Quem vai ficar com Celso? escrita por Aquela


Capítulo 18
Capítulo 19 - Quem Vai Ficar Com Celso?


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, a trama é revelada. Finalmente vocês saberão quem vai ficar com Celso (o/). Espero que gostem.



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– Eu não posso fazer isso. Eu simplesmente não posso. - diz Celso, recostando-se no muro da casa da noiva, e agora, frente a frente com ela.
– Não haja como um sentimental, Celso. Você não é do tipo que se importa muito com as pessoas.
– Por que você diz isso?
– Não hesitou em se envolver com minha irmã, sem sequer me desenganar de qualquer compromisso.
– Me desculpe. Eu não tinha a intenção de te machucar. Eu queria fazer tudo de uma forma que não ferisse ninguém.
– Se isso fosse verdade, não andaria se agarrando com ela.
– Eu a amo. De verdade. E você, sabendo disso, não pode estar me pedindo uma coisa dessas.
– Não fale que a ama! Se tanto a amasse, teria feito as coisas corretamente.
– Eu estou fazendo!
– Não! Você não está! Você simplesmente a usou.
– Você não pode questionar a minha motivação! Desde quando pode ler os meus sentimentos?
– Eu não leio. Eu vejo. Suas ações mostram o que você sente. E eu vejo claramente que se você se importasse com ela tanto quanto fala, desde o começo, confirmaria isso tanto com a minha, quanto com a sua família.
– E você acha que eu não tentei?
– Tentou pouco.
– E o que te faz pensar que não me esforcei o suficiente?
– O fato de que você não conseguiu. - ele se calou - Celso, ela está sofrendo por sua causa.
– E você acha que ela não sofreria ainda mais quando me visse no altar com você?
– Ela se desligaria mais facilmente de você desta forma.
– Você não pode estar falando sério.
– Meus pais apóiam nossa união. Elas já contavam com isso. E além do mais, minha irmã nem pode ter filhos.
– Com tratamento adequado, ela pode. E isso não é motivo o suficiente para eu deixá-la.
– Sim. Mas você ouviu o que seu pai disse. Ele pode tirar seu emprego...
– O que não falta é emprego nesta cidade.
– E se eu te disser que o que ela fez com você, ela faz com outros caras?
Celso arregalou os olhos. Sua moreninha também estivera com outros caras? Sabia que fora o primeiro a estar com ela, mas será que ela fora capaz de fazer isso também com outros homens? Não fazia sentido.
– Você está apelando. Ela não é assim.
– Bem, ela ficou com você facilmente. O que impedia ela de ficar com outros? Aliás, ela tem tanta intimidade com tantos caras...
A sua noiva era como uma naja. Já soltava o veneno. No momento, Celso não fora capaz de detectar isso, pois naquela hora, já estava cheio de ciúmes.
***
Chorava. Chorava rios e rios de lágrimas. Sentia-se suja. Sentia-se um nada. Sentara na praça, naquela cerca de cimento que se fazem às árvores grandes e grossas, cujas folhas agora sobrevoavam ao vento, levando os cabelos da menina; triste e melancólico, tal como ela. Segurava fortemente a alça da mala marrom. E encarava com ódio os transeuntes que lhe encaravam com curiosidade.
O seu belo rosto estava retalhado. Seus olhos esbugalhados e vermelhos ardiam nas órbitas. Seu cabelo estava preso em um coque mal feito que a tornava feia. Mas é daí? Não é algo que preocupasse tanto alguém que acabava de ser expulsa da casa.
Repassava na mente a discussão. Pela primeira vez brigava com Celso. Quem tanto a fez sofrer, agora a pisoteava com força. Como ele fora capaz de ser tão canalha? Prometeu-lhe amor, felicidade. Tudo isso para simplesmente usá-la. Depois de algumas noites, agora ele apenas lhe dizia: "Não vai dar certo." Como assim? Como assim agora não vai dar certo? Como assim ele havia se enganado? "Eu descobri que eu gostava mesmo da sua irmã. Me desculpe. Ficar com você foi um erro."
Era só isso? Agora que ela já havia dado tudo de si, nada valera a pena? Não havia feito o suficiente? O que mais tinha a oferecer? O que precisava fazer para que ele a aceitasse? Ele havia dito:
– Não há nada que você possa fazer. Simplesmente não era pra ser. Desculpe.
Não era pra ser? Ele estraga a vida dela, e diz, não era pra ser?
Bem, o pior não era isso. Se fosse apenas a briga com o Celso, não estaria tão ruim. Entretanto, sua irmã fizera algo inacreditável. Como ela fora capaz disso? Contar toda a história para seus pais? Isso era... Isso era... Asqueroso! Se soubesse do que ela era capaz para ficar com Celso, jamais teria sequer pensado ficar com ele. De fato, não era sua intenção trair sua irmã. Tanto esperou mudanças da parte dele e no final só houve decepção. E ainda assim, machucara tanto a si mesmo como a toda a família. E após sofrer, ainda levou nas costas a culpa por tudo, e ouviu o noivado com a outra ser anunciado no mesmo dia. Como? Por que ela levava a culpa por tudo e ainda era obrigada a tolerar aqui? Por que seus pais aceitaram tal intento? Não tiveram o discernimento de proibir tal ato? Não queria ouvir que era por amor. Celso não amava sua irmã. Celso a amava. Ainda podia se lembrar do abraço dele. Do abraço daquele canalha. Do beijo doce daquele canalha. Das palavras belas daquele canalha. Do jeito que ele a chamava de moreninha. Sua moreninha. Do jeito como mexia em seus cabelos, com tal carinho! Aquilo tudo era mentira? Era. Mas parecia tão real! Por que ele se esforçava em ser tão fofo? Tão cavalheiro? Pra no final, deixá-la de lado! Tão mau!
Celso! Você não presta! Celso! Por que você não presta? Celso, por que você me usou? Celso, por sua causa, minha família me odeia! Celso, eu te amo. Por que você não me ama?
Era assim mesmo. Ela não podia pedir muito. No final, o filho biológico era sempre mais amado. E neste caso não era diferente. Fora achada numa lata de lixo qualquer. Pobre recém-nascida, jamais saberia suas raízes. Pela compaixão, dona Teresa, mãe há poucos meses, pegara a menina. Como deixá-la, após descobrí-la? Era grata de coração por isso. Se não fosse dona Teresa, morta estaria. Não negava. Porém, não fechava os olhos para o fato do amor oferecido para o sangue ser maior que onda adoção. Tudo bem. Era uma lei do universo. Sangue em primeiro lugar. Pensou que isso não existia em sua família. Todavia, não há exceções em leis do universo. Ela são tipo, universais. E claro, inflexíveis.
– Oi, moça bonita. Por que você está chorando? - pergunta uma voz grossa, de um moreno alto, de bela aparência, que surgia em sua frente, agachando o suficiente para se fazer visto por ela. - Desculpe. - fala, sorrindo, ao ver que ela não tem resposta. - Eu não queria ser grosso. Olha só pra mim! Perguntando da vida dos outros, sem nem dizer meu nome!
Ela ri inocente e belamente.
– Deixe eu me apresentar: Meu nome é Rodrigo. - e oferece uma mão a ela.
– Oi, Rodrigo. Meu nome é Elisa.


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