Eu me sentia esquisita, como se estivesse sendo vigiada por alguém. Abri cada porta, prestando muita atenção, mas nada encontrei, a não ser as privadas brancas e solitárias, com os cestos de lixo e papéis higiênicos. As últimas duas tinham chuveiros. Mas também estava vazio. Se eu estava sozinha, por que eu estava sentindo isso? Para falar sério, eu não quero saber. O fato de ser meio lerda faz com que eu perceba que as minhas sensações me traem, e que poucas vezes eu estou correta sobre alguma coisa. Não que eu leve isso muito a sério.
Aproximei-me do espelho. Dei um forte suspiro. Vai ser assim para o resto dos meus dias nesse colégio tão anti-social? Ninguém vai vir falar comigo nem por um único instante? Dois sinceros minutos? Cruzei os braços e saí devagar do local. Infelizmente, enquanto eu passava pela porta, dei de cara com Yolanda e suas capangas, que me encararam com um ar pesado, mas ainda não pararam de andar para seu destino.
Olhei para baixo, mas continuei a andar, e vi que a árvore onde eu me encontrava antes estava ocupada. Por aquele cara. Isso fez com que eu desse meia volta para qualquer que fosse o lugar, e o sinal tocou. Agradeci por não ter levado um susto, já que ele me analisava. Ele me encarava como quem diz: “Estou aqui, olhe para mim!” Isso como se eu fosse ficar olhando para alguém que nem pisca quando olha para mim.
Segui a multidão que se aglomerava na pobre da porta, e um chamado soou pelo auto-falante, que ficava ao lado do alarme, e isso sim me deu um susto por estar perto demais. Meu Deus, por que quando eu me salvo de um susto eu recebo outro? E eu quase caí para trás quando o chamado alertou: “Kristal Steven, por favor, venha à sala do diretor.”
Como se eu soubesse onde é a sala do diretor.
Eu rodopiei no lugar, sem saber o que fazer. Yolanda foi pela direção oposta dos que entravam no colégio. Ela saía, enquanto os outros abriam espaço para ela como se ela fosse famosa. Eu me impressionei ao ver que ela agarrou minha mão.
- Eu mostro o caminho para você. – sussurrou, e começaram a abrir alas novamente. No quinto andar, percorremos uns dois corredores e encontramos um mais estreito. – É a última porta à esquerda, está escrito “diretoria”. Você acha sozinha a partir daqui. Bem, te vejo na aula, Kristal. Ah, nome bonito.
- Obrigada. – falei, estranhando totalmente. Andei no corredorzinho curto. “Coordenação”, “Programação de Eventos”, “Diretoria”. Bingo. Abri a porta depois de dar duas batidinhas, e encontrei um homem que tinha no máximo trinta anos de idade. Seus olhos eram castanho-escuros, mas não chegavam a ser tão escuros quanto os meus. Sentei no sofá vermelho, uma cor maravilhosa, quando ele fez um gesto humilde para que eu o fizesse.
- Bem, Kristal Steven, a novata, a neta da mulher que tanto falou de você. – O diretor ficou de pé para se aproximar de mim. – Você já está me causando problemas? O que você acha? Que ninguém aqui sabe o seu nome, e por isso pode fazer o que quiser, quando quiser? Está errada, se você quer mesmo saber.
- Eu não sei do que o senhor está falando. – admiti, com as bochechas provavelmente coradas de vergonha. – Eu não penso nada disso, mas se é a história da barata, porque eu não fiz um escândalo total junto com todo mundo e pareci alguma maníaca, eu posso fazer isso só para parecer um pouco mais normal.
- Não estou falando de barata nenhuma, Kristal. Estou falando do que você fez no banheiro hoje. – franziu o cenho como se eu fosse uma delinquente, e ele estivesse tentando me dizer algo óbvio. Eu obviamente não sabia do que ele estava falando, e então eu comecei a revirar minha mente, em busca de algo que parecesse ser ofensivo para alguma parte da sociedade desse colégio absurdo, e então algo veio.
- Eu só abri todas as portas porque eu sentia que alguém estava me olhando, mas foi só por isso. Talvez eu tenha me esquecido de fechá-las, minha avó sempre diz para eu fazer isso, mas eu esqueço de vez em quando. – comecei. Além disso, era a única coisa que eu fiz de errado. Abri cada porta que lá havia, sem encontrar nenhuma pessoa. – Eu me mudei ontem, estou me acostumando a morar aqui, e sério, está difícil.
- Não estou falando de portas abertas! De onde você veio era aceitável rabiscar no banheiro de um colégio? Puxa vida, isso é tão infantil! – quase gritou. – Como você me explica essas fotos? – exibiu uma câmera fotográfica. – Uma aluna me alertou sobre isso, e eu emprestei a minha câmera para que ela mostrasse o que estava acontecendo. Observe com atenção a sua arte, porque você é quem vai a tirar dali.
Peguei a câmera, e perguntei como mexia naquela máquina cheia de botões. O diretor mostrou onde eu deveria apertar – duas vezes, porque da primeira vez eu não entendi -, e comecei a olhar cada foto, incrédula. Uma anunciava no espelho, de forma gigante: “Kristal Steven e Dave Loyer”. Ao longo da parede, coraçõezinhos e estrelinhas. Mais letras formavam o meu nome.
- Desculpe diretor, mas não fui eu quem fez isso. Primeiro, eu não faria nada. Segundo, se eu fizesse, não ia colocar o meu nome justamente para me incriminar. – franzi o cenho, confusa. – Depois de eu ter saído do banheiro, Yolanda e suas duas amigas entraram, mas eu não fiquei lá para ver, e então o sinal tocou. Depois, a própria Yolanda me mostrou o caminho para cá. Mas eu não posso acusá-la de nada, não tenho provas. E eu nem sei quem é Dave Loyer!
A placa que dizia “Diretor Hélio Sampaio” brilhou uma vez como se fosse para me chamar a atenção. Ele pegou um microfone e anunciou numa voz clara e grossa:
- Dave Loyer, favor comparecer na sala do diretor. – a voz ecoou um segundo depois por toda a escola.
Ah, Dave Loyer pode saber de alguma coisa. Uma informação a mais, quem sabe? Algo que me salve. Por favor, que ele fale qualquer coisa que me salve, nem que seja só um pouquinho. Eu imploro.
- Estou aqui. – uma voz rouca partiu de trás de mim quando a porta então se fechou. Eu devo ter ficado branca. Se Yolanda ia fazer algo para me deixar louca da vida, ela colocaria o nome de algum nerd, ou algo assim, não ia? Mas o cara podia ter uma voz linda e ser feio, isso é possível.
Então, lentamente me virei para trás e, bem, você já deve saber quem era.
Levantei a sobrancelha, de tão surpresa – não posso negar – e eu não faço ideia do motivo da Yolanda colocar bem... ele. Eu fiquei olhando tanto assim? Ah, meu Deus, agora eu devo estar vermelha, que horror. Kristal multicolor, que droga!
- Tivemos algumas negligências por aqui, e eu quero conversar com os dois possíveis suspeitos. – o diretor Hélio se inclinou sobre sua mesa enquanto Dave sentava ao meu lado no sofá, e meu coração acabava se acelerando sem querer.
- Eu não fiz isso. – repeti. – Olha, se o senhor disser quem foi a pessoa quem acusou, ajudaria bastante, sabe, e se...
- Sem “e se”, Kristal. – ele me cortou. – Por favor, Dave, veja as fotos e veja a conclusão que você tira sobre isso.
Eu achei isso injusto. Dave não entraria num banheiro feminino só para escrever aquilo. Ele é uma vítima, nem deveria estar aqui. Está certo que até eu sou a vítima, mas poxa, eu também não deveria estar aqui. Ele estava apertando o botão da esquerda – nem precisou perguntar como fazia, e olha que não eram poucos os botões daquela câmera evocada. Ele parecia ser um daqueles gênios de aparelhos eletrônicos, mas isso não fazia dele um nerd -, toda a atenção voltada para a tela e isso fez com que eu pudesse finalmente o encarar. O diretor também estava o olhando, o que fez com que Dave pensasse que eu estava juntamente vendo a câmera em suas mãos, e não... ele. Seus olhos eram de um tom perfeito de chocolate, o cabelo castanho-escuro e espetado... O blusão de mangas cumpridas demais fazia com que os botões da câmera quase sumissem. Quando olhei para seu rosto novamente, ele olhou para mim e deu um sorrisinho. Depois voltou a olhar a câmera, e eu virei o rosto, observando as prateleiras. Cruzei os braços, e encostei-me ao sofá macio, olhando os prêmios de melhor ensino, melhor diretor, melhor colégio, blábláblá, coisa e tal.
- Isso é engraçado. – Dave deu uma gargalhada simples.
- Não é não. – revirei os olhos, sem interesse. – Alguém armou isso para mim, você sabe, porque eu nunca falei com você, e eu não sou besta de colocar o meu nome na parede do banheiro, que lixo. E você acha engraçado. Que coisa, é o meu primeiro dia de aula e eu já estou fazendo inimigos. Eu vou rir disso um dia, aham.
- Eu estou nessa escola há um tempo e nunca tive muitos amigos, então vá se acostumando. – entregou a câmera para o diretor, que analisava as nossas reações. – Se eles não vão com a sua cara, eles nunca tentarão entender o seu jeito de ser.
- Ajudou muito. – usei todo o sarcasmo possível. Que bom, eu acabo de descobrir que vou ficar sozinha para o resto dos meus anos escolares. – Mudar de escola é tão ruim quanto eu havia pensado. É a primeira vez que eu faço isso e... Não sei. E então eu fico sabendo que ninguém vai me dar atenção para, deixa eu ver... Sempre. Valeu, realmente.
- Não é culpa minha, Kris. – ele sussurrou. Kris? KRIS?
- Chamavam-me de Kris no meu outro colégio. – mudei de assunto sem querer. – Desde os meus oito anos de idade.
- Desculpe, Kristal. – Dave fez a expressão de quem acaba de cometer um erro gravíssimo. Mas eu gostava que me chamassem de Kris, de qualquer jeito. Mas não aqui.
O telefone tocou, e o diretor o atendeu rapidamente, apenas falando sim e não. Depois pediu licença e disse que voltava já. Nós precisaríamos aguentar né, fazer o quê? Além disso, provavelmente não diríamos um pio.
Dave tem algo de provocador nele, o que acaba me deixando com raiva super sem querer. Eu ficava desviando os olhos dele, e a minha cabeça vagou para as prateleiras de novo. Esses troféus me lembram a época em que eu fazia natação. Ganhei diversas medalhas. Eu não gostava de nadar, mas eu o fazia por causa daquele garoto que eu estava amando quando eu tinha dez anos. Ele gostava de água e tinha mais medalhas do que eu. Quando ele saiu, eu parei de ir aos treinos porque eu não tinha mais inspiração, então eu perdia, e ficava em último. Não porque eu fiquei ruim, mas porque deixei de participar. Meu professor colocava meu nome nas competições mais difíceis e eu dava o bolo nele. Mas eu nunca mais precisei ficar triste. Não caí em nenhuma tentação, nem paixonite desde que me apaixonei por ele. Ele sumiu do mapa, e eu sempre me perguntei: “Será que ele pelo menos está vivo?”
Dave deu uma risada. Eu rapidamente virei meu rosto para ele, para poder ver o que era tão inevitavelmente engraçado. Ele parecia estar muito feliz agora. Quando eu o vi antes, ele estava obscuro e misterioso.
- O que é tão engraçado? – me ajeitei no sofá, indo até para um pouco longe dele, pois eu tinha as minhas dúvidas sobre se ele não era louco, ou se tinha alguma doença bem forte e sem cura. Mas ei, é ele o cara que eu pegava me encarando, e ele nem virava o rosto para disfarçar. Eu pelo menos fazia isso, qual é!
- Algumas lembranças. – abriu um sorrisinho. – No meu primeiro dia de aula aqui, as pessoas me faziam perguntas e eu não respondia. Estava bravo porque eu não queria largar uma... pessoa especial, que eu gostava muito. Eu me mudei porque... bem, a garota era muito reservada, mas ainda bem legal. Depois de uma discussão no colégio, descobri que ela já amava alguém, e isso fez com que eu chegasse em casa chorando, mas ninguém sabia, além da minha mãe. Então ela ficou preocupada comigo e disse que eu teria de me mudar. Desabei ainda mais, mas aproveitei os dias que me restavam para capturar algumas imagens dela. Eu sofri, mas hoje eu dou risada.
- Legal. – murmurei. – Eu não tinha nada disso. Eu tinha poucos amigos, mas só. E inimigos, infelizmente. Impressionante como sua vida piora, ainda mais quando ela está surpreendentemente horrível.
- Num estilo de “nãopodiaficarpior” e fica. – concordou olhando para baixo. O diretor voltou com cara amarrada e nos liberou.
Assim que Dave saiu, colocou as mãos nos bolsos da calça jeans e pegou a caneta com uma delas, deixando a outra onde estava. Eu o segui porque não sabia o caminho. Ele começou a girar a caneta preta, parando com a mão levemente para cima, apenas dois dedos levantados como se fosse um cigarro.
Ele foi para outro corredor totalmente desconhecido, que eu sabia que era diferente e ele provavelmente não sabia que eu perceberia.
Por isso, a única coisa que fiz foi virar para que eu pudesse procurar sozinha a sala de aula. A primeira coisa a fazer era achar uma escada. Só a primeira etapa ainda, e eu não fazia ideia de nada, ou em que corredor entrar.
- Kris. – a voz ecoou pelo corredor vazio. Só tinham aulas no primeiro, segundo, e terceiro andar, o que fazia esses corredores enormes parecer ainda maiores quando completamente vazios. Eu olharia mesmo para trás?
- Dave. – me virei, meio que olhando para os cantos para não olhá-lo fixamente. Ele estava um bocado longe, bem do outro lado do corredor. Se ele pensa que eu vou correr até ele para implorar para que ele me salve desse labirinto, vai ficar querendo, porque eu vou achar sozinha a gloriosa saída.
- Você percebeu que eu estava tirando uma com a sua cara. – não segurou a risadinha mínima. Ah, sim, agora ele dá risada de tudo o que consegue fazer virar engraçado mesmo-que-não-seja. Tudo bem, colega, vai nessa.
- E você percebeu que eu estava te seguindo. – conclui. – Mas não se preocupe, eu vou ficar bem. A escola não é uma selva cheia de árvores e leões, eu acho o caminho e volto sã e salva, pode confiar.
- Eu não confio. – deu de ombros. – Eu juro que eu mostro os lugares certos dessa vez. Eu só queria enrolar um pouco, zoar. Faz tempo que não entram novatos por aqui, e foi isso o que fizeram comigo. Só não ofereceram ajuda depois de eu me tocar. Eu perdi as últimas três aulas só procurando a sala, para finalmente retirar o meu material e ir para casa. Você será a próxima a perder as aulas se não aceitar me seguir.
- Até parece. – coloquei a mão na cintura e reparei a pequena figura se aproximando de mim com delicadeza. Eu comecei a andar para trás como se fosse um instinto, ou sei lá. Não tinham escadas para a direção onde eu estava indo, eu sabia disso. Mas o cara estava vindo, e sejamos sinceros, ele dá medo. Com aquela caneta na mão, girando, ou até mesmo totalmente imóvel, parecia que ele ia tacá-la em mim. – Eu vou achar em menos de uma aula. – prometi, dando passinhos curtos para trás.
- Está brincando com a minha cara? Está fugindo de mim? – mesmo de longe, vi o brilho dos seus dentes brancos (até demais), que estavam num grande sorriso. – É sério, eu só vou te ajudar a encontrar a sala. Esse colégio é muito grande.
- Eu não preciso de ajuda. – menti. – Eu estava até indo bem, apenas me virando... e indo para onde o destino me levasse. Pode ir para a sala pelo caminho por onde você estava seguindo. Eu vou por aqui. – acelerei os passos, indo na mesma direção em que eu estava indo antes.
- Existem apenas duas escadas nesse andar. As duas ficam por este lado. – ele apontou para onde ele estava indo. – Não tem acesso a elas por aí. Mas se você quiser aventura, vá em frente. Nunca se sabe quando a escola é “uma selva cheia de árvores e leões”. – zombou com a frase que eu usara anteriormente, e eu revirei os olhos.
- Certo, eu ainda virei por aqui. Eu não acredito em você. – continuei com confiança em mim, mesmo achando que eu não deveria ter o feito.
- Tudo bem. – Dave deu de ombros, andando para trás, com os olhos cravados nos meus como se fossem espinhos afiados e cruéis. Mas sempre dizem que os espinhos não machucam uma rosa, embora o único que já me chamara de rosa na vida era o garotinho que eu estava afim quando eu tinha dez anos. Mas isso foi só uma vez, quando na verdade, senti ironia na sua voz. Mas eu ainda fiquei delirando, sonhando em um dia poder dizer sim a um pedido de casamento seu, ou uma dessas babaquices. Poxa vida, me deixe sonhar.
Então Dave virou em um dos corredores, e eu hesitei. Para onde ir? Eu deveria mesmo acreditar que não tem acesso por esse lado? Ou eu estarei cometendo um erro se continuar? Vacilei, dando uns passos para onde estivera ele dois minutos atrás. Eu ia virar, mas parece que ele estava esperando que eu fosse confiar em suas palavras.
- Eu sabia que você iria me seguir. – ele pareceu triunfante. É claro que eu ia segui-lo. Já contei que esse corredor fez o medo bater na minha cara? Mas isso só aconteceu quando eu estava sozinha, porque ele parece ter esse instinto valente, e tudo mais. Hum. Legal. Mas ele ainda estava certo. Eu ia segui-lo. – Você está tão preocupada assim em chegar na hora certa, nas aulas?
- Claro. É o meu primeiro dia, não posso perder nada, certo? – falei sem vontade. É óbvio que eu adoraria pular umas aulinhas, e tal. Mas não quero passar a impressão errada, né? Quero dar arzinho de aluna exemplar.
- Se é por causa da impressão, nós temos uma explicação. – Primeiro: nós? Segundo: Explicação? Terceiro: Ele leu os meus pensamentos? – Eu senti a mesma coisa no dia em que perdi as aulas. Mas dia seguinte as pessoas disseram entre si que eu não havia perdido nada, que foi só pura chatice, e que na primeira semana de aula eles nem dão matéria, só revisam. E eu confirmei isso nos meus outros anos. Refiro-me à matéria não dada na primeira semana, e tal.
- Eu entendi. – sussurrei. – Mas eu não costumo matar aula, então talvez não seja uma boa ideia, ou eu serei a que estragará tudo. Se me pegarem e...
- Não vão pegar. – assegurou. – Se o diretor chama no auto-falante, ninguém liga, e se você não aparece lá, ele pensa que o professor está te dando uma matéria muito séria e nova. E o colégio é enorme, você reparou. Se alguém vai para um canto, é só dar uma corridinha para o outro lado e pronto, ninguém sai ferrado.
Corridinha para o outro canto. Bem, eu sou bem ágil, e parece que tudo está de acordo com o planinho. Matar só umas aulinhas não fará tanto problema, fará? E o sinal tocou. Faltavam duas aulas, eu precisava me decidir. Ver a cara de Yolanda mais uma vez... ou não? Eu ficarei com peso na consciência depois?
Eu acho que não.