Caçador de recompensas! escrita por Rose Gimel


Capítulo 10
Não entendo a Mira!


Notas iniciais do capítulo

Não sei se esse capítulo vai ajudar para que entendam a cabeça de Mira, até por quê nem eu estou entendendo ela.



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Fui caminhando até chegar no balconista, e então disse: “Kelly está mal, e eu vou assumir o lugar dela”, pode ser? Ela me pediu isso, risque o nome dela da lista.

O homem coçou seu queixo barbudo e soou um som ressecado, ele parecia pensativo, eu já estava desistindo quando ele exclamou: - Ótimo uma a menos para dar dinheiro.

Retornei até a arena e contei para Mira que agora eu assumiria o duelo, enquanto olhava a menina desabando em lágrimas, ela já estava vermelha, mas ainda sim se debatia na tentativa de se livrar das cordas... Não parecia funcionar, mas ela ainda tentava provocar sentimentos em Mira a mulher má:

–Por favor Mira, por favor, eu lavo tudo que você quiser, beijo seu pé, e limpo o chão com a língua de preciso for, mas me deixe salvar meu pai, és tão egoísta assim? – Ela exclamava e se balançava, mesmo sem conseguir mexer as mãos... – Por favor, por favor...

–Joe, você não vai treinar?

–Eu não quero demonstrar minhas habilidades na frente de amadoras.

–Ora! Vá se lascar, contanto que ganhe o dinheiro, é o que me interessa!

–Eita mulher brava, calma! Mas não vou treinar, até por quê isso me deixaria agitado, e já está quase chegando no “risquinho”.

–Você é quem sabe.

Dava para notar que esta situação não deixava a minha parceira confortável, pelo simples fato dela andar de um lado para o outro a todo instante com a mão no queixo. De tanto andar ela tropeçou em uma pequena pedra e caiu de bruços, mas não foi nada sério, aliás, esse foi o único momento em que eu pude ver a garota amarrada parando de chorar, ela riu, riu bastante e quando pareceu que ela não fosse mais chorar o diferente aconteceu ela escancarou a boca e fios e mais fios de lágrimas surgiram.

–Bem eu sei que você não aguenta mais ver essa pirralha chorando, vá lá pra fora esperar o homem te chamar enquanto eu bato um lero com ela.

Eu não queria obedecer ela, pois estava muito mandona, mas eu realmente não aguentava mais ouvi-la chorando, eu Joe, sim eu mesmo, matador profissional, aquele que ganha a vida capturando bandidos estava com dó de alguém, e não um simples alguém, uma criança chorona. Eu sai da área de treinamento e fiquei lá, quieto e pensativo querendo entender a personalidade de Mira, que até então eu só via mudar... Primeiro ela era uma mulher linda e charmosa de um bar, era super gentil, secava os pratos com uma delicadeza, e falava palavras doces, depois eu a vi usando calças e sendo uma ótima atiradora, eu ficava brava muito fácil, do tipo que bate e me manda calar a boca, e agora isso? Uma mulher fria, sem coração, capaz de matar pessoas a custa de dinheiro, acho que ela está invertendo os papéis, a pessoa assim sou eu, não ela! Não aguentei de curiosidade, tudo estava quieto novamente, depois de tanta reflexão eu teria de entender o por quê de tudo isso.

Me levantei rapidamente e empurrei a porta com tudo, e vi a seguinte cena: Mira com a mão na cabeça de Kelly, ambas rindo, sem contar que a menina ainda estava amarrada no pilar.

–O que está acontecendo aqui? – Gritei confuso!

A menininha ainda rindo falou: - É verdade que você usou um vestido de babadinho, por quê perdeu uma aposta? Imagine esse homem com um vestido rosa, não tem como não rir!- E uma risada ainda maior ela soltou no canto da boca.

–Mira, por quê está contando essas coisas para esse projeto de gente?

Agora como é que algum dia vou entender a cabeça de Mira?

–Ela estava bem triste...

A menina a interrompeu dizendo: - Ainda estou, não é por que estou rindo aqui que não estou com raiva de você, se eu não tivesse presa, eu te matava.

–Calma, calma. – Disse ela dando pequeno toquinhos na cabeça da guria.

Apontou sua arma em direção do meu pé e atirou, mas quando eu percebi eu pulei alto: -Sai daqui Joe, você atrapalha tudo, aliás, vai para arena, estou torcendo pra você.

–Hmmm, que tal um pouco de sorte?

–Igual você fez da última vez? Nem pensar, dá o fora.

Sai indignado, essa Mira, é um ser inexplicável vou precisar de anos de reflexão nem assim vou entende-la mas que bicho complicado.

Fui seguindo meu rumo pensativo, até que finalmente cheguei na arena, esperei sentado e preparando meu reflexo tirando e colocando minha arma no coldre. Até que anunciaram meu nome: - De um lado nosso galã Joe, cabelos negros, magro, e rápido, já do outro ela, ela, a formosa Grace! Cabelos longos, altura mediana, e profissional de tiro a distância, competidores, cumprimentem-se!

–Uma mulher? Não posso competir com uma mulher.

–Calma lá rapagão, eu não vou competir, vim aqui anunciar que encontrei meu amor, e que agora não vou lutar, que venha alguém no meu lugar.

Os holofotes ecoaram, nossa formosa Grace não vai lutar? Então quem vai? No lugar dela venha aqui Bill estrutura mediana, forte. O homem veio ao local e parou na minha frente: - Competidores, cumprimentem-se !

– Não vou cumprimentar o que chamam de galã, eu sou macho! Sou tão macho que vou matar esse Joe.

– Vai com calma amigão, o que ri por último ri melhor.- Disse Joe levantando o chapéu com a arma.

–Com as armas nos coldres preparar apontar, valendo.

Virei o mais rápido possível, e atirei. Droga, errei, ele atirou também, mas a mira dele é pior que a da Mira. Tentei de novo, e nada, o que acontecia comigo? Eu estava mesmo precisando de sorte... De repente uma voz chamou por meu nome.

–Vai Joe, você consegue!

Só podia ser a Mira, aquela voz não me enganava.

–Eu só tenho uma bala, ou eu acerto agora, ou eu morro...

Aquela voz gritava na minha cabeça. “ Eu vou vencer, mas vou vencer por você Mira”.

Atirei, era tudo ou nada.

–Joe venceu!! E foi uma bela vitória, bem na cabeça, que consegue fazer tamanha proeza? 1000 dólares é seu Joe, vai que é tu campeão.

Olhei pela plateia, mas não encontrei Mira em lugar nenhum, peguei o dinheiro, corri até a arena de treinamento, e lá estava ela e a garota. Rindo mais uma vez, ainda sim a pequenina presa num pilar.

–Não entendo como você pode rir, sabendo que seu pai vai morrer pirralha.- Tossiu e continuou- Mira, eu ganhei graças a você, graças ao seus gritos lá da plateia, o dinheiro está aqui.

–Mas eu fiquei o tempo todo na arena, não gritei, torci mentalmente, ainda ascendi uma vela para o perdedor... – Ela correu e me abraçou.- Ainda bem que você não morreu!

Ela soltou a garota que estava lá amarrada, pegou o dinheiro da minha mão e a entregou:- Toma, cuida de teu pai! Seja feliz, e aproveite o momento enquanto ele esta vivo.

–Mi-Mira! Disse a garota soluçando de tanto chorar.

–Anda pirralha, vai cuidar de teu pai. – A abraçou e a pequena Kelly saiu correndo.

Eu fiquei mais confuso ainda, então a garota antes ria, pois sabia que Mira lhe daria o dinheiro, não me contive tive que perguntar: - Mira, ela sabia que você daria o dinheiro a ela?

–Negativo.

–Então por quê ela ria tanto?

– Eu entreguei a ela alguns remédios, fora que imaginar Joe com um vestidinho rosa não é fácil, ela teve que rir.

Soltei risadas até que fui surpreendido, um beijo de Mira, Mira me beijando? Agora não sei definitivamente como funciona a cabeça dessa mulher.


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Notas finais do capítulo

E aí, entenderam??
Gostaria de agradecer a quem leu até aqui... Put's 10 capítulos, quem diria hein?
Comentem o que acharam.



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