“O que passava na cabeça dela? Não intendia de forma alguma, deve ser um sentimento de medo ou algo assim.”

–Me desculpe! É que... é que...

–Poupe-me explicações garota! Vá para sua casa. Já fizemos nosso trabalho. Adeus...

– Que casa? Eu não tenho pai nem mãe, sou sozinha no mundo, não tenho avó, avô, nada... Só tenho meu gato!

–Ora... Vá então pra sua casa! Você vai nos atrasar.- Retrucou Mira.

A garota não sabia como agir, sentou-se junto a um pilar, agarrou seu gato e começou a chorar. Mira sentiu culpa pelo choro da garota, sentou junto a ela e decidiu acompanha-la até a sua casa depois de arrancar informações dos capangas.

–Ande seus bocós desprezíveis, digam-me algo que preste, estou cansada de tamanha inutilidade.- Disse Mira novamente acertando um homem com um soco!- Aproveite que os outros estão desmaiados para me dar informação, ou quer ser o traíra do bando com todos acordados?

–Certo! Estamos a mando do Jack.

–Nossa, sério? Quero que me diga algo que não sei!

–Moça, se eu falar o Jack me mata.

–Ótimo! Então você tem duas opções: morrer agora, ou ir para a prisão, cumprir sua pena, e sair vivo de lá.- Apontou a arma na direção da testa do homem ameaçando atirar.

–Ok, eu falo mas abaixe esta arma. É o seguinte, o chefia mandou sequestrar essa garota para tirar a atenção dos policiais. Isso é tudo que sei.

–Joe, vou acompanhar Annye até sua casa, nos encontramos em frente a este galpão pode ser? Enquanto isso você espera a polícia aqui, para que estes capangas não tenham a oportunidade de fugir.

– Certo.

Mira partiu com a garota e eu esperei pela polícia, que por sinal apareceu rapidamente, resolvi então seguir as garotas que ainda estavam em meu alcance de visão.

Passaram-se longos dez minutos, e mal começaram a caminhar e já escutei uma reclamação que mesmo de longe pude ouvir.

–Mira, estou cansada!- Disse Annye abeirando um rio.

–Ok, vamos fazer uma breve parada para descansar, até por que meus pés estão repletos de calos.

Mira sentou próxima a uma árvore, tirou as botas e o coldre. Eu resolvi parar também, e me sentei atrás de um cacto e comecei a observá-las. O inesperado acontece: Annye empurrou minha parceira na parte funda do rio.

–Me ajude, eu não sei nadar.- Indagou Mira enquanto segurava em uma pedra.

–Oh... Como eu sou desastrada, deixa que eu te ajudo.- A jovem segurou na mão da outra e mais uma vez a joga no rio.

–O que foi isso? Me ajude, isso não tem a menor graça!

Annye começou a rir, e pisou em uma das mãos que Mira segurava, o que a deixou desesperada.

–Tola! Ora, ora... Você é uma completa idiota! Oh eu sou uma anjinha uma santinha. (Soltava sorrisos).Eu quero que você morra, você atrapalha meus planos...Aliás, fico inconformada, como uma mulher como você é capaz de largar o coldre? Cai na real, uma pistoleira não pode largar a arma, pena que esta lição não será mais útil ... Como você não poderá falar nada pra ninguém, eu vou contar este segredo: Eu sou da gangue do Jack, a segunda melhor, eu vou mata-lo para me tornar a primeira. Ah... E o meu bonitão hein? Ele não se encantou por mim enquanto eu era inocente, minhas chances serão menores agora, mas ainda vou conquista-lo, você... uma pistoleira de meia tigela tentando roubar meu homem?

–O quê? Do que você está falando?

–Não se faça de desentendida, é o Joe, quem mais? Você merece morrer duas vezes: uma por atrair a atenção do Joe e outra por ser minha inimiga e tentar matar Jack.

–Sua... S-sua... Mate-me! Mate-me logo vadia.

–Até faria isso agora, mas matar alguém como “Annye”? Nem pensar, vou me transformar em quem realmente sou: Meredy Cross.- Ela puxou de sua cabeça, a peruca que escondia seus longos cabelos negros, rasgou o vestido, que escondia seu traje de pistoleira negra: Saias e Jaquetas de couro pretas, seu coldre, as botas detalhadas, e da cintura, puxou um pano vermelho que amarrou em seu rosto. Se tornara uma bela moça, realmente bela, o que não dava para notar enquanto estava usando aqueles trapos.

–Ok baby, acabou seu tempo, agora morra desgraçada, MORRA!

Meredy sacou a arma, fiz o mesmo, quem seria mais veloz, eu o a misteriosa mulher?

“E-eu, eu estou morrendo!”