Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 33
Viciado em Hashi


Notas iniciais do capítulo

Oii amores!! Tenho um comunicado pra vocês...
Inconscientemente não vai mais acabar agora!!!! o/ o/
Eu pensei e tive umas ideias e resolvi que ainda tem história pra ser contada, então... Uhuuu!!! (Ainda bem pq eu tava morrendo de pena de acabar essa fic!!)

Espero que curtam o capítulo pq eu ameeei!! :)
#BoaLeitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/494803/chapter/33

Por alguns segundos, o que mais me incomodava não era o meu ombro que latejava rompendo em dor e sangue. Nem mesmo o meu joelho machucado que estalava com a fratura quase visível. Era o meu coração. Ele batia como um louco, cavalgando a cem por hora, desenfreado e fora de ritmo. Coulson me amava. Ainda me amava.

Minha mente ainda não havia conseguido digerir bem tudo aquilo.

Okay, eu tinha acabado de matar o meu ex-marido para fugir de uma base secreta da HIDRA, levando um Ward que estava mais robô do que o normal e quase tendo que matar uma das agentes da minha equipe. Jemma havia salvado a todos nós ao atirar em Andrea e deixando-nos perplexos. Coulson levou um tiro e voltamos à parte que eu havia matado Brock. Mas ainda havia mais alguma coisa que me perturbava em meio a tudo isso: Coulson ainda me amava. Como antes. Como sempre parecia ter amado. No fundo, eu sabia que ele sempre fora mais do que meu melhor amigo. Sabia que naquele dia, nós poderíamos ter mudado toda a nossa história.



* Los Angeles, 26 anos atrás.



– Ah, Phil! – Gritei sorrindo, enquanto me esticava para pegar o shoyu. – Sabia que aquilo só poderia ser coisa do John!

Ele sorriu mais ainda e colocou uma das mãos na frente da boca, tentando conter o riso e conseguir mastigar. Garrett havia engravidado uma caloura da Academia de Operações.

– Aquele cara é louco, Melinda! – ele disse, como se eu não o conhecesse. – Você não sabe o que ele disse pros pais da garota!

– O que aquele idiota falou?

“Eu sou muito jovem e não posso estragar minha vida dessa maneira, mande a criança para a adoção!”

Coloquei as duas mãos na boca e por pouco, por muito pouco, não me engasguei com a comida. Aquele Garrett era um troglodita.

– Ele não disse isso, Phil... – retruquei, incrédula diante daquilo.

– Disse! E ainda disse mais: “E a filha de vocês não é nenhuma santa. Nem duvido que esse filho não seja meu!”

– Oh, meu... – arregalei os olhos e praticamente gritei. – Gente! Coitada da Sarah! – dei uma pausa e soltei o hashi sobre o prato. – Eu estava sendo O.S. dela há quatro meses, já... Ela estava indo tão bem... Dedicada, compenetrada... Chegou a me dizer que a S.H.I.E.L.D. havia sido a única coisa realmente significativa que havia acontecido na vida dela.

– Pobre Srtª Lydon. – Phil falou, igualmente sensibilizado. – Mas mudando de assunto – ele falou enquanto apontava para o prato em que comia. – Como você disse mesmo que se chama isso?

Tian bu la – respondi, sorrindo da cara que ele fez ao perguntar aquilo.

– Nossa, isso tá muito bom. – ele pegou mais um do prato e o colocou na boca, pegando o alimento com o hashi. – Por que você nunca fez esse antes?

– Eu fiz, Coulson... Você só não estava por perto pra provar – respondi com um enorme sorriso, fazendo com que ele arqueasse as sobrancelhas. – Pode comer quantos quiser.

– Okay, mas que fique claro que eu só como com o hashi para fazer jus à chinesa que está à mesa comigo – ele falou cavalheiro. – Não tem necessidade de usá-los para comer isso.

– Ah é? – perguntei, divertida. – E quem você pensa que é, mestre da culinária chinesa?

– Sou só seu amigo que não se conforma com o uso dessas coisas não muito práticas, mas que eu já domino há muitos anos.

– Só isso, né? – perguntei com ironia.

– Mas é verdade. Você me acostumou a comer desse jeito.

– É uma tradição milenar, Philip – respondi, fingindo um tom de seriedade. – Não se pode quebrar o costume.

– Você repete isso há alguns anos.

– Eu sei – levantei-me e retirei os pratos. – Mas você adora comer com os pauzinhos, Philip. Não pense que pode me enganar – Parei na porta, meio caminho até a lava louças. – Naquele dia eu cheguei na sua casa e você estava comendo churrasco com um hashi improvisado!

– Eu estava treinando, oras! – Nós dois caímos na gargalhada. – Eu ainda não sabia segurá-los direito!

– Okay, Phil... Admita que você ama comer com hashi.

Parei atrás do balcão e cruzei os braços numa postura intimidadora. Phil levantou-se da mesa e seguiu até o balcão, revirando os olhos em sinal de rendição.

– Tá bom, tá bom! Eu confesso, okay? Eu adoro essas coisinhas de comer comida chinesa.

– Ótimo, assim está melhor.

Sorri pra ele e lavei as mãos, dirigindo-me para o sofá logo em seguida. Phil imitou o gesto e sentou-se do meu lado, focando na pilha de quadrinhos que havia numa mesa ao lado do sofá.

– Eu que te dei esse aqui – ele pegou um com a capa do Capitão América ferido no campo de batalha. – Foi um presente de boas vindas, lembra?

– Claro que lembro – peguei a HQ da mão dele e folheei lentamente. – Eu me lembro de estar desesperada por essa edição e você a encontrou só-Deus-sabe-onde.

Ele sorriu, mas não respondeu nada. Em vez disso, sentou-se de lado e apoiou o cotovelo no encosto do sofá, ficando de frente pra mim. Eu continuava folheando meus quadrinhos e a voz dele interrompeu meu momento de nostalgia.

– Tem certeza que vai ficar bem?

– Como assim? – perguntei inocentemente, sem fazer ideia do que aquilo significava.

– Aqui. Los Angeles, morando sozinha... Sinceramente, não gosto dessa ideia.

– Eu não tinha muitas opções, Phil. – respondi, fechando a HQ e imitando a posição dele no sofá. – Eu não voltaria pra casa da minha mãe... Depois daquela perseguição em Washington... Bem, não me sinto preparada para voltar pra lá.

– Eu sei, Melinda – ele assentiu e baixou a cabeça, desanimado. – Só é estranho sem você por perto.

– Nossa – falei num tom engraçado. – Não sabia que tinha um O.S. tão sentimental...

– Sua palhaça.

– Você aí se derretendo com a minha ausência.

– Você não leva nada a sério mesmo, não é?

– Não – sorri, cinicamente. – Você sabe Phil, pra quê levar tudo tão a sério?

– E esse é o lema de Melinda May, senhoras e senhores. – ele disse divertido, levantando os braços e apontando pra mim em seguida.

Ficamos em silêncio. Em algum lugar dentro de mim, aquelas palavras haviam soado seriamente. Mesmo que eu não quisesse transparecesse aquilo. No entanto, aquele garoto havia viajado quilômetros e quilômetros apenas para passar o final de semana comigo em L.A, ele merecia saber o que estava acontecendo de verdade.

– Eu também acho estranho, Phil. – admiti, por fim. – Eu não queria me afastar da S.H.I.E.L.D. por alguns meses... De verdade – ele me olhou, entediado. – Pra quem eu estou falando isso? Você me conhece desde que entrei na academia, é o meu melhor amigo, o cara que está do meu lado o tempo todo. [Okay, Melinda, menos... Isso tá parecendo uma declaração de amor...] Enfim... Eu não conheço ninguém por aqui, e pra não dizer isso, tem um cara da tua turma que se mudou para o prédio ao lado... Um tal de Brock alguma coisa aí – suspirei e segurei as duas mãos dele. – Olha, muito obrigada por vir pra cá, mesmo que eu saiba que você tem que ir embora amanhã de manhã. A verdade é que... Eu estava quase enlouquecendo sozinha aqui...

Ele apertou minhas mãos com força. Phil tinha a capacidade de saber exatamente como eu me sentia diante de algo, mas ele era educado e paciente o suficiente para esperar o momento de ouvir as palavras saírem da minha boca. Após olhar para os meus olhos por alguns segundos, ele deu um sorriso e abaixou a cabeça.

– O que foi? – perguntei com um meio sorriso nos lábios.

– Você fica muito linda quando fica sensível.

Dei um tapa no ombro dele e o empurrei para que ele ficasse deitado no sofá. Deixei que o meu corpo caísse também e ficamos apenas deitados, aninhados no sofá. Ele adorava mexer no meu enorme cabelo e aquilo sempre me dava sono. Já tínhamos dormido naquela posição inúmeras vezes quando passávamos noites treinando defesa pessoal ou estudando os protocolos da S.H.I.E.L.D. Como disse, ele era meu melhor amigo, estávamos acostumados à companhia e o cuidado um do outro. Só não imaginávamos que aquele sentimento pudesse ser algo mais.

– Phil – sussurrei, já sentindo o sono chegar.

– O quê? – ele perguntou, ainda fazendo carinho no meu cabelo.

– Você vem me visitar mais vezes? – Esqueci o quanto conseguia ser boba quando estava envolvida pelos braços dele.

– Claro que venho, Linda. Você acha que eu vou te deixar sozinha sabendo que tem um tal de Brock num-sei-mais-o-quê por perto e que ele pode te roubar de mim?

– E desde quando você tem ciúmes de mim? – o sono rapidamente foi embora e eu virei meu corpo para o outro lado, ficando de frente para ele.

Ele não respondeu nada, apenas ficou estátua olhando para mim. Seus olhos azuis estavam brilhando mais do que o normal e aquilo me fez sorrir.

– Eu amo os seus olhos apertadinhos. – ele disse, enquanto alisava minha bochecha com uma mão.

– E eu amo os seus olhos azuis brilhantes.

Respondi sorrindo, quase sussurrando também. Estávamos tão perto um do outro que começou a ser incômodo não poder se aproximar mais um pouquinho.

– Você é linda – ele sussurrou, voltando a mexer nos meus cabelos. – Eu não te deixarei por nada nesse mundo.

Meu coração derreteu-se completamente, devo confessar. Com Phil tudo era diferente, eu me sentia completamente segura, firme, como se nada pudesse me derrubar. Ou seria, se a gravidade no nosso planeta não fosse tão rígida.

– Ai!

O sofá não era lá tão grande assim e eu acabei escorregando e ele, na tentativa de me segurar, acabou sendo puxado junto comigo. Nós dois caímos no tapete e começamos a rir desenfreadamente.

– Se machucou? – ele perguntou ainda sorrindo.

– Eu ainda sou Melinda May, Coulson. – respondi e ele já havia saído de cima de mim. – É preciso mais do que uma quedinha do sofá pra me machucar.

– É verdade – ele voltou a alisar o meu cabelo, aproximando seu rosto do meu. – Por um segundo eu esqueci que você é a minha aluna mais promissora.

– Seu puxa-saco. – sussurrei, sorrindo.

– Sua cabeça-dura.

Ele aproveitou que eu ainda estava deitada no tapete e apenas segurou minha cabeça com uma das mãos (por mais que eu não fosse indefesa, Phil era o homem mais cuidadoso do mundo.) e com a outra se apoiou ao chão. Ele aproximou-se de mim e eu não estava mais com cabeça para lutar contra o que eu sentia. Eu o queria.

– Fica comigo essa noite? – Perguntei baixinho, puxando o seu rosto pra perto do meu.

– Fico com você pra sempre.

E ele me beijou, me pegando no colo em seguida.

Algo me dizia que haveria algum arrependimento pela manhã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

#PHILINDAAA!!!! *___*

— O que acharam?

#itsallconnected #StandWithSHIELD



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inconscientemente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.