I never told you what I do for a living escrita por Iofthestorm


Capítulo 2
Capítulo Um – Sam


Notas iniciais do capítulo

Oi! Espero que logo leitores apareçam e leitores deixem comentários. Eu fiz a capa da fic. A Melaine é a atriz Sarah Drew.
Bom capítulo!



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Posso encontra-la a sós?

Mais uma noite e irei te ver

Mais uma noite e serei você

Mais um modo de continuar a esconder meu rosto

A única companhia é a dor. Esse é meu castigo. Este é meu inferno. E foram as minhas escolhas que me trouxeram até aqui. Acordo pela manhã com o peso no meio que aperta e comprime, que me acompanha até a noite – quando durmo. O cansaço apenas me deixa mais ligado, a dor que se torna mais intensa me leva a dormir. Este é meu castigo e meu inferno. Mas ainda está bom demais para que eu mereço. Eu não mereço estar vivo, não depois do que eu fiz. Eu queria lutar para consertar meus erros, mas não encontro forças para isso.

Então eu apenas existo. Existo e talvez seja melhor eu estar escondido de todos os anjos e demônios, principalmente após a visita de Lúcifer. Sou o verdadeiro receptáculo. O receptáculo de Lúcifer sou eu. O quanto sujo eu sou para ser escolhido pelo próprio criador do inferno?

Mas eu aceitei meu destino e o abracei, acreditando que fugiria dele. Desapontei Dean. De todas as coisas que eu fiz, a pior de todas foi o que eu fiz ao Dean. Ele não merecia ter eu como irmão, sendo o herói que ele é.

Estou escondido. Existindo. A vida aqui se passa tão lentamente. Talvez seja melhor assim. Algo de mim está tão quebrado que eu acredito que não há mais conserto. Estou tão vazio que não sinto mais nada além de desespero. Um velho atrás do outro entra e sai do bar, sirvo whisky. Dois grupos de jovens, um com certeza menor de idade, bebendo escondido. Eles preferem cerveja. O ar cheira a fritura e acredito que depois de um mês, eu esteja começando a cheirar fritura também.

Não posso caçar mais. Não posso reverter o que eu fiz. Não posso lidar com o fato que fui eu quem começou o apocalipse. Não posso acreditar que o apocalipse bíblico realmente exista. Não posso carregar a culpa do mundo destruído em meus ombros.

A porta do bar se abriu e lancei um rápido olhar, como sempre fazia. Mas a figura que entrou não fazia parte dos habitantes de tom cinzento daquela cidade. Ela obviamente era uma recém-chegada, assim como eu. Depois dos anjos, não acredito em coincidências. Eu ainda ando com uma arma e uma faca. Meus olhos fixos nela. Eu tomei minhas precauções e assim que ela passa pelo tapete da porta da frente, suspiro aliviado, porque sei que ela não é um demônio.

Ainda não descartei a possibilidade dela ser um anjo, mas isso não tem como eu saber; ela se senta no balcão, parecendo extremamente desconfortável. Sei que isso não a inocenta. Incomodado , a última coisa que eu queria era ter que fazer algum trabalho. Ela não rejeitou a minha tentativa de conversa enquanto sirvo cerveja e sanduiche para ela.

–Você é nova aqui? – perguntei, e talvez isso tenha soado em outro sentido – eu quero dizer, nova na cidade.

–Sim. – ela respondeu, abrindo um sorriso lindo. – meu nome é Melaine.

–Eu sou Sam. – respondi, e percebi a burrada que tinha feito. Eu evitava falar meu nome por motivos de segurança. Mas alguma coisa nela tinha me feito baixar a guarda. – O que veio fazer nesse fim de mundo?

–Eles precisavam de um médico. No hospital. Dr. Lee estava precisando se aposentar. – ela disse, como se isso explicava tudo.

–Ah, então você é a nova médica? – ela era a sensação da cidade. O trabalho que eu tinha pego no bar tinha uma alta rotatividade, então era normal pessoas de cidades próximas trabalharem ali por um tempo. Agora, uma médica recém chegada a cidade era a noticia do ano. Talvez da década.

–É – ela respondeu. – estão comentando muito sobre mim?

Melaine devia ser mais velha do que aparentava, calculei. Ela era ruiva, tinha a pele clara com algumas sardas e olhos cor-de-mel. Sorria fácil, mas parecia um sorriso muito treinado. Seus olhos me diziam que ela parecia alguém que já tinha perdido demais. Eu me sentei em frente a ela, o balcão entre nós. Melaine rapidamente tinha se tornado a coisa mais interessante que tinha acontecido da minha vida recentemente.

–É – sorri – você é a grande sensação desse lugar.

Ela riu alto, e sua risada foi como entrar num banho quente depois de uma tarde passeando em meio a uma nevasca.

–Não posso evitar me perguntar – falei antes que mudasse de ideia. Justifiquei para mim mesmo que precisava investiga-la, afinal, pelo que eu sabia, ela poderia muito bem estar procurando por Sam Winchester – o que você veio fazer nessa cidade.

–Eu poderia devolver a mesma pergunta, afinal, claramente você não é daqui. – ela não falou de forma agressiva, e como eu não disse nada, ela acrescentou – você sabe? Eu acho que ninguém me ensinou a lidar com as pessoas morrendo. Eu não podia mais lidar com morte e sofrimento.

De todas as respostas que eu imaginei que ela poderia ter dado, aquela era a mais inesperada, e talvez, a que eu compreenderia melhor. Porque eu entendia o que era assistir pessoas morrendo. A morte e o sofrimento fazem parte da vida de qualquer pessoa, mas apenas quem já presenciou isso sabe o quanto muda você. Eu sentia uma necessidade imensa de confortar Melaine, de dizer a ela que eu sentia o mesmo, então, me vi dizendo as palavras acima para ela.

–É – ela concordou, parecendo surpresa de um cara num bar saber sobre o que ela estava falando. – eles me disseram que eu ficaria mais fria com o tempo. Que eu me acostumaria. Que pararia de ser tão triste. Não parou e se tornou sufocante. Eu amo a vida, você sabe? Foi por isso que eu quis ser médica. – ela fez uma pausa, olhando para mim com curiosidade – mas o que você sabe sobre morte?

Fiquei sem saber o que responder. Desconfortável, com algo preso entre meu peito e minha garganta.

–Eu apenas... Já perdi pessoas demais.

Melaine não disse mais nada, e nosso assunto naquela noite não se aprofundou muito. Mas quando ela se foi, me peguei sentindo de novo e me odiei ainda mais por isso. Odiei por ter gostado dela, me odiei por estar esperando que ela voltasse.

Eu me odiei por sentir outra coisa além de dor.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente preciso me dizer se isso está bom. Faz muito, muito tempo que eu desisti de escrever em primeira pessoa e faz muito tempo que não faz isso, mas essa história, ela é uma história tão profunda e emocional, que eu precisava que os personagens mostrassem o quanto emocionais são. Me digam se está ok!