Mais um ano, mais uma colheita. No distrito 2 a sede de vingança instala-se na casa dos Merone. Era o momento de Diana ter a sua vingança. Para ela os jogos já significaram uma honra mas agora era só um pretexto para se poder vingar da morte do seu namorado Regulus morto na arena pelo tributo do distrito 8. A vontade de matar com o nervosismo tudo à mistura dava cabo da cabeça daquela loira arruivada. Ela estava no pátio das traseiras da sua casa. Estava de pé, de frente para um boneco feito de palha e tecido velho. Tinha um machado na mão esquerda e outro na mão direita. Olhou atentamente para o boneco e num piscar de olhos bem rápido mandou o primeiro machado acertando na perna esquerda da figura. Logo de seguida com a mão direita mandou o segundo machado que acertou em cheio no centro da cabeça do boneco. Respirou fundo e sentou-se no chão de pernas cruzadas, baixou a cabeça fazendo com que o cabelo tapa-se o seu rosto e ficou ali a pensar no que havia de fazer.
– Isso é tudo nervosismo. – Perguntou Juno passando a porta de vidro que dava aceso do interior da casa para o pátio. A rapariga levantou a cabeça e sorrio.
– Não estou nervosa, muito pelo contrário, estou muito confiante.
Juno suspirou, ele sabia que não ia conseguir tirar aquela ideia parva da cabeça da irmã. Ele não gostava nada daquele dia, para ele os jogos eram uma maneira bruta e covarde de impor medo aos distritos. Mas também não era capaz de deixar a irmã ir sozinha. Suspirou uma última vez e sentou-se de frente para a irmã também de pernas cruzadas.

– Diana… tu sabes que se… - Começou o rapaz mas sem poder acabar.
– Tu não precisas de vir Juno.
– Claro que preciso, se tu fores eu vou também. – Disse o rapaz sorrindo.
– O Gold não vai gostar da ideia. – Disse Diana fazendo cara séria.
– Eu não lhe vou dar tempo sequer para reclamar. – Disse o rapaz rindo e fazendo a irmã ir também.
Passados alguns minutos cada um foi para o seu quarto arranjar-se para a escolha dos tributos. Diana tomou banho e penteou-se. Vestiu um vestido justo, num cinzento prateado e com alguns brilhos, tinha uma pequena faixa em castanho com muitos brilhos em dourado. Por cima colocou um blazer branco de manga a “três quartos”. Penteou os cabelos loiros avermelhados e deixou soltos e com alguma ondulação. Passou rímel nas pestanas e eyeliner nos lindos olhos verdes cor de esmeralda. Passou um batom cor de cereja e calcou uns sapatos de salto simples. Enquanto isso, Juno penteava-se e vestia as calças de cor azul-escuro, abotoou a camisa de seda e vestiu o blazer da mesma cor que as calças. O cabelo loiro e liso dava-lhe pelo pescoço e os olhos eram azuis como o céu. Ajeitou a gravata uma ultima vez e saiu do quarto ate à sala onde lhe esperavam a irmã e o namorado Gold. Juno observou o namorado que vestia um fato parecido ao dele mas em preto e com uma gravata vermelha. Sorrio e deu-lhe um beijo, mas um beijo diferente, parecia um beijo de despedida. Todos saíram de casa e dirigiram-se a limusina que os esperava à porta de casa. Quando lá chegaram, Juno e Gold dirigiram-se à multidão de rapazes e Diana dirigiu-se à multidão de raparigas.

– Bem-vindos! – Gritou um homem que estava no palco. – O meu nome é Alex Hall. Serei o sorteador e mentor do distrito 2.
Depois das apresentações Alex mostrou o mesmo vídeo que todos os distritos já tiveram assistido todos os anos. Quando acabou dirigiu-se ao globo de vidro que continha o nome das raparigas. O coração de Diana acelerou violentamente. A rapariga não sabia o que fazer, ali estava o momento que ela tanto esperava. O homem colocou a mão no globo e tirou um papel mas foi interrompido por um berro que deixou todos em silêncio.
– Eu ofereço-me! – Gritou Diana.
– Nem tive tempo de sortear uma mas tudo bem, assim poupas-me trabalho. Tragam-na. – Disse o homem num to irónico. A rapariga foi escoltada até ao palco por dois Pacificadores. Diana olhava atentamente para o irmão com uma expressão de culta, como se estivesse a pedir desculpa ao irmão. – Como te chamas?
– Diana Merone.
– Muito bem. E agora os rapazes. – Disse o homem dirigindo-se ao globo que continha os nomes masculinos.
– Eu ofereço-me! – Gritou Juno antes que o homem pode-se colocar a mão no globo.
– A serio? Para quê que serve um sorteio se eles se oferecem por si? – Perguntou o homem para um dos Pacificadores ao seu lado. O homem suspirou e mandou que trouxessem o rapaz até ele. Juno subiu e olhou de forma fria e bruta para a irmã. – Como te chamas?
– Juno Merone. – Disse ele de forma rápida. O homem deu uma risada rápida e de logo suspirou.
– Senhoras e senhores, aqui estão os dois tributos do distrito 2. Podem apertar as mãos. – Disse Alex. Ambos apertaram as mãos e olharam-se num olhar vazio.
Antes de se irem embora Juno olhou para traz para poder ver Gold uma ultima vez. Este estava estático no lugar com algumas lágrimas a correrem-lhe pelo rosto. Como seria agora? Para ele poder voltar, ele terá de matar todos… até mesmo a sua própria irmã.