Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 14
Minha Melhor Amiga


Notas iniciais do capítulo

Oláa, amores!! Para quem estava ansioso... Eis aqui um capítulo expandido para vocês!
Espero que a espera tenha valido a pena! :)


#BoaLeitura!



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– Fitz? Fitz!

– Hã? O quê? – Acordei assustado com o rosto ainda enfiado no travesseiro.

– Fitz! – Coulson me chamava pela terceira vez.

– Sim, senhor... Desculpe, é que eu...

– Fitz, preciso que coloque o comunicador da May em ação. A essa altura ela já deve ter chegado ao acampamento.

– Que horas são? – Ainda estava atordoado.

– Quase nove. Desça até a sala de reuniões, precisamos estabelecer uma conexão com May e Skye.

– Sim, senhor.

Acho que desci no modo automático, se é que isso era possível, já que internamente meu único pensamento era Jemma Simmons. Aquela cena grotesca não saía da minha mente, acho que meus olhos deviam estar um pouco vermelhos ainda, aquilo realmente havia me afetado. Ela estava encaixada confortavelmente nos braços daquele ser humano irritante e inconveniente que ousava acariciar os cabelos loiros e tenros dela com suas mãos repugnantes. Como Jemma pudera fazer aquilo? O que ela poderia ter visto nele que não vira em mim durante esses oito anos? Ou... Espera... O que eu estou dizendo? Ela é minha amiga, não poderia cobrar aquilo dela, porque nem eu... Oh meu Deus! Estou apaixonado pela minha melhor amiga!

– Fitz! – Jemma gritava meu nome pela terceira vez e eu me perguntava quão distante eu tinha adentrado nos meus pensamentos. – Aonde você tá? Precisamos falar com May e Skye, será que pode sair do seu universo alternativo? – Ela falava séria, porém a doçura não saía dela.

– Desculpe, só estou um pouco sonolento ainda.

– Mas você nunca dorme à tarde...

– Mas hoje eu dormi.

– Tudo bem, Fitz... Em quantos minutos poderemos falar com elas?

Coulson me cobrava como se eu fosse uma máquina automática de consertar as coisas. E eu era.

– Em quinze segundos, se Skye já tiver configurado o comunicador da May.

– Bom trabalho Fitz.

– Como sempre, senhor... Precisando é só chamar. Estarei no laboratório.

– Eu vou com você.

Jemma segurou meu braço e por um impulso eu empurrei a mão dela. Nada violento, só me desvencilhava de seu toque. Não a queria por perto. Não naquele momento. Toda vez que eu olhava nos seus olhos via a traição brilhando. Num lindo par de olhos, confesso, mas ainda era traição. Eu era seu melhor amigo e estava ao lado dela todos os instantes, mas não passava disso. Triplett tinha tomado atitude e eu havia esperado tempo demais. Bem como May tinha me alertado.

– Não, Jemma... Fique com Coulson. Skye pode surtar se não falar com você.

– Mas você...

– Eu estou bem. Preciso pesquisar uma coisa pro meu novo aparelho. Te mostro quando ficar pronto.

– Tudo bem, eu estarei aqui no...

Não a deixei terminar a frase. Dei as costas e entrei no laboratório, segurando um segundo choro por dentro, mas dessa vez ficou só dentro mesmo. Não tinha nenhum aparelho para adaptar, nada para pesquisar e pela primeira vez eu me senti sozinho naquele avião, perdendo a mulher que eu amava e não queria admitir... Como fui estúpido! Quantas oportunidades eu tive de dizer o que sentia e não o fiz... Agora só me restava assistir a felicidade dela, alimentando-me do seu sorriso e permitindo que pelo menos com ele ela pudesse se sentir protegida e amada.

– Skye?

Escutava a voz de Jemma ao longe e resolvi voltar para a sala, talvez ouvir a voz de Skye me desse um pouco mais de ânimo.

– Jemma! – A voz alegre de Skye dava um empurrão na minha tristeza, fazendo que eu sorrisse do outro lado. – Como estão as coisas por aí?

– Estão ótimas, Skye! – Ela falava com uma empolgação que me lembrava o porquê do meu desânimo.

– Só se for pra você – Resmunguei baixinho, só para mim mesmo.

– Cadê a May? – Coulson aparecia atrás de nós.

– Phil. Os comunicadores estão ativados. A que distância vocês estão no momento?

– O agente Triplett está na cabine, ele disse que estamos alcançando os 90Km.

– Eu já o orientei que levasse o avião para 170Km, então, quando ele atingir essa distância, informe-nos, então Skye e Fitz poderão dar início à Operação Buraco Negro.

– Okay, mas vocês querem iniciar essa operação hoje?

– A invasão? Não. Passaremos a noite montando os acampamentos internos. Temos um comboio cavando as trincheiras e outro armazenando os suprimentos. Terminaremos de camuflar tudo antes do sol nascer, ainda tem um terceiro que precisa ser cavado e começaremos logo após finalizarmos essa chamada.

– Como a Skye está se saindo? – Coulson perguntou, curioso.

– Ela já fez dois amigos no pelotão dela.

– Os agentes nerds da computação?

– Sim. – Ela sorriu e falou, sentindo orgulho da nossa Skye – Preciso desligar, o Agente Wilson está me chamando para traçarmos a última rota pela floresta até a torre Sul.

– Cuide dela, May – Coulson finalizou a chamada.

Skye era minha amiga e ouvir a voz dela me deixava bem, mas eu precisava ouvir outra voz além da que ecoava pelos meus tubos cerebrais, a minha própria voz de culpa. May sabia dos meus sentimentos por Simmons, mas ela também não estava lá. E eu não me atreveria a falar com o Coulson sobre isso, pra ser sincero, eu ficava vermelho só de pensar nisso. Ah, não... Eu sou uma vergonha para a minha raça.

– Fitz? – A voz dela interrompia meus anseios outra vez.

– Je-Jemma? – Me assustei com a aproximação repentina dela. – O que faz aqui?

– E desde quando eu preciso de motivo para conversar com meu melhor amigo?

Por essa eu não esperava. Sentei-me na escada e Simmons pegava alguma bebida do frigobar. Ela puxou uma cadeira e pôs na minha frente, entregando uma garrafa para mim. Ela só precisou dar um sorriso e eu sorri de volta, olhando para o chão em seguida. A presença dela realmente me fazia bem.

– Quer me dizer alguma coisa? – Ela perguntava como se soubesse de alguma coisa que estava se passando dentro de mim.

– Não... Por que acha isso?

– Porque você está me evitando. E sempre que você tenta esconder algo de mim você age dessa forma, Fitz... Você acha que eu não te conheço?

– Não é nada de mais.

– Então fale olhando nos meus olhos.

Eu não havia percebido em que momento naquele avião ela tinha perdido o medo de falar as coisas, mas ela estava diferente. Acho que por isso que eu estava admitindo gostar dela, ela sempre foi tão forte e só não havia demonstrado isso antes, e como eu amo vê-la assim. Levantei a cabeça e a olhei nos olhos, procurando manter-me firme.

– O que está havendo entre você e Triplett?

– Entre mim e o Triplett? – Dessa vez ela corou.

– Sim. O que está... Rolando entre vocês? – Perguntei quase implorando para não saber a resposta.

– Ah... – Ela se enrolou um pouco – Eu não sei... Ele só me beij...

– Eu, sei! Eu vi! Não precisa repetir isso porque eu já...

– Leo... – Ela me interrompia, quase rindo – Você está... Com ciúmes?

– C-ciúmes?! Eu com ciúmes, Jemma?! Imagina, eu não...

– Leo... Pára... Você não sabe mentir.

Ela estava certa. Certíssima. Eu não sabia mentir e estava começando a suar frio, estava com medo dela se afastar de vez se soubesse a verdade e eu não suportaria perder a amizade dela. Mas eu já tinha começado, não sei... Poderia ficar pior do que perder para aquele novato que não sabia nem mesmo o sorvete preferido dela?

– Eu só... Queria saber... Nós somos amigos não somos?

– Que pergunta, Fitz! – Ela ficava mais linda quando se irritava das minhas perguntas óbvias – Claro que somos!

– Então... Você sente alguma coisa por ele?

– Pra ser bem sincera... Acho que estou fazendo algo errado... – Me perdi no meio da resposta dela – Eu queria mostrar para a Skye que podia, sabe... Que era corajosa... Que eu não tinha medo de me envolver com alguém... Queria que ela sentisse orgulho de mim...

– Quer dizer que você não gosta mesmo dele?

– Ele é uma ótima pessoa, Fitz. É carinhoso, lisonjeador, atencioso – Okay, ela poderia parar a lista por aí se quisesse – Cavalheiro, educado, Mas... Eu não gosto dele de verdade. Na verdade eu preciso dizer isso a ele. Não estou tentando brincar com ele ou magoá-lo, então... Acho que confundi uma coisa com a outra. Isso não é amor.

– Então quer dizer que...

– Fitz! Rápido! – Coulson adentrava o corredor, me assustando mais do que o normal. - Ainda lembra como controlar as armas defensivas do avião?

– Lembro senhor, por que o senhor está... – Ouvimos alguns tiros atingindo-nos e balançando o avião.

– Estamos sendo atacados!

– Oh raios! Já percebi, mas... Por quem?

– E por que? – Jemma começava a se assustar.

– A força aérea Russa. O que vocês acharam que fosse? Precisamos nos defender já que eles não querem cessar fogo.

– Triplett tá tentou contactar o outro piloto?

– Sim, sem sucesso... Ele está procurando um lugar para pousarmos e tentarmos resolver isso de forma civilizada. Temos três equipes de buscas da S.H.I.E.L.D. em solo russo, então fugir não é a coisa menos suspeita a fazermos no momento.

– E atacar é? – Perguntei nervoso.

– Estamos nos defendendo, é diferente.

– Tudo bem, senhor... Jemma – Voltei o olhar para ela enquanto Coulson corria para a base ofensiva – Vá para a cabine e fique lá com Triplett. Por favor, fique segura. Não saia de perto dele até que tudo esteja calmo. Ele saberá o que fazer.

– Mas eu quero...

– Fitz está certo, Simmons. Vá para o Agente Triplett, estará mais segura lá do que conosco aqui. – Coulson gritou já entrando na base. – Venha Fitz!

– Cuidado. – Disse, sem perceber que estava segurando a mão dela. Não foi planejado, só foi algo alheio ao meu controle... Inconscientemente.

– Você também.

Ela soltou-se da minha mão e correu para a cabine e eu e Coulson começamos a abrir fogo contra os drones inimigos logo após as metralhadoras esquentarem.

– No três! Um, dois, três, Agora Fitz!

Seguíamos no ataque quando dois drones fizeram um sanduíche no nosso avião. Eles eram bem menores e não tinham a força do nosso, porem a cauda de um deles havia danificado duas turbinas. Precisaríamos pousar o mais rápido possível.

– Senhor, a turbina não aguentará muito tempo, precisamos aterrissar!

– Deixe as metralhadoras e vamos poupar o combustível para o pouso que não vai ser nada tranquilo.

– O que fazemos agora? - Já estávamos sem alternativas.

– Vamos para a cabine! Estaremos mais seguros lá.

Corremos até a cabine e colocamos os cintos de segurança. Em alguns minutos, Triplett conseguiu encontrar um lugar para pousarmos, já estávamos fora da Russia e ainda havia um drone na nossa cola. Estávamos indo muito rápido e a falta de iluminação impediu que Triplett identificasse uma construção abandonada no fim da pista.

– Estamos indo muito rápido! – Coulson alertava o piloto novato.

– Eu sei, senhor! Os freios também foram danificados!

– A construção está velha, provavelmente desabará em cima do Bus! – Jemma observava.

– Precisamos sair, a colisão pode ser perigosa! Nosso avião já passou por maus bocados, mas estaremos mais seguros no solo.

– Então a ordem é...

– Abandonar o navio – Disse triplett correndo para baixar a rampa de carga.

Coulson e Triplett precisaram ir à frente armados até os dentes para nos cobrir, já que só tínhamos as ICEs. Eles estavam pulando do avião quando notei que Jemma não estava atrás de mim.

– Jemma! Jemma! – Me desesperava enquanto corria pelos corredores com o avião fora de controle.

– Fitz! Aqui! Está emperrado!

Ela estava presa pelo tornozelo ao cinto de segurança que enrolou durante a turbulência e travou justo quando ela estava correndo para sair do Bus.

– Eu vou te tirar daqui!

– Fitz, nós vamos bater, você precisa descer enquanto pode...

– Não, Jemma. Eu não vou te deixar... Lembra quando você pulou do avião? Eu nunca tive tanto medo de perder alguém na minha vida... – Encontrei uma chave de fenda embaixo do balcão e o usei para destravar o cinto. – Só saio desse avião com você.

– Leo...

– Vamos, temos que correr.

Corremos até a rampa de carga e quando percebi que estávamos muito perto, abracei-a e pulamos do avião. O avião derrapou sobre o gelo e colidiu com a casa. A última coisa que pude ver foi ela caindo na neve sobre mim. Ela estava salva. Antes que pudesse ouvi-la, eu sentia uma dor enorme na minha cabeça até que tudo foi ficando escuro e os sons diminuíram. Eu apaguei, com Jemma sã e salva nos meus braços.


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Notas finais do capítulo

Lindos!! *__* #FitzSimmons4ever!!

— E hoje é dia de #AgentsofSHIELD! *__*

#Itsallconnected.

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