Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 23
Cuidamos Uns Dos Outros


Notas iniciais do capítulo

Olá, galera!! Amei escrever esse capítulo... É sempre interessante e desafiador inserir novos personagens na narrativa... E esse foi bem divertido. Espero que curtam como eu curti!

#BoaLeitura :)



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– Skye está em apuros?! – O rapaz sentado à nossa frente não se empenhava em manter a calma.

– Nós já explicamos o ocorrido, Sr. Lydon. – Coulson respondia pacificamente pela terceira vez – Ela foi mandada em uma missão...

– Para a qual não estava preparada! – Ele passou as mãos pelo cabelo, desmanchando os cachos que se formavam timidamente – Skye é só uma garota, sacou? Ela não é algum tipo de arma que...

– Bem se vê que você não a conhece tanto assim, Sr. Lydon. – Coulson o interrompeu enquanto colocava uma garrafa de água em cima da mesa. – Tome. Beba um pouco.

– O que é isso? – O garoto perguntou, desconfiado – Algum tipo de...

– Água Cibernética? Suco da verdade? Veneno transparente? – Fitz interrompeu a revolta iminente de Miles – É só água, cara.

Lydon, Miles. Chicago, Bahrein, Texas... Nunca fixo em algum lugar específico. Perdido. Sem saber exatamente o que procurava. Não estava acostumado a confiar nas pessoas, muito menos na organização que ele e Skye desafiaram durante tanto tempo. Por falar nela, era exatamente isso que o trouxera de volta ao bus. Sua pequena e inocente Mary Sue.

Por alguns instantes, ele podia ver o rosto daquela garotinha doce que estava sempre deixando as freiras do orfanato loucas. Ele não havia estado com ela lá dentro, mas nunca esquecera as histórias que Skye contara para ele e os outros meninos com quem morava. Ela não merecia aquela gente. “Ela podia vir comigo. De volta à nossa linha do tempo...” Ele pensava “...Nossas próprias regras...”

– Sr. Lydon? – Toquei o seu ombro e ele pareceu retornar de algum tipo de transe. – Precisa nos ajudar. – Pedi cuidadosamente, esperando que ele cooperasse conosco.

– Eu não vou deixa-la sozinha. Nós sempre cuidamos um do outro.

Ele respondeu por fim, dando espaço para um breve silêncio no Bus. Coulson apenas acenou com a cabeça e dirigiu-se até seu escritório. Havia uma certa papelada que Miles precisaria ler antes de fazer qualquer outra coisa. Fitz e Triplett se encaravam como se declarassem uma trégua permanente e pude respirar aliviada. Menos uma coisa para importunar meus pensamentos.

– Aqui, Sr. Lydon. – Coulson retornou com o Protocolo de Regimento Interno. – PRI. Você lerá os termos e assinará ao final do contrato. Estará liberado do seu pequeno guarda-costas virtual logo que finalizarmos isso.

– Podiam me deixar no Texas dessa vez. – Miles respondeu, como se não tivesse ouvido nada do que Coulson dissera – Passei seis semanas pegando carona até Austin da outra vez. Até num navio cargueiro...

– Deixaremos você no Texas.

– Ótimo. – Ele sorriu deixando escorrer uma ponta de sarcasmo – Por onde eu começo?

Ele era bom. Apesar da rebeldia, Miles se acomodou no quarto de Skye e leu cuidadosamente o PRI. Cada parágrafo. Queria se certificar de que não estava vendendo sua alma para o governo norte-americano. Ele não arriscaria fazer negócios com a S.H.I.E.L.D assim de uma hora para outra. Aliás, até onde ele sabia, tudo aquilo poderia ser apenas um truque para pegá-lo.

– Com licença. – Bati na porta suavemente – Sr. Lydon...

– Miles, por favor. – Ele me corrigiu antes de mais nada – Não tenho nenhum título para ser chamado de “senhor”.

– Miles – Repeti, sorrindo – Coulson quer saber se você está de acordo com o protocolo ou se deveremos pensar num plano “B” para salvar nossos agentes.

Ele permaneceu encarando os papéis jogados em cima da cama, com a caneta na boca e segurando apenas a cláusula do contrato. Depois de alguns segundos em animação suspensa, ele tirou a caneta da boca e sentou-se mais confortavelmente na cama, direcionando seu olhar até mim.

– Vocês são muito próximas?

– Desculpe? – Me perdi um pouco na conversa.

– Você e Skye... São amigas?

– Somos. – Falei sorrindo, inconscientemente. – Melhores amigas.

– Hmm... Percebi. – Miles disse, levantando as sobrancelhas e voltando seu olhar para os papéis novamente. Ele tinha o mesmo tique estranho da Skye de ficar se balançando o tempo todo. Mas agora era com a caneta.

– Então... Você... Vai nos ajudar, não vai?

– Vou ajudar a Skye.

Oh céus! Dava pra ver com quem Skye tinha aprendido a ser difícil daquele jeito! Miles não daria o braço a torcer. Precisávamos fazer com que isso fosse sobre a Skye. Somente.

– E é isso que queremos Miles. Ajudar Skye. Eu não passei tanto tempo com ela quanto você, mas... Estive aqui quando ela precisou de mim. Todos nós a amamos. Já nos arriscamos por ela e ela se arriscou por nós! Quando ela... – Engoli em seco, lembrando-me do estado dela naquela câmara hiperbárica – Quase...

– Hey – Ele se aproximou de mim, sentando-se à beira da cama – O que houve com ela?

– Estávamos numa missão pela fronteira italiana. Eu fui atingida por uma bomba de dendrotoxina e fiquei desacordada...

– Uma o quê? – Ele franziu a testa.

– Um paralisador instantâneo. – Simplifiquei – Skye não queria deixar o nosso alvo escapar e entrou sozinha na mansão dele. Sem apoio.

– Claro que entrou... Droga, Skye... – Ele dizia tenso, mas prendendo um sorriso, parecendo recordar-se de alguma situação semelhante.

– Infelizmente, o dono da mansão chegou lá primeiro do que nós... E ele... Ela tomou dois tiros... No estômago – Consegui terminar a frase, engolindo a tensão que se formava pelas lembranças.

– E como...

– Nós a colocamos numa câmara, ela estava entre a vida e a morte... Viajamos metade do globo para salvá-la. Estávamos desesperados... Coulson não comia direito, May socava coisas meio fora de controle, o que é uma reação totalmente diferente do seu usual; eu passava o dia todo ao lado dela no leito... Foram dias muito difíceis. – Uma lágrima involuntária correu dos meus olhos. Provavelmente estava começando a corar.

– Nossa, eu... Sinto muito... Não sabia que vocês...

– Nós cuidamos uns dos outros, Miles. Skye é uma de nós. Não abandonamos os nossos. – Disse por fim, andando lentamente até a porta – Faça a escolha correta. Skye precisa de você... E nós precisamos dela.

Miles me olhou silenciosamente. Limpou a garganta e sorriu de verdade pra variar. Juntou todos os papéis em uma pilha e segurou a caneta. Firme, dessa vez. Assinou seu nome numa letra forte e inclinada, decretando finalmente que nos ajudaria na missão. Não era fácil confiar nas pessoas, mas pessoas que se arriscavam pela segurança dos outros mereciam ao menos um voto de confiança.

– Onde ficam os computadores, Agente Simmons? – Ele levantou-se, entregando-me os documentos. – Temos uma agente teimosa e petulante para salvar.


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Notas finais do capítulo

*__* Um capítulo calmo para acalmar os nervos... Preparem-se para o próximo... rs :)

#itsallconnected

#StandWithSHIELD