Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 43
Vizinha Britânica


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!! Nossa... Acabei! Aai, que coisa difícil essa! Passei o dia escrevendo " à prestação " mas aqui está! Espero que curtam!

P.S.: estou quase capotando de sono...

#BoaLeitura.



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Coulson ainda estava abalado pelas últimas notícias. Sabia que Skye era especial, mas não havia cogitado aquela teoria em especial. Como ela podia não manifestar nenhuma característica estranha com um histórico daqueles? As perguntas apenas se multiplicavam.

– Phil? – Melinda aproximou-se dele, percebendo como seu olhar estava distante. – Alguma coisa o está incomodando?

– Mais ou menos.

– Quer falar sobre?

– Na verdade, é apenas essa história de ser Diretor da S.H.I.E.L.D. Só estou pensativo.

– Phil – ela o olhou com tédio. – Eu conheço sua cara de pensativo. E essa não é sua cara de pensativo. É sua cara de preocupado.

Ela o olhou com carinho. Coulson sabia que não podia esconder aquilo dela. Se May havia guardado o segredo de Fury por todo aquele tempo, que mal faria compartilhar sua inquietação com relação à Skye?

– Fury me contou uma coisa sobre a Skye.

– E o que foi? – May perguntou, depo1is de alguns segundos de espera.

– Ele disse que Skye não é cem por cento humana.

May arregalou os olhos. Ambos sabiam daquela probabilidade. Mas pensar nisso como uma alternativa válida mudava toda a perspectiva da história.

– E o que isso quer dizer?

– Ele acha que isso pode nos trazer problemas.

– Ele quer que nos livremos dela?! – May perguntou aflita, temendo a resposta que Coulson poderia lhe dar.

– Não, por Deus! Não, Melinda! – Coulson olhou fixamente para ela, observando seu semblante suavizar novamente. – Ele até acha que Skye tem potencial para crescer muito na S.H.I.E.L.D.

– Mas...?

– Mas ele viajou até Hunan para descobrir sobre o passado de Skye. Fury acha que os pais a estão procurando e que eles sim podem ser perigosos.

– Skye não é nenhuma criança perdida, Coulson. – ela tocou o braço dele cuidadosamente. – Ela passou a vida toda procurando eles e mesmo assim não teve nenhum sinal de onde poderiam estar. Eles podem muito bem estar mortos!

– Não de acordo com Fury. – ele deixou as palavras de May ganharem algum espaço no seu cérebro sobrecarregado. – E você sabe que Fury só vai atrás de algo quando sente cheiro de encrenca.

– Nesse caso, só podemos esperar. – May alisava o braço de Coulson de forma doce, como se seu toque pudesse diminuir a tensão em seu corpo. – Skye nunca demonstrou sinais violentos ou estranhos. Nós podemos monitorá-la, acompanha-la mais de perto e se algo começar a mudar nela, nós saberemos como agir.

– E se ela se tornar algo... Perigoso? Você sabe como ela teme machucar as pessoas... E se ela tentar fugir? E se ela...

– Phil – ela levantou o rosto dele, que já estava cabisbaixo pelo cansaço mental. – Não acho que Skye se tornará algo mal. E se existe algo de diferente dentro dela, isso só a tornará mais especial do que ela já é. Nós só precisamos mostrar que estaremos ao lado dela, independente de qualquer coisa. Nós estaremos aqui para guia-la. – May fez uma pausa rápida, como se algo dentro de sua consciência a tivesse empurrando violentamente. – Em último caso, nós tomaremos medidas mais drásticas para não comprometer a segurança dos outros. Mas até quando ela for a nossa Skye, nós ficaremos ao lado dela.

– É por isso que eu te amo. – ele tocou o rosto dela, com um sorriso pacífico nos lábios. – Eu perderia a cabeça sem você.

– E eu perderia o meu emprego, sem você. – ela pronunciou, segurando o riso.

– Seu senso de humor está voltando, May. – ele aproximou-se dela sorrindo mais ainda.

– Passar mais tempo com a Skye me fez bem.

– E a Skye é a única responsável por essa mudança? – ele fingiu uma cara séria.

– Deixa eu pensar – Melinda lançou seus braços ao redor do pescoço dele. – Teve um certo agente, digo... Diretor que teve lá as suas contribuições nisso.

– Você não está sendo justa. – ele protestou sorrindo.

– Você me salvou, Phil. – ela despejou, por fim. – E eu te amo por não ter desistido de mim.

Ela o beijou calmamente, sentindo a paz que emanava dos lábios de Phil. Melinda tinha o poder de confrontá-lo e acalmá-lo ao mesmo tempo e essa era a segurança de que ele precisava no momento. A certeza de que ela estaria ali para ajudá-lo a passar por tudo aquilo.



(...)



– Consegui um álibi para o Miles!

Skye adentrou o quarto de Jemma sem pedir, segurando um tablet numa mão e um telefone celular na outra.

– O quê? – Jemma estava sentada de pernas cruzadas na cama, lendo um livro despreocupadamente. – Um álibi?

– Sim, olha só isso. – a mais nova subiu na cama da amiga, virando o tablet na direção dela. Ela mulher é a mãe do Miles. Ele a encontrou.

– Não – Jemma segurou o tablet com uma das mãos. – Como você soube?

– Ele acabou de me ligar e eu pesquisei sobre ela. Ela ensina numa universidade e disse que queria encontra-lo para eles tomarem um café em três dias em Washington D.C.

– Por que em Washington?

– Ela vai dar uma palestra sobre Genética por lá e ele...

Skye olhou para Simmons e viu seus olhos brilhando.

– Jemma! – ela tocou os ombros da amiga com animação. – Você é um gênio!

– O quê? – Simmons levantou os braços, perdida na história. – O que eu fiz?

– Nós vamos espionar o encontro dos dois.

– Como assim “espionar”?

– Vamos dizer ao Coulson que você conhece a Dra. Lydon de longa data e que quer muitíssimo assistir à essa palestra. Daí ele não vai te deixar ir sozinha e não vai mandar a May te escoltar e sim eu. Então nós ficamos de olho no Miles e na mãe dele e vemos como ele reage. Documentamos o que pudermos e vamos mostrar ao Coulson como ele é inofensivo para a S.H.I.E.L.D. Coulson é o novo diretor, então, se conseguirmos convencer ele... O Miles está a salvo.

– Skye...

– Nada de “Skye...” – ela imitava o sotaque da amiga em tom de deboche. – Você que inventou que ia me ajudar, agora se vira!

– Calma, eu não ia dizer nada disso. – Jemma sorriu, levantando as mãos em sinal de rendição. – Eu realmente conheço a Senhora Lydon.

Skye soltou o tablet sobre a cama com o susto que levou ao ouvir Simmons dizer aquilo daquela forma.

– Antes que você surte, – Jemma continuou. – Eu a conheci numa conferência de Genética e Evolução há alguns anos. Eu não recordava o nome, mas ao ver o rosto lembrei-me dela imediatamente. Eu tinha pouco mais de cinco meses na Academia da S.H.I.E.L.D.

– Sério?

– Sério.

– Só isso?

– O que mais poderia haver?

– Nada – Skye a olhou curiosa, percebendo a amiga envolver as duas mãos como se a temperatura tivesse despencado. – Quer dizer... Você está nervosa, Jemma.

– Não, eu não estou, Skye.

– E você não sabe mentir. Não pra mim, pelo menos.

Skye estava certa. Jemma não havia se tornado boa o suficiente para mentir para ela. Skye conseguia ler suas expressões e gestos de forma que Simmons não estava apta a enganá-la assim tão facilmente.

– Jemma – Skye esqueceu o tablet e fixou seu olhar na cientista que tinha uma expressão perdida. – Pode ser sincera comigo. De onde conhece a Sarah Lydon?

– De Londres. – ela respondeu simplesmente, abaixando a cabeça como se isso pudesse escondê-la de Skye.

– Como assim de Londres?

– É uma longa história, Skye.

– E você tem alguma coisa para fazer agora? – Skye confrontou-a com seriedade. – Eu não estou vendo o Coulson nos apressar para nenhuma missão...

– Eu não gosto de me lembrar disso!

Jemma a interrompeu, quase como se não tivesse ouvido uma palavra sequer do que a outra estava falando. A cientista levantou os olhos para Skye e eles estavam marejados. Skye não teve outra escolha a não ser abrigar a amiga em seus braços, enquanto ela a abraçava forte, tentando manter a respiração constante, sem sucesso.

– Desculpa, Jem – ela afagava o cabelo da amiga enquanto engolia em seco. – Não devia ter forçado a barra, sinto muito.

– Não, Skye. – Simmons dizia entre soluços. – Não é culpa sua. Você só estava tentando me ajudar.

– Mas não precisa falar se não quiser.

– Eu não quero – Jemma afastou-se dela para poder olhar diretamente no rosto de Skye – Mas eu preciso.

Skye apenas suspirou e limpou a garganta, segurando uma das mãos de Simmons sobre a cama. Por mais frágil que pudesse parecer, Jemma só perdia o controle quando seu coração estava apertado demais para conter a dor em seu peito. Aí ela chorava.

– O que eu fiz naquele dia... O que eu fiz com Andrea...

– Você fez o que era necessário, Simmons. Qualquer um poderia...

– Andrea não foi a primeira pessoa que eu matei.

Ela despejou as palavras rapidamente e fechou os olhos como se isso a protegesse de seu passado mais sombrio.

– Como assim, Simmons? – Skye pareceu perder o chão. – O que você está dizendo?

Jemma respirou fundo e soltou-se de Skye, tendo suas mãos bem presas aos cotovelos e ficando completamente na defensiva.

– Sarah Lydon foi vizinha da minha mãe por muitos anos, até que tivemos de mudar pra cá por causa dos negócios do papai. Ela sempre havia sido bondosa comigo, e estudava muito, era uma mulher de semblante abatido, mas estava refazendo sua vida após ter seu bebê praticamente arrancado de seus braços.

– Miles. – Skye pronunciou fracamente, seu olhar estava sem foco.

– Sim. Depois que o pai de Miles... Bem... Garrett a deixara, ela decidiu que terminaria os estudos como professora. Desistiu da S.H.I.E.L.D. Desistiu de ter outros filhos. Deve ser por isso que ela era tão apegada a mim quando eu era criança...

– Ainda não estou entendendo...

– Daí eu saí da Inglaterra, me formei com louvor na Academia de Ciências da S.H.I.E.L.D. e alguns meses antes de ser convocada para compor a equipe de Coulson eu voltei à Inglaterra para resolver algumas pendências em um dos imóveis da empresa do meu pai que havia passado pro meu nome logo depois que eu atingi a maioridade. Quando eu voltei à minha antiga casa, decidi passar na casa da senhora Lydon. E foi aí que eu cometi um assassinato.

Skye não ousara dizer palavra. Apoiou a mão em seu joelho flexionado e repousou seu queixo no dorso da mão. Ela não iria censurá-la por aquilo.

– Entrei pela porta dos fundos e vi a senhora Lydon desmaiada e havia uma outra mulher em pé ao seu lado, mas ela estava armada. Simplesmente por impulso, eu aproveitei que estava próximo à chaleira no fogão e atirei o objeto quente em direção à ela. – Simmons deu uma pausa, como se sua cabeça tivesse sido preenchida por uma série de flashbacks ruins. – Então, a mulher armada perdeu o equilíbrio quando a água quente entrou em contato com a pele dela e ela tropeçou sobre o corpo de Sarah Lydon, terminando por atirar em si mesma com o impacto da queda. O tiro acertou o pescoço e ela morreu na hora.

– Uau. – Skye arregalou os olhos ao imaginar a cena. – Você é bem durona para uma cientistazinha.

– O quê? – Simmons pensou ter ouvido errado. – Você ouviu o que eu acabei de falar?

– Claro que ouvi, Simmons. – Skye falou com uma cara óbvia. – Por que você acha que eu disse: “Uau!”?

Eu. Matei. Uma. Pessoa. – ela pronunciou lentamente.

Eu. Não. Sou. Surda. – Skye rebateu, tentando se manter séria.

– Skye, eu não estou brincando...

– Nem eu estou, Jemma. – ela deixou as brincadeiras de lado e olhou seriamente para a amiga. – O que quer que eu faça? Jogue você na cadeia? Aposto que você provavelmente se desesperou e correu pra chegar o pulso da mulher depois de tê-la derrubado! – ela pronunciou, segurando as mãos de Simmons. – Pelo que você sabe, aquela mulher poderia ter te matado. Poderia ter matado a senhora Lydon. Talvez – Skye esboçou um sorriso. – Você seja o motivo pelo qual a mãe do Miles está viva. E ele vai ser grato a você pelo resto da vida.

– Então... Não vai me olhar torto agora?

– Mas por quê? – Skye reforçou. – Você é minha amiga. E eu sei que você não machucaria alguém a menos que fosse num caso de emergência. Você fez o que precisava ser feito, e agora – Skye levantava-se da cama e puxava Simmons pelos braços. – Nós temos com o que negociar. Sarah Lydon deve a vida a você. Miles não esquecerá esse favor tão cedo. Vamos usar essa vantagem para que Miles não se meta nos negócios da S.H.I.E.L.D. Faremos um acordo com ele.

– E você acha que daria certo? – Simmons perguntou, esboçando um sorriso.

– Eu tenho certeza que sim. – Skye abriu a porta do quarto, preparando-se para ir até Coulson. – Vamos, temos um encontro com a sua vizinha britânica.


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Notas finais do capítulo

Eita, Jemma V1D4 L0K4!! kkk

#itsallconnected! :D



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