Levy POV’s on

Hoje, mesmo tendo sido uma manhã cansativa, até que foi divertida, exceto por aquele empecilho ocorrido com o Gajeel, óbvio. As meninas e eu conversamos bastante. Eu até descobri coisas interessantes sobre o relacionamento delas.

Lucy e Natsu estão mais apegados de quando eram apenas amigos, o que era de se esperar, vindo dos dois. Lucy contou que ele é mais romântico do que parece, que ele fala coisas fofas e bonitas mesmo ele sendo um completo idiota (palavras da própria).

Juvia disse que a festa foi a melhor da vida dela. Gray e ela dançaram praticamente a noite inteira e, quando não o faziam, não desgrudavam por um minuto. E, além disso, ela falou que ficou completamente feliz quando Gray ficou com ciúmes dela, pois um cara de outra escola não parava de encará-los. Pelo jeito, não rolou beijo nem nada, mas acredito que não vá demorar muito para isso.

Erza foi com o Jellal. Ela contou que tiveram uma noite bem agradável. Não ficaram muito dentro do salão, passaram a maior parte do tempo andando pelo acampamento enquanto conversavam. Eu realmente não me lembro de ter visto ela, só lembro quando ela saiu do dormitório. Ela estava deslumbrante no dia. Usava um vestido preto rodado até os joelhos. Tinha um coque alto e algumas mechas lhe caiam pelo rosto.

Erza falou que ele foi bem romântico e carinhoso, além de atencioso, “Como se tivesse apenas atenção para ela”, lembro-me de Cana comentar, “Ah, é verdade. Ele SÓ tem olhos para ela” completara. Terminou como normalmente acontece com eles. Ela beijou a bochecha dele e voltou para o dormitório.

Mira não contou-nos muito, apenas disse que todas as vezes que saia e todo o tempo que passava com o Laxus era maravilhoso.

Cana e Lisanna disseram que ficaram juntas e que aproveitaram bastante. Conheceram algumas pessoas de outras escolas a partir de um amigo da morena, mas não “ficaram” com ninguém, pois alegaram não estar interessadas.

Bom... Que eu me lembre, foi isso que elas contaram enquanto fazíamos os exercícios do instrutor do acampamento.

Logo depois de sairmos da academia, fomos almoçar e, graças a Kami, Gajeel resolveu me poupar e não me irritar. Infelizmente, na minha ingenuidade, achei que isso duraria o dia inteiro.

Como ontem, nosso segundo dia aqui prosseguiria da mesma forma. Pela manhã, atividade e a tarde livre, de forma que possamos conhecer o acampamento e fazermos o que quisermos.

– Levy-chan! – Lucy chamou-me enquanto eu me dirigia para o dormitório – Vamos andar a cavalo?

– Só nós duas? – perguntei, imaginando a possibilidade de o Natsu querer ir junto também.

– Hai! O Natsu vai fazer alguma coisa com o Gajeel... Mas ele não me contou o quê. – ela falou, aparentemente lembrando a conversa que tiveram.

– Hum... Então vamos sim – disse e então sorri. Ela retribuiu. – Então... Onde ficam os cavalos?

(...)

– Agora é só você segurar nas rédeas assim enquanto conduzo vocês. – o monitor que aparentava ter 30 anos auxiliou-nos – Seguirei atrás e farei os cavalos andarem devagar enquanto vocês apreciam a paisagem. – ele sorriu simpático. – A propósito, meu nome é Yashi.

– O meu é Lucy e o dela Levy. Prazer – falou Lucy retribuindo o sorriso.

Gajeel POV’s on

– Lá estão elas – disse Natsu com uma cara divertida. Eu olho para a cara dele e reviro os olhos.

– Nós vamos ou você vai ficar parado aí? – falei, irritado.

Corremos até elas.

– Esperaí! – gritou Natsu – Nós vamos também!

O monitor olhou-nos assim como as meninas. A baixinha, ao me ver, lançou um olhar de incredulidade.

– Na-Natsu? – pronuncia Lucy – O que está fazendo aqui?

O rosado, por sua vez, sobe no mesmo cavalo em que a loira se encontrava.

– Eu ia seguir vocês junto com o Gajeel. Era isso que eu ia fazer. – ela encarou-o como se perguntasse “Pra quê isso?”, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, ele rouba um beijo da loira, fazendo-me revirar os olhos novamente.

– Aqui não, né? – tirei o sarro. A loira se afastou do Natsu e sorriu tímida e corada.

O instrutor, monitor, ou seja lá o que ele for, trouxe mais um cavalo para mim, já que o Natsu iria com a Lucy. Ele tinha um crachá que dizia “Chin Yashi – Monitor da ala 5”.

Subi segurando usando a cela como apoio. Assim, partimos.

(...)

Levy POV’s on

Humpf... Era de se imaginar que o Natsu iria com a gente quando ele se aproximou, mas não esperava que o Gajeel quisesse ir também. Enfim... Aqui é um lugar bonito. É como se fosse uma trilha específica para andarmos. Várias árvores nos rodeiam, podem-se escutar vários pássaros e ver animais diferentes daqueles que vi na outra trilha. Um exemplo disso é a presença de alguns roedores.

Enquanto andávamos, escutei barulhos estranhos vindo de alguma árvore. A égua branca com machas pretas na qual eu estava parou de andar por um momento e começou a recuar.

– O que foi Kiara? – perguntou Yashi com o cenho franzido. Ele “bateu” nela de forma que ela entendesse que era pra continuar. Alguma coisa estava muito errada ali.

Kiara voltou a seguir em frente, porém mais devagar que antes. O monitor tentou acelerá-la. Nada.

– Vamos menina, o que houve? – Yashi questionou mais uma vez.

– O que foi? – Gajeel pergunta. Eu que antes estava na frente, fiquei para trás e Natsu, Lucy e Gajeel, consequentemente, na frente. Seus cavalos haviam parado e eles olhavam a curiosa cena.

– A Kiara não quer andar – respondeu ele. – Será que ela está com medo de algo? Aqui não temos nada que ela possa se assustar. – Yashi estava pensativo.

Olhei à minha volta. No chão, não se via nada, além de folhas secas e galhos quebrados. Nas árvores pude observar alguns ninhos de passarinhos escondidos e galhos... que se moviam? Espera aí... galhos não...

Kiara ficou ainda mais inquieta e empinou, fazendo-me cair e rolar pela pequena colina que subíamos. Ótimo. Por que tudo acontece comigo e não com os outros?

Yashi não sabia se me ajudava ou se impedia de sua égua fugir e se perder. Obviamente, ele ainda não percebera qual o problema do animal.

Felizmente, eu não caíra muito, talvez uns três a quatro metros, apenas.

Vi Gajeel descer do cavalo e seguir em minha direção enquanto Yashi acalmava Kiara.

– Tudo bem aí? – Gajeel perguntou. Eu assenti e claro, corei ao aceitar a mão dele para que eu me levantasse. Subimos a colina novamente.

– Tinha uma cobra no galho da árvore – esclareci antes que Yashi perguntasse o que aconteceu.

– Pelo menos ninguém se machucou. Vou avisar o diretor do acampamento sobre o ocorrido. – ele falou – Não deveriam ter cobras por aqui... – pensou alto.- De qualquer forma, vamos voltar. Eu vou com a Kiara. Algum problema em irem juntos com o Honey? – ele acrescentou apontando para um cavalo marrom em que o Gajeel estava.

Eu neguei com a cabeça e Gajeel deu de ombros. Ele me ajudou a subir no cavalo e logo depois fez o mesmo.

Cada coisa que acontece... Eu apaixonada sofro um “acidente” e Gajeel vem me ajudar, logo depois temos que voltar juntos. Quanto clichê.

(...)

– Aaah! Que tédio! – reclamou Gajeel às minhas costas. – Estamos chegando?

– Mais 15 minutos – respondeu Yashi.

– Olha, Natsu! Que flor linda! – exclamou Lucy. – E cheirosa.

– Você é mais - Ele elogiou e ela riu. Pelo menos alguém estava se divertindo.

– Aff! – ouvi Gajeel bufando – Eles vão ficar assim o dia todo? – perguntou baixinho.

– Provavelmente. – respondo.

– Ninguém merece – dito isso, ele apoiou o queixo dele na minha cabeça.

Tu Dum ♥ Tu Dum ♥

– Ei! O que pensa que está fazendo? Eu não sou apoio não! - falei meio incomodada e irritada.

– Agora é – ele retrucou. Tentei tirá-lo, porém, ele foi mais forte. Claro. – Venci.

– Eu que não mereço – resmunguei baixinho.

– Eu ouvi isso!

– Bom mesmo! – aumentei um pouco o tom de voz.

(...)

Gajeel POV’s on

– Por que me beijou? – voltei a insistir quando vi que estávamos perto de chegar. Sei lá por que, mas eu quero saber o motivo de ela ter feito isso.

Ela ficou quieta por um momento.

– Eu já disse, eu não sei – enfatizou, o quê me fez fazer uma careta.

– Como não sabe?

– Não sabendo! – ela irritou-se e praguejou baixinho, igual ela. Gehe.

– Chegamos – o tal do Yashi disse ao descer do cavalo. “Nãoooo, eu nem percebi” pensei em responder, mas fiquei quieto.

– Arigatou – Lucy e o projeto de gente falaram em uníssono.

Descemos também e começamos a ir em direção aos dormitórios. Novamente, teríamos uma “festa” pela noite e já eram 17h00, ou seja, perdemos o dia inteiro nessa droga. Espero que, no mínimo, hoje a noite seja legal.

Pensando nisso, andei junto ao lado da pequena enquanto voltávamos.