(Pensamento Sam Puckett)

Já fazia mais de uma semana que eu não tinha nenhuma notícia de Freddie. Ele nunca mais me ligou, não atendia minhas ligações, ele havia sumido da minha vida, eu tinha a leve impressão que ele estava me evitando e isso doía muito. Era Natal. Época de festa, família reunida, amigos, decoração, presentes, bebidas, comida, árvores, bolas, e neve. Mas particularmente, o natal me deixa um pouco deprimida, eu estava lá sozinha no meu apartamento. Carly e Brad haviam ido passar o natal na casa dos pais dele, Spencer foi para Yakima passar com seu avô, Gibby eu não tive noticias, Steven ficaria aqui na cidade, mas teria outros compromissos e eu não faço idéia com quem, e Freddie eu imagino que passará com sua mãe. Nesse tempo que fiquei sozinha tomei algumas decisões e aprendi a entender o que realmente meu coração queria, mas tudo seria resolvido no seu tempo. Olhei pro relógio que se aproximava de 23h30min. Menos de uma hora para o natal. Grande coisa. Liguei a TV, nada me interessava, levantei e fui até a sacada do meu apartamento. Um carro parou do outro lado da rua e não reconheci. Alguns minutos depois senti meu bolso vibrar e peguei meu celular, mas o número não me era familiar, então rejeitei. A pessoa insistiu mais umas três vezes, e na quarta, diferente das outras vezes, um nome piscava na tela do celular.

Freddie: O que uma moça tão bonita faz sozinha em uma sacada, em pleno natal?

Sam: O que te faz pensar que to sozinha?

Freddie: Comprou um cachorro e eu não fiquei sabendo?

Sam: Como ficaria sabendo se você anda me evitando?

Freddie: Nossa, foi só uma brincadeirinha.

Sam: Desculpa - eu disse sem graça - E esse carro aí? É novo?

Freddie: Sim, senhora. Ganhei da minha mãe. Mais tarde podemos dar uma volta com ele, mas sabe, to esperando você me convidar pra entrar, porque esse cheiro de peru aqui dentro ta me matando!

Sam: Como se eu precisasse te convidar. Vem logo. – ele desligou o telefone e segundos depois o vi descer do carro com um peru na mão. Logo ouvi a campainha tocar e ele já foi entrando e falando.

Freddie: Imaginei que você passaria o natal sozinha então vim comemorar com você. Então, qual a raça do cachorro? - ele sorriu e colocou as coisas que ele segurava em cima da mesa, me dando um abraço. O olhei irônica e ele me mostrou a língua. Criança.

Sam: O que aconteceu? Faz tempo que não te vejo! Desde o dia que... Bom você sabe!

Freddie: Desde o dia que você me deu um pé na bunda, é eu sei! É que eu precisava de um tempo só pra mim sabe, pensar sobre tudo, me recuperar da decepção.

Sam: Freddie, eu queria te pedir desculpa por tudo. Não foi c...

Freddie: Sam, não fala nada. Você não tem que se desculpar por nada. Eu te entendo. Sério, não tem culpo de nada.

Ficamos conversando vários minutos já tinham se passado da meia noite.

Freddie: Feliz natal Sam! - ele me abraçou.

Sam: Feliz natal Benson!

Fui até meu celular que não parava de vibrar. Eu havia recebido as ligações de natal dos meus devidos amigos.

Freddie olhou pro relógio, que marcava 4h07min.

Sam: Bom, eu vou embora porque já é tarde. Meu vôo é dia trinta e um, pretendo te ver antes, mas se não der, tchau e juízo! ok? – assenti com a cabeça e fomos andando até a porta.

Sam: Boa viagem então, juízo você e se cuida, por favor! – ele concordou e me deu um abraço. Ficamos assim por um tempo, só sentindo a presença do outro. Freddie saiu do abraço e ficou me segurando pelo braço, me olhando.

Freddie: Amigos? -disse estendendo a mão.

Sam: Amigos! - eu disse apertando sua mão.

Li em seus lábios um ‘tchau’ e o vi entrar no elevador.

Fechei a porta, me encostando na mesma e respirando fundo. Eu só queria a chance de fazer o certo, mas eu teria que esperar.

***

O natal passou e o ano novo estava chegando. Essa é uma data que eu, particularmente, adoro. Ano novo é quando a gente lembra de tudo que passou e promete fazer diferente no ano que tá chegando. Acho também que esse é meu feriado preferido porque não tem toda aquela reunião familiar.

Como Freddie havia imaginado, não consegui vê-lo, e sua viagem era no dia seguinte. Mas pelo menos Steven havia me convidado para uma festa e eu poderia me divertir com o pessoal de lá.

A festa estava bem legal. Tinha um dj tocando vários tipos de música, bexigas brancas estavam espalhadas por todos os lugares. As mesas exibiam toalhas também brancas, com detalhes em dourado e algum tipo de enfeite em cima. Do lado direito do salão tinha uma mesa bem grande com alguns aperitivos, que depois seriam trocados pelo jantar. Peguei uma taça de vinho que passou bem ao meu lado e comecei a me dirigir pra minha mesa, quando senti alguém me puxando pro lado contrário. Foi sorte não ter derrubado todo o vinho na minha roupa.

Sam: Steven cuidado! - pedi e ele parou, agora andando como uma pessoa normal.

Steven: Quero te apresentar uma pessoa! - andamos mais um pouco e chegamos em uma mesa onde havia um rapaz, muito bonito por sinal. - Rian! Essa é a Sam, minha melhor amiga. Sam esse é o Rian, meu namorado.

Rian: Prazer em conhecer você Sam!

Sam: O prazer é meu!

Sentamos na mesa e logo o jantar foi servido, enquanto comemos, jogamos conversa fora e conheci um pouco Rian, ele parecia ser um cara legal. Uma música atual e agitada começou a tocar e nós fomos para a pista de dança, dessa vez com copos de bebida nas mãos. Todos nós, menos o Rian.

Sam: Você não bebe? – perguntei.

Rian: To dirigindo hoje. – ele fez uma cara de ‘fazer o quê’. Pessoas sensatas ainda existiam no mundo.

Ficamos na festa até cerca de duas da manhã, Steven me chamou para ir embora assim que chegamos em casa eu fui me livrando daqueles sapatos que estavam acabando comigo.

Steven: O que achou da festa?

Sam: Muito boa.

Steven: O que achou do Rian? Acha que pode dar certo?

Sam: Ele é lindo, parece ser uma boa pessoa, você merece ser feliz, vai fundo, vai atrás da sua felicidade! - depositei um beijo em seu rosto, peguei minha bolsa e fui em direção a cozinha.

Steven: E por que você não aproveita e vai atrás da sua? - parei onde eu tava e me virei pra ele.

Sam: Minha felicidade foi passar uma temporada na França. - dei de ombros e ele negou com a cabeça, rindo.