Pov. Bella

Eu ainda não estava acreditando na cena que via, Emmett e Alice estavam juntos. Tipo, pensei que Emmett estava namorando alguém do estúdio, alguma fotógrafa menos conhecida. Agora ele me vem namorando umas das maiores estilistas dos Estados Unidos?

— EMMETT SWAN!

Ele virou-se e me viu, já Alice estava branca de nervosismo.

— Oi maninha, essa é a Alice.

Fiz cara de paisagem.

— Otário, eu sei que essa é a Alice. Ela é minha amiga, merda!

— E...

— E você está com minha amiga!

— Argh, e?

— Idiota. E por que vocês não me disseram?

Alice pigarreou meio constrangida e falou:

— Foi coisa do momento, e estamos nos gostando e etc.

— Ãn.

— Conheci seu irmão no bar, então... Você já sabe como é uma história.

— Ah, claro depois foram transar só pode.

— Bella, calma. — José falou atrás de mim e o olhei mortalmente.

Horas mais tarde...

Depois daquele encontro falamos muito mesmo sobre o namoro, achei estranho porque jurava que Alice gostava de Jasper. E eles combinavam até, mas sei lá. Bem, agora estou terminando minha lasanha que é dos manjas dos deuses e sei que o casal vai curtir, já eu não.

Vou ficar de vela até meia noite, enquanto eles ficam se agarrando. EU fico bebendo e olhando para a TV, vida desgraçada.

— Olha, eles chegam em dez minutos.

— Eles? Os pais de Alice também vêm? — Já estava desesperada, pois ia conhecer os pais do carinha que peguei na ponte.

Edward, seu maldito!

— Não... O Edward também vem. — Ele falou dando um sorriso sacana. — Rola?

— Mudou de time? — Perguntei com raiva. — Poxa! Pensei que confiasse em mim e tudo mais, mas é tudo mentira.

— Eu e Alice não estamos juntos porque nos amamos. Somos amigos com benefícios, sabe? Aí queremos ter algo sério porque Alice é uma mulher de respeito.

— Não cola comigo esse papo de amigo.

— Nem comigo, você e Edward estão bem grudados.

Corei lembrando-me do beijo, mas pigarrei e levantei o queixo.

— Rolou algo?

— Não. — Menti e ouvi a campainha tocar, respirei aliviada.

— Salva pelo gongo, Isabella. — Ele falou com ciúmes e foi abrir a porta.

Alice entrou com um vestido branco com pequenas listras beges, nem dava para ver direito só se fosse de perto. E também com sapatilha preta, ela ficava uma nanica danada do lado do meu irmão. Own, tão fofo.

Eles deram um selinho e Alice veio me abraçar.

— Cunhadinha do meu core.

— Alice. — Repreendi.

— Tem dois sentidos nessa frase, não acha? — Aí, já vêm as indiretas deles.

Odeio quando beijo alguém e parece que eles estavam vendo que agarrei o cara, agora só faltava Edward contar tudo que fizemos. Não, galera não transamos. Calma! Eu sou bastante calma e Edward é meu amigo, um amigo bocó.

— Cabelo de ouro.

— De bronze, só pode. — Resmunguei.

— Ele abaixou no seu pedestal, maninha?

Edward e Emmett se sentavam no sofá enquanto eu e Alice estávamos arrumando a mesa, simplesmente levantei o dedo do meio para meu irmão e ignorei todos seus sermões até que tive que chamar para jantarem.

— Lasanha de Bella! — Exclamou meu irmão animado se sentando.

— Esfomeado. — Alice resmungou.

— Claro, né amor? — E argh, eles se beijaram.

Eu e Edward ficamos com cara de paisagem, mas pelo menos ele me abraçou. Porém o cretino enquanto me abraçava, sussurrou no meu ouvido:

— Não vai querer um beijo?

— Nem em Marte, agora vá comer logo. — Retruquei baixinho vendo Alice e Emmett naquela bolha.

— Vai comer né? — Ele falou malicioso e piscou o olho, revirei os olhos e sentei do seu lado.

Poxa gente, era o único lugar que faltava. Minha mesa era de quatro lugares, porque só morava eu... Antes de EMMETT SWAN vir também.

E eu sabia que tinha que aturar muito hoje de noite, Emmett e Edward começaram a falar sobre jogos de beisebol. Enquanto Alice me falava sobre alguns trabalhos dela fora do país, até que achei interessante e concordamos em falar nisto no estúdio porque ela queria que o estúdio fosse a equipe dela praticamente na parte fotográfica. E sei que ganharíamos – ambos – mais com isso do que trabalhar em um bairro qualquer de Nova York.

— Onde é o banheiro? — Alice perguntou levantando-se.

Tive uma ideia e sorri para ela.

— Vou te acompanhar.

Nós fomos até o banheiro, porém puxei o braço de Alice para meu quarto e ela olhou para todas aquelas paredes brancas do meu quarto que estavam de pouco em pouco sendo preenchidas por fotos pretas com brancas. Todos meus momentos estavam ali, tinha fotos de mim com Jasper na universidade, eu com Emmett deitados no sofá também na faculdade. Tinha até fotos dos meus pais, vi todos os rostos deles aqui. Todos estavam ao meu lado, me fazendo feliz e eu esperava fazer eles felizes.

— Que perfeito. — Jurei ter visto uma lágrima em seu olho quando olhava para mim e Jasper abraçados na universidade, mas ele era como um irmão. — Vocês formam um lindo casal.

— Não acho. — Pausei e respirei bem devagar enquanto a nanica me olhava receosa. — Acho que ele fica mais legal contigo, quando você entrou no estúdio e...

— Nada, eu estou com Emmett. Seu irmão me faz bem, está sendo idiotice sua me jogar em cima de Jasper!

— Oh, você acha? — Perguntei meio chateada, poxa! Tentei ajeitar as coisas e ajuda-la. Mas percebi rapidamente que ninguém precisa de mim, aliás, nem sei qual foi o objetivo de ter empurrado Alice para meu quarto e ter a deixado entrar no meu passado assim em poucas semanas de amizade. — Então vai ao banheiro, é vizinho ao meu quarto.

— Bella, me desculpa.

— Alice! Não sou infantil para ficar me queixando, por exemplo... Eu tentei ajudar e não aceitaram, agora vou me matar. Mas aprendi uma coisa com meus pais, não devemos perder a primeira chance de falar que gostamos de alguém e ferir outra. E eu não quero que fira meu irmão, eu o amo. É um dos poucos homens que amo.

— Você ama meu irmão? — Ela perguntou e arfei, puxa vida.

— Não. Eu gosto da companhia dela e tudo mais, o conheço em poucas semanas. Então... Não é amor o que sinto, sim seu irmão é lindo e tudo mais. Mas... Ele é acima de tudo meu amigo, e você não sabe o quanto é difícil eu ter amigos.

— Está certa, mas não confunda as coisas. Gosto de Emmett, do mesmo jeito que gosto de Jasper.

— Está dividida?

— Claro. — Ela falou e saiu do meu quarto.

Voltei meu olhar para uma foto com Jacob no canto do quarto, a peguei e rasguei jogando no lixo. Enxuguei as lágrimas que teimavam em descer, mas foram poucas. Porque eu sei que mudei nesses últimos anos, e agora tenho certeza que preciso mudar ainda mais.

Fui para a sala prevendo que Emmett e Edward estivessem lá, mas não estavam. Os vi na varanda, ambos estavam sentados em cada cadeira marrom de madeira que tinha ali. Mas ouvi a conversa deles.

— Eu gosto de Alice, mas... Não é amor. Nem sei porque estou namorando ela.

— Porque você quer ajuda-la em esquecer Jasper, esse é o ponto!

— Edward, não me venha com essas histórias.

— Só quero que não faça minha irmã sofrer.

— E eu não quero que faça A MINHA sofrer.

Edward olhou para baixo e soltou um palavrão.

— Eu não amo sua irmã, ela é minha amiga.

Algo dentro de mim doeu tanto que voltei para a sala e sentei no sofá, liguei a TV e parecia que eles perceberam que tinha gente. Então voltaram com um sorriso no rosto falando sobre beisebol, os olhei... Os homens não prestam mesmo!

— Alice ainda está no banheiro. — Falei com preguiça deitando no braço do sofá.

— Ela está com diarreia? — Perguntou Edward sentando longe o máximo possível de mim, isso me fez ignorar sua piadinha.

— Acho que sim, cacete! — Emmett como sempre um verdadeiro idiota saiu correndo atrás dela, então deixou eu e Edward sozinhos na sala.

E eu que não sou de esconder as coisas, resolvi abrir o jogo.

— Eu ouvi a conversa de vocês dois.

Edward ficou meio surpreso e deu um sorriso amarelo, parecia estar com vergonha.

— Omg. Edward, isso que você falou para meu irmão... — Suspirei prevendo amanhã sendo um horrível dia. — É verdade, cara Jasper me ama e Alice o ama.

— Eu não quero que você namore o Jasper. — Ele falou de cabeça meio baixa.

— Por quê? — Meu coração parecia saltar dentro do meu peito com a ideia de que poderíamos ser aqueles Edward e Bella de ontem, aqueles amigos que se tratavam de maneira fofa e engraçada.

— Porque você não o ama, dá para perceber e...

Meu celular começou a tocar fazendo com que eu quase caísse no chão, arrancando risadas de Edward porque né...

— Idiota.

— Atrapalhada.

— Somos, recalcado.

— Recalcado? De onde tirou isso?

— Do beijinho no ombro. — Sorri maldosamente lembrando-se daquela merda de música brasileira que não prestava para nada.

— Oh God, ela virou brasileira. — Ele falou botando as mãos no cabelo e me puxou pela cintura, mesmo que o celular estivesse tocando e eu não queria atender.

Os braços fortes de Edward estavam na minha cintura, e não queria pensar em mais nada. Eu não podia esconder o desejo que sentia pelo meu amigo, mas também não iria ser uma vadia que abre as pernas para qualquer um. Apesar de que, Edward Cullen não é qualquer um.

— Edward... Lembre-se da aposta.

— Que aposta? — Ele falou baixinho tirando todo o espaço que nos separava, mas nossas bocas ainda não estavam juntas.

Merda, vou me ferrar entrando no joguinho dele. Foi a mesma coisa com Jacob, agora com ele não!

— Olha, esquece! Somos amigos. — O empurrei com a maior força que conseguir, pois eu queria muito beijá-lo e não poderia fazer isso comigo mesma.

Eu não queria me apaixonar por Edward, vai que essa praga cai em cima de mim e ferro totalmente?

Atendi o celular sem ver quem era.

— Alô?

— Bella? Aqui é o José.

O José? Mas como ele conseguiu meu número. Ah porra, lembrei que dei o meu número quando estávamos voltando para o estúdio no meio da bagaceira de hoje perdi a memória. Amnésia!

— O que aconteceu José?

— Foi o Jasper.

Meus instintos foram segurar o braço de Edward forte, o mesmo me olhou assustado e logo depois José começou a falar novamente na voz calma e reconfortadora.

— Ele sofreu um acidente, voltava do Brooklyn... Foi visitar aquele orfanato. Ele estava tirando fotos das crianças, as ajudando para fazer sua carteira de identidade. E quando voltou um bêbado bateu com tudo no carro dele, e eu recebi a ligação porque fui a última que tinha sido.

Arfei surpresa, com muito cuidado Edward me ajudou a sentar no sofá novamente. E eu não conseguia pensar em mais nada a não ser Jasper, como ele estaria agora? Eu não ia me perdoar se ele não melhorasse. Sem deixar minhas emoções de lado, comecei a chorar.

Edward pegou o celular das minhas mãos e começou a falar com José, ainda estava petrificada.

— Não, ela não está nada bem... Paralisada... Qual foi o hospital? — Ele suspirou e resmungou um palavrão. — Porra, sei qual é... A gente já tá indo.

Ele me puxou para seus braços e me abraçou. Logo depois afastou uma mecha de meu cabelo e foi aí que consegui voltar a me mexer novamente:

— Edward! Me leva para o hospital, por favor! — Eu já chorava intensamente. — É O JASPER.

Alice apareceu na sala preocupada com Emmett logo atrás dela.

— Ouvi os gritos, o que tá acontecendo?

— Safados, podiam ser mais discretos. — Emmett falou.

— Mas eles não seriam tão... Estranhos, Bella gritou o nome de Jasper. — Ela falou meio abismada e Edward tossiu.

— É... — Pausou e suspirou. — Pare de brincadeira, o Jasper sofreu um acidente.

A nanica arfou, enquanto Emmett nos olhava intrigado e preocupado. Pois ele também era amigo de Jasper e eu queria ver ele de qualquer maneira, tinha que ser o mais rápido possível.

— Como isso aconteceu?

— No Brooklyn! Um cara bêbado bateu com ele.

Meu irmão me olhou e via que se passava mil coisas na minha cabeça.

— Maninha, você está bem?

— Não, eu quero ver Jasper.

— Espere Bella, primeiro tem que trocar de roupa. Está frio lá fora e aí iremos. — Edward me puxou para o quarto deixando Alice e Emmett na sala.

Logo depois ouvi um soluço vindo de Alice, enquanto ela abraçava Emmett e se culpava por tudo.

— Edward, eu não quero trocar de roupa. Quero ver o Jazz.

— Espere, tudo de cada vez.

Ele abriu meu closet e pegou uma blusa de algodão branca, calça jeans escuras, um moletom com um All Star meu.

— Vá, vista.

— Na sua frente? — Arregalei os olhos.

— Vou descer, calma. — Ele falou e beijou minha testa. — O Jasper é forte, ele vai sobreviver.

— Tenho minhas dúvidas.

E ele saiu, rapidamente troquei de roupa com as mãos trêmulas mais do que nunca. Não poderia perder mais uma pessoa que eu amo.