Eu sou apenas uma garota estranha,
Na beira da estrada, olhando a chuva que cai
E mesmo, mesmo que eu pareça precisar
Não venha e me console, não faça isso

Esparsas pessoas que cruzam comigo,
Crianças que brincam, que choram
Adultos voltando de bares ou indo para alguma festa.
Não me deem atenção

Mesmo que meu rosto esteja marcado por lágrimas
E mesmo que meu vestido amarrotado esteja
Anônimos, estranhos que passem por mim
Eu não desejo ser compreendida

Eu sou apenas mais uma na multidão
Que se diz forte, quando na verdade é fraca até demais.
Eu não quero fazer quem se importa comigo sofrer
Ou lamentar minha infelicidade.

Afinal, sou apenas essa garota estranha
Escondendo-se da dor que posso causar a mim mesma.
E de toda a minha frustração.
E até mesmo daqueles que se preocupam comigo.

Não dê atenção a esta garota estranha.
Ela já sabe tudo o que há de ser feito.
O fato de que choro sozinha,
Não quer dizer que preciso de alguém.

Passe direto, não olhe, não encare.
É questão de tempo para que estes olhos marejados se sequem
E para que minha desvirtuada forma de me importar com os outros
Me leve para longe daqui...