Cartas Para Quinn escrita por lovemyway


Capítulo 25
Capítulo 25 — Você


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Tudo bom?


Ontem foi meu aniversário (YAAAAY), e é outro ano de vida com tantas coisas para agradecer. Uma delas é de ter a oportunidade de escrever essa história, e de dividir ela com vocês. Podem ter certeza que escrever CPQ faz um bem danado pra mim, e espero que ela possa levar um sorriso ao rosto de vocês nos momentos em que vocês precisam sorrir. Obrigada por todo o carinho, e por não desistirem de mim mesmo eu demorando horrores pra fazer o encontro faberry acontecer ♥ ushsuahsuahusa (prometo que vai rolar!)

Sibi... muito obrigada por ter tirado uma parte do seu tempo para recomendar de novo a história. Sério, brigadão *-*. E Vih, sua linda, brigadão por recomendar a história, viu? Nem tenho palavras para dizer o quanto isso me deixa feliz ♥

Esse cap. nem demorou, né? UAHAUHAUHA o próximo talvez demore, porque a criatividade pulou pela janela, mas... Eu me esforcei muito para que esse ficasse legal e especial, então espero que vocês gostem! PREPAREM OS CORAÇÕES (ou não né, vai saber UHSAUDIHASDHASUI)

Boa leitura ♥



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De: Quinn Fabray (qfabray@zwer.com)

Para: Rachel Berry (rachelberry@zwer.com)

Assunto: Você




Querida Rachel,



Você já sentiu falta de algo que nunca teve? Eu sinto todos os dias, e é algo tão estranho. Estou acostumada a sentir diversos tipos de falta: a dos meus pais, do meu irmão, da minha família e amigos, do passado, da vida longe de uma base militar. Acho que estou vivenciando um novo tipo de falta agora.

A falta de você.

Eu estive pensando bastante se deveria ou não escrever isso através de um e-mail. Gostaria de poder dizer essas coisas pessoalmente, olhando no fundo de seus olhos, para que você saiba que realmente quero dizer cada uma delas. Porém, nossa história começou assim, sem voz, apenas com nossos pensamentos não pronunciados. Então me pareceu adequado (e honestamente, não acho que eu poderia guardar isso por mais tempo), que um novo capítulo também começasse dessa maneira. Isto é, se você quiser que ele comece em tudo.

Santana e eu temos conversado bastante ultimamente, e ambas chegamos a mesma conclusão. Dentro de alguns meses meu turno acaba, e eu poderei ir para casa. Exceto que, desta vez, não pretendo voltar. Eu não sei se você sabe, mas quando entramos no exército, nós assinamos um contrato. Mas, independentemente do tempo dele, ficamos vinculados por um período de oito anos. O meu contrato foi de seis anos; assim que o tiver completado, eu deixarei a ativa, e me tornarei reservista. O que significa que poderei ir para casa.

O tempo que passei aqui me ensinou bastante. A garota de dezoito anos, sem rumo, que entrou no exército procurando algo pelo qual lutar não existe mais. Os anos me moldaram. Algumas dores foram curadas, outras permanecem em cicatrizes, e algumas novas foram criadas. As pessoas não tem ideia do quanto é difícil. Segurar uma arma, apontá-la para alguém, ver pessoas morrendo a troco de nada, jogando suas vidas fora como se elas não tivessem nenhum significado. Isso foi o que mais aprendi. A dar valor a cada dia que estou viva, a cada dia que existo.

A vida é preciosa, Rachel. Nós somos preciosos. Às vezes me pergunto o porquê de termos tanta dificuldade em enxergar isso. Será que não é óbvio? Será que não é tão claro? O ser humano, por si só, já é um milagre. Agora pense nas chances de você e eu existirmos no mesmo planeta, na mesma raça, no mesmo período de tempo? Quais as chances de nós estarmos onde estamos? Quais as probabilidades do meu caminho cruzar o seu? Apenas uma decisão diferente ao longo do percurso, e nada seria como é. Ou seria? Será que existe uma força maior, que não compreendemos, e que nos leva em direção a alguém ou a alguma coisa, independentemente do caminho que trilhemos?

Não sei a resposta para essas perguntas. Pensei que sabia no que acreditar, mas pensei que sabia muitas coisas sobre mim mesma, e estava enganada. Até conhecer você, havia partes de mim que eu não fazia a mínima ideia de que estavam lá. Partes que sempre estive assustada demais para mostrar. Partes que escondi tão fundo em mim mesma, que jamais teria encontrado sem a sua ajuda.

Se eu estou dando esse passo (de sair da ativa), saiba que você é uma das grandes responsáveis, senhorita Berry. Você me mostrou um mundo diferente. Um mundo que eu não pensei que existisse. Um mundo de possibilidades. Um mundo onde uma mulher tão danificada quanto eu pode descobrir o caminho para a felicidade. Você me ensinou que há vários caminhos para se seguir, e que eu nem sempre preciso escolher o mais difícil. Você me ensinou que é importante saber que batalhas lutar, ao invés de lutar todas elas, como eu vinha fazendo desde… Desde sempre, acho.

Você me mudou, Rachel. Antes eu acreditava que não havia nada para mim em qualquer outro lugar. Pensei que passaria minha vida servindo ao meu país, porque não havia nada mais que eu pudesse fazer. Pensei que não houvesse outra alternativa. Pensei que não pudesse ser outra coisa, outro alguém, uma pessoa melhor. Pensei que para alguém como eu, não houvesse mais escolhas. Mas há. Há uma escolha. Há outro caminho. Há outra vida. Há todas essas coisas que antes eu não conseguia enxergar, e agora elas são tudo o que posso ver.

E então, há você.

A garota que conheci há pouco tempo, mas que se infiltrou em minha vida com tanta facilidade e simplicidade, que nunca achei que pudesse ser possível. A garota tão aberta, tão corajosa, tão forte, que colocou um sorriso em meu rosto nos dias mais tristes, e me fez descobrir que você pode encontrar uma amizade verdadeira em alguém que nunca viu. A garota que está virando uma mulher determinada, bonita, persistente, que não tem medo de correr atrás dos seus sonhos, que não tem medo de ouvir seu coração. E essa menina, essa mulher, ela me conquistou.

Não sei como aconteceu, não sei quando aconteceu, mas sei que é algo que não posso mais esconder, não posso mais lutar contra. E eu tentei, Rachel. Eu tentei tanto. Eu tentei não pensar em você dessa maneira, porque meu coração já foi despedaçado tantas vezes, porque eu já sofri tanto por amar, porque eu temia dar essa parte de mim mesma só para vê-la destruída com todo o resto. Eu tentei fugir, tentei me esconder, tentei fingir que não estava acontecendo nada, que não estava sentindo nada. Mas foi você. Foi você que me ensinou a não temer. Você que me ensinou a me entregar. Foi você que me ensinou que eu devo ser verdadeira comigo mesma, ou então estarei para sempre vivendo uma mentira. E eu não quero viver mentiras.

Eu quero amar. Eu quero um amor que tire o chão de debaixo dos meus pés. Eu quero um amor que consuma minha mente, meu coração, minha alma. Eu quero um amor que seja capaz de me ajudar a enfrentar os momentos mais difíceis, e que me ajude a curar minhas feridas. Eu quero um amor que me complete, que me preencha, que me faça acreditar que o mundo pode ser melhor, que eu posso ser melhor.

Eu quero o seu amor, Rachel. Eu quero o seu amor porque eu estou perdidamente apaixonada por você. Eu quero o seu amor porque eu preciso das suas palavras. Eu quero o seu amor porque necessito dos seus braços. Eu quero o seu amor porque é você. É você que faz eu me sentir invencível. É você que ilumina meus dias. É pensar em você que faz eu me sentir segura, confortável, inteira.

É você.

É por você que meu coração bate mais rápido no peito. É em você que eu penso quando imagino fantasiosamente um “felizes para sempre”. É você quem eu quero ao meu lado quando as noites são longas demais, solitárias demais, frias demais. É em você que eu penso quando estou tentando não pensar em nada. É você quem vejo em meus sonhos, ainda quando estou acordada.

Eu sei que estou correndo um risco muito grande em admitir todas essas coisas, mas eu estou cansada de guardar tudo isso no meu peito. Estou cansada de tentar não sentir. Eu quero sentir. Eu quero amar. Eu quero me entregar a alguém, e quero que esse alguém seja você.

A vida não é um conto de fadas, e eu sei disso. Eu sei que nem sempre serão bons momentos; eu sei que nem sempre é fácil, ou bonito, ou divertido. Eu sei que amar alguém pode ser tão doloroso quanto prazeroso; eu sei que o amor pode tanto nos construir quanto nos destruir. E mesmo sabendo disso, mesmo sabendo que meu amor por você pode ser minha ruína, eu ainda o quero. Eu ainda quero você. Eu ainda quero tardes ensolaradas ao seu lado, ou noites frias e chuvosas. Eu ainda quero os risos, as lágrimas, as declarações, e as brigas. Eu quero seus beijos, seus toques, sua voz. Eu quero poder correr para os seus braços e me sentir em casa. Eu quero que você seja minha casa.

Perdoe-me por ter cruzado a linha. Entendo que seja uma situação difícil para você, ainda mais se você não retribuir meus sentimentos. Mas, independentemente disso, eu quero que você saiba que eu continuarei sendo sua Quinn. Continuarei sendo sua amiga, sua confidente, a pessoa que vai estar lá por você quando você precisar. Se amizade é tudo o que você pode me dar, então eu a aceitarei. Eu só precisava que você soubesse.

Eu só quero que você saiba que, embora muito provavelmente eu não seja a pessoa certa para você (porque eu não posso oferece um coração inteiro, livre de encargos), eu acredito, sincera e completamente, que você é a pessoa certa para mim.

Ou talvez eu esteja errada. Talvez o amor não seja feito para nos curar; talvez não devêssemos depositar nossos corações nas mãos de outras pessoas, e lhes dar essa responsabilidade enorme que é impedi-lo de cair e se despedaçar. Talvez pedir para que outra pessoa tome conta de nosso coração seja algo egoísta.

Acho que sou egoísta, então. Perdoe-me por isso. Não, espere, risque esta última frase. Eu não sinto muito por isso. Se amar você me torna egoísta, então eu o sou. Sou egoísta de bom grado. Sou, porque se amor fosse uma escolha, eu ainda escolheria amar você. Se você ao menos soubesse, Rachel. Se você ao menos pudesse sentir o quanto meu coração dói por não te ter ao meu lado. Nunca senti isso antes. É diferente de todas as outras dores que conheço, embora seja tão intensa quanto cada uma delas.

Não posso te prometer finais felizes, Rach. Não posso te prometer flores e arco-íris. Não posso prometer que se você me escolher, tudo vai se resolver. Não posso te iludir com mentiras, porque você merece mais. O que eu posso prometer é que, mesmo que não haja um final feliz, há dias felizes. Posso prometer que, se você quiser, eu farei de tudo ao meu alcance para que seus dias sejam sempre repletos de sorrisos. Mas, se não forem, então prometo estar lá de qualquer jeito, seja para te dar segurança quando você se sentir insegura, seja para limpar suas lágrimas quando estiver chorando, ou seja para te segurar e te impedir de cair. Prometo que para o que você precisar de mim, eu estarei lá.

Tudo o que eu peço em troca, minha querida Rachel, é que você também me dê uma parte do seu coração. Que você esteja lá por mim, ainda que eu esteja nos meus piores dias; que você me faça sorrir, ainda que tudo o que eu queira fazer seja chorar; que você vai segurar minha mão, mesmo quando eu te pedir para ir embora; e se alguma fez eu te pedir para ir, eu te peço, por favor, nunca vá.

Eu peço um pedaço do seu coração, e te ofereço, em troca, um pedaço do meu. Espero que você possa aceitá-lo. Mas, se não puder, eu entenderei. Como disse antes, sempre serei sua amiga.

Aguardo ansiosamente sua resposta.

Com muito amor,

Quinn.








De: Rachel Berry (rachelberry@zwer.com)

Para: Quinn Fabray (qfabray@zwer.com)

Assunto: Nós




Querida Quinn,



Você já saltou de asa-delta? Meus pais e eu viajamos para o México uma vez, e eles me permitiram saltar. Foi uma das experiências mais incríveis de toda a minha vida. As férias de verão entre o primeiro ano do ensino médio e o segundo haviam acabado de começar, e eles sabiam que eu estava me sentindo mal por causa do ano péssimo que tive na escola. Não foi uma viagem antecipadamente planejada — meu papai simplesmente chegou com as passagens um dia, e nos disse para pegar as malas e procurarmos nosso passaporte. Menos de vinte e quatro horas depois, estávamos no México.

Honestamente, não sei o que me deu na cabeça para querer saltar. Eu vi algumas asas-deltas no ar, sobrevoando a praia em que estávamos, e senti uma vontade imensa de estar em uma delas. Não tenho ideia de como eles permitiram isso — provavelmente porque sabiam que eu precisava daquilo mais do que eu mesma podia imaginar —, mas, Quinn, saltar foi uma experiência reveladora.

Você vê, eu nunca pensei que fosse do tipo de pessoa que teria coragem de me jogar de um precipício, sem saber se havia algo para me salvar quando chegasse ao chão. Claro, eu sempre fui muito sonhadora, batalhadora, mas eu sempre soube que meus sonhos podiam se tornar realidade. Eu podia ser uma atriz da Broadway, porque eu tinha talento para isso. Não era impossível. Eu só precisava me esforçar. Porém, pular sem saber se há um chão debaixo dos seus pés… Não pensei que fosse desse tipo de pessoa. Não pensei que tivesse esse tipo de coragem. Apesar de toda a minha confiança no meu futuro e em mim mesma, o desconhecido sempre me pareceu assustador. Sempre tive muito medo de cair, de falhar, e de não conseguir me reerguer.

Mas pular… Pular foi uma sensação libertadora. Quando meus pés não estavam mais tocando o chão, quando meus berros foram levados para longe pelo vento, e quando o vento tocou meu rosto… Eu me senti livre. Eu senti como se o mundo fosse pequeno. Como se eu não tivesse absolutamente nada a temer. Senti esse calor no peito, e comecei a chorar; o Sol batia em meus olhos, meu coração parecia prestes a pular para fora do meu peito, e eu nunca me senti tão viva. Naquele momento, eu descobri algo sobre mim mesma que não sabia: eu era corajosa. Eu poderia dar um salto de fé. Eu não precisava ter a certeza de que o chão estava debaixo dos meus pés para pular, porque eu sabia que ele nem sempre estaria. Sabia que, algumas vezes, eu cairia e me machucaria; mas incrivelmente, extraordinariamente, eu me levantaria. Mesmo aos pedaços, mesmo machucada, eu me colocaria de pé, e seguiria em frente.

É assim que tenho procurado viver minha vida desde então. Não que eu ainda não sinta medo de saltar, porque eu o faço; a diferença é que, agora, o medo não me impede de seguir em frente. Ele não me limita. Não me controla. Agora, por mais assustada que esteja, por maior que seja o tempo que me leve, quando chega o momento, eu faço. Eu salto.

Desde que a conheci, senhorita Fabray, sinto como se estivesse dando um salto atrás do outro. Mal tenho tempo de me recompor, e lá estou eu novamente, tendo que pular outra vez. É como correr uma maratona sem ter tempo para tomar fôlego. Cada vez que diminuo o ritmo para respirar, encontro-me na beira de outro precipício. Como fazer tudo ir mais devagar? Como se pode realmente compreender as consequências do primeiro pulo, se dei outro logo em seguida? Não se pode. Por isso, acho que estive vivendo sendo guiada somente pelo meu coração.

Nunca imaginei que ele teria tanto a me dizer. Todas as vezes que boto os pés no palco, eu me transformo em outra pessoa; canto com bastante emoção; apreendo a dor da música como se ela fosse minha, como se eu a tivesse vivido. Mas esta é a questão, não é? Não é a minha dor. Não são as minhas palavras. É um personagem que crio, e é esse personagem que canta com alma e coração, enquanto os meus ficam guardados bem ao dentro de mim, lá no fundo, onde ninguém pode ver ou entrar. Não que eu não dê um pouco de mim a cada personagem — acho que seria impossível não fazê-lo —, mas nunca entrego uma parte grande demais. Só os pequenos pedaços. Só o suficiente.

Acontece que ultimamente o suficiente não tem mais dado conta. Eu preciso de mais. Eu preciso entregar mais. É como se eu estivesse me tornado um dos meus personagem; como se eu estivesse limitada por aquela parcela que me atrevo a entregar, ainda escondendo a maior parte por medo de terminar machucada. Eu estou me segurando. Estou na beira do precipício, olhando para baixo, sabendo que preciso saltar — mas, repentinamente, falta-me a coragem. Eu preciso dar um salto de fé. Sei que consigo. Já fiz antes. Então por que o medo está me paralisando? Por que não me sinto corajosa como sei que posso ser?

Eu acho que é porque pela primeira vez em muito tempo, eu tenho algo a perder. É bem mais fácil saltar quando você não tem nada te segurando ao lugar em que você estava. Só que agora eu tenho. Agora eu tenho você. E eu tenho medo de saltar de cabeça, porque eu tenho medo que, no momento que chegar ao chão, se não houver nada lá para me impedir de quebrar, então eu não vou estar apenas machucada. Eu também terei perdido você.

O que estou tentando dizer, Quinn (e estou falhando miseravelmente) é que eu me importo com você. É que de alguma forma, você tomou para si aquela parte do meu coração que eu mantinha escondida, a salvo em mim mesma. O que estou tentando dizer, e as palavras estão me falhando, também, por não conseguirem expressar tudo o que sinto, é que você me faz vulnerável. Você é meu ponto fraco.

O que eu estou tentando dizer, e talvez agora eu consiga fazê-la compreender com mais clareza, é que tudo bem se você estiver apaixonada por mim, porque eu também estou apaixonada por você. Estou apaixonada por essa mulher que nunca vi na vida, mas que me proporcionou mais segurança e me deu mais confiança que as pessoas que estavam aqui, ao meu lado. Estou apaixonada por essa pessoa que me fez sair da minha zona de conforto, e que me ensinou a ver o mundo de outra maneira. Estou apaixonada por essa pessoa que está sempre me ensinando algo novo, seja a respeito dela, de mim mesma, ou das pessoas que me cercam. Estou apaixonada por essa pessoa que me mostrou que amar alguém é um sentimento bonito, puro, que preenche nosso coração e não dá paz a nossa mente. E tudo bem. Tudo bem se o amor mexe com os nossos sentidos; tudo bem que ela nos faça agir como bobos apaixonados, às vezes, porque nós precisamos disso.

O mundo não é feito só de dor. Não existem apenas as coisas ruins, apesar de que por vezes, lembrar disso pode ser um pouco difícil. Mas para isso é que existe o amor. Ele também serve para nos recordar de que existe um lado bom, que há a luz para antagonizar as trevas, e que o melhor que temos a respeito de nós mesmos são aquelas partes que voluntariamente damos a outras pessoas. Ele nos mostra que apesar de toda crueldade que vemos, de todas as coisas impronunciáveis que os seres humanos são capazes de fazer, nós temos em igual quantidade a capacidade para fazer o bem. Cabe a nós escolhermos para que lado seguir. E uma das coisas mais impressionantes é que mesmo se escolhermos andar na escuridão, o amor ainda pode nos mostrar a luz.

Eu aceito o pedaço do seu coração que você me oferece, Quinn, e, em troca, ofereço-lhe um pedaço do meu. Aceito as incertezas que você me oferece, porque não acredito em felizes para sempre. Acredito em ser feliz hoje, e aproveitar cada segundo dessa felicidade enquanto dura, porque no dia seguinte ela pode ser arrancada de você. Eu aceito os dias bons e os dias ruins; aceito as declarações e as brigas; aceito as lágrimas e os sorrisos.

Eu a aceito, e faço uma promessa. Se algum dia brigarmos, e você sentir que quer desistir… Se você abrir a porta e me pedir para ir embora, eu te prometo, Quinn. Eu te prometo que ficarei.

Não sei como isso vai funcionar, não sei como será daqui para frente. O que eu sei é que eu quero isso. Eu quero você. Eu quero nós.

Aguardo ansiosamente o dia em que você voltará para casa. O dia em que poderei te abraçar, e escutar o som da sua voz. O dia em que poderei sentir seu cheiro, ver seu sorriso, sentir seu toque. Aguardo ansiosamente por você.

Então está feito. Eu me joguei novamente do precipício, sem saber o que me espera ao fundo. Dei novamente um salto de fé. E estou extremamente satisfeita por isso.

Afinal, não são assim que as melhores histórias começam? Um coração apaixonado, um ato de coragem, e um grande "e se?". Claro, eu posso estar enganada. Mas ainda que eu esteja, a nossa história é uma que eu gostaria de escrever. Não, espere, a escritora é você (risos). Que tal se eu cantar, e você escrever? Parece bom? Espero que sim.

Até logo, minha rainha.

Com muito amor,

Rachel.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom! :P

Até mais ♥