Inconscientemente escrita por Jessyhmary


Capítulo 12
Pesto Aioli Caseiro - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!! Continuando a nossa saga... Acho que postarei mais um capítulo hoje e depois seguirei com "The Battlefield" para quem acompanha... Relaxem, não esqueci dessa fic. :)
Obrigada a todos os reviews, fico feliz que estejam curtindo tanto quanto eu e saibam que estou analisando as ideias de cada um de vocês, então... Muito obrigada MESMO pelo apoio.

E vamos de capítulo!

#BoaLeitura! :)



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Era final de Setembro e o cheiro de frutas maduras se espalhava por toda a avenida Campbell, preenchendo meus pulmões com um aroma adocicado das macieiras que discorriam ao longo do canteiro. As folhas sobrepostas aleatoriamente umas sobre as outras, montavam um mosaico que o vento insistia em perturbar de vez em quando, levando folhas de uma pilha à outra. Edimburgo era uma cidade grande pequena. Nada comparado a Chicago, obviamente. Estava acostumado a viver literalmente numa ilha, então qualquer lugar grande, lotado e barulhento me era muito estranho. Havia nascido naquele país e estava confortavelmente acostumado às gaitas de fole e todos aqueles Kilts, mas estava de malas prontas para a américa. Meus pais estavam de papéis assinados e decidiram dividir os bens pacificamente, ficando cada um com a parte que lhe cabia. Um cirurgião e uma fisioterapeuta. Eu tinha quatorze anos recém-completados e estava deixando a Escócia com a minha mãe.

Mudamos para a Elm Street, com suas frondosas árvores perdendo as folhas, numa tentativa um pouco frustrada de que aquilo se parecesse em algo com Edimburgo. Meu pai ficara na Escócia. Diferente da minha mãe, sua personalidade rude e sua rispidez não o ajudariam a conquistar uma nova clientela, talvez em nenhum outro lugar do mundo. Minha mãe sempre fora doce com todos, possuía alguns clientes antigos em Chicago e sempre falava em viajar para os Estados Unidos, então, agora ela tinha um bom motivo para sair da Escócia.

Estava indo para a escola num dia que lembro de ter chovido ainda cedo pela manhã. Fechei o guarda-chuva e guardei a capa de chuva na mochila (porque minha mãe jamais deixaria que eu chegasse em casa encharcado) e subi no ônibus escolar ainda me adaptando aos novos colegas. Não tinha nenhum amigo ainda, eu era calado e muito tímido para me aproximar facilmente das pessoas, até que uma garota subiu na parada seguinte. Ela estava ainda molhada da chuva, os cabelos loiros respingando e uma expressão de constrangimento no seu rosto. Ela entrou de cabeça baixa no Ônibus e olhou para um acento que estava vazio do meu lado. Ela estava tremendo.

– Posso sentar aqui? – Ela perguntou, como se escorresse mel dos seus lábios. O sotaque a denunciou instantaneamente. Ela também estava perdida como eu.

– Claro. – Respondi tão rápido que chegou a ser estranho.

– Oi. – Ela falou comigo sem olhar diretamente para mim.

– Oi. – Respondi praticamente do mesmo jeito.

– Você saberia dizer onde fica a sala do professor... – Ela tirava um papel borrado de dentro da mochila – August Ramsley? – Ela perguntava, um pouco tímida.

– Sim. É a minha sala.

– Oh! – Ela falou num misto de espanto com admiração, corando um pouco em seguida – Isso é bom. Não estou perdida. – Ela suspirou, expressando alívio.

– Tudo bem, eu também estou indo pra lá, então... Claro que estou indo, que resposta... – Me autocorrigia, ficando um pouco nervoso. – É um ônibus escolar, então todos estamos indo pra... – Ela sorriu com o meu embaraço e eu parei de falar, percebendo que ela já tinha entendido o que eu tentava dizer aos tropeços.

– Me chamo Jemma. Jemma Simmons. – Ela disse sorrindo timidamente.

– Meu nome é Leopold. Ou somente Leo. E Fitz... – Me embaracei mais uma vez na tentativa de dizer o próprio nome – Leopold Fitz.

– Tem nome de zoólogo! Que legal!

– Isso! O austríaco! – Sorri – Achava que eu era o único da minha idade que sabia disso...

– Eu também! Eu adoro biologia! Um dia eu quero ser cientista. – De um instante para o outro ela passou de timidez para empolgação – Bem, a palavra “cientista” é um termo muito abrangente. Eu ainda estou em dúvidas quanto à especificação.

– Eu gosto de biologia também, mas prefiro física. Eu sempre gostei de montar e desmontar coisas. Faço isso desde sempre com meus brinquedos que levam pilha ou bateria. Penso em mecânica ou engenharia. – Sorri, me sentindo estranhamente confortável com aquela primeira conversa – Meu pai diz que sou louco por causa disso. Ele queria que eu me formasse em medicina também.

– Qual a especialidade dele?

– Cirurgião plástico.

– Hum... – Ela olhou pela janela do ônibus e voltou a falar depois de alguns segundos – Mas você não quis seguir os passos dele. Cada pessoa é diferente, ele não pode obriga-lo a ser algo que você não se sente confortável sendo.

– Realmente não pode agora. Acabei de me mudar para Chicago com a minha mãe.

– Percebi pelo sotaque. – Ela sorriu, olhando para baixo – Era estranhamente familiar. Escocês? – Ela arriscou.

– Sim. – Sorri, intimidado com aquela garota que de uma hora para outra havia iluminado todo o ônibus – Britânica? – Havia percebido desde a primeira frase que ela pronunciara.

– Sim. – Ela riu dessa vez. Era o riso mais lindo que eu havia escutado desde que havia chegado aos EUA. – Sheffield, fazem apenas quatro dias.

– Edimburgo. Já faz quase um mês. Estou na Elm Street, agora – Olhei para baixo, esperando que surgisse alguma piada como todos os outros alunos fizeram quando tive que me apresentar sozinho como novato.

– Elm Street?! – Ela arregalou os olhos e eu esperei a piada. – Eu também!

– Você... O que? – A piada não saiu. Ou aquela era a piada?

– Eu moro na terceira com a Western. Na Elm Street.

– Não brinca!

– Sério. – Ela sorriu de novo e eu estava ficando mal acostumado com toda aquela doçura em uma só garota.

– Que legal, então. Estou me sentindo um pouco menos deslocado agora. É bom ter alguém que fala a mesma língua que você. Literalmente.

– Você é engraçado. – Ela disse, quase se escondendo depois, ficando vermelha e me deixando envergonhado também.

– Você é a primeira pessoa que falou direito comigo desde que cheguei aqui. Os outros meninos e meninas riram de mim, mas não no sentido bom.

– Eu não vou rir de você. Só no sentido bom, eu acho...

– Obrigada. – Minha boca já estava doendo de passar tanto tempo sorrindo. – Bom... Chegamos à escola. Vou te ensinar onde é nossa classe.

– Oh! – Ela deu um suspiro e falou com uma voz fofa – Um macaco-prego! – Ela fez carinho no macaquinho de chaveiro da minha mochila.

– Ah, esse é o Monkey.

– Monkey? Uau... Que criativo... – Ela sorriu, soltando o chaveiro e descendo do bus.

– Qual o problema com Monkey? – Perguntei, já esperando essa reação.

– Nada... – Ela sorriu, levantando as mãos em sinal de desculpas – É só um pouco... Óbvio demais?

– Bem... Um pouco. Mas eu gosto de Monkey.

– Tudo bem... Monkey então. – Ela não conseguia dizer duas palavras sem ser incrivelmente encantadora.

– Bem, aqui é a sala. 28-A. – Deixei-a em frente à sala – Eu teria aula aqui, mas o monitor de física marcou uma reunião comigo agora, então...

– Tudo bem. Obrigada por me ajudar a encontrar a sala. Primeiro dia de aula... Vou ter que dizer que moro na Elm Street. – Nós dois caímos na risada – Bom, pelo menos eu não sou a única.

– Não. Não é. – A olhei por alguns instantes, até lembrar-me da reunião com o monitor Mark. – Então... Boa sorte com o primeiro dia de aula.

– Nos vemos no intervalo? – Ela perguntou olhando para o relógio no fim do corredor.

– Acho que sim. Eu sempre fico sozinho na mesa 42.

– Acho que não ficará mais. – Ela sorriu, ajeitando os livros que acabara de tirar da mochila.

– Boa aula pra você. – Acho que repeti as palavras, ela me desconcertava um pouco.

– Até mais, Fitz.

– Até mais, Simmons.


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Notas finais do capítulo

*___* Preciso dizer que ameeeei escrever esse capítulo???

FitzSimmons nenéns se conhecendo... Precisava escrever um capítulo flashback assim! *__*

— E aí, gostaram?