Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 39
Acerto de Contas


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Estavam sentindo falta dessa?? Estamos aqui com a continuação!
Espero que curtam... *__*

p.s.: Bem pertinho de voltaaaar!!!!! #MAOS!!

#BoaLeitura :)



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Meus olhos pesavam com o desconforto causado por aquela lâmpada fluorescente que jazia acima da minha cabeça. Por alguns instantes, imaginei que estivesse na cadeira do dentista, um evento que datava de mais de vinte anos atrás. Mas, bastou retomar minha consciência para entender do que aquilo se tratava: uma mulher cuidava dos meus ferimentos profundos enquanto um homem de boa aparência injetava algo que aos poucos começava a arder nas minhas veias. O logo da S.H.I.E.L.D. estava estampado em seus uniformes, me dando uma pista do que poderia ter acontecido.

– Onde estou? – me atrevi a perguntar.

– Está a salvo – uma das mulheres me respondeu ternamente. – Fury, Hand e a equipe de Coulson conseguiram trazê-lo até aqui a tempo.

– O que aconteceu comigo?

– Isso, apenas sua equipe poderá dizer com clareza, agente Ward.

– E todos eles estão bem? – perguntei preocupado, começando a lembrar flashes do que havia acontecido.

– Sim, estão todos bem. A agente May estava ferida, mas também já recebeu novos curativos.

– A May lutou feio lá no Kremlin – as coisas começavam a ficar mais claras na minha cabeça. – Mas como todos sabem, ela é a Cavalaria...

– Eu já disse pra você não me chamar por esse nome.

A voz de May surgiu do nada, aparentemente pelo lado de fora do vidro, de onde ela e Skye me assistiam retomar a consciência.

– Disseram que ele poderia receber visitas. – Skye se pronunciou, mas permaneceu do lado de fora da sala. Ela estava com os olhos meio úmidos.

– Sim, agente Skye – a enfermeira respondeu. – Mas é bom que entre apenas uma visita por vez. Esta sala não é muito grande e agora que ele acordou, a temperatura dele não pode aumentar muito, caso contrário o soro pode começar a coagular.

– Tudo bem, eu vou primeiro – May sinalizou para a enfermeira. – Olha, Skye... Vá ver como estão Coulson e os outros. Eu tenho uma conta para acertar ainda.

– Tudo bem, May – Skye sorriu amigavelmente, tocando o ombro dela. – Você já me surpreendeu muito até aqui. Obrigada pelo apoio, por ter voltado por mim... Por ele. – ela suspirou e engoliu em seco. – Eu não imagino o quanto isso tenha sido difícil pra você.

– Você teve parte nisso, Skye – May devolveu o sorriso, levemente. – Você me fez mudar de ideia.

Ela adentrou a sala e os médicos se retiraram um a um. Skye os seguiu para onde estavam os outros e em questão de segundos, May e eu estávamos a sós.

– E aí – Melinda suspirou, deixando o ar sair com força dos pulmões. – Como esta se sentindo?

– Gente de novo.

– Bom saber – ela deu uma pausa e puxou uma cadeira, ficando ao lado do meu leito. – Não estava mais aguentando ouvir você falar daquele jeito ridículo.

– Como eu estava falando? – Sorri, franzindo a testa ligeiramente.

– Eu não vou imitar – May revirou os olhos numa expressão de tédio. – E o pior é que Skye ainda te acompanhava nisso. Vocês pareciam dois robôs burros conversando.

– Estava tão ruim assim?

– Estava pior do que a sua voz normal.

– É bom te ver também, May. – ironizei, mas aquilo era bem verdade.

– Você é um idiota, Ward. – May deixou escapar um elogio.

– Sempre sutil, Melinda May – dei um suspiro e não pude impedir o sorriso que se formava nos meus lábios. – Certas coisas nunca mudam.

– É aí que você se engana.

O olhar de May mudou bruscamente. Eu a conhecia o suficiente para saber que a hora de tirar brincadeiras havia terminado, e que agora, ela diria o que realmente tinha ido dizer. E no fundo eu sabia o que ela queria tirar a limpo. Ela estava certa. Eu era mesmo um idiota.

– Ward... Quando eu voltei para o campo, quando eu segui Skye até o acampamento próximo ao Kremlin... Eu só estava tentando impedir que ela se matasse por você, porque não valeria a pena.

Ela continuava simples e direta. Com seu jeito May de expor a situação.

– Eu não me perdoaria se deixasse Skye morrer naquele lugar gelado e inóspito. Eu não estava indo salvar você, exatamente. Eu entrei nisso primeiramente por ela.

– É justo. – apenas concordei com a cabeça, entendendo perfeitamente.

– E na verdade, eu tinha ido para acabar com a sua raça.

Engoli em seco. Naquele momento, o pensamento de que ela tivesse voltado para concluir o serviço me veio à mente, mas foi apenas um lapso pós-traumático. Ela não seria capaz de fazer isso. Muito menos dentro da S.H.I.E.L.D. e dentro de uma ala hospitalar. Ela não era tão louca a esse ponto.

– Mas é aí que a Skye entra, mais uma vez.

– Ela não deixou você me matar.

– Melhor. Ela me convenceu a não fazê-lo.

Senti que as palavras haviam fugido da minha boca. Elas estavam elaboradas, mas ao percorrer o caminho das cordas vocais, acabavam se perdendo no meio do caminho. Isso não era uma coisa fácil de ouvir.

– Bem, eu devo no mínimo desculpas a você...

– Eu já disse que aquilo nunca fora um risco pra mim – ela pronunciou resoluta, mas não pude acreditar cem por cento naquilo. – Mas trair a equipe, a minha confiança... Eu confiei em você, Ward! Coulson confiou em você! Skye, Fitz-Simmons... Eu estou acostumada com a dor, isso é normal pra mim... Mas... Vê-los naquele estado... Ouvir o choro abafado de Skye através da porta todas as noites... Aquilo me corroía por dentro! Eu só conseguia pensar em descarregar toda a minha ira em você por ter feito todos eles sofrerem daquele jeito.

– Eu não sei por onde posso começar a compensar os meus erros, May...

– Me deixe... Terminar... De falar. – ela falou pausadamente e desobedecer a essa ordem simplesmente não passou pela minha cabeça.

– Okay, desculpe.

– A questão é: eu quis te matar, mas não matei. Skye me convenceu a não fazer nenhuma besteira. A não deixar meus sentimentos tomarem o melhor de mim. A Skye é... – ela suspirou, aparentemente não encontrando palavras para descrevê-la. – Ela é realmente uma boa garota, Ward. E você sabe disso. Só quero que você não a faça sofrer novamente. O que aconteceu no passado... Fica no passado. Coulson quer reintegrá-lo a equipe se você estiver disposto a recuperar o seu cargo. O que passamos no Kremlin nas últimas semanas ajudou a limpar a sua barra. Você protegeu Skye, quase se sacrificou por nós... A vida está te dando uma segunda chance, Grant. Tente não ferrar com tudo dessa vez.

Ela não esperou eu falar nada. Apenas levantou-se da cadeira e seguiu seu caminho até a porta, em silêncio. Não esperava que fosse ouvir tudo aquilo dela, mas podia sentir a culpa ardendo nos meus ossos. Mas como ela havia dito, o passado fica no passado. A única coisa que me importava no momento era ver Skye, recuperar o meu cargo e voltar à minha vida normal, dessa vez como um verdadeiro agente da S.H.I.E.L.D.

– Ward já consegue falar como gente? – a voz de Skye dissipou meus devaneios como nuvens sopradas pelo vento.

– Sim – sorri. Ela estava linda, talvez mais do que que o normal. – May me contou sobre a forma engraçada que eu estava falando...

– “Ward amigo” “May machucar Ward” “Ward com medo do barulho...” “Ward esmaga!” – ela me imitava com uma expressão divertida. – Você estava mais robô do que o normal.

Sentei-me na cama e fiz sinal para que ela sentasse ao meu lado. Mesmo sem lembrar de tudo o que acontecera, ainda podia sentir o gosto daquele beijo na minha cela, no Kremlin. Eu não queria perdê-la nunca mais.

– Eu não falei assim de verdade.

– Sim, você falou. – ela insistia.

– Tava com saudades de você.

– Mas você acabou de me ver lá fora, no corredor. – ela sorriu, travessa.

– Mas aquela parte está toda embaçada na minha cabeça. Não era eu mesmo que estava falando ou agindo... Era o Ward infectado.

– Fico feliz em ver que o soro funcionou em você.

– É... Os médicos ainda vão querer fazer alguns testes, com certeza. Mas acho que estou falando direito agora.

– Não... Na verdade ainda está meio robótico...

Não a deixei terminar a frase. Não podia mais manter aquele rosto longe de mim, era tortura demais ver seus lábios tão perto e não poder beijá-los com toda a vontade. Mesmo estando ligado a uma bolsa de soro e com duas agulhas enfiadas nas minhas veias, eu a estava abraçando sem sentir nenhuma dor. Skye era a mulher mais incrível que eu conhecia na vida, não conseguia me imaginar longe dela por mais um ano ou quanto tempo fosse. Eu a queria todos os momentos perto de mim.

– Uau – ela sussurrou quando nossos lábios se separaram. – Nunca mais diga que você é um cara entediante.

– Quando foi que eu falei isso?

– Naquele dia... Em que nós nos beijamos pela primeira vez...

– Que você me beijou, na verdade. – corrigi, com certo ar de superioridade.

– Vai bem dizer que você não queria me beijar a séculos?

– Eu quis te beijar no momento em que te vi na sala de interrogatórios do Ônibus. Sabia que você seria um problema pra mim.

Skye sorriu e me beijou novamente, dessa vez sem pressa nenhuma. Suas mãos seguravam meu rosto e eu podia sentir as pontas do cabelo dela tocarem as minhas mãos em volta da sua cintura. Ela estava linda com aquele vestido claro e suas botas, se bem que ela era linda até quando acordava pela manhã.

– Eu... Amo você, Skye... Não quero mais ficar longe de você.

– Nem eu, Grant – os olhos dela agora ameaçavam um choro. – Aquele ano foi tão incompleto sem você...

– Skye, me perdoa... Eu juro que nunca mais vou mentir para você sobre nada... Tentarei ser o mais honesto possível. Não quero te magoar novamente. Não quero decepcionar o Coulson nem a minha equipe. Quero que você tenha orgulho de mim.

– Eu já tenho orgulho de você, Grant – ela alisava meus cabelos com os olhos cheios de lágrimas. – Você teve uma péssima infância, foi criado por dois monstros e ainda teve o Garrett... Você é um sobrevivente. Me admira que você tenha encontrado espaço para amar em meio a tanta dor... Eu amo você.

Skye passou os braços pelo meu pescoço e me abraçou forte. Assim como eu, ela também não queria que aquele momento acabasse. Tudo fazia sentido novamente.


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Notas finais do capítulo

Awwwwwnt! *___*

— O que acharam?

#Itsallconnected #StandWithSHIELD #23thSeptember



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