Eu estou me afogando em silêncio
Me deixando morrer por dentro
Quem sabe com isso consigo aplacar
A fúria que já fez morada em meu peito

O ódio que me consome já destruiu tudo
Aqui há sentimentos vazios que mal reconheço
Já pensei muito, quem sabe simplesmente mudo
Para garantir que haja um recomeço

Mas minha raiva é como chamas,
Devoradoras universais das coisas que mais detesto
Vai acabar matando-me um dia
E a verdade é que nem me importo, mesmo.

Se for pra morrer queimada,
Levarei este mundo podre comigo
Se for para me desesperar de vez,
Arrastarei tudo que estiver no meu caminho.

Oh, céus, parece que perdi a cabeça
Se alguém encontrá-la por ai, por favor, devolva!
Desse jeito vou acabar sendo presa,
Encarcerada dentro de uma camisa de força.

E eu ainda duvido muito que os tranquilizantes
Vão me deixar mais calma de verdade
Se for para me induzir sonhos
Que sejam vislumbres de felicidade

Ou ao menos que sejam frios o bastante
Para congelar a fogueira que aqui dentro arde.
Eu desejo a paz que me foi tirada um dia,
Por alguém que considerava minha “outra metade”.