A semideusa escrita por Queen of Disaster


Capítulo 7
Capítulo 7- Desmaios e Apolo


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, mas aqui está um novo capítulo para vocês :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/494058/chapter/7

P. V. O Melany.

Acordei ainda cansada, sentia como se tivesse sido atropelada pelo Minotauro mil vezes. Levantei-me com dificuldade e dei uma boa olhada no lugar, tinha um tom sombrio e eu gostei muito.

Sai da cama e andei lentamente até o banheiro, tomei um banho quente depois fui até o closet, mas lá não tinha as minhas roupas só tinha vestidos longos e negros. Peguei um simples e o coloquei, ficou bem bonito.

Ele se encaixou perfeitamente em meu corpo deixando minhas curvas bem destacadas. Ele tinha alguns brilhos discretos no busto e saia apertado até a cintura, mas da cintura para baixo ele estava solto. Coloquei uma sapatilha preta sem salto e minha espada-luva, logo sai do quarto.

Eu andava com dificuldade e um pouco sem força devido ao esforço que eu havia feito com a viajem pelas sombras, eu acho. Eu estava em um corredor escuro e as paredes tinham uns detalhes roxos, no fim do corredor avistei Nico.

Ele tinha um olhar de admiração para mim e ao notar que eu estava mancando e fraca correu ao meu encontro, passou o braço por minha cintura e me ergueu conduzindo-me até a sala.

–Por que está de pé? Você está bem? Só faz três dias que você apagou... –ele começou.

–Três dias? E você acha pouco? Eu estou com fome e um pouco cansada, mas estou bem- respondi.

Ele mandou que eu esperasse e depois saiu, fiquei o esperando por um tempo e ele não voltava. Até que entra pela porta uma bela mulher, logo a reconheci, era Perséfone.

Perséfone fora quem matou minha mãe, mas eu não fiquei brava por isso apenas triste. Ela se aproximou devagar como se eu fosse a atacar a qualquer momento, sentou-se ao meu lado e sorriu.

Eu me lembrava dela, de como ela me tratara quando eu acordei, da sua preocupação a me ver naquele estado, de como me ajudou. Talvez tenha sido essa a razão para eu não ficar com raiva, a preocupação dela para comigo.

–Você é... Perséfone... Né? Eu... Sou... Demons- falei fraca.

Eu ainda estava muito fraca pela primeira tentativa de viajem nas sombras e tal, mas estava bem pelo menos por enquanto. Ela sorriu de forma acolhedora e falou:

–Sim, sou Perséfone. Também estou sabendo que seu nome não é Demons e sim Melany, mas já que é assim que prefere... Seja bem-vinda à sua nova casa e se precisar de algo pode pedir.

–Obrigada.

Conversamos por alguns minutos, mas foi pouco por causa da minha lerdeza com as palavras e minha fraqueza, então finalmente Nico chegou. Ele trazia uma bandeja com sucos, frutas, pães e outras coisas.

Ele me entregou e me ajudou a comer, Perséfone também me ajudava. Eles são tão legais, como alguém pode querer se distanciar deles? Pensei.

Ouvi passos pesados que estavam vindo de longe e comecei a me encolher onde estava, isso não passou despercebido por Nico e Perséfone que perguntaram o que estava acontecendo, não consegui dizer nada apenas me encolhi mais ainda.

De repente vejo meu pai adentrando a sala, ele era o autor de todo esse barulho. Ele caminhava pela sala, enfurecido, e parecia que seus pés iriam afundar no chão, a cada passo que e dava eu me encolhia mais.

Nico e Perséfone pareciam estar acostumados com aquilo, mas eu não estava e ia me encolhendo cada vez mais. Dos olhos de meu pai parecia que transbordaria um fogo negro e solo abaixo de seus pés tremulava.

Hades tornou seu olhar a nós e a me ver começou a relaxar sua expressão, a se acalmar. Tomei minhas forças e lhe dei um sorriso sincero tentando esconder o medo que tive há poucos segundos.

–Mel? Você acordou? Você deveria dormir por no mínimo uma semana, como conseguiu?- perguntou ele.

–Não... Sei- falei.

Minha voz era rouca e fraca, parecia que eu estava gravemente ferida ou doente. Não sei como estaria minha aparência, mas com certeza não era uma das melhores.

–Ela ainda está fraca, falar é um esforço assim como andar. Ela está muito fraca, ela já estava assim desde o Acampamento porque tinha lutado muito e ainda viajou pelas sombras. Ela vai demorar a se recuperar- falou Nico.

O pior é que era verdade, eu tinha dado toda minha energia naquelas batalhas e depois ainda viajei pelas sombras. Eu que fui teimosa, Nico queria me levar e deixar esse negócio de viajem das sombras para outro dia, mas eu fui teimosa e pedi que ele me ensinasse.

Com toda certeza eu iria demorar a me recuperar. Eu também não podia comer Ambrosia ou tomar Néctar demais se não meu corpo iria se dissolver em chamas. Maldita hora em que fui ser teimosa.

Comecei uma pequena conversa com meu pai, mas senti minhas forças se esvaindo, todas as energias que ainda me sobravam se foram e meus olhos foram fechando-se lentamente, a última coisa que lembro é de Nico me chamando...

P. V. O Nico.

Mel estava indo muito bem, estava se aguentando muito bem até que notei que seus olhos começaram a se fechar, ela ia desmaiar. Segurei seu corpo e comecei a chamar seu nome, ela estava imóvel em meus braços. Perséfone correu e em poucos minutos voltou com uma vasilha cheia de água e um pano, passou o pano úmido na testa de Mel e nada.

Hades checou seu pulso e felizmente ela ainda estava viva, mas seu pulso estava muito fraco era quase inexistente. Levamos a pequena para seu quarto e lhe demos um pouco de néctar, esperamos alguns minutos e nada acontecia.

Comecei a me desesperar, Perséfone lhe deu um pouco de Ambrosia e nada acontecia.

Chequei o pulso novamente e quase não o sentia, estava pior do que anteriormente. A cor de seu rosto estava mais pálida que o normal, eu estava ficando realmente desesperado. Meus deuses.

–Acalme-se, ela está bem. É apenas o esforço que o corpo teve de fazer, vamos a deixar descansar um pouco- falou Hades.

Assenti e sai do quarto. Andei para o meu quarto e deitei em minha cama, fiquei pensando no que havia acabado de acontecer há pouco. Em um momento Mel estava bem melhor e no outro desmaia. Passei horas pensando até que adormeci.

Eu estava no Acampamento Meio-Sangue, em toda parte tinham campistas passeando e sorrindo, mas eles não se vestiam como hoje em dia, não se via semelhança em nada e logo eu entendi. Eu estava no passado.

Em meio a muitos campistas havia uma que se destacava mais que as outras. Seus cabelos eram loiros e encaracolados, seus olhos tinham uma cor meio esverdeada, seu rosto tinha algumas sardas, ela tinha um corpo estrutural e era simplesmente magnífica. Era perfeita.

Dei uma boa olhada na campista e reparei, os traços de seu rosto eram muito parecidos com os de Melany, o formado dos olhos e da boca, o jeito que andava...

–Clary- gritou uma garota

Clary era o nome da mãe de Melany. A menina que eu observava virou para procurar a voz então à cena mudou. Agora estava em algum lugar perto do Cassino Lótus, Clary estava um pouco mais velha e estava sozinha. Em poucos minutos um homem apareceu e a abraçou, um homem não, era Hades meu pai. Com certeza aquela era a mãe de Melany.

Clary tinha a barriga crescida como se estivesse grávida de sete meses, ela sorria para meu pai de uma maneira apaixonada e ele retribuía na mesma intensidade.

A cena mudou novamente e agora era Hades que segurava um bebê nos braços, o bebê tinha cabelos escuros com mechas loiras e seus olhos eram negros como a noite, era Melany. Aos pés dele estava Clary morta.

Com isso acordei abalado, como ela havia morrido? Ela era tão bonita...

–Nico, sua irmã acordou.

Perséfone tinha aberto minha porta para dar esta notícia e sai correndo de meu quarto para o quarto de minha irmã. Chegando lá Mel tinha uma cor em seu rosto, mas o resto do corpo estava mais pálido que o normal, seus olhos estavam baixos e ela estava coberta por lençóis. Ela estava visivelmente muito fraca.

Aproximei-me e sentei ao seu lado, chequei seu pulso e estava pior do que anteriormente. O que estava acontecendo? Uma lágrima solitária caiu de meu olho, a mão de Mel passou delicada e fraca enxugando a lágrima, segurei em sua mão que estava fria.

Perséfone deu um pouco de Ambrosia para a pequena, mas não houve melhora. Notava-se que a força da pequena ia se esvaindo a cada momento mais e mais. Aquilo estava me preocupando.

Mel fechou seus olhos novamente e adormeceu, sua respiração estava fraca. Ela aparentava como se estivesse morta, mas se prestasse atenção notava-se o seu peito subindo e descendo no ritmo da respiração, mas a cor que já era pouca agora era inexistente.

Hades adentrou o quarto e olhou para a menina deitada na cama, ele parecia triste e abalado. Chorar ele não iria disso eu tenho certeza, mas a sua expressão era quase de luto.

Um mês depois...

Já havia se passado um mês e Mel não melhorava, já não podíamos dar Ambrosia e Néctar se não seu corpo iria se dissolver em chamas. Hades só faltava quebrar o palácio, mas ao chegar ao quarto da filha sua expressão se acalmava.

Eu já havia posto um colchão ali, eu cuidava dela durante as madrugadas quando os sonhos lhe castigavam. Vezes vi algumas lágrimas escorrerem de seus olhos e como eu queria descobrir com o que ela sonhava.

Hades entrou no quarto e passou a observar a filha novamente então murmurou:

–Só há uma maneira de ajudá-la... Nico, nós vamos ao Olimpo.

Apenas assenti se só eles podiam salvá-la que assim seja. Dei um beijo na testa da minha irmã e sai do quarto, me troquei e me despedi de Perséfone.

Viajei pelas sombras e lá estava no Empire State, fui ao porteiro e logo ele me deixou subir. Logo entrei na sala do trono com meu pai e lá me ajoelhei perante Zeus. Começou uma pequena conversa entre meu pai e os outros deuses e quando ele contou tudo sobre Melany os deuses ficaram chocados.

Imaginei que ficariam afinal ela era a “queridinha do Olimpo”, os deuses gostavam dela e tinham interesse nela porque semideuses normais nascem com um meio deus e um meio humano, já Mel nasceu com três quartos deus e um quarto humano.

Atena foi a primeira a ter uma ideia, óbvio.

–Apolo poderia ir lá e ajudar da melhor forma possível não?

Começaram a conversar, todos apoiavam a ideia, mas Zeus estava achando que aquilo era um envolvimento muito direto na vida da semideusa então tive de me meter.

–Senhor Zeus, eu sei das regras antigas, mas convenhamos que Melany é uma semideusa poderosa, talvez a mais poderosa até agora. Afinal semideuses normais só tem metade de essência divida, ela tem três quartos. Sei que o senhor e nenhum dos outros quer perdê-la então acho que esse pequeno envolvimento do Lord Apolo não seria muito significante já que vocês iriam ganhar mais do que perder.

Eles pareciam refletir muito sobre isso e houve muito debate, todos eram a favor de salvar minha irmã com a intervenção de Apolo, mas Zeus parecia impassível dizendo que eles já tinham se metido demais na vida dela.

Por mais incrível que pareça eram todos contra Zeus, até mesmo Hera estava a favor de minha irmã, com certeza Zeus teria de ceder porque não seria muito racional entrar em guerra com onze dos doze olimpianos e com o deus do submundo.

Após muito debater Zeus concordou em permitir Apolo curar a semideusa. Viajei pelas sombras enquanto eles discutiam o final da sessão, corri pelos corredores do castelo de meu pai até chegar ao quarto de minha irmã, lá ela estava deitada.

Aproximei-me da pequena figura ali descansando, sua pele estava muito pálida parecia nem correr sangue por ali, seus cabelos pareciam quebradiços, em torno de seus olhos estava escuro, seu peito subia e descia com dificuldade na sua leve respiração, peguei em seu pulso que estava gelado e senti uma leve pulsação quase que inexistente, passei mais dois segundos segurando sua mão e uma dor percorreu pelo meu braço fazendo com que eu soltasse a mão da menina bruscamente.

Olhei ao redor do quarto e não havia ninguém, pensei ter sido meu pai em uma maneira de fazer com que eu me afastasse dela e deixasse-a “respirar”, mas não era.

Olhei para minha mão e ela estava vermelha, mas aos poucos ia diminuindo até voltar à brancura de sempre, mas não do mesmo tom da pele de Mel, a pele dela estava da cor de uma folha branca e dava para você notar algumas veias.

Fiquei olhando ela dormindo, seu peito subia e descia muito lentamente enquanto respirava. Passado um tempo Apolo entra no quarto junto com Hades, ele iluminou o local de uma maneira esplêndida.

Mandaram que eu saísse e assim fiz, fiquei olhando para a porta do quarto esperando alguma notícia, qualquer uma desde que não fosse que ela tinha morrido.

...

Passado algumas horas Apolo sai de lá ofegante, meu pai o ajuda a ir até a sala e nos sentamos para conversar sobre a pequena.

–Ela estava doente ainda na época que estava no Acampamento, estava com anemia muito forte, mas ninguém notava nada por ela não demonstrar fraqueza na frente dos outros e ela já é pálida. Depois ela esgotou as forças nas batalhas e o mísero resto que ficou foi usado na viajem pelas sombras, além do que ela tinha sofrido alguns momentos muito chocantes. A força dela se esgotou completamente e está voltando aos poucos, a Ambrosia e o Néctar não serviram e nem vão servir por não ser isso que ela precisa- falou Apolo.

–E do que ela precisa?- perguntei.

–Precisa de alimentos ricos em ferro, uma dieta balanceada, beber muita água, de exercícios moderados e é claro, de mim- falou ele sorridente.

Até com ela doente, de cama ele ainda vai ficar dando em cima dela? Até que surpreendentemente minha irmã vem até a sala com muletas, corro para ajudá-la, mas ela nega dizendo precisar se mover.

Apolo explica que ela tem de começar a mexer as pernas aos poucos, comer bem e tal. O deus sol não queria ir embora até meu pai o chamar para conversar me deixando sozinho com minha irmã.

–Então? Você está melhor?- perguntei.

É claro que ela tá melhor seu idiota, se não ela não estaria acordada e muito menos andando ou sequer falando com você, falou minha consciência.

–Estou melhorando, mas pelo que Apolo disse eu preciso ser vigiada até que eu esteja 100%, odeio quando fazem isso- falou ela.

Ri sem humor e ela esboçou um sorriso, começamos a conversar normalmente e realmente meu pai tinha toda a razão, eu me surpreendi com minha irmã.

Passado muito tempo os dois deuses voltaram para onde estávamos Apolo se despediu da neta e desapareceu num clarão. Fizemos Mel comer um pouco e depois andamos um pouco, lhe mostrei todo o submundo e ela parecia encantada com tudo.

Ela achou tudo muito interessante até que disse estar cansada e voltamos ao palácio, ela entrou no quarto e foi dormir. Entrei no meu quarto e deitei em minha, logo fiz algo que não fazia há muito tempo: dormi tranquilamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A semideusa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.