Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 35
Minha Garota


Notas iniciais do capítulo

Olá amores!! Depois de um pequeno 'hiatus' (7 temporadas de TBBT + Star Wars + Faculdade) Estamos de volta!! Uhuuu!! Gente... Bem, não vou dizer nadinha... rs Tomem suas próprias conclusões sobre o capítulo!

#BoaLeitura! :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/494803/chapter/35

Ela estava absurdamente linda, dormindo pacificamente sobre a cama macia. O cansaço daquela missão havia sugado as últimas gotas da sua energia que parecia inesgotável. Skye tinha os cabelos espalhados pelos ombros e o seu rosto não notou quando aproximei-me dela. Okay, eu era o intruso do avião. Fitz-Simmons me encontraram na sala das máquinas quando voltaram para a aeronave da S.H.I.E.L.D. Eu não poderia ir embora sem vê-la novamente.

Logo após pousar para reabastecer e consertar algumas coisas no avião, o agente moreno me liberou, alegando que eu já havia cumprido minha parte no acordo. E eu realmente estava indo embora, até chamei um táxi e fiquei à espera, mas meu coração apertou ao lembrar-se daquela garota, da Minha Garota. Decidi que voltaria para o avião, e só iria embora depois que confirmasse com meus próprios olhos que ela estava a salvo.

Subi pelo trem de pouso e me escondi, aproveitando o deslize do piloto. Como o agente moreno era o único a tripudiar o avião, não foi difícil passar despercebido. Permaneci camuflado até que Fitz-Simmons voltassem para o avião e apareci apenas para os dois, com medo de que os outros se revoltassem com a minha rebeldia e me lançassem lá de cima de paraquedas. Os dois gênios concordaram em me esconder por enquanto e se comprometeram a ajudar na hora que eu tivesse de reaparecer para o resto do grupo. Eles sabiam que eu a amava.

E ali eu estava, olhando aquela garota dormindo. Só conseguia lembrar o número de vezes em que eu acordei e ela estava do meu lado, exatamente assim. Aquela pele macia e quentinha que conferia o conforto para a minha alma confusa.



* Austin, Texas. Três anos atrás.



Um pequeno feixe de luz esgueirava-se timidamente pelas paredes surradas daquele prédio abandonado. Meus olhos clareavam-se lentamente, e aos poucos, os sentidos começavam a trabalhar. Não era mais um sonho. Skye estava realmente do meu lado, o cabelo castanho descendo pelas suas costas, sobre uma pele morena, ainda levemente perfumada. Era impossível não sorrir ao ver aquela garota dormir. Era impossível não amá-la de qualquer maneira. Seus olhos vivos estavam imersos num sono que ameaçava perder-se a qualquer instante e a expectativa de ouvir a voz rouca dela, causava uma estranha sensação de ansiedade ao meu coração. Aquela havia sido nossa última noite juntos no Texas.

– Bom dia, minha Hacker mais linda da Maré Crescente. – sussurrava enquanto ela começava a dar sinais de vida.

– Shhhhh! – ela emitiu um som quase inaudível e virou-se de frente pra mim, aconchegando-se sobre o meu peito. – Quero dormir.

– Mas são quase dez da manhã, Skye. – respondi sorrindo, sabendo que ela daria trabalho para levantar.

– E daí? – ela sussurrou, puxando as cobertas e cobrindo o rosto.

– E daí que nós temos que achar um meio de sobreviver mais um dia – respondi e a abracei, puxando-a mais pra perto de mim. – Hoje eu tenho dois serviços de técnica pra fazer. Talvez tenhamos dinheiro até o fim da semana.

– Dinheiro? – ela estava com muito sono ainda para entender a conversa. – Que dinheiro?

– Dinheiro! Aquele papelzinho com a cara de um homem estampado nele, que a gente usa pra conseguir coisas... Tá ligada?

– Idiota! – ela respondeu irritada e coçou os olhos. – Meu sonho era dormir mais um pouco.

– Não, o seu sonho já acabou assim que você acordou. Vamos.

– Ah, Miles! – ela lembrou-se subitamente e sentou-se na cama. – É hoje, não é?

– É hoje o quê?

– Que nós vamos nos mudar de novo.

– Sim, é hoje... Estava esperando que isso te despertasse de vez.

– E nós vamos pra onde mesmo? – ela animou-se e virou-se de frente pra mim, enquanto tentava arrumar seu cabelo com os dedos.

– Chicago, Los Angeles, Washington... Não sei ao certo. O @Rebel98001 ficou de me ligar até o almoço. Parece que nós vamos ganhar um extra na Maré Crescente. Esse cara tá financiando algumas empresas de informática alternativas. É basicamente um viveiro revolucionário com uma indústria de fachada. Nós vamos melhorar de vida, Maryzinha!

– Opa opa opa! – ela segurou o meu rosto antes que eu pudesse beija-la. – Que história de “Maryzinha” é essa? Você sabe que eu odeio quando me chamam assim!

– Foi mal, amor – levantei as mãos em sinal de inocência. – Desculpa mesmo, é que eu tô muito empolgado com essa viagem... Vai ser tudo como a gente sempre quis.

– É... E lá vai ser mais fácil de descobrir coisas sobre os meus pais. A última pista que nós seguimos nos colocou aqui nesse fim de mundo.

– Ei! Alto lá! Cuidado com o que fala, eu nasci aqui!

– Ah, não era pra ser ofensivo, mas... Não conseguimos descobrir nada aqui. Foi um beco sem saída! Sem contar que faz quase oito meses que a gente tá morando aqui, cara – ela suspirou e me olhou docemente. – Vamos voltar para a trilha, Miles.

– Sim. Vamos voltar para a trilha. – sorri e dei um breve beijo.

– Quem nós vamos pegar dessa vez? – ela perguntou decidida.

– Sabe a S.H.I.E.L.D?

– Sei...

– Pois é. É essa mesma. É o nosso maior peixe, Skye... Nosso maior trunfo. Vamos derrubar aquela organização.

– Ou eu não me chamo Skye.



(...)



Deixei as lembranças afundarem na minha memória e voltei minha atenção à morena despejada na cama. Aproximei-me lentamente dela e a cobri direito com o cobertor. Depositei um beijo na sua testa e concentrei-me em não acordá-la, afinal, aquela semana não tinha sido nada fácil. Minha pequena estava tendo o merecido descanso.

Após observá-la por longos minutos, ajoelhei-me ao pé da cama e fiquei contornando seu rosto com os dedos, como eu fazia quando ela estava dormindo há alguns anos atrás. Ela não acordaria, mas seria uma forma de ela sentir que eu estava por perto, pra mim tava de bom tamanho. Depositei um novo beijo na testa dela e alisei o seu cabelo antes de afastar-me dela e seguir em direção à porta.

– Eu te amo, Maryzinha – sussurrei, segurando a porta e vi os olhos dela abrirem-se lentamente. – Sempre a amarei e a levarei comigo por onde eu for.

Abaixei a cabeça e fui fechando a porta atrás de mim, quando a voz rouca e tenra de Skye abriu uma passagem no meu cérebro direto para o passado.

– Miles?

– Oi... Desculpa, não quis te acordar.

– Miles! – ela ajoelhou-se na cama e eu voltei atrás, praticamente correndo até onde ela estava. – O que você tá... Como você... Miles!

Ela apenas me abraçou e por alguns instantes eu senti sua respiração ofegante. Quando a segurei para olhar nos olhos dela, vi como eles estavam marejados. Skye nunca perdera a sua sensibilidade e isso era uma das coisas que a tornavam mais atraentes: ela sempre soava convidativa para as pessoas.

– Eu tive que voltar, Skye – falei, segurando-me para não beija-la. – Não sabia como vocês sairiam dessa, se você sairia viva... Depois que me deixaram eu driblei o agente moreno e me escondi no trem de pouso e...

– Tudo bem, tudo bem – ela colocou o indicador sobre os meus lábios, já que eu estava tropeçando completamente nas palavras. – A equipe está bem, você está bem, eu estou bem... Isso é o que importa.

– Desculpa ter te acordado.

– Não tem problema.

– Eles não sabem que eu estou aqui... Só Fitz-Simmons.

– Eu sabia! Sabia que aqueles dois estavam escondendo algo!

– Pois é, era eu.

– Você é louco.

– Eu sei... Sou completamente louco... Por você.

Aquela altura, vendo os olhos e o sorriso dela, eu não pude controlar, simplesmente. Meu coração já batia mais rápido do que cavalos em uma corrida e eu sentei-me ao lado dela na cama.

– Eu senti sua falta, Skye.

– Também senti sua falta.

– Eu não consegui pensar em mais ninguém desde aquele dia nesse mesmo avião... Eu... Eu amo você, Skye.

Ela olhou-me relutante por alguns instantes e eu aproximei-me do seu rosto. Ela abaixou a cabeça e encarou as próprias pernas por algum tempo. Respirei fundo e levantei o queixo dela e a olhei nos olhos. Não podia ir embora sem tocar aqueles lábios uma última vez.

– Você é a única mulher que eu amei na vida.

– Miles, eu...

– Tá tudo bem... Eu sei, só quero ficar com você mais uma vez. Você vai me dizer que não sente mais nada por mim?

– Isso seria mentir...

– Então não minta. Não pra mim.

Diminuí a distância entre nossos corpos e a beijei. Ela resistiu no começo, mas aos poucos foi cedendo à sua própria vontade. Eu não estava forçando nada. Depois de alguns segundos, ela colocou um dos braços envolta do meu pescoço, bagunçando meu cabelo enquanto me beijava. Sete anos e ela ainda parecia a mesma Skye. A Minha Skye.

– Miles, eu não devia...

– Então pare – provoquei enquanto a beijava.

– Não posso – ela admitiu. – Você continua o mesmo idiota estúpido de sete anos atrás...

– Então não pare.

– Você não presta. – ela mordeu meu lábio inferior e falou quase sussurrando.

– E você ainda me ama.

– Eu senti sua falta, é diferente – ela apertou as unhas no meu pescoço.

– Sentiu minha falta porque ainda me ama.

– Você é muito idiota mesmo...

– E você ainda me ama.

– Não amo.

Quanto mais ela negava, mas forte as suas unhas arranhavam meu pescoço.

– Você é linda.

– Cala a boca.

– Minha Hacker mais linda da S.H.I.E.L.D.

– Miles... - ela sussurrou, quase inconscientemente.

– Não precisa negar pra mim, Skye... Eu te conheço.

– Sim... Eu ainda amo você, idiota – ela aprofundou o beijo e depois parou de repente, olhando fixamente pra mim. – Satisfeito, agora?

– Não – puxei Skye novamente para um beijo e toquei o seu rosto, percorrendo o contorno de sua face com os dedos. – Não enquanto não tiver você novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora?? O_O

Miles ou Ward?

#itsallconnected #StandWithSHIELD #23thSeptember! :)