Jake fazia tudo para alimentar seu vicio. Ele nao tinha medo de parar na detençao por fumar, mas preferia nao ficar a tarde toda preso em uma sala. Entao foi a floresta proibida, e se aprofundou nela, para nao ser pego.
Ele nao gostava de fugir de suas responsabilidades, mas precisava. Fazia sentido. A floresta estava calma. Calma, ate passos serem ouvidos por ele, perto demais.
Alguém -Uma garota- pigarreou, chamando a atenção de Jake, que se mantinha encostado em uma árvore.

– Fumar não faz bem.

–Muita gente me diz isso. Mas que diferença faz?

–A diferença é que você acaba com seus pulmões por querer, e eu não. -A garota apontou para o cano em seu nariz, que a ajudava a respirar.- E isso é errado.

Jake ficou armado. Começou a desafiar a garota, quase exigindo que ela fosse embora, se quisesse um "ar puro."

Ele iria levantar a voz mais dois tons quando ambos ouviram um barulho vindo de muito perto. Muito mesmo. Os dois já pegaram as varinhas, preparados.
Foi que aí que todo o problema começou. Tudo foi muito rápido. Chegou sem aviso, e sem premeditações. Emma gritou para Jake correr, porque um lobisomem estava logo atrás dele, pronto a ataca-lo.

Mais por instinto do que pela razão, Jake B. estendeu a mão, encontrando o pulso da garota ao seu lado, e desatou a correr, sem solta-la. Não iria se salvar e deixa-la ali para morrer. Foi aí que Emma fez uma coisa muito idiota. Soltou-se dele, e foi para o outro lado. O lobisomem decidiu segui-la. Idiota.

Tão logo ele percebeu que a garota se separara dele, ele começou a procura-la. Quando percebeu de longe ela, seguida de perto pelo lobisomem, Jake fez o feitiço para que o lobisomem fosse petrificado.
Como Emma tinha um coração bom demais, ela não deixou o bicho ficar petrificado para sempre. Ela o despetrificou, e os dois correram em velocidade recorde até o castelo, desesperados.

(...)

–Voce esta bem, nao esta?‎ -Jake perguntou, quando os dois estavam dentro do castelo, ele de pé, e ela, sentada.

– Eu nunca estou bem. Mas, dá pra aguentar... E você?

–Eu nunca estou bem... Mas dá para aguentar.‎ -Ela riu.

No minuto seguinte, a menina tentou levantar, mas provavelmente pela falta do oxigênio, não conseguiu. Ele estendeu a mão a ela, oferecendo-lhe ajuda. Ela pegou a mão, se levantando. E eles ficaram perto demais. Os dois rapidamente deram um passo para trás, deixando uma distancia concideravel entre os dois. Jake ofegou. A claustrofobia fizera uma visita.

–*-

09/04/2014

Querido diário...
É necessário que eu escreva essa frase todas as vezes que quero te contatar? Pelo amor de Merlin...
Sabe, eu quase fui morto hoje. Você sabe, floresta proibida, lobisomens, uma garota... Coisas normais na vida de um adolescente de 16 anos. Ou não. Não sei mais o que é ser normal. Nada é como era antes. Antes dessas coisas todas de bruxo.
Não, eu não estou reclamando. É. Mais ou menos.
Aconteceu uma coisa hoje que a tempos não acontecia. Eu fiquei sem ar por causa de uma garota. Parece ridículo, mas é literalmente isso. Nós... Ficamos perto de mais.
NÃO. EU SEI O QUE ESTÁ PENSANDO. NÃO IRIAMOS NOS BEIJAR.
É uma longa história. Tudo por causa daquele lobisomem idiota. Sabe qual é a pior coisa? Eu nem sei o nome dela... Nessa afobação toda, não nos apresentamos... Não que isso faça alguma diferença. Porque não faz.
Eu queria saber a cor dos olhos dela. Não consegui defini-los. Engraçado...
Enfim, estou feliz. É. Estou feliz por estar vivo. Pelo menos uma coisa eu aprendi, não vou fumar mais na floresta proibida. NUNCA MAIS.
Droga, minha cabeça dói.

–*-

Jake fechou o diário, franzindo o cenho. Escrevera pouco de mais naquela noite. Sem dizer que quase nada do que estava escrito lá fazia sentido. Por um segundo, ele pensou em queimar aquela folha. Não iria fazer grande diferença. Mas por outro lado, era bom ter lembranças... E as memórias se iam rápido. Já as folhas de seu diário, demoravam para se deteriorar.

Todas as pessoas que entravam na vida de Jake B. lhes ensinavam alguma coisa. A menina da floresta que não gostava de cigarro lhe ensinou a confiar mais nas pessoas que valem a pena. A não julgar pessoas pela aparência.

A última imagem que Jake teve antes de dormir, foi a dos olhos da menina, dos quais não tinha certeza da cor...