I Miss You escrita por mandyoca


Capítulo 5
Capítulo 5




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  Hayley: Você voltou. Eu preciso te contar uma coisa!


  Augusto: Ela precisa desesperadamente te contar uma coisa! Uma hora dessas eu pergunto o motivo de eu não ser gay ainda, onde Hayley só fala de homens gostosos e saradões. Quer dizer, KRIS, VOLTA E ME SALVA DESSA LOUCA! Viu? Já está dando efeito essas coisas que ela vive me dizendo.


  Kristal: Relaxa, Augusto, você não vai virar gay. Pois então diga, Hayley. Eu estou ansiosa para saber o que você tanto quer me contar.


  Hayley: Bem, eu estava conversando um pouco, uns dois minutos contando depois de você sair do MSN, com o DAVE! Você tinha que ver toda a nossa conversa. Eu te mandaria o registro, se a lesada da minha irmã não tivesse tirado. Ela disse que pesa no computador. Ridículo!


  Kristal: Eu não quero falar dele.


  Augusto: Ave Maria, obrigado, Kris!


  Hayley: Fica quieto, Augusto. Se eu não tenho uma garota para conversar sobre essas coisas, você tem duas opções. Primeira: você atura e fica macho. Segunda: você não atura e vira gay. Pronto, decida-se.


  Augusto: Engraçado, Hayley. Você está me vendo rir? Eu não estou rindo.


  Hayley: Sei disso. Então, Kris! O Dave me mandou uma foto dele e eu preciso te dizer! D-eus A-bsurdamente e V-erdadeiramente E-special. Você viu o tanque dele? Eu acho que preciso urgentemente lavar as minhas roupas. Eu quase caí da cadeira quando vi aquela foto, sem contar que o cara é o maior gato!


  Augusto: Ela me fez dizer que eu achava o cara gato ou não ia parar de falar disso comigo.


  Kristal: Tá brincando, Augusto!? E você falou?


  Augusto: Falei. E ela não parou.


  Hayley: Eu tirei um print screen. Depois te mostro. Continuando, esse cara é o maior gato e está absolutamente aprovado! E o Augusto acha o mesmo, óbvio.


  Augusto: Claro. Ele é o gato e eu sou o veado.


  Hayley: Calado ou eu arranco os seus chifres.


  Augusto: Ui que meda.


  Hayley: Posso arrancar outra coisa de bônus e ainda colocar num potinho para você ver e sofrer. Que tal?


  Augusto: Aí não pode.


  Kristal: Do que vocês estão falando?


  Hayley: Esquece.


  Augusto: Deixa pra lá.


  - Parece que você não sente muita falta minha. – Dave sorriu, entrando pela porta aberta e afastando a cortina.


  - Eu procurei a maldita chave dessa irritante porta e adivinhe: Eu não achei. – Voltei a olhar a tela do computador. – Eu sabia que alguma hora você ia entrar por aí. Você não é burro nem nada.


  - E eu esperei que você se rendesse e abrisse a porta para mim. Você que não é burra nem nada, pelo que eu vejo. – Se aproximou do computador, e agora olhava a tela tão fixamente quanto eu. – Esse Dave sou eu?


  - Para de bisbilhotar as minhas coisas. – exigi. – Eu não posso nem conversar com os meus amigos que você duvidou que eu tivesse. Mas é sério, me deixa ter um pouco de privacidade por aqui. Aliás, essa é a minha casa, esse é o meu quarto, esse é o meu computador, esses são os meus amigos.


  - Você tem alguma coisa para esconder de mim? – perguntou com aquele seu rosto de alguém que está triunfando. – Porque um assunto que tenha o meu nome no meio, eu quero ficar sabendo sim, e tenho todo o direito de me intrometer. Além disso, você conhece outro Dave, Kristal?


  - E se eu conhecer? – Desliguei o monitor do computador. – Se eu conhecer outro Dave, o que você vai fazer?


  - Pedir para que você me apresente. – sorriu. – Ou seria muita coisa arranjar alguém que finja se chamar Dave?


  - O jeito com que você fala é como se eu fosse uma mentirosa de mau caráter. – Girei a cadeira para olhar seus olhos. – E você quer que eu apresente, mas nem ousaria dizer um oi. Por quê? Porque você tem medinho de levar um fora de alguém, não tem? Mas relaxa, todo mundo tem um medo.


  - Kristal Steven, você me faz rir. – Manteve o sorriso aberto e branco. – Mas diga, você conhece mesmo ou não?


  - Não. – Olhei para baixo, virando a cadeira e ligando novamente o monitor.


  Uma briguinha – não briguinha, mas uma discussão – estava na tela, entre Augusto e Hayley. Mas depois, ela acabou com essa festa, e Augusto ficou totalmente em silêncio enquanto Hayley continuava a falar.


  Hayley: Kris?


  Hayley: Kristal, você está aí?


  Hayley: Kristal Steven, me responda!


  Kristal: Para não precisar explicar, vou te falar bem abreviadamente. Estou com problemas aqui em casa, eu preciso sair.


  Augusto: Se você está com problemas, imagine eu, com essa vaca da Hayley me enchendo o saco por causa do Dave.


  Hayley: Cala a boca, veadinho.


  Kristal: Vocês vão mesmo ficar discutindo enquanto eu tento expulsar o Dave aqui de casa? Tudo bem.


  Hayley: Ele está aí? Deixa-me falar com ele! Taque-o no computador, Kris. Eu quero conversar com ele, porque quando eu falei com ele, ele disse que tinha que fazer algo urgente e precisava ir.


  Kristal: Ele não vai mexer nesse computador.


  - Por que não? – Dave perguntou.


  - Porque eu não quero. – Continuei olhando para a tela.


  Hayley: Por favor!


  Augusto: É, traga o Deus grego para falar conosco! Que merda. Vou sair. Tchau,       Kristal. Boa conversinha.


  Hayley: Não liga para ele.


  Kristal: Como vocês são chatos às vezes.


  - Entra. – levantei da cadeira.


  - Pode sentar, eu me viro de pé.


  - Certo. – Sentei e me encostei, apenas observando o que ele tanto escrevia, e porque um sorriso tosco continuava estampado na sua cara.


  Kristal: Ei, é o Dave. Eu vou entrar no meu MSN, um minuto.


  Assim ele deu uns cliques no mouse e logo estava no seu e-mail.


  - Três pessoas? – perguntei. – Você tem três pessoas no seu MSN? Augusto, Hayley e eu? Por favor.


  - Eu criei um MSN porque descobri o seu. – Ele me lançou uma piscadela. – Não me pergunte como, não adiantará.


  Dave: Então, do que vocês estavam falando?


  Hayley: De você.


 Às vezes a sinceridade de Hayley é um defeito. Ela tem esse jeito largado, sempre anda de meia arrastão, usa uma quantidade um bocado exagerada no lápis de olho, usa um gloss transparente, mas lindo, e o seu cabelo preto – preto mesmo, porque é tingido – tem várias luzes loiras. Um loiro quase branco.


  Mas ela usa muita sinceridade no dia-a-dia. Sejamos objetivos, eu acho isso ótimo, mas precisa falar que estávamos falando dele? Bem, Hayley estava falando dele, e eu não queria o mesmo.


  Dave: Kristal não vai com a minha cara. Está tentando me mandar embora de sua casa e mesmo assim não consegue. Ela não consegue me convencer nem de colocar de volta a camiseta e o meu blusão.


  Hayley: Como assim?


  Dave: Pergunta para a Kristal depois.


  Então, dei um tapa fraquinho na cabeça dele, o encarando incrédula. Ele me olhou, empurrando brincalhão a minha mão. Como ele estava ajoelhado, caiu de lado, apoiando-se com uma única mão, dando uma incrível e alta gargalhada enquanto me pegou olhando o seu peitoral.


  - Eu não dou risada assim há muito tempo, sabia? – Voltou à posição em que estava antes, ajoelhado. – É como se você me levasse a um show de piadas toda vez que eu me encontro com você.


  - Você não me conhece como você acha. – falei algo que era sem dúvida óbvio. Claro, como um cara ganha tanta intimidade (do tipo de ser expulso da minha casa e ainda não obedecer porque não está com vontade) em um dia?


  - Você que pensa. – murmurou.


  Hayley: Isso é estranho. Não vou comentar nada, prometo (ou não).


  Dave: Então, o que vocês estavam dizendo antes de eu interromper?


  Hayley: Que você é gostoso. E não me leve a mal, você também é um gatão muito sexy, e a Kris é uma idiota por não achar o mesmo. Ah, quando eu for visitá-la, me lembre de te conhecer, porque CARA, eu quero demais ter pelo menos umas duas horas de conversa com você.


  Dave: Obrigado, Hayley. Eu lembrarei. Só não se incomode, mas sou um homem de poucas palavras, e acho que duas horas é algo que ocuparia muito tempo seu. Não serviria para nada.


 - “Sou um homem de poucas palavras”? – comentei. – Nenhuma palavra, não é? Já pensou em falar para seus pais que você os ama? E se a hora deles chegar, e você ficar cheio de remorso? Vai ficar com tanto peso na consciência que não vai aguentar e vai acabar indo com eles.


  - Isso seria um favor para você, né? – disse enquanto digitava algo no teclado, que eu logo leria. – Eu ir com eles quando suas horas chegar.


  Ignorei, e me virei para a tela.


  Hayley: Quantos anos você tem?


  Dave: Dezessete. Vou fazer dezoito logo.


  Hayley: Você dirige?


  Dave: Sim. Vou comprar um carro no meu aniversário.


  Hayley cai por um homem sarado dentro de um carro. Seja uma BMW, ou um fusca, mas o que lhe interessa é o cara dentro dele. Ela é daquele tipo de garota que se atiraria para cima de um bonitão assim que ganhasse oportunidade. Por exemplo, agora ela deveria estar berrando pela casa inteira como uma louca. Claro, ela não falou nada no MSN. Assim que ela se acalma, ela manda alguma coisa mais... Ou melhor, menos... pirada. Isso é bom, porque pelo menos não a chamam de demente, doente mental, alucinada, alienada, maníaca.


 Hayley: Meu Deus do céu, eu acho que estou tendo ilusões na tela desse computador estúpido. Kristal realmente não sabe a sorte que tem.


  Dave: Ou que sempre teve, no seu ponto de vista.


  Hayley: Eu não entendi.


  Dave: Não queira entender.


  - O que isso significa? – perguntei com um tom que eu não queria. Eu queria continuar com minha voz imponente e tal. Mas não adiantou, e a curiosidade acidentalmente transbordou através das poucas palavras.


  - Você nunca vai descobrir. – acabou com o meu barato. – Eu espero que não.


  - Não está na hora de você ir embora? – lancei uma inofensiva indireta. – Tipo que você deve ter coisas mais interessantes para fazer do que ficar aqui, mexendo no meu computador sem graça.


  - Não tenho. – digitou algo. – A não ser ficar no meu quarto trancado, falando sozinho e vendo algumas coisas, seja na TV, seja no computador.


  - Marie disse que você trabalha. – A palavra “computador” havia me lembrado dessa pequena conversa que tivemos. – É sério?


  - Talvez seja.


  - Pode me mostrar no que, ou no mínimo falar? – eu quis saber. – Um dos dois, né. Porque você nunca me responde nada que faça sentido.


  - Eu não posso mostrar, mas gosto de postar algumas coisas na internet. – respondeu mais ou menos. – Eu não vou falar mais do que isso, minha vida é um tanto secreta. E se você dissesse para Marie, iria ferrar tudo. Ela que é louca por coisas minhas. Bem, e tem um cara da nossa sala, um que faltou hoje, que chegou perto de descobrir. Ele queria destruir tudo o que ainda me sobrava, mesmo eu já estando infeliz. Só que ele desistiu. Foi difícil.


  - É sobre o quê? – me dei a liberdade de perguntar. – O site.


  - Sobre umas pessoas. – respondeu ainda de modo incompleto. – Uma delas é uma pessoa que eu sempre admirei, sempre apreciei, sempre... gostei. Mas eu não me importo mais com ele. Atualmente ele bombou, e eu fui uma das causas disso, colocando sempre algumas... coisas talvez interessantes... lá. Entro tão pouco agora. Eu não estou neste site sozinho. Existem outros administradores, e foram eles que passaram algumas informações a mais para o cara que queria me ferrar. Mas não foi por mal, eles não sabiam.


  - Você os conhece ao vivo? – falei, dando de ombros.


  - Já os vi algumas pouquíssimas vezes. – Olhou para o lado. – Mas nunca sei se eles são eles de verdade.


  - Como assim?


  - Usamos falsos nomes lá no site para que ninguém descubra quem somos mesmo. É um site um pouco famoso (não por essa região), então precisamos esconder informações. Eles não me falaram os nomes verdadeiros, mas me passaram seus telefones e tudo mais. Eu criei o site, então se eles não passassem para conversarmos com relação ao maldito, eles estavam fora. – Dessa vez então, ele virou o rosto para mim. – Eu não vou falar o nome que eu uso, ou você vai encontrar o site. E isso é proibido.


  - Duas vidas. Deve ser legal ter esse poder de escolha, de vivenciar um pesadelo no mundo real e na internet se basear de fama. Pois como você disse, o site é famoso. Eu não sei por que isso arruinaria sua vida. – refleti. – Você ficaria famoso, e todos os que te odiaram alguma vez se jogariam aos seus pés.


  - E não é isso que eu quero. – mexeu no cabelo. – Não quero ganhar fama para pisar nos outros, isso é absolutamente sem noção.


  - Olha quem está achando que entende de coisas sem noção. – zombei. – O cara que nunca diz uma palavra porque é extremamente infeliz.


  - Eu estou pensando seriamente sobre isso. – sua expressão séria saiu, e seus lábios espicharam-se. – Não estou totalmente infeliz agora.


  - Isso é bom.


 Hayley: O que vocês estão fazendo? Por que você está demorando tanto para responder, Dave? Assim eu vou pensar que Kristal roubou você de mim.


  Dave: Ela não me roubou de ninguém. Só estamos conversando, nada de mais. Não se preocupe com nada disso.


  Hayley: Eu sei o que é esse “conversando”.


  Dave: Não pense coisas ruins. Estamos mesmo conversando. Se eu tentasse alguma coisa, juro que Kristal arrancava uma arma de algum lugar e dava um tiro bem no meio da minha testa. Não estou brincando, isso é possível.


  Hayley: Eu sei isso mais do que ninguém, não zoe com isso porque ela é capaz.


  Dave: Obrigado pelo aviso.


  Então ele me deu uma espiadela, vendo se eu acompanhava mesmo a conversa, e tendo uma onda de decepção na sua face.


  - Que foi? – ergui as sobrancelhas. – Eu sou mesmo capaz, viu. Ér, o único problema é eu achar uma arma. Mas isso eu providencio depois. Agora dá licença, eu quero falar com ela. – Empurrei suas mãos do teclado e comecei a digitar.


  Dave: É a Kristal. Vou para o meu MSN.


  Apertei os botões, tralala, etc e tal.


  Kristal: Pronto.


  Hayley: Por que o tirou do computador? Eu estava tendo um papo maneiro aqui e você interrompeu tudo.


  Kristal: Se você reclamar, eu mesma vou até a sua casa dar um tiro em você e não no Dave. Olha, você não podia ser um pouco mais discreta? Você chega falando para o cara que ele é gostoso. Que tipo de gente faz isso?


  Hayley: O tipo de gente eu. Agora, qual ééé? Eu não posso nem ser sincera com o que eu estou sentindo?


  Kristal: Não.


  Hayley: Desculpa então se eu com certeza o pegaria se estivesse aí com vocês, e você nem coragem para fazer isso tem. Mas é claro que você quer, porque você está toda equivocada com o que eu falei dele.


  Kristal: Não seja estúpida. Pode ficar com ele todinho para você. É só você vir para cá, e se ele concordar, fica tudo certo.


 - Eu não concordaria. – Dave se levantou e sussurrou isso em meus ouvidos. – Ela me mostrou as fotos dela, e com certeza é linda. Mas eu não passaria nem dois minutos com ela por vontade própria.


  - E comigo você passa. – virei meu rosto para ele, não ligando de encontrar sua face tão perto da minha. – Você está livre para ir embora sempre que quiser. Você merece ficar sozinho. Não está vendo que Hayley está de dando bola? E você disse que ela é linda. Pronto, perfeitos um para o outro.


  Hayley: Isso é o que você fala quando ele está aí perto. Quero ver quando ele não estiver. Você vai até gritar: “Oh meu Deus, que cara gracinha!” Você fez isso com um cara uma vez, e eu tenho até o vídeo.


  Kristal: Não importa, eu o achei gracinha mesmo, mas depois soube que ele era um otário. Não vou ligar para as suas opiniões.


  Hayley: Você é mesmo uma maníaca que se não der um jeito logo, virará uma lésbica de esquina, sua imbecil BV.


  Kristal: Vá à merda, Hayley. Quem sabe a lésbica da história não seja você, com os milhões de lápis que você gasta em um único mês, ou com as roupas curtas que você acaba usando em todos os eventos escolares?


  - Essa doeu. – murmurou Dave.


  Hayley: Eu uso sim roupa curta, mas se você não sabe, isso atrai homens. Enquanto essas roupas de combate que você usa não-são-legais e devem atrair umas dez mulheres para cima de você.


  Kristal: COMO É? Você sempre elogiou as minhas roupas. O máximo que fez foi dizer que eu deveria usar mais decote, mas eu não gosto, tá? Eu prefiro mil vezes as minhas “roupas de combate”.


  Hayley: Que pena, vai ficar solteira para o resto da sua vida. E a parada do decote foi uma indireta se você não percebeu. Você se veste que nem macho, seu traveco.


  Kristal: O traveco sou eu? Você que fica exibindo o seu corpo por aí, e depois eu que fico com a fama de travesti? Se eu fosse você, eu pensava direito.


  Hayley: Pois eu já pensei.


  Kristal: É, porque um segundo para pensar já é demais para você.


  E então a pequena janela no canto esquerdo anunciou a saída dela do Messenger. Provavelmente ficou irritada mesmo.


  - Eu acho que já posso abrir a porta agora. – eu ia me levantar para assim poder abrir a porta do meu quarto. Tê-la trancada me incomodava por algum motivo desconhecido até para mim. Mas então Dave me interrompeu, num ato de “eu abro”, e andou até a saída do quarto, girando a chave com delicadeza.


  Dave deu dois passos para trás, talvez surpreso e com um pouco de raiva quando viu o lado de fora.


  - Eu... ia... bater... e... vocês... abriram... – Marie engoliu em seco. E bota seco nisso. – Estou... interrompendo... algo? – ela olhou Dave descamisado, se surpreendendo pela intimidade que ele tinha comigo. Até eu me surpreendia, fazer o quê?


  - Tudo bem, vovó. – falei. – Não interrompeu nada, estávamos conversando no Messenger. – Depois olhei para Dave, que estava sem reação. Eu podia ler sua expressão. – Vovó, a senhora ouviu alguma coisa?


  - Infelizmente não. – Seu rosto desabou. – Mas eu queria ter ouvido. – Essa era uma hora em que ela possivelmente se ajoelharia aos pés de Dave e imploraria para que ele dissesse alguma coisa.


  Ele passou por ela, olhando-a, e voltou com sua camiseta e seu blusão. Colocou os dois, puxando o zíper bem lentamente. Ouvir o barulho me deu agonia, não me pergunte o motivo. Ele acenou com a mão e depois apontou para o computador. Saiu pela porta-janela, e eu nem pude ver sua expressão.


  - Desculpe. – Marie sussurrou. – Eu juro que não estava ouvindo nada antes, eu acabei de voltar.


  - Relaxa. – acalmei, olhando a escrivaninha. – Ah, Dave deixou a caneta dele aqui... Eu o aviso no MSN, de qualquer jeito. Tudo bem que ele me manda meu material inteiro, e eu não posso nem mandar uma caneta. Mas eu não sei o endereço dele. Você sabe, vovó?


  - Eu não lembro. – olhou para baixo, andando para trás em passos pequenos. – Lamento não poder ajudar.


  - Tudo bem.


  Dave: Oi. Sua avó está olhando? Porque se estiver, eu vou precisar desligar. Mas eu sei que ela veria o registro depois, então do que adianta?


  Kristal: Ela não está vendo nada. Não sei por que você ainda se esforça em esconder palavras delas. É só um “oi”. Isso não é nada de mais.


  Dave: Para ela isso é. Não pense que sabe dela mais do que eu, Kris. Não seja tão convencida a esse ponto.


  Kristal: Eu não sou convencida coisa nenhuma.


  Dave: Pense assim.


  Kristal: Você deixou sua caneta aqui.


  Dave: Puts. Verdade. Ér... Você pode me entregar na aula amanhã? Eu até poderia te dar o meu endereço, mas isso não é muito apropriado. Duvido que você queira me ver depois de eu tanto insistir para ficar aí.


  Kristal: Pois é. Eu posso sim entregar amanhã. Nada me impede de ir à escola. Ei, o cara que tentou arruinar sua vida... Qual é o nome?


  Dave: Você vai descobrir amanhã. Ele foi o único aluno da sala que você não viu. Ele foi o único que faltou.


  Kristal: Minha memória é fraca. Não vou lembrar a fisionomia de todo mundo assim em tão pouco tempo.


  Dave: Ele é um cara que marca presença. Você vai entender o que eu estou te dizendo, Kristal Steven.


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