Gajeel POV’s on

Quando vi as primeiras lágrimas escorrerem pelo seu rostinho perfeito, meu mundo desabou.

Vi-a começar a limpar o rosto com as mãos e sair correndo em qualquer direção. Lucy me olhou sem expressão alguma e, logo após, foi atrás do anão de jardim.

Fiquei ainda alguns segundos (que mais pareceram horas), observando-as. Como eu sou burro! Com certeza ela ficou assim por conta do que eu disse. Espera... Por que ela ficaria assim pelo que eu disse?

Flashback on

– Eu queria que eles ficassem juntos. Mas imagina como a Levy ficaria se contássemos para o Gajeel que ela está apaixonada por ele?

Flashback off

Será então que... que o que a Cana falou... era verdade?

Flashbacks on

“– Arigatou – ela disse e depositou um beijo na minha bochecha direita, libertando-me de meus devaneios anteriores.”

~

“– O que está acontecendo com você? – perguntou séria e corada igual aconteceu mais cedo.”

~

“– Não queria que ele me... magoasse? – aquilo saiu como um sussurro. Os olhos delas começaram a ganhar brilho de certa forma.

– É, ué! Você mesmo irritante, é legal... Não, não é isso que eu quis di... – Ela moveu-se. Rapidamente enlaçou os braços nos meu pescoço e... me beijou?!”

~

“– Por que você me beijou? – interrompi-a.

– Por que eu quis. É o suficiente pra você?”

Flashbacks off

“Então... ela...” pensei, mas em seguida a ficha caiu.

Não conclui meus pensamentos. Soquei a cara do Rogue, fazendo-o cair no chão (afinal, a culpa é dele por isso ter acontecido) e apenas corri atrás dela e da loira que pouco me importava.

Levy POV’s on

– Le-chan! – escutava Lucy gritando atrás de mim. Eu a ignorava. No momento estou mesmo tentando cessar as lágrimas que insistiam em cair. Era de se imaginar que ele me odiava! É claro! Não podia esperar outra coisa! Isso machuca tanto quanto nos livros. Ninguém mandou se apaixonar Levy McGarden!

Cheguei à porta, abri-a e fechei-a violentamente, fazendo o som ecoar pelo quarto. Dessa forma, recostei-me na mesma, baixei a cabeça e permiti finalmente que as lágrimas caíssem.

– Levy-chan – escutei Lucy chamar-me com a voz baixa e carinhosa. – Quer conversar? – fiquei aproximadamente um minuto tentando acalmar-me. Logo após, permiti que a loira entrasse.

Escorreguei as costas na porta até sentar no chão. Lucy me olhava tristonha. Agachou na minha frente e esperou que eu dissesse algo.

– BAIXINHA, ABRE ESSA MERDA AGORA! – ambas nos assustamos. Parece que Gajeel quer arrombar a porta do quarto.

Neguei com a cabeça em suplica para Lucy e a loira transmitiu meu recado.

– Gajeel, ela não quer falar agora. Saia daqui, onegai.

– Lucy – ele estava bem irritado, ou não. Sei lá, não quero pensar nisso agora. – Me deixa entrar.

– Gajeel – ela falava séria – Agora não. – disse firme.

– Lucy. EU QUERO ENTRAR.

– Problema seu – ela me defendia.

Depois disso, não ouvimos mais nada.

Para garantir, a loira olhou de esguelha pela janela.

– Ele saiu. – tranquilizou-me.

Ficamos mais uns minutos em silêncio até eu quebrá-lo.

– Ele é um idiota – sussurrei irritada e ao mesmo tempo triste.

– Eu sei – a loira disse e me abraçou.

(...)

– Eu estava pensando seriamente em falar pra ele como eu me sinto, mas depois de escutar aquilo, eu desisti. Rogue estava tentando me ajudar, porém acho que piorou as coisas sem intenção. – terminei de desabafar. Agora estávamos sentadas em minha cama, e não mais no chão.

– Levy-chan, eu acho que... – pausou - Nada, esquece – ela desistiu de falar.

Eu já tinha me acalmado quando bateram na porta. A primeira coisa que eu pensei foi que pudesse ser o Gajeel novamente, mas me desiludi quando as meninas passaram pela porta.

– O diretor Makarov ordenou que arrumássemos nossas coisas. Vamos embora às 20h00. – anunciou Erza. Todas as meninas estavam visivelmente cientes do ocorrido, por isso não me perguntaram nada.

– Hai – eu e Lucy concordamos em uníssono. Nós levantamos e começamos a guardar nossas coisas como as outras.

(...)

– Quer que eu me sente com você, Levy? – Lisanna perguntou-me gentilmente.

– Hai – respondi com um sorriso – Claro que sim, Lis. – tentei parecer o mais “feliz” e amigável possível.

Depois de tarde, eu não tinha visto mais nem ouvido o Gajeel, graças a Kami. Acho que não aguentaria.

Subimos no ônibus e nos sentamos nos assentos do meio. Nós duas conversamos sobre assuntos banais para nos distrairmos (principalmente eu).

Assim ficamos por uns 10 minutos até eu adormecer enquanto olhava pela janela.

Gajeel POV’s on

Desde o ocorrido à tarde, eu não paro de pensar em uma forma de me desculpar.

“Baixinha, você entendeu errado”... Hum, não teria como ela ter entendido errado. Que tal “Deixa eu explicar?”... nunca, aí ela responde não e eu me lasco... “Quer saber de uma coisa? Eu nem ligo”, merda, aí eu vou mentir de novo; “Não era verdade. Eu gosto de você.” assim eu vou iludir a menina e fazê-la pensar que eu amo ela... Se bem que... Aaah! Quer saber? Dane-se, eu improviso.

Eu tinha me sentado dois bancos de distancia à frente ao dela e sozinho. Acho que a anã não havia percebido. Ótimo. Assim, posso executar meu “plano”.

Olhei alguns bancos à frente para me certificar de que o diretor não estava vendo. Levantei-me e fui em direção a ela e Lisanna. A albina estava acordada, já a baixinha dormia como um anjo.

– Gajeel? – a de cabelos grisalhos pergunta baixo. – O que você...?

– Shhh – interrompi-a – Troca de lugar logo – soou como uma ordem. Antes de deixar o assento livre, ela olhou pra pequena como se dissesse “me desculpe”, como se estivesse traindo sua confiança. Assim, retirou-se junto com suas coisas e eu tomei seu lugar.

Maravilha, agora eu só preciso acordá-la. Mas ela está tão calma dormindo... Não, Gajeel Redfox! Você precisa se desculpar.

Eu tentei chamá-la umas quatro vezes, mas a voz não saia. Kuso! Ela estava tão bonitinha dormindo...

...Sério, eu acho que estou com algum tipo de síndrome, como eu posso pensar em uma coisa dessas? Bonitinha?

Marcas no rosto dela tiraram-me de meus devaneios. No canto de seu olho esquerdo tinha um leve caminho transparente até o queixo, quase imperceptível.

“Ela chorou” foi a única coisa que pensei, “Muito”. Senti um aperto enorme no coração. “Desculpe-me, pequena”.

Seguiram alguns minutos. O ônibus passou por uma lombada, fazendo todos pularem de seus assentos. Começo a praguejar mentalmente, “Eu odeio lombadas”, quando algo toca em meu braço direito. Meu coração dispara.

Tu Dum ♥ Tu Dum ♥ Tu Dum ♥

A nanica acabara de tombar para o lado. Por um momento pensei que ela havia feito isso por vontade própria, mas ela estava em um sono profundo ainda. E isso, de certa forma, me fez sentir... decepcionado? Não. Essa não é a palavra certa...

Sem pensar, a envolvo, fazendo-a deitar a cabeça no meu ombro enquanto minha mão pousa em sua cintura levemente para não acordá-la. Desde quando eu sou... delicado? Argh!

Antes que pudesse me dar conta de meus atos e meus pensamentos voltarem, adormeço.