Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 20
Missão Invasão


Notas iniciais do capítulo

E vamos para o maior capítulo da fic até agora!!
Talvez exista um outro daqui para a madrugada, mas não é certeza!
Espero que curtam!

#BoaLeitura! :)



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Entramos em fila indiana pelo corredor empoeirado e meu coração acelerou. Encontrá-lo depois de todo esse tempo... Não sei se eu estava preparada para fazê-lo. O que eu diria ao encontra-lo? “Hail Hydra”? Ou algo tipo: “Olá, querido O.S. Obrigada por ser um traidor descaradamente covarde” ou “Oi, Grant... Estou feliz que esteja vivo... Eu fiquei tão mal com a sua perda...

– Skye, está com a sua arma? – May interrompera meus pensamentos na hora exata.

– Sim, May. Está tudo aqui. – Falei, ainda tentando expulsar meus devaneios sobre Ward e me focando na Missão Invasão.

– Fique bem atrás de mim. – Ela me orientava – Se ouvir qualquer barulho ou soldado hostil, não pense duas vezes.

Barulho hostil, Não pensar, Atirar. – Repeti o procedimento em voz alta – Entendi.

– Tem certeza que sabe usar isso? – Josh era um completo medroso.

– Cara, como você conseguiu entrar na S.H.I.E.L.D. desse jeito? – Dei um soco no braço dele – Você é mais medroso do que o Fitz! Na verdade, Fitz é mil vezes mais corajoso do que você.

– Mas é que eu nunca estive...

– Vocês falam demais! Não sabem o que é foco na missão? – May repreendia-nos com razão. Estávamos nos distraindo demais para uma operação tão séria e perigosa como aquela.

– Desculpa, May. Vamos nos concentrar dessa vez. – Ela lançou-me um olhar como se dissesse: “Tudo bem, Skye” e eu segui atenta atrás dela.

– O corredor termina mais a frente. O que consegue ver no mapa, Skye?

– Tem quatro linhas paralelas indicando os andares eu acho... E no final do terceiro, tem um “x”.

– Ele está no final do terceiro andar.

– Possivelmente. – Respondi, pedindo silenciosamente que ela estivesse certa.

– Conseguimos umas imagens! – Josh e Stan falaram atrás de nós.

– Que imagens?

– Das câmeras internas. A essa distância o nosso buraco negro consegue sugar as informações sem dar muita bandeira.

– Perfeito, rapazes! – Peguei o tablet de Josh para guiar May pelos túneis do corredor que dava para uma espécie de porão.

– Fim da linha, meninos. – May fez sinal para que permanecêssemos em fila. – A partir daqui, realmente corremos perigo. – Ela deu uma pausa, nos encarando. – Alguém quer desistir? A hora é agora.

Josh levantou o braço.

– Preciso ir ao banheiro.

May girou os olhos nas órbitas, bufando irritada.

– Josh, olha pra mim. – Tentei aliviar para ele, percebendo que ou era isso ou May o jogaria para fora dali em segundos – Você e Stan vão voltar ao acampamento por esses túneis, que já vimos serem seguros e vão dar as nossas coordenadas aos outros comboios, Okay? No caminho você encontra um banheiro em qualquer lugar.

May concordou com a ideia e seguimos pelo labirinto subterrâneo, nós duas e outros dois soldados da equipe tática, subindo as escadas para enfim termos acesso à bendita Torre Sul. Se o mapa de Ward estivesse correto, o encontraríamos no terceiro andar, próximo à janela de onde a pedra fora jogada. Meu coração acelerava a cada passo, ao imaginar que estava cada vez mais perto dele. May também estava tensa, podia ver o suor escorrendo na sua testa, mesmo sem ela ter enfrentado nenhum atacante ainda. Encontrar Ward e não tentar mata-lo seria um desafio para ela. Desafio esse que me incluía em parte. Ela sabia o quanto eu me importava com aquele desgraçado, mesmo que ele não merecesse uma gota de compaixão, então, ela faria um esforço por mim e por ela mesma, afinal era inegável que ela também se sentia traída por ele.

– Skye, à sua direita! – May identificou um agressor que estava escondido nas sombras de uma das colunas do primeiro andar.

– Deixa comigo! – Atirei com o silenciador e derrubei o cara.

– Melhor usar isso. – Ela pegou minha pistola e me deu uma ICE. – Relaxe, ele não está morto. Está vendo aquele volume? Todos eles usam colete. Mas... Fique com a ICE. Acerte-o onde quiser. Com a ICE. – Ela frisou.

– Com a ICE. – Repeti.

– Isso. – Ela se virou para mim – Olha... Se eu for pega por alguma circunstância, você vai correr o mais rápido que pode e vai voltar ao acampamento. Aqui dentro é mais complicado de se esconder.

– Tudo bem. – Respondi, mesmo sem saber ao certo se conseguiria seguir aquela ordem.

– Vamos. Por ali – Ela apontou o primeiro conjunto de escadas. – Vamos subir mais um nível.

Encontramos três soldados no caminho. Eu atirei em um deles e antes que eu pudesse ver os outros dois, Melinda os derrubou com um tsuki muito bem executado, estendendo o cotovelo e flexionando os ombros num giro de 180 graus com o antebraço fazendo-os desmaiar com movimentos super rápidos.

– Você precisa me ensinar isso. – Falei com os olhos arregalados como se já não tivesse presenciado aquela cena milhares de vezes.

– Se sairmos daqui vivas você merecerá algumas aulas. – Sorri, esquecendo por três segundos a tensão daquela missão.

Chegamos ao segundo piso sem muitas dificuldades, Ward provavelmente havia desligado as câmeras de segurança, porque até aquele momento nenhum alarme tinha soado. Até aquele momento.

– Que som é esse?

– É o alarme de segurança. – May respondeu e eu gelei – Eles sabem que estamos aqui.

– Okay... O que fazemos agora? – Tentava falar e correr ao mesmo tempo, ofegante.

– É melhor que Ward tenha um bom plano sobre como sairemos daqui!

Corríamos em direção ao terceiro conjunto de escadas, nos aproximando de onde estava Ward quando ouvi um tiro. May corria atrás de mim, fazendo minha proteção quando foi atingida no ombro.

– May! – Parei a corrida e voltava para socorrê-la.

– Não! Eu cuido dele, Skye! Continue, encontre Ward! Rápido!

O que? Eu ouvi direito? Ela me mandou ir atrás dele? Pensei que as ordens seriam que eu voltasse para o acampamento. Provavelmente, àquela altura ela já soubesse que teria uns cem soldados correndo pela torre e com direito a mais cem a caminho. De um jeito ou de outro, eu estaria mais segura perto de Ward. Ela sabia que ele não deixaria nada acontecer comigo.

Cheguei ao terceiro andar correndo como uma louca atirando em quantos soldados eu podia até que acabou a munição. Tinha derrubado cinco soldados com sete tiros, só havia errado dois. Infelizmente a conta era exatamente sete, e dois daqueles brutamontes estavam vindo para cima de mim.

– Não, não, não! – Gritava contra eles como se isso fosse servir de alguma coisa.

– Olha só o que encontramos! Finalmente! Sabíamos que o plano funcionaria – O idiota mais alto e branquelo me segurou pelo braço.

– O Barão estava aguardando sua visita, ansiosamente.

– Me larguem! – Eu estava me debatendo desesperada, não queria nem mesmo saber quem era esse tal Barão.

– Claro que não, docinho. – Um deles alisava meu rosto com o dorso da mão e eu imprimia uma cara de nojo.

Ouvi alguns passos apressados atrás de nós e em segundos, os dois homens foram puxados para trás e estavam caídos no chão. “Ufa, May... Bem na hora.” Eu pensava antes de me virar para seguir com ela até o final do corredor, mas quando me virei, dei de cara com ele. Sim, ele. Todo machucado, com os cabelos molhados e com a respiração ofegante. E apenas há uns três metros de mim. Ficamos parados como estátuas, encarando um ao outro até que ele soltou o bastão de ferro que tinha usado para derrubar os caras. Eu estava no limite entre o choro de desespero e de saudade e o choro da raiva. Mas para a minha infelicidade, o choro de saudade prevaleceu.

– Skye...

Ele pronunciou meu nome baixo e lentamente, com os olhos lacrimejando. Eu não tive outra reação a não ser correr para ele desesperada e preocupada, me lançando sobre o seu peito e chorando como uma criança.

– Ei, ei... Eu tô aqui, tudo bem? – Ele me abraçava forte e eu só conseguia chorar.

Eu não sabia mais o que estava sentindo, só sabia que não queria perde-lo de novo, independente de ele ser o que quer que fosse. Eu o amava.

– W-Ward! – Tentava falar alguma coisa em meio ao meu choro.

Ele levantou o meu rosto e me olhou por alguns segundos. Eu comecei a respirar compassadamente e ele usou as duas mãos para enxugar meu rosto que estava completamente banhado de lágrimas. Ele me abraçou novamente como se alguém fosse entrar de repente e me arrebatar dos braços dele.

– Skye... Eu... Eu sei que você deve estar... – Ele não conseguia pronunciar nenhuma sentença que fizesse sentido. – Eu estava com saudades de você... Você foi a única coisa que me manteve vivo desde que eu vim parar aqui. Sem você... Skye...

Eu me soltei dele e o encarei por alguns segundos, recordando tudo o que ele tinha feito conosco no ano passado.

– E eu achei que você tinha morrido, seu idiota! – Esqueci que ele estava machucado e comecei a esmurra-lo com toda força que eu tinha. Ah, raios! Ele era um agente de combate, aquilo não iria matar ele!

– Eles me colocaram aqui e...

– Você sabe como eu fiquei com aquilo? Você sabe quantas vezes eu recusei sair do quarto ou almoçar? Você tem noção do que é perder o sono, fome e até sede por causa de alguém que você deveria agradecer por ter ido embora, afinal ele era um traidor desgraçado que...

– Eu mereço...

– Claro que merece, Ward! Céus! Como você pôde? – Andei de um lado para o outro da cela dele, onde esperávamos que nenhum soldado fosse me procurar.

– Olha... Eu posso explicar tudo.

– E vai. Vai explicar cada mínimo detalhe quando sairmos daqui. – Falei em tom ameaçador e ele sorriu – Eu estou falando sério, Ward! Você acha que eu não estou?

– Eu sei que está.

– E porque a risada?

– Por que eu tava com saudades de ouvir a sua voz brigando comigo.

– Você acha que está tudo bem? Vamos ser perseguidos por metade desse castelo gigantesco.

– E daí? Tudo o que me importa é que você está aqui agora. – Ele disse, me causando um arrepio inevitável dos pés à cabeça.

Baixei a guarda, me aproximando dele novamente. Eu não podia ignorar o fato de que eu o amava. Aquilo estava mais do que claro na minha cabeça e por mais que eu quisesse agir friamente como a May, aquilo não era possível no momento.

– Você não tem noção do que eu passei aqui sem você. Era o meu pior tormento todas as manhãs. Não era o fato de eu apanhar de um supersoldado todos os dias. Era o fato de não ter você comigo... De imaginar a sua dor, a sua raiva... E saber que eu não poderia te explicar nunca mais... Eu tive medo, Skye. Medo de morrer antes que você soubesse toda a verdade e me odiasse pro resto da vida.

– Eu não te odeio, idiota.

– Eu achava que tivesse brava, dois minutos atrás.

– Eu estou brava.

– Não parece mais.

– Você não sabe de nada... – Ele tentava se aproximar, mas eu ainda tentava dar uma de forte. – Se você pensa que eu vou te perdoar assim da noite pro dia você tá muito engana...

O idiota puxou-me contra ele e me beijou. Em questão de segundos eu esqueci o que estava dizendo e entreguei o óbvio: Ele tinha domínio sobre mim.

Eu havia esquecido como ele era forte e lindo e incrivelmente cuidadoso. Ele estava ofegante, como se não me visse há um ano – O que realmente era no sentido literal – E eu me lembrei de como ele beijava bem. Eu estava praticamente de ponta de pé e ele me pressionava fortemente contra o corpo dele. E eu ingênua, achando que ele estava machucado... Ward.

– Respira um pouco, superespião. Até parece que eu tenho uma bomba implantada no meu coração e vou explodir a qualquer segundo.

– Não brinque com uma coisa dessas – Ele voltava a me beijar.

– Ward, Skye? – Ouvimos uma voz conhecida, nos procurando ao redor. – Vocês estão be... – May adentrou a cela de Ward, toda ensanguentada.

Ela havia ficado para trás e deveria ter destruído metade de um exército, pois voltara com diversos hematomas, além do sangramento no ombro, devido ao tiro de minutos atrás. Ela entrou na cela de Ward e se deparou com a linda cena: Minhas mãos alisando o cabelo do bastardo, e ele com as mãos na minha cintura, me beijando ainda. Me soltei dele rapidamente, como se aquilo fosse proibido, e ela ignorou o fato, apenas nos mandando sair de lá.

– Ward.

– May.

– Você está bem? – Perguntei, interrompendo a amistosa conversa deles.

– O que você acha? Ela dizia, apontando para o joelho.

– Ai! O joelho não... – Ward lembrava-se da dor que aquilo causava.

– Precisamos sair daqui, antes que eles voltem. – May dizia, andando na nossa frente mancando.

– Não tão rápido, filhos. – Uma voz grave surgia logo ao atravessarmos o primeiro pátio. – Não quando a festa finalmente está completa.


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Notas finais do capítulo

#ATÉQUEENFIM!!!!! [Fogos de artifício]
Pobre da May... Matou todo mundo pra que a Skye e o Ward ficassem lá no bem-bom.
E quem é o cara que apareceu no final? Alguma suspeita?


#Itsallconnected