Levy POV’s on

– Atchiiiiiiiiiiiiiim – é assim que eu começo meu dia. Além de dormir mal pra caramba, ou melhor, não dormir, ter febre, estar com o nariz entupido, frio, garganta doendo, eu ainda tenho que ir pra escola, pois não posso me dar ao luxo de perder as inscrições do acampamento, que serão hoje. Outra coisa: faltar logo no segundo dia de aula também não é algo que eu pretenda fazer.

Levantei da cama com calma, pois estava um pouco tonta. Dirigi-me ao meu armário. Escolhi uma calça, uma camisa, uma blusa e um cachecol. Logo em seguida fui para o banheiro. Talvez um bom banho me fizesse sentir melhor.

Despi-me e entrei.

Após uns 10 minutos já estava trocada e penteava meu cabelo. Realmente o banho me fizera bem, me sentia melhor, tirando o completo sono que tomava conta de mim.

Peguei minha mochila da escola e sai em direção à portaria do prédio.

– Srtª Levy, está tudo bem? – perguntou Yuki. Ele realmente mostrou-se preocupado comigo no último mês (desde que cheguei aqui), além de ser um senhor extremamente gentil e educado.

– Ohayoo, Yuki. Está tudo bem sim, é só uma gripe. Nada mais. – ele deu um sorriso triste para mim enquanto eu saia do prédio.

O clima estava estável, e o vento forte. Enquanto caminhava pelas ruas, sentia calafrios percorrerem meu corpo. Definitivamente, aquele dia estava horrível.

Poucos minutos depois, vi-me olhar diante da enorme construção que estava à minha frente, onde no alto se encontrava o escrito “Fairy Tail High School”. Suspirei e entrei.

Eu andava pelos corredores em busca da minha sala. Estava meio aérea, então nem percebi a presença de Lucy em um deles até ela me chamar e tocar meu braço.

– Levy-chan! Como você está? – perguntou.

– Bem, bem... só estou gripada.

– Está com uma cara tão ruim. Por que não ficou em casa? – questionou-me.

– Hoje é o dia das inscrições... além de ser o segundo de aula. – respondi.

– Mas, Levy-chan, você está mal, não deveria ter vindo mesmo assim.

O sinal tocou. Sem dizer sequer uma palavra, eu e Lucy seguimos para nossa sala. Entramos e sentamos em nossos respectivos lugares.

Logo, todos já haviam se acomodado na sala e a aula começado.

Gajeel POV’s on

A aula estava um saco e, como sempre, entediante, afinal, qual aula não era assim?! Quero arrumar algo pra fazer que seja mais interessante que tentar entender Mavis explicando equação de 2º grau.

Percorri meu olho pela sala quando encontro uma baixinha de cabelos azulados. Gehe, achei meu alvo. Peguei uma folha de caderno e amassei-a, jogando-a na cabeça dela. Estava esperando ela me olhar com um olhar mortal, ou me dedar para a professora, ou até mesmo que ela tacasse a bolinha de volta em mim. Porém, em vez disso, ela me ignorou, como se não tivesse sido atingida.

Fiz outra bolinha e taquei novamente. Ela pegou a bolinha do chão, me olhou, com uma cara que dizia: “Sério mesmo que vai continuar?!”. Depois, levantou-se, jogou no lixo e sentou-se de novo, como se nada tivesse acontecido. O que há com ela hoje?

Levy POV’s on

O sinal do intervalo tocou. Eu e Lucy pegamos dinheiro e caminhamos até a lanchonete para comprarmos algo para comermos. Depois, sentamos em uma mesa qualquer a espera das meninas, que não demoraram por chegar.

– Ohayoo meninas! – disse Mirajene, seguida de Erza e Juvia.

– Oha... Atchiiiiim! – espirrei, interrompendo minha fala.

– Está resfriada Levy? – pergunta Mira de forma doce.

– Gripada. – disse com um sorriso triste.

– Por causa do acontecimento de ontem? – questiona-me Erza.

– Hai... Não tinha como descobrir o que ia acon...

– Anã, está calma hoje? Gehe – Gajeel chega já me irritando.

– Olha aqui, não vem me irritar hoje não! Já não basta ter ficado doente por sua causa! – eu disse.

– Me enganei, você continua irritada e chata.

– Chata, eu que sou chata? – perguntei furiosa enquanto as meninas se dispersavam dali. – Você vem me perturbar e se respondo eu que sou chata?

– Hum... é. – Que cara de pau!

– Por que você fica me perseguindo?

– Por que você fica me perseguindo?

– Vai me imitar agora?

– Vai me imitar agora?

– Cala boca!

– Cala boca!

Desisti de falar e o encarei. Ele está sendo muito sacana comigo. Tive uma ideia.

– Eu te amo – falei naturalmente.

– Eu te... Ei! Peraí! – disse ele aturdido. Haha! Te peguei’!

Comecei a rir da cara dele. Quem diria que o dia não poderia se tornar divertido mesmo pra uma pessoa gripada?

Gajeel POV’s on

– 1x0 pra você, baixinha. – disse entre dentes. Tenho que admitir, ela me pegou dessa vez. Odeio isso! É a primeira pessoa que faz isso! Pra alguém que está resfriada, ela está bem alegrinha! Até demais pro meu gosto! – Não estava resfriada? – continuei.

– Estou, mas isso não me impede de rir da sua cara! – ela voltou a rir de mim. Que garota insuportável!

– Deixa ela em paz um pouco, Gajeel – escuto uma voz se aproximar. – Você a deixou doente e ainda está perturbando-a? – Rogue.

Rogue é um dos caras que eu mais odeio nessa escola, por motivos que não são importantes. Nossos santos não batem! E, a propósito, por que ele foi ali defender a baixinha mesmo?

– O que quer aqui, Rogue?

– Nada que seja da sua conta. – ele sentou-se na mesa com a anã e perguntou-a – Yuki te deu a carta que deixei na portaria do seu prédio?

– Aah, sim. – ela respondeu, esquecendo-se da minha presença ali – Aliás, estava indo falar com você agora.

– Estou curiosíssimo para saber sua resposta. – ele virou-se para mim – Pode nos dar licença, Gajeel? – ele já tem intimidade com a baixinha pra pedir um minuto a sós? O que eu perdi?

Dei de ombros e segui pelo corredor da escola, frustrado e irado. Eu devia estar se me divertindo com a raiva da baixinha, mas, ao contrário disso, fui expulso de lá por, nada mais nada menos, do que o cara que eu mais odeio da escola. Que ódio!

Levy POV’s on

– Estou curiosíssimo para saber sua resposta. – Rogue falou, e logo depois encarando Gajeel – Pode nos dar licença, Gajeel?

Ele deu de ombros e saiu. Por um momento senti que a ação de Rogue foi meio inconveniente, já que conversamos um dia apenas e ele já estava pedindo um minuto a sós comigo... mas enfim, não intervi.

– E então? – ele me pergunta – Gostaria de sair um dia qualquer pra almoçar ou jantar, seja lá o que você preferir?

– Hum, pode ser. – respondi e sorri minimamente. Nesse momento, ouço sons ecoarem pelo refeitório.

– Atenção, alunos – era o diretor Makarov – Todos aqueles interessados no acampamento, por favor, dirijam-se até minha sala.

– Você vai? – pergunto

– Você vai? Se você for, eu vou.

– Eu vou

– Então, eu também – concluiu. Nós dois nos levantamos e ele me guiou até a sala do diretor enquanto conversávamos sobre coisas banais.

Chegando lá, abro a porta e dou de cara com Gajeel.

– O que está fazendo aqui? – questiono, sussurrando, já que estávamos na sala do diretor.

– O que VOCÊ está fazendo aqui? – ele retuca.

– Não é óbvio? Vim me inscrever!

– Pois eu também! – fiz uma cara de espanto com aquela resposta. – Que foi? Algum problema nisso?

Bufei e não respondi. Os alunos estavam assinando um papel de inscrição e logo em seguida saindo da sala. Em dado momento, Lucy passa por mim e me dá uma piscadela. Ufa! Pelo menos ela vai!

Até assinarmos e sairmos da sala, Rogue, Gajeel e eu permanecemos em silêncio absoluto, como se estivéssemos de certa forma incomodados, principalmente Gajeel em relação a Rogue.