Pov. Bella

– Bom dia, meu amor! – Falei dando um beijo no canto da sua boca e me levantando da cama bagunçada.

Edward resmungou algumas coisas que nem eu pude entender, mas logo seus olhos estavam abertos e um sorriso torto estava em seu rosto enquanto olhava eu com sua camisa.

– Já tomou banho? – Perguntou bocejando e ri baixinho. Sim, eu havia tomado banho sem ele. Já que isso era clichê em todos os casais que tiveram sua primeira noite.

– Já, mas você não. – Fingi estar chateada, mas ele estava mesmo cansado ontem e nem sei como conseguimos fazer tantas vezes amor.

Pisquei o olho e ele bufou, depois afundou sua cabeça nos travesseiros.

***

Coloquei a panqueca em cima de outras duas e depois despejei mel por cima, mas duas mãos me impediram de pegar o gafo e provar um pedacinho.

– Caramba, não precisa atacar a cozinha! – Exclamou e pegou o gafo colocando um pequeno pedaço da panqueca na sua boca. E eu fiquei irritada. – Oh amor, me desculpe... Mas está gostoso demais.

– E isso é para mim, poxa.

Edward deu um beijo rápido em meus lábios e depois fomos para a sala de estar assistir alguma coisa e também comer panquecas.

Em meio às brincadeiras, sujeiras e séries, aconteceu nossa manhã. Calma e definitivamente, amorosa.

– Que tal irmos ao mercado mais tarde? Vi os armários da sua cozinha praticamente vazios. – Sussurrei enquanto dava leves beijos no pescoço de Edward.

– Mas isso vai atrapalhar...

– Não, por mim tudo bem. Sei que você não tem tempo para isso.

– Aqui em casa tem empregada, geralmente ela faz isso.

– Essa empregada não sabe comprar alguns produtos. – Fiz careta e ele riu. – É sério, ela nem compra Nutella.

– Que desperdício, hein? – Ironizou. – Nutella só engorda.

Revirei os olhos.

– Prefiro essas coisas que engordam, pelo menos sou feliz. – Peguei o meu celular que estava no braço do sofá e conferi as mensagens.

Estranhei uma delas ser de Rosalie Smith:

Aproveite enquanto pode!

Beijinhos, Rose.

Joguei o celular de qualquer jeito com raiva, porém senti quando Edward enlaçou minha cintura e me trouxe para perto dele. E trocamos um beijo rápido.

– O que foi?

– Rosalie, aquela vaca... – Fechei os olhos com tamanha raiva, sério!

– Calma, ok? – Falou bagunçando meu cabelo e eu dei um soco leve no seu ombro. – É sério nanica, você sabe que eu te amo muito e não precisamos de inseguranças.

– Você sabe que é difícil para mim... As imagens de Jacob e aquela v...

– Eu sou diferente, você sabe.

Sorri e nos beijamos, mas logo estávamos nus em sua sala fazendo amor.

***

Meu moletom amarelo-claro estava confortável junto com meus shorts jeans, enquanto chovia lá fora e eu e Edward estávamos em um pequeno mercado perto do seu apartamento.

Peguei tudo que era necessário, porque até então não falei sobre ficar no apartamento dele. Mas, pelo menos, essa semana iria ficar com meu namorado e direi sobre a minha ideia de adotar Tyler para nossas vidas definitivamente.

– Amor, deixa eu pago. É para o meu apartamento.

Dei de ombros irritada, ele simplesmente não queria dividir (pelo menos) a conta do mercado. Até porque, eu tinha comprado coisas para mim.

– Okay.

Logo estávamos de volta ao seu apartamento longe dos olhares femininos que rodeavam o meu namorado, e eu admitia: era uma maluca sortuda por ter Edward na minha vida.

– Ok, onde coloco isso? – Edward perguntou levantando os açúcares e massa de trigo.

– Coloque nesse armário vizinho ao fogão, na parte debaixo.

– Isso é estranho, nunca arrumei as compras.

– Mal acostumado, hein?

Ouvi a risada de Edward e o olhei jogando um pacote de açúcar no seu rosto que estava perto de mim. Mas ele pegou a tempo e veio andando até mim, me deitando no chão e seu rosto estava em poucos centímetros do meu.

– Ed...

– Oh nanica, não violente seu namorado. Ok?!

– Mas meu namorado é um homem muito levado.

– E é? – Perguntou enquanto passeava suas mãos pelas minhas costas. Se aproximou do meu ouvido e sussurrou: – Mas é a pessoa que mais te ama nesse mundo.

– Sua namorada fica feliz e diz o mesmo. – Falei e rimos juntos.

Trocamos alguns beijos, mas nada fora do controle porque teríamos que arrumar as compras. De noite, comemos comida mexicana e logo depois estávamos de pijama (Edward de calça moletom e eu com seu moletom cinza) no sofá deitados assistindo algumas séries.

Era a hora perfeita para falar sobre a adoção de Tyler.

– Ei. – O chamei olhando, e ele abaixou seu olhar para mim que antes estava vidrado ao que acontecia na TV.

– Sim?

– Eu tive uma ideia... Mas não sei se você vai gostar e...

– Vai morar comigo? – Perguntou animado e ri negando com a cabeça. – Ah. – Parecia chateado.

– Um dia, é claro, que vou morar contigo. Mas agora não... Nem temos um ano de namoro e tal.

– É, isso foi meio apressado.

– Aham. Mas minha ideia é... – Forcei as palavras saírem, mas mesmo assim fiquei com medo de Edward. – Adotar Tyler.

– A-Adotar...

Ele gaguejou e isso fez com que minhas defesas caíssem, mas abracei Edward mais forte e olhei para seu rosto que expressava nenhuma reação. Ficou calado por uns minutos.

Tudo calado, até demais.

– Sei que é... Meio desesperado, mas é que o garoto nem tem Christian direito na sua vida. E ele te adora Edward! Se... Se eu pudesse adotar o garotão... Ele gosta da gente, seríamos legais para ele.

– Bella. – Ele de repente ficou sério. – Eu amo o Tyler, mas acho que não quero brigar contra um dos maiores empresários que conheci para ter a guarda do menino. Ele é nosso garotão, mas Christian... Ama também aquele garoto e não o deixaria de bandeja para nós.

– Mas...

Eu não tinha nada o que falar, na verdade, nunca pensei sobre Christian pegando o Tyler de mim e me lembrei do exato momento que ele pediu para eu ficar com a criança:

– Preciso de um favor seu. – Disse Christian.

– Deve ser algo muito importante. – Eu disse, devido a pressa que ele estava em me contar.

– Como toda essa história do acidente, e a investigação, eu não vou ter como cuidar de Tyler, e dar a devida atenção que ele merece. – Disse ele.

– Você não está sugerindo o que eu acho que você esta, não é? – Perguntei, pois eu estava achando que ele queria que eu ficasse com Tyler.

– Quero que você cuide de Tyler, pelo menos até as coisas se resolverem. – Disse ele, passando as mãos no cabelo, como se estivesse nervoso.

– Negativo. – Eu disse. – Você só pode ter batido a cabeça, eu não sei cuidar de uma criança.

– Claro que sabe, todo mundo sabe. – Disse ele. – Você prefere que ele fica nas mãos de babas, o tempo todo, mesmo depois de ter sofrido um acidente, e perdido os pais? Você tem coragem para isso?

E eu sabia que Christian estava certo, era horrível uma criança ser cuidada por babás e não ter o amor de mãe e pai que merece.

Isso doía, até porque não tive nem mãe e nem pai totalmente a minha vida. E sei que ela estava orgulhosa de mim nesse momento, porque eu estava tentando fazer o bem para o garoto mais fofo que eu tinha encontrado nesse mundo.

– Você tá certo, não quero confusão com Christian.

– Isso, mas amor oportunidades não vão faltar de termos filhos. Sabia? – Falou com malícia enquanto pegava meu rosto e guiava até o seu. – Sabia, hein?

– Edward. – Ri, ele era um idiota mesmo. – Eu te amo.

– Eu também te amo minha nanica.

– Idiota.

– Seu idiota.

Rimos e voltamos a nos beijar, enquanto ele tirava meu moletom e eu trabalhava em arranhar suas costas. E isso aconteceu mais uma vez, e eu não queria que essa fase de namoro perfeito acabasse.

Porque de certa forma Edward estava se segurando de vez em quando para não ser tão selvagem na cama, mas eu entendia os homens e sabia que ele às vezes não podia controlar seu desejo.

Mas eu não queria que ele controlasse seu desejo, isso era umas das coisas que eu nunca iria querer.

***

No outro dia, Edward tinha que ir na editora porque ia ter uma publicação do seu livro e estaria em várias livrarias, bibliotecas lançando seu novo livro. E me lembro bem de ter ficado altas horas da noite lendo com ele o pequeno rascunho que tinha desde que fez faculdade.

– Vai dar tudo certo, logo estarei lá! – Falei dando um beijo enquanto saía do carro e ia para o estúdio.

– Que assim seja nanica.

O negócio de nanica pegou mesmo e eu odiava ser chamada assim. Amava ser chamada assim por Edward, mas odiava pelos os outros.

– Tchau. – Edward roubou mais um beijo meu e observei seu carro ir em direção ao centro de Nova York.

Com um pequeno sorriso nos lábios entrei no estúdio e sorri vendo a recepcionista marcando um ensaio fotográfico com uma mulher linda.

– Hey. – Ouvi a voz de Jasper e virei-me com um sorriso. – Pode ficar tranquila que Tyler dormiu na casa, e ontem ficamos eu, Emmett, Alice e Mellody jogando cartas até tarde e o pequeno dormia.

– Oh, obrigada mesmo! – Abracei Jasper e fiquei feliz vendo uma pequena movimentação das suas pernas. – Como vão as pernas?

– Elas já balançam.

– E o tratamento?

– Estou 45% curado.

– Ótimo! – Abracei emocionada meu amigo e me separei dele quando ouvi um pigarro.

Levantei meus olhos e vi Rosalie, a vaca usava um vestido branco exagero para um pequeno lugar como esse. Mas seus cabelos estavam impecáveis e seu rosto também, mas senti um aperto no estômago.

Como Edward não quis Rosalie? Eu não tenho corpão como o dela, não sou linda e perfeita como ela é.

Eu não sou uma merda de modelo!

– Olá Isabella, olá Jasper.

– Oi Rosalie. – Só Jasper respondeu meio tenso. – Então, veio terminar seu trabalho com Alice?

– Quase. Tenho que ir para Paris por alguns tempos, irá ter um desfile da Vogue como sempre e fui chamada.

– Entendo. Então, voltará em quantos dias?

– Uma semana.

Perfeito! Terei uma semana somente com meu namorado. Eu e ele sendo felizes e doidos no seu apartamento super confortável.

– Desejo boa sorte com o estúdio. – Rosalie falou e saiu rebolando, mas longo senti um aperto no coração como se essa não fosse a última vez que iria ver aquela vadia.

Só que eu não queria vê-la tão cedo assim.

– Rosalie Smith sempre Rosalie Smith.

Assenti com a cabeça, estava atarefada porque tinha o lançamento do livro de Edward mais tarde.

***

Tudo estava lindo, logo avistei Alice conversando com um homem e ao seu lado estava meu irmão. Abracei ambos e cumprimentei o homem que dava-se ao nome de Carlisle Cullen.

– Espere aí, você é o pai de...

– Sim, do Edward. Algum problema?

– Que nada pai, ela é a minha namorada. ¾ Ouvi a voz de Edward e sorri virando-me para ele.

Estava lindo com suas roupas sociais e seu cabelo bagunçado.

Mas fiquei estática sabendo que estava na frente do meu provável sogro.

– Oh, espero que Edward seja feliz ao seu lado. – Falou com um sorriso no rosto.

– Farei o possível.

– Acredite, ela tá conseguindo. – Edward falou enlaçando minha cintura e depositando um beijo leve em meus lábios. – Quer alguma bebida?

– Não.

– Ah, eu quero. Mas vou pegar, não quero atrapalhar o casal. – Falou Carlisle se afastando em direção ao pequeno bar com um barman mexendo vários copos.

– Gostou do meu pai? – Perguntou Edward rindo.

– Ele é legal.