Bernardo.

– São crianças lindas, não são? - Ela perguntou, mas não parecia querer uma resposta - Você acha que eu faria algum mal a elas? - ela disse e sorriu um sorriso quase angelical.

As palavras queimaram sua garganta, mas Julia se obrigou a dizê-las.

– Claro que não Dona Aline.


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Notas finais do capítulo

Well. Well. Nós encontramos em breve espero ;)