Quem vai ficar com Celso? escrita por Aquela


Capítulo 17
Capítulo 17 - O Último Segredo




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Ana não podia crer no que seus olhos viam. Não. Não era possível. Aquela era a Priscila? Não. Impossível. Mas ainda que não fosse, por que seu filho estava tão atracado com ela? - era o que pensava, quando chegou à sala de estar de seu pai, ela e seu marido, e depararam-se com a mais pouca vergonha.

Sem pestanejar, ou pensar, agiu por instinto. Aquilo não iria ficar assim. Aproximou-se com força da menina, dando a volta no sofá, puxou-a de Otávio, e lhe deu uma grave e profunda bofetada.

– O que está havendo aqui? - pergunta Elisa, que acabava de chegar na sala. Entretanto, foi ignorada, pois agora, Ana começara a falar.

– O que você está fazendo aqui? E por que está nessa pouca vergonha com o meu filho? É assim que você trata sua chefe? Eu te dei um emprego, vadia, eu te dei um emprego, e é isso que você faz? Seduz meu filho? Pois eu que não vou aceitar essa merda! Eu quero ver! - e dá ênfase - Mas eu quero ver você tocar nele outra vez! Hoje eu te arranquei pelo cabelo, mas da próxima vez, eu vou te dar uma surra. Porque é isso que uma vadia como você merece! Uma surra!

No local, ninguém parecia ter reação. Estavam lá: Celso, que chegara com a mulher; Ana, que montava o barraco; Elisa, acompanhada pela mãe; Priscila, e seu Romeu, Otávio; e ainda Rodrigo, que voltara do seu compromisso. Todos assistindo aquilo. E ninguém sabia o que fazer. A menina apenas tocava a face, tentando abrandar a pele vermelha, chorando de raiva. Otávio, por sua vez, como os outros, somente conseguia observar aquilo de boca aberta. Queixo caído.

– Sua naja! Por que você está aqui? Sua vadia! Prostituta! Não está vendo que aqui não é o seu lugar? Numa ocasião dessas você tem a cara de pau de vir aqui? Você não tem vergonha, não?

– Prostituta?! Eu?! - responde a menina, finalmente. - Fique a senhora sabendo que o homem naquela cama é nada menos que o meu avô! - a mulher se mostra espantada. - É, dona Ana, minha mãe é a dona Elisa. Eu até lhe apresentaria a ela, mas acho que já se conhecem, não é? - fala, sarcasticamente, mãos a cintura, olhar indignado, pronta para não levar desaforo algum pra casa.

– Que absurdo é esse?! Você é filha daquela vadia?

– Espera aí! Quem a senhora está chamando de vadia agora?

– Bem, você além de prostituta é surda?

– Olha, aqui, dona Ana - começa, tentando de tudo para manter-se paciente - se quiser me xingar fique à vontade. Pra mim tanto faz. O que sai da boca de cachorro, não me afeta. Mas não venha falar nada da minha mãe. Aliás, nós duas sabemos que você não tem moral pra isso.

– Querida, a única cachorra aqui é você. - disse ela, fingindo-se santa.

– Cachorra? Quem trai o marido aqui é você.

***

Elisa estava emocionada. Muito emocionada. Pensou que, apesar de terem se passado anos desde aquela maldita briga, que antecedeu sua saída permanente de casa, ainda assim seus pais a evitariam, ou guardaria rancor disso. Contudo, nada disso aconteceu. Não. Muito pelo contrário. Seus pais mostraram-se alegres com a sua volta. E ainda queriam muito conhecer Priscila, sua filha. Seu Demítrio estava tão contente. Afinal, tinha uma neta. Sentiu-se tão feliz! Pensava que morreria sem ao menos ter a chance de poder conhecê-la. Graças a Deus, poderia vê-la uma mais, enquanto tinha visão. Pois das duas, uma: ou a doença lhe tiraria a vida, ou os sentidos. E agora, além de rever sua filha desaparecida, ainda teria a chance de conhecer a neta.

Por esta razão, Elisa correu para buscar a filha e o marido. Aliás, seu pai queria muito saber como ela havia montado sua vida.

Ela se apressou em descer as escadas até a sala. Porém, não gostou muito do que viu.

Ao chegar a sala, algo maior já havia se sucedido. Algo que ela, na realidade, tinha planejado, mas que por ora, esquecera por completo.

O plano original era: primeiro, apresentar Priscila a família, e segundo, separá-la de Otávio. Bem, tudo sairia perfeito, no entanto, ela não contava com dois fatos importantes: sua filha beijando o namorado na sala, e sua filha sendo esbofeteada pela sogra na sala.

Deveria intervir. Tinha que intervir. Porém, como chagar lá? Ana estava simplesmente histérica! Gritava como louca, quase explodindo a própria garganta. Não estava somente irritada. Estava espantada, e violenta, total e completamente irada. A tal ponto que chegava a causar um medo real. Não apenas a ela, mas a todos que ali estavam, e que presenciavam tal cena, cuja essência era uma discussão acalorada baseada em valores trabalhistas, ciúmes, e rancor.

Não ficaria assistindo aquilo. Quem ela pensava que era? Gritando como louca? Ou melhor, gritando como louca com a filha dela?

Só cogitando, desde quando Ana se tornara assim? Quando jovem, tão doce, e agora, tão... Sei lá. Quase má.

Tanto faz. Precisava agir. Porém, ao dar o primeiro passo, uma frase cala a todos, inclusive a atual agressora:

– ... Quem trai o marido aqui é você!


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