Levy POV’s on

– Então até mais meninas! – me despedi e segui para casa.

Bom, casa não era o melhor jeito de definir onde eu estava morando no momento. Eu tinha comprado um pequeno apartamento a 7 minutos, mais ou menos, da escola, a pé. Não era algo luxuoso nem cheio de coisas caras ou exóticas. Era um lugar...simples. Tinha quatro cômodos, eram eles a sala, a cozinha, o banheiro e o quarto, nada mais nada menos, apenas o suficiente para passar o ano sem problemas.

Assim que cheguei a meu apartamento, deixei minha mochila num canto qualquer do quarto. Fui para o banheiro e enchi a banheira com água quente o suficiente para que o vapor tomasse conta do ambiente em poucos minutos. Despi-me e entrei.

Em poucos minutos eu já havia saído do banho e vestido uma roupa simples. Uma regata branca lisa, um short jeans e um all star. No cabelo estava com a mesma tiara azul que fora pra escola pela manhã. Peguei minhas chaves e minha mochila e saí de novo.

Sabe, muitas pessoas da minha idade me achariam louca. Que adolescente em sã consciência passa à tarde na biblioteca? Tá, tá, eu passo, mas não estou me incluindo nessa pergunta. Em Londres, meus colegas de classe às vezes me caçoavam por isso, mas isso não fazia com que eu não fosse.

Bom, voltando ao foco. Caminhei através da praça em frente ao meu prédio até chegar à biblioteca. Entrei, e logo me acomodei numa poltrona perto da janela. Escolhi um dos livros que trouxe na minha mochila e comecei a ler. Aah! Como isso é bom!

Gajeel POV’s on

Não tinha muito que fazer em casa, então resolvi procurar algo pra fazer em algum lugar.

Estava meio que caminhando sem rumo na praça quando eu vejo alguém muito familiar aos meus olhos. “Baixinha?”, pergunto-me em pensamentos, franzindo o cenho ao olhá-la.

Vi-a caminhando entre as árvores e logo depois entrando na biblioteca. Não que fosse da minha conta, mas o que ela iria fazer às 15:00hrs da tarde em uma biblioteca? Pesquisar alguma coisa da escola não poderia ser levando em conta que hoje foi o primeiro dia de aula. Encontrar com alguém? Não, ninguém marcaria um encontro numa biblioteca. Alugar livros? Por que diabos alguém faria isso. Não tem nenhum jeito de descobrir a não ser segui-la. Gehe.

Caminhei até a entrada e segui-a com o olhar e a vi sentando em uma poltrona perto das janelas de vidro. Ela se sentou e logo em seguida pegou um livro em sua mochila. Então começou a ler. Esperei uns poucos minutos a mais para saber o que faria em seguida, porém nada aconteceu. Resolvi perturbá-la um pouquinho. Gehe.

Fui até a janela e bati nele. Tudo bem, a intenção era chamar só a atenção dela, mas acho que acidentalmente bati forte demais e todos do local se assustaram e me encararam, inclusive a baixinha, só que ao contrário dos outros, ela quase caiu, e eu comecei a rir da cara dela.

“O que está fazendo aqui?”, consegui ouvi-la perguntando do outro lado, mesmo que sua voz estivesse sendo abafada pelo vidro.

Eu não disse nada, apenas fiz um gesto pra que ela saísse da biblioteca. Ela bufou, recolheu as coisas e se dirigiu à saída.

– O que você quer? – ela me perguntou num tom seco ao passar pela porta.

– Nada. – disse, simplesmente.

– Oi?! – ela me parecia não ter entendido.

– Nada. – repeti.

– E você me fez sair de lá para me dizer que não quer “nada”??? – ela, além de furiosa, estava indignada. Gehe. – Você me dá nos nervos!! – concluiu e saiu andando.

Levy POV’s on

Como esse cara me irritava! Nem um dia sequer, NENHUM DIA tinha passado depois das voltas às aulas e já é a quarta vez que ele me atormenta. Em UM DIA! O que seria de mim até o final do ano?

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, meu celular tocou. Na tela dizia: “Lucy-chan. Atender – Rejeitar”. Obviamente eu atendi.

– Lucy-chan? – pergunto.

– Alô, Levy-chan? Está ocupada?

– Tirando o fato de um ser estar me incomodando, não, não estou ocupada – falei, o encarando, e, em seguida, colocando o dedo indicador na minha boca, fazendo um sinal de “Shhh”, pois ele estava prestes a retrucar.

– Quem?

– O Gajeel. – respondi sem emoção.

– Aah... Levy-chan, as meninas perguntaram se poderíamos marcar um pouco mais tarde, porque o Jellal convidou a Erza pra jantar e ela vai demorar um pouco mais.

– Imagina, sem problema nenhum. Então nos encontramos na praia que horas?

– A Erza falou que às 20:00hrs ela já vai ter voltado.

– Então nos encontramos às 20:00hrs?

– Ahãn

– Tudo bem, então. Vou desligar agora.

– Está bem, Levy-chan. Ja ne.

– Ja ne. – desliguei o celular e vi Gajeel me encarando. Havia me esquecido de que ele ainda estava ali.

– Por que está me olhando? To’ azul por acaso?

– Você não, mas seu cabelo sim. – Maldito!

– Algum problema? – tento não deixar transparecer a raiva e me manter calma.

– Fora a sua altura, nada. – provocou-me novamente.

– Minha altura é problema meu e não seu, agora se me dá licença...

– Cuidado quando for atravessar a rua, às vezes o motorista pode não te ver. – ouvi-o gritar em minhas costas enquanto me afastava. Pelo menos, não estava me perseguindo.

– Baka! – retribui.

Cheguei no prédio, abri e bati a porta atrás de mim. Subi até meu apartamento, entrei e me larguei na cama. Um momento de paz não pode ser desperdiçado em hipótese alguma.

Céus, quanto tempo ainda teria de aturá-lo?

Gajeel POV’s on

“Então a baixinha iria na praia com as “amiguinhas” hoje? Hum, interessante. Acredito que meus amigos também achem. Vou ver se eles querem fazer uma surpresinha para a anã e as outras hoje. Gehe.”, pensei e logo levei a mão ao meu bolso à procura do celular. Eu sei que eu não tinha muita “intimidade” para chamar o pessoal da sala de amigos, tirando a Juvia, mas que se lasque, não vou perder a oportunidade de infernizar a baixinha novamente. É bizarro e certamente engraçado vê-la irritada.

– Alô, Natsu? – falei quando alguém sonolento do outro lado da linha atendeu - Que tal irmos à praia hoje à noite eu, você e quem mais tiver?