Love Story - Fremione escrita por Sonhadora


Capítulo 3
Amigos?


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora!
Aqui está o capítulo. Boa leitura!

Beijos (=';'=)
#Sonhadora



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POV. HERMIONE

Eu senti as lágrimas chegando novamente. Por mais que eu tentasse, não conseguia pará-las. Estava tão entretida em minha dor que demorei a perceber o rapaz sentado ao meu lado. Olhei de relance, assustada por ver uma cabeleira ruiva. Era apenas Fred. O irmão mais velho do cara que me humilhou.

─ Como me encontrou? Eu não quero voltar para a Toca agora. – “e nem nunca mais” completei em pensamento.

Ele riu, sem graça, mas não tentou se desculpar pelo que o Rony havia dito. Apenas me lembrou que deixei algumas pessoas preocupadas com meu sumiço. Meus amigos, meus pais, ele...

Fred é uma incógnita para mim. Eu nunca sei o que esperar dele. Uma hora me elogia, outra hora me azara. Às vezes era extremamente atencioso comigo, em outras me ignorava completamente. Mas, ainda assim, eu não conseguia NÃO gostar dele.

Quando me convidou para ir a casa dele, não pude deixar de me retrair. Não queria ir para a Toca de jeito nenhum. Não tinha coragem de olhar na cara dos Weasley, ou do Harry e muito menos, encontrar com o Rony novamente. Ainda estava muito magoada, extremamente envergonhada. Não! Não iria de jeito nenhum.

Porém, Fred me garantiu que não me levaria para lá. Eu tentei fugir, ele me segurou. Seu olhar estava tão sério que me causou arrepios pelo corpo. Eu sabia que não deveria confiar nele, mas ele foi tão enfático, que acabei concordando. Voltei ao bar, bebi minha coca-cola em um só gole. Quando me virei para ir embora, Fred se curvou em uma reverência divertida. Controlei meu riso, mas me desequilibrei. Antes que eu tombasse de cara no chão, senti os braços fortes de Fred me segurando pela cintura. Devo estar realmente muito fragilizada. Meu lado sabe-tudo me informando que a alimentação precária que eu andava tendo nos últimos dias estava começando a afetar meu organismo.

─ Vejo que precisa de ajuda. – ele sorriu maliciosamente e eu estremeci. ─ Se quiser, levo você no colo até um local seguro.

Mas que ousadia! Olhei desafiadora para ele.

─ Vá se ferrar, Fred!

Tentei me desvencilhar do seu abraço, mas ele não permitiu. Quando olhei nos seus olhos, me surpreendi com o que vi ali. Senti meu rosto corar.

─ Hmm! Brabinha você, hein! Só estou cuidando da sua integridade física e emocional. Não quero que se machuque.

A última frase foi dita com tanta intensidade, ele me olhava com tal seriedade, que por um instante achei ter visto algo mais por detrás daquele olhar. Nos dois segundos que se passaram, foi como se uma descarga elétrica percorresse meu corpo, vinda dele. Fiquei muito confusa. Mas, o momento passou, ele me soltou e eu fechei a cara. Fred tinha essa habilidade. Sempre me deixava desconcertada.

─ O que você quer comigo, Fred? Para onde vai me levar? O que você está aprontando?

Soltei muito rápido as perguntas, pois aquele contato me deixou desconfortável. Fred assumiu uma postura mais leve, mais reconhecível e passou a tentar me convencer a ir para o “esconderijo secreto dele”. Como eu resisti a ideia (estava pensado em uma maneira de distraí-lo para poder aparatar pra longe), ele resolveu apelar. Fez uma carinha de gatinho do Shrek para mim, tão perfeita, mas tão perfeita, que eu acabei me perdendo na linha de pensamento e quando dei por mim, estava rindo às gargalhadas. E olha que eu tentei, com todas as minhas forças, me fazer de séria. Mas perto de Fred é simplesmente impossível.

─ Poxa! Você não confia mesmo em mim, né! – ele me falou com um biquinho adorável no rosto. Me senti culpada. Só um pouco.

─ Ai, Fred! Nem o Harry consegue fazer um biquinho tão perfeito assim. –eu disse rindo – Só você mesmo para me fazer rir numa situação dessas.

Quando me dei conta, estava em um beco ao lado do bar com Fred me oferecendo a sua mão, me convidando a ir com ele.

─ Pronta? – ele me perguntou com um sorriso matreiro no rosto.

Suspirei, me preparando internamente para o que viria a seguir.

─ Seja o que Merlin quiser!

Senti aquela sensação engraçada de que estava sendo puxada para dentro do meu umbigo. Segundos depois, me vi em frente a um chalé muito charmoso. Paredes brancas, janelas simples de madeira de lei, um pequeno, mas belo, jardim na frente. Parecia uma daquelas casinhas de bonecas. Meu queixo caiu.

─ Esse é o seu esconderijo? – perguntei pasma.

Fred abriu um sorriso lindo e fez, novamente, uma reverência para mim.

─ Bem-vinda ao lar! Pode entrar. A casa é sua. Pelo tempo que quiser.

Não pude deixar de sorrir para ele. Parecia um moleque mostrando o brinquedo novo. Por alguns momentos, esqueci completamente de Rony, dos insultos, da vergonha e humilhação. Lágrimas subiram aos meus olhos, porém não havia tristeza nelas. Apenas uma sensação gostosa, de ser querida, de ser cuidada.

Fred não fazia ideia, mas aquele simples ato de me estender a mão, me levar até seu lugar secreto, garantir que eu não me sentisse pressionada de maneira alguma, havia mexido demais comigo. É como se eu estivesse a dias no deserto e me oferecessem um copo de água. Ele não entendeu dessa forma e, ao ver as lágrimas se derramarem por meu rosto, seu semblante passou de risonho para preocupado e, em questão de segundos, me vi novamente envolvida por seus braços fortes, da mesma maneira como ele havia me consolado no bar.

─ Não chore Hermione! Vai ficar tudo bem, eu prometo. Vou cuidar de você. Não vou permitir que ninguém chegue perto de você, a menos que esteja preparada para isso. Venha. Vamos conhecer a casa.

Ele me soltou devagar. As mãos, que antes acariciavam minhas costas e meu cabelo, agora deslizavam por meus braços deixando uma sensação engraçada por onde passavam. Olhando nos meus olhos, ele beijou a minha testa, segurou minhas mãos e me conduziu para dentro do chalé. Me senti bem com o cuidado dele.

A decoração era diferente de tudo o que eu pudesse imaginar que seria. Diferente da Toca, o espaço onde estávamos era uma sala de estar ampla e bem estruturada. As paredes eram claras, menos uma no fundo, que tinha uma cor vermelha berrante, fazendo uma contrate harmônico com os móveis de cores claras. Na parede lateral esquerda, havia uma porta de vidro que dava para uma varanda e mais um pedaço do jardim. O efeito produzido era como olhar para um quadro naturalista, sendo que as “pinturas” eram tridimensionais (feitas de flores reais, de vários tipos e tonalidades, como num borrão colorido). O sofá e as cortinas combinavam, eram de uma cor creme, sendo que eles haviam posto tecidos coloridos sobre o sofá criando um efeito alegre e convidativo.

Ainda segurando minha mão, Fred foi me apresentando os outros cômodos do chalé.

─ Bom Herm’s, aqui, como pode ver, é a sala de estar onde pretendíamos receber as visitas, ali – disse apontando para a área esquerda da casa – é a cozinha. Nós fizemos no estilo americano porque achamos mais prático. Daquele lado – apontou para uma porta no lado direito – fica a nossa biblioteca/escritório e ao fundo a oficina.

Ele me levou em direção a uma escada, próxima a cozinha, que eu ainda não havia notado. Só nessa hora percebi que o chalé tinha dois andares. Quem olhava de fora, não tinha essa impressão. Ele continuou explicando enquanto subíamos.

─ Aqui em cima, ficam os quartos e o banheiro. O meu quarto e o do Jorge, são as portas da esquerda. Os quartos de hóspede ficam a direita. Aquela porta do fundo é o banheiro. Olha, por que não faz assim: Você vai lá, toma um banho, relaxa um pouco, enquanto eu organizo o quarto próximo ao banheiro para você ficar e vou fazer um lanche pra gente? Você pode ficar a vontade, a casa é sua. Tem toalhas limpas no armário do banheiro e artigos de toalete na cômoda perto da pia. Pode usar. Depois você me encontra lá em baixo.

Ele falava enquanto me mostrava onde eu podia encontrar as coisas de que precisaria e apontando para a porta mais próxima ao banheiro, que seria o meu quarto. Eu olhava atordoada para tudo ao meu redor, não sabia o que pensar, o que dizer. Por um lado, estava adorando toda essa atenção, esse mimo, tão diferente do tratamento que em geral ele me dava na época da escola. Por outro, eu não queria ser um peso para Fred ou quem quer que fosse.

Mas, também, já estava cansada de ficar fugindo, aparatando em um lugar diferente a cada noite, lançando feitiços protetores para me esconder. Eu havia voltado a uma vida de nômade e nem estava atrás de horcruxes como da última vez. Quer saber? Vou aproveitar a hospitalidade de Fred. Já chega de chorar. Acenei com cabeça e me encaminhei para o banheiro. Fred ainda estava segurando a minha mão e eu havia esquecido. Ele me puxou, me abraçou novamente e beijou minha cabeça. Senti quando ele aspirou meu cabelo, o movimento me causando arrepios na espinha. Ele segurou meu rosto carinhosamente, como se estivesse tocando uma porcelana delicada, me fazendo olhar para ele.

─ Eu vou estar aqui se você precisar. – ele falou sério – Meu ombro é seu, se quiser chorar. Você não está sozinha. Tem amigos que te amam e querem ver você feliz. Eu vou cuidar de você. Prometo.

Ele acariciou meu rosto e, por um instante, achei que iria me beijar novamente. Eu estava me sentindo como uma criancinha que se machucou e agora era mimada com beijos e carinhos. Se ele continuasse assim, eu até poderia me acostumar. Nunca pensei que Fred pudesse ser tão doce. Mas, ele apenas secou as lágrimas que ainda teimavam em cair e me soltou.

Ele se dirigiu até a porta do quarto de hóspedes onde eu ficaria e eu entrei no banheiro. Peguei uma toalha felpuda no armário, despi-me devagar. O espelho me mostrou os sinais de cansaço no meu semblante. Olheiras profundas marcavam a pele ao redor dos meus olhos, que ainda estavam inchados de tanto chorar. Enchi a banheira, coloquei sais aromatizantes na água quente e mergulhei. Fiquei um bom tempo de molho, pensando no que me havia acontecido. Mas, pela primeira vez, não tive vontade de chorar.

Isso me surpreendeu. O que havia mudado? Escutei um barulho de porta se fechando e não pude conter um sorriso. Eu já sabia. Eu estava entre amigos. Estava segura e protegida. Deixei que a sensação me envolvesse da mesma forma que a água fazia ao meu redor. Esfreguei meu corpo inteiro, deixando que a água lavasse as feridas inflamadas e doloridas do meu ser. Quando terminei, esvaziei a banheira e liguei o chuveiro. A água que descia pelo meu corpo me dava a sensação de que estava levando embora muito mais do que o sabão e a sujeira acumuladas nos últimos dias. Estava levando também, parte das minhas dores, parte dos meus conflitos.

Quando saí do banho, estava me sentindo bem melhor. Fui em direção ao quarto que Fred separou para mim. Ao entrar, não pude deixar de me encantar. O quarto era simplesmente lindo. A cor era de um verde clarinho bem suave e a iluminação natural, vinda de uma porta envidraçada que dava para uma pequena varanda. Percebi que Fred havia posto algumas tulipas brancas na cômoda ao lado da cama de dossel. Sorri com o cuidado. Mas, como ele sabia quais eram as minhas flores prediletas? Ou será que foi coincidência? Sim, é isso. Foi só uma coincidência.

Procurei uma muda de roupa na bolsinha que carregava comigo. Como estava me sentindo mais leve, resolvi me vestir de acordo. Peguei um vestido florido soltinho, uma calcinha de algodão branca e um sutiã combinando. Sequei meus cabelos com magia, prendendo-os em um rabo de cavalo simples e arrumando os cachos para que emoldurassem o meu rosto. Olhei no espelho e aprovei o que vi. Ainda parecia cansada, mas estava bem melhor. Um aroma agradável chegou as minhas narinas. Meu estômago deu sinal de vida. Percebi que estava com fome. Calcei uma sandália baixa, com detalhes de flores que combinavam com o vestido e segui o cheiro da comida.

Ao chegar na cozinha, comecei a analisar o ambiente ao meu redor. A cozinha era ampla e muito bem equipada. Também pintada com cores claras, acompanhando a decoração do resto da casa. Quem diria que os gêmeos Wesley teriam tanto bom gosto para decoração. Fred estava de costas para mim, mexendo em alguma coisa no fogão. Eu não consegui ver o que era, mas pelo cheiro, parecia muito bom. Me aproximei devagar, sem fazer barulho e tentei espiar por cima do ombro dele. Ele se virou para mim, assustado. Quando me viu, seu queixo caiu e ele sem querer encostou o braço na panela quente.

─ Ai! – ele reclamou, se assustando com a queimadura.

─ Meu Merlin, Fred. Você se machucou?

Imediatamente, puxei o braço dele e peguei minha varinha. Murmurei um feitiço contra queimadura, enquanto sentia seu olhar cravado em mim. Quando levantei os olhos para encará-lo, notei que estava tenso. Fred tinha a mandíbula travada e me olhava muito sério, como se estivesse fazendo um esforço tremendo para se controlar. Não entendi aquela reação. Deve ser por causa da queimadura, pensei.

─ Você está bem? – perguntei preocupada.

Estávamos muito próximos, mas Fred diminuiu ainda mais a distância que nos separava. Olhei-o sem entender. Ele me olhava intensamente e havia fogo nos seus olhos. Surpreendi-me ao perceber que eram verde-azulados. Eram lindos. Senti como se estivesse hipnotizada. Ele desviou o olhar dos meus olhos e dirigiu a minha... boca? Por que Fred Weasley estava olhando a minha boca? Senti um comichão nos lábios. Um arrepio subiu pela minha coluna e eu ofeguei ligeiramente, entreabrindo os lábios surpresa.

Minhas pernas atenderam a um chamado invisível. Estavam trêmulas. Sem perceber, me aproximei ainda mais, chegando a sentir o cheiro do seu hálito em meu rosto. O perfume de Fred invadiu minhas narinas, maçã e canela. Senti-me tonta, a fraqueza dos dias de fuga finalmente me alcançando. Minhas pernas bambearam. Fred se afastou rapidamente, passando a mão pelos cabelos cor de fogo. Percebendo meu momento de fraqueza, uma ruga de preocupação formou-se em sua testa.

─ O jantar está quase pronto! – disse.

Ainda havia tensão em sua voz. Ou, talvez fosse eu. Eu me sentia tensa e fraca. Como se tivesse perdido a minha energia quando ele se afastou. Trêmula, me afastei até o balcão da cozinha, sentando em uma das cadeiras. Quando olhei para Fred, vi que estava sorrindo, me olhando com expectativa. Percebi que a minha pulsação ainda estava acelerada. Respirei fundo, tentando acalmar meus batimentos cardíacos. Fred serviu um prato para mim. Strogonoff de frango com arroz branco. Uma folhinha de manjericão enfeitava o prato. Agradeci e comecei a comer, surpresa por ele cozinhar tão bem. No silêncio instalado, eu pensava sobre a reação dele quando me aproximei pra curar o seu braço, estava confusa: O que foi tudo isso, meu Merlin?


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