Love Story - Fremione escrita por Sonhadora


Capítulo 2
Lembranças...




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POV. FRED

Finalmente a encontrei. Depois de três dias de intensa procura, me arriscando nas ruas da Londres trouxa, sem poder usar magia sem causar algum distúrbio da ordem, eu finalmente a encontrei. Hermione!

Eu a amo. Simples assim. E não digo isso apenas porque a tenho procurado sem parar nos últimos dias. Eu a amo desde sempre. Mas ela nada sabe sobre isso. Sou apenas o amigo brincalhão. O irmão mais velho (e mais legal!) do imbecil por quem ela se apaixonou. Meu inconsequente irmão mais novo, Ronald Wesley.

É isso mesmo. EU SOU APAIXONADO POR HERMIONE GRANGER, A AMIGA SABE-TUDO DE HARRY POTTER, o menino que sobreviveu para derrotar o fuinha cara-de cobra do Voldemort! Condene-me!

Nunca falei nada para ela, claro! Basicamente, ela nem dá confiança pra mim. Eu ainda me lembro de quando a vi pela primeira vez, o olhar deslumbrado para o Salão Principal, o cabelo volumoso construindo uma aura em volta do rosto delicado. Ela olhava, encantada, o teto do Salão que refletia o céu da noite. Quando passou ao meu lado, ouvi sua voz enquanto ela comentava com uma menina ao lado: “Foi encantado para parecer o céu à noite. Eu li em Hogwarts, uma história”.

Lembro-me de torcer, silenciosamente, para que ela viesse para Grifinória. Mas não comentei nada com ninguém. Nem mesmo com meu irmão gêmeo e melhor amigo, Jorge. Até por que, se eu dissesse alguma coisa, provavelmente ele iria pegar no meu pé durante o resto do ano inteiro. Algumas vezes a paz de espírito custa caro. Eu tinha treze anos na época, ela onze. Festejei mais do que todos quando o Chapéu Seletor a escolheu para a minha casa. E quando ela sentou próxima de mim, sorri mais ainda.

Hoje, estou festejando porque consegui encontrá-la antes dos outros. Por algum tempo, pelo menos, eu a teria só para mim. Hermione tomou o líquido preto, que eu ainda não havia conseguido identificar, de uma só vez. Depois virou de frente para mim. Eu me curvei, brincalhão, e ofereci meu braço a ela para que me acompanhasse. Ela sorriu e tentou se levantar. Mas, cambaleou e caiu para frente. Rapidamente, eu a alcancei e a segurei pela cintura, apoiando seu corpo no meu.

─ Vejo que precisa de ajuda. – sorri maliciosamente – Se quiser, levo você no colo até um local seguro.

Ela me olhou, os olhos brilhando perigosamente.

─ Vá se ferrar, Fred!

Ela tentou se desvencilhar do meu abraço, mas eu não permiti.

─ Hmm! Brabinha você, hein! Só estou cuidando da sua integridade física e emocional. Não quero que se machuque.

Falei isso olhando no fundo dos seus olhos. Queria que ela soubesse, só pelo olhar, o quanto eu a queria. Não pude evitar. O corpo dela junto ao meu fazia com que eu sentisse frio e calor ao mesmo tempo. Era como se cargas de eletricidade varressem o meu corpo a partir do ponto em que sua pele tocava a minha. E ELA SÓ ESTAVA TOCANDO O MEU BRAÇO COM AQUELES DEDINHOS DELICADOS! MEU MERLIN!

Ela se sentiu incomodada, tentou se desvencilhar novamente e desta vez eu permiti. Ela me olhou desconfiada.

─ O que você quer comigo, Fred? Para onde vai me levar? O que você está aprontando?

Éramos crianças, mas cedo descobri que éramos também opostos. Eu era brincalhão, ela era séria. Eu quebrava regras e ria quando pegava detenção, ela as defendia com unhas e dentes e só faltava morrer se fazia alguma coisa errada. Eu vivia pregando peças nos outros, ela me desmascarava sempre que podia e me dava o maior sermão. Eu passava a ideia (errada, diga-se de passagem) de que não me interessava pelos estudos, ela era aplicadíssima, com uma inteligência acima do natural.

Quer dizer, eu realmente não me interessava tanto assim pelos estudos. Mas, era aplicado e gostava de aprender novas formas de pregar peças nos outros. Ela, no entanto, era incrível, excepcional! Alguns dos truques que inventei com meu irmão, eu apliquei na própria Hermione, tentando chamar-lhe atenção. Mas, o feitiço, ironicamente, sempre virava contra o feiticeiro e ela sempre dava um jeito de me fazer pagar pela brincadeira.

─ Nada, juro. E eu estava pensando em levá-la para a minha casa... – comecei.

─ Eu já disse que não vou para a Toca, Fred. – ela cruzou os braços, extremamente contrariada.

Eu revirei os olhos.

─ Não a Toca, sua boba! – eu a segurei pelos ombros e sorri enquanto a conduzia para fora do bar. ─ Vou levar você para o meu esconderijo secreto que eu chamo de casa. Nem o Ronald sabe onde é, então, é simplesmente perfeito!

Hermione era incrivelmente inteligente. A bruxa mais inteligente que eu já tive a chance de conhecer. Mas, como não estudávamos na mesma turma, nem tínhamos os mesmos horários, ela se afastou de mim. Virou amiga do tonto, imbecil, cabeça de vento do meu irmão Rony e do outro amigo dele, Harry Potter. Hoje, eles são conhecidos como o Trio de Ouro, devido a participação mais que ativa que tiveram na queda de Você-Sabe-Quem, vulgo Voldermort, o pior bruxo de que já se teve notícia.

Ela me olhou, extremamente desconfiada. A expressão me dizia que ela não confiava em mim. Suspirei e deixei meus braços penderem ao lado do corpo, em sinal de derrota. Ela me deixava frustrado, às vezes.

─ Olha, confia em mim. Eu juro que não vou te levar para a casa da mamãe. Eu realmente tenho um refúgio onde fico quando tem muito trabalho na loja e eu quero sossego para criar. Os únicos que vão lá, além de mim é claro, são o Jorge e o Lino. É lá que, geralmente, testamos os novos produtos.

Ela me olhou, ainda desconfiada, mas cedeu.

─ Ok. Eu vou. Mas, olha lá, hein! Se for mais uma de suas pegadinhas...

─ Não é, Hermione! – falei, passando a mão pelos cabelos, exasperado.

Então, pra quebrar o gelo, eu olhei pra ela fazendo a minha melhor cara de gatinho do Shrek (sim! Eu vi o filme!) e fiz um biquinho sexy.

─ Poxa! Você não confia mesmo em mim, né!

Ela olhou pra mim, tentou ficar séria, fazer cara de brava, mas não adiantou. Ela soltou uma gostosa gargalhada e me deu uma tapa no ombro. Eu não ia admitir, mas doeu um pouco. Mãozinha pesada! Quem vê nem desconfia. Sorrindo, ela saiu do bar comigo e nos encaminhamos para um beco próximo dali.

─ Ai, Fred! Nem o Harry consegue fazer um biquinho tão perfeito assim. Só você mesmo para me fazer rir numa situação dessas.

─ Essa é a razão da minha existência. Fazê-la sorrir! – fiz uma pequena reverência para ela e abri um sorriso radiante.

Consegui fazê-la rir. E valeu a pena, mesmo tendo sido comparado com o testa rachada. Durante um tempo, eu achei que ela era apaixonada pelo Harry. Acho que teria sido melhor se fosse. Mas ela preferiu meu irmão Rony e agora estava colhendo os frutos dessa escolha malfadada. Acho que não me lembro, em todo esse tempo que nos conhecemos, uma única vez em que ele não a tenha feito sofrer. Mesmo quando eles namoravam e pareciam bem. Quando ele fingia que gostava dela.

Para você ter uma ideia, a amizade deles começou porque o idiota do Rony falou alguma coisa que a magoou e ela acabou quase morta por um trasgo. É verdade que depois ele foi atrás dela e a salvou, mas eu tenho quase certeza absoluta de que foi por causa do Harry que eles foram atrás dela. Se fosse pelo Rony, ela teria morrido. Ao chegarmos ao beco, olhei para ela e ofereci minha mão.

─ Pronta? – perguntei.

Ela soltou um suspiro leve e segurou a minha mão.

─ Seja o que Merlin quiser!

E desaparatamos.

************************************************************************************

POV. HERMIONE

Três dias. Eu estava a três dias vagando, perdida e só. Meu coração estava em frangalhos. Eu não queria mais viver. Não suportaria a vergonha de estar na frente dos meus amigos de novo. Estava me sentindo tão só. Eu passei os últimos dias relembrando as minhas habilidades de disfarce e acampamento, adquiridas no ano anterior enquanto caçava horcruxes com Harry e Rony. Quem diria que a bolsa com feitiço de expansão indetectável ainda iria me ser útil depois da morte de Voldemort?

Rony. Pensar nele doía. Era demais para suportar. Por um breve período de tempo, eu achei que finalmente tinha conquistado o coração daquele tolo, miserável. Mas, descobri que tola fui eu em acreditar que com a guerra, Rony finalmente perceberia que gostava de mim. Como fui burra!

Entrei em um bar qualquer, de aparência duvidosa. Aproximei-me do balcão e pedi uma coca-cola. O barman me serviu a coca em um copo para whisky. Achei graça. Vou afundar minhas mágoas em um copo de coca-cola. Legal! Daria um bom slogan para um comercial. Problemas no paraíso, beba coca-cola!

Fiquei brincando com o copo a minha frente. Minha mente vagando ao lembrar da última vez em que falei com (lê-se, fui humilhada por) Ronald Wesley.

#FLASHBACK ON#

Era uma noite calma. O céu estava escuro e sem estralas. Rony Wesley e Hermione Granger haviam acabado de aparatar nos arredores da Toca. A boca de Rony estava transfigurada em uma linha fina. Ele andava com passos apertados. Hermione vinha atrás, com dificuldade, tentando acompanha-lo sem êxito.

─ Rony, me espera! Vamos conversar. Por favor, não fica assim.

Rony parou e virou-se para ela. O rosto impassível. Hermione se aproximou cautelosa. Não entendia aquela atitude e estava começando a perder a paciência. Poxa! Como Rony poderia ser tão insensível assim?

─ Escuta aqui Hermione. – ele começou. – Você não vai contar a ninguém o que aconteceu viu? Nem para a Gina. Eu não quero ser humilhado diante da minha família. Ainda mais sendo um problema seu.

Hermione olhava pasma. E indignada. Como assim problema dela?

─ Problema meu? Problema meu? Só porque eu não quis testar seus dotes de garanhão o problema é meu? O que é isso Ronald? Não estou te reconhecendo.

Algumas lágrimas teimavam em querer sair dos olhos da garota, mas ela se controlou. Não iria chorar na frente dele. Ele teria que lhe pedir desculpas. Estava sendo ridículo.

Há algumas semanas, Rony vinha tentando, sem muito sucesso, convencer Hermione a se entregar a ele. Mas, por mais que o amasse, ela não se sentia preparada para dar um passo tão sério. Era muito inexperiente e se sentia insegura. E Rony, ao que parecia, não entendia que ela precisava de um tempo para se preparar.

Eles haviam passado por muita coisa. Muitos altos e baixos no relacionamento, mas depois da guerra tinham começado a se acertar. Hermione sabia que Rony já havia transado antes, na época em que namorava com Lilá. Mas ela não era Lilá. Era Hermione, uma garota com princípios morais muito rígidos, uma nerd, sabe-tudo e amante de livros. A abordagem que Rony vinha usando, tentando forçá-la, não permitia que ela se sentisse segura o suficiente para tentar algo mais... picante.

Rony olhou para ela com o que parecia ser desprezo no olhar.

─ Problema seu sim, Hermione. Você devia procurar tratamento. Deve haver algum lugar onde você possa ir para tratar disso. Eu não quero ter que aguentar uma namorada frígida no meu pé.

─ RONY!

Eles olharam em direção a Toca. Não haviam percebido que estavam tão perto. Na porta estavam Molly, Arthur, Harry, Gina e os gêmeos Wesley. Todos olhavam horrorizados para Rony. Hermione, que antes segurava as lágrimas, agora as vertia sem se dar conta. Ferida e humilhada, ela deu as costas para todos, alheia as vozes que chamavam seu nome. Correu por uma parte da estrada e, em seguida, aparatou.

#FLASHBACK OFF#


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer pelos comentários recebidos no capítulo anterior.
Comecei a escrever essa fic mais para mim mesma do que para os outros. Confesso que não esperava uma resposta tão rápida assim.
Obrigada pelos elogios, pelos acompanhamentos e favoritamentos.
Vou cuidar para que não percam a vontade de ler.
Até o próximo capítulo.
Beijos. (=';'=)
#Sonhadora



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