Ahn...

Que as divindades deste mundo que sofre
Possam me fazer desistir dessa minha fixação,
Dessa minha devoção às causas perdidas.
Às minhas estúpidas, ignorantes causas perdidas.

Que eu possa sobreviver à ingratidão humana
E seu desobediente egocentrismo
Mesmo que para isso eu precise anular a mim mesma
Essa trágica, odiável versão de mim mesma.

Que essas frágeis mãos possam degolar o destino
Essa sina injusta e melancólica que me conduz ao erro.
Ao palco da minha insensatez
Idiota, quase inocente, insensatez.

Que possa haver algo além da dureza do mundo
Algo cândido, algo relativamente doce
Que seja digno de ser gravado na memória,
Minha incorrigível, fatídica e miserável memória...