Quem vai ficar com Celso? escrita por Aquela


Capítulo 19
Capítulo 18 - As intenções


Notas iniciais do capítulo

Os capítulos agora estão meio desorganizados com respeito a tamanho. Uns muito grandes, outros menores que o normal. Desculpem. Mas vai ficar assim.



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Havia se passado uma semana desde o ocorrido. E Otávio passara todo esse tempo fora de casa. Já considerava alguns apartamentos. A coisa estava tão grave que nem pensava em alugar, e sim, comprar de vez. Seus pais lhe prepararam boas economias, desde que ele nasceu, e como ele nunca as tinha gastado, somariam uma boa quantia com o dinheiro que lucrava do site, seu empreendimento pessoal que rendia muito.

Não conseguia encarar sua mãe de jeito ou maneira. Também como? Sua mãe traía seu pai? Por quê? Um homem tão bom! Todos comentem erros, ele sabia. Todavia, seu pai, de fato, era um homem bom. E apesar de todos os erros que cometera, dos quais pouco sabia Otávio, cria veementemente que ele não merecia isso. Não. Ninguém merece ser traído.

Não queria acreditar. Mas era a verdade. Sua mãe traía seu pai. E pelo que viu, há tempos. E o pior, era que ninguém suspeitava, mesmo que, supostamente, esse caso que dona Ana possuía já durava meses. Tentava encará-la. Só que, como poderia? Odiava associar esse adjetivo à sua mãe, porém, não havia outro mais bonito que expressasse seus sentimentos como aquele. Sua mãe era uma vadia. Tanto falou de Priscila, e ela se mostrou tão suja quanto qualquer outro.

Virou-se de lado para a cama, ao lado contrário da janela grande, com os vidros limpos presos na madeira envernizada. O chão também era de tal material. Bem escuro. Com paredes creme, e toalhas, cobertores e travesseiros puros como a neve. Havia uma cômoda ao lado da porta mogno e abaixo de um espelho, que refletia o quadro de frutas acima da cama em que se encontrava. A cama de casal. Bem que gostaria de estar acompanhado. Contudo, em tal momento, como chamar Priscila?

Recordava a semana anterior, antes de decidir passar um tempo em uma pousada simples. Depois da declaração de Priscila, todos ali ficaram quietos. Quem ousaria retrucar? Nem a acusada poderia. Com mais vergonha que ela, a menina saiu sem encarar ninguém. Ao notar o estrago feito, percebeu que o melhor era sair. Não podia negar, estava um tanto bravo por ela ter falado aquilo em frente a tanta gente. Compreendia que estava apenas defendendo-se. Ainda assim, ficara um pouco bravo. Mas logo esse sentimento fora embora. Caiu-lhe a ficha de que era exatamente isso que estava criando a separação deles. Ela queria lhe contar, mas não sabia como. Ou não tinha coragem. Aliás, era uma grave acusação. Ela deveria ter ficado dividida. Sem saber se dizia ou não. Como não podia mentir, somente se ausentou.

– Ah, Priscila... - expressou, solitário. - Por que tudo entre nós tem de ser tão problemático?

***

Sua mãe ligara. Pedia que fosse até lá. Prometeu-lhe uma história. Prometeu lhe contar algo que bem Celso sabia. Prometeu contar-lhe por que brigara não só com Priscila aquele dia, mas também com sua mãe. Além disso, prometeu conferir-lhe por que possuía tanta raiva de Elisa, e por que se empenhou em um caso fora do matrimônio. Não que o que ela havia feito tivesse justificativa - dizia ela - sabia que não. Porém, queria contar o porquê de ter começado isso. E lembrou-lhe de que seu irmão perguntava muito por ele. E que estava muito complicado fingir que nada acontecia. Tinha que conviver com Celso e forjar uma relação perfeita, para que o menino não fosse afetado, embora o mesmo já pudesse sentir que algo estava no ar. Tanto que nem pudera falar com o marido. Falaria, jurou isso também. Só que não havia tido a oportunidade para tal coisa.

Num pulo de curiosidade, já estava em casa. Lá, estava somente Ana. Celso já não suportava ficar com ela, ainda mais desnecessariamente. E como Eduardo estava no vizinho de baixo, o momento era mais que oportuno para falarem.

– Só pra saber. Você e o pai vão se separar? - disse ele, braços sobre as pernas, mãos pendendo entre elas, recostado num canto do sofá, e sua mãe em outra extremidade, de joelhos juntos, boa postura.

– Eu não sei. Ao menos por enquanto, creio que não. Com o Edu tudo fica complicado.

– Entendo. Quando ele ficar mais velho, então?

– Eu não sei, Otávio. Talvez não demore tanto. Acho que seus pais me toleram a pulso.

– Eu não gosto de lhe faltar com respeito, dona Ana. Mas ele está com a razão.

– Eu sei. Ele está. Mas eu também não estou nada feliz.

– Então não valeu a pena? - disse ele, tratando de ser sarcástico.

– Não seja assim, Otávio. Eu entendo que você está chateado. Mas eu queria esclarecer algumas coisas contigo porque sei que meu filho é muito mente aberta.

– Está bem. Me desculpe.

– Filho, eu sei que isso não justifica minhas ações. Aliás, eu já terminei tudo o que tinha com aquela pessoa. Mas eu tenho que dizer, que eu fiz isso, em grande parte, foi por causa do seu pai.

– Agora meu pai é o culpado? - perguntou, demonstrando irritação.

– Não sei se posso dizer quer seu pai é o culpado. Mas em parte, a culpa é dele. - a frase confusa se propagou numa longa pausa, até que ela concluído raciocínio. - Otávio, eu sinto que seu pai não me ama.


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