Once Upon a Time - Lua de Sangue escrita por log dot com


Capítulo 7
Lua de Sangue - Fim da Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, depois desse capítulo virá a tão prometida pausa. Pequena, creio eu. Garanto a vocês que, entre os dias 19 e 20 de Maio estarei postando o Capítulo 8.
Sabe, logo vêm as provas, e eu preciso adiantar algumas coisas... Enfim, aí está :)



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Cruela se aproximou do poço de Storybrooke.

Estava amanhecendo ainda, os primeiros raios de sol nem haviam nascido. Mas aquela mulher estava preparando o terreno para aquela grande noite.

Trazia consigo um grande saco, onde repousava uma pessoa morta. Um cadáver.

Ela desamarrou o saco, visualizando o corpo sem vida de Drizella Tremaine. A garota, de não mais que trinta anos, estava com a boca escancarada e os olhos vazios, e havia sangue escorrendo por todo o seu corpo.

Cruela então deixou seus dentes à mostra. Os planos já estavam montados, tudo já estava certo…

A Lua de Sangue iria começar.

***

—Thomas… - Sussurrou Ashley, com receio. Estava entrando no quarto de hospital de seu próprio marido, que repousava o corpo em uma maca bem arrumada no canto do aposento.

—Você novamente? - Perguntou ele, levantando suas sobrancelhas. Parecia bem cansado e triste, e tinha olheiras profundas ao redor dos olhos.

Ashley sorriu, um pouco tímida. Não tinha a mínima noção de como reagiria de seu próprio marido. Próprio marido. Quer dizer, não era para ela estar nervosa. Ela conhecia aquele homem há mais de trinta anos.

Seu primeiro beijo tinha sido com ele, sua primeira noite tinha sido com ele, ela havia tido uma filha com ele… Ashley ficava repetindo isso para si mesma a todo momento, mas ainda assim seu coração estava acelerado.

—É, sou eu. É que eu queria… Sabe, me desculpar por… Sabe?

Thomas assentiu.

—Por me beijar e abraçar como se eu fosse seu marido?

Ashley assentiu, embora uma parte de sua mente gritasse: Você é meu marido, seu…!!!

—E eu queria saber se posso jantar com você hoje a noite… - Disse Ashley. Uma careta se formou no rosto de Thomas.

—Peraí!! Você quer jantar??? Comigo???

O suor começou a escorrer pelo rosto de Ashley.

—Sim, com você. É quê… Bem, eu sei que hoje você terá alta, e eu estava pensando em… Comemorar.

—Comemorar?

Ashley respirou fundo. Estava sentindo que aquilo ficaria cada vez mais difícil. Ela sabia que ele não aceitaria seu convite, mas mesmo assim precisava tentar.

Ela se aproximou da maca de Thomas, que, por sua vez, se encolheu com a proximidade de Ashley.

—Afinal, quem é você? O quê você quer de mim? - O rosto de Thomas era uma mescla de sentimentos. Medo, frustação e até mesmo vergonha Ashley podia enxergar.

Ashley estendeu sua mão para apertar a mão de Thomas, mas ele retirou-a antes que qualquer toque pudesse ser feito.

—Thomas… Do quê você lembra?

Thomas pareceu estranhar a pergunta.

—Me lembro… De tudo. Nasci e cresci na cidade de Nova Jersey, sou casado e tenho uma filha…

Ashley ergueu as sobrancelhas. Ela não fazia idéia do quê era Nova Jersey.

—E como você chegou aqui?

Thomas fez um esforço, mas, passado um tempo, ele respondeu:

—Foi num acidente de carro. Por isso vim parar aqui nesse hospital.

Ashley assentiu.

—E, afinal de contas… Quem é sua mulher?

Thomas pensou por um tempo.

—Por quê devo lhe responder?

Ashley deu de ombros.

—Você precisa me responder. Aliás, quem é sua filha? Qual é a sua história? Quem é você? - Ashley não parava de perguntar coisas desse tipo. Ela tinha esperança de quê, se ela forçasse Thomas e repensar em suas origens, ele pudesse se lembrar.

“Quem sabe, talvez, ele se lembre de Alexandra, nossa filha. Quem sabe ele se lembre de seu pai, Mitchell… Não custa tentar”, pensou Ashley enquanto fazia as perguntas.

—Bem… Não me leve a mal, mas eu não sei seu nome. Não sei quem é você. Eu não te conheço. E é minha vida pessoal, minha vida, está entendendo? Por isso… Me desculpe, mas eu quero que você saia daqui. Agora!!

Ashley sentiu uma dor tão profunda que pensou que alguém lhe desferia facadas sem parar no coração. E esse alguém, para a surpresa dela, era Thomas.

As lágrimas se amontoaram nos olhos da garota e começaram a escorrer pelo seu rosto. Nunca Thomas havia gritado com ela. Nunca.

Ashley então saiu correndo daquele quarto, as lágrimas esquentando seu rosto e seu coração mais pesado e estilhaçado do que nunca.

***

João dormia com a cabeça encostada no ombro de Maria.

Estavam os dois no hospital, recostados em cadeiras, enquanto o Dr.Whale analisava seu pai.

Maria estava se segurando para não chorar. Ela nunca imaginava que iria ver aquela bruxa novamente.

Mas lá estava ela. Seus olhos brancos e leitosos e suas unhas afiadas, suas mãos ásperas prendendo João numa gaiola e batendo em Maria sem piedade.

Aqueles olhos brancos, terríveis. Aquela boca escancarada e vazia, como se um demônio morasse nela. Aquele sorriso amargo e doentio de quem definitivamente gosta de ver o sofrimento.

“Pare com isso, Maria!! Pare de pensar nela!!”, disse a garota para si mesma. A verdade é que ela não tinha dormido desde que a Bruxa Cega havia visitado sua casa, havia três dias. Desde então, ela e seu irmão ficaram internados.

Segundo Whale, os dois estavam bem machucados.

Mas agora os irmãos haviam sido liberados, e estavam sentados, esperando por notícias do pai.

Os olhos de Maria começaram a pesar. O sono estava dominando-a lentamente.

E antes que ela pudesse parar, sua mente já estava em outro lugar completamente diferente…

***

“_Olá, Maria!!!!!!! - Sussurrou uma voz no ouvido da garota. Maria se sobressaltou. Estava no meio de uma floresta, cercada de árvores cheias de folhagens escuras e sinistras.

—Q-Quem es-est-está a-aí? - Perguntou a menina com voz trêmula e falha.

Uma risada soou.

—Quem você acha, bobinha? Eu… Sua amiga… Sua companheira…

De repente, Maria sentiu seu corpo ser levantado. Sua garganta estava sendo apertada, alguém estava enforcando-a com magia.

Então surgiu das sombras a Bruxa Cega, bem em frente à Maria.

—Oras, criança… Eu voltei!!! - Disse ela, cantarolando. Maria sentiu sua garganta ser apertada ainda mais.

Pontos pretos apareceram na visão de Maria. Ela não estava mais enxergando, e seus pés tremiam. Ela sentiu o corpo pender para o lado lentamente, e a garota percebeu que estava morrendo.

—Não é nada pessoal, criança… Só quero que cumpra uma missão por mim: quero que roube algo da Rainha Má. É um objeto simples, eu estarei lhe guiando para você saber o quê deve ser feito. E enfim lhe deixarei em paz. Senão… - A Bruxa pareceu sorrir.

—Você sofrerá as consequências, amorzinho…

Foi a última coisa que Maria ouviu antes de cair morta no chão.”

***

—Maria!!!! Maria!!! ACORDE, MARIA!! - Maria abriu os olhos, e enxergou João lhe sacudindo.

—Pare, João!! Já acordei, muito obrigado! - Disse Maria. Seu coração estava bem acelerado, e suas mãos estavam trêmulas. Tinha sido apenas um pesadelo.

—Whale veio avisar que logo o papai ficará bem e terá alta. NÃO PERDEMOS NOSSO PAI, MARIA!!! ELE ESTÁ BEM!!!

Maria suspirou, aliviada. Então lembrou-se do pesadelo, e parte do alívio se esvaiu. “Só quero que avise à Rainha Má sobre mim”, havia dito a Bruxa Cega no sonho.

A Rainha Má havia mandado Maria e seu irmão uma vez para uma missão terrível que quase acabou com a vida de ambos. E como se não bastasse, ainda havia separado os irmãos de seu pai, Michael.

Maria não se sentia à vontade com aquela mulher. Ela lhe parecia sinistra demais, solitária demais… Não gostava dela, isso era fato.

Mas, mesmo não gostando dela, deveria obedecer a Bruxa Cega? Não lhe parecia certo. E, afinal de contas, era só um sonho. Um reflexo do medo de Maria. A Verdadeira Bruxa Cega não havia mandado ninguém roubar nada da Rainha.

“Foi só um pesadelo”, disse Maria para si mesma repetidas vezes.

Tudo ficaria bem: em breve, ela voltaria com o pai e o irmão para sua casa, e sua vida voltaria ao normal. Ela teria um final feliz, não é mesmo?

Whale então apareceu no corredor. Estava cabisbaixo e parecia bem triste.

—Desculpe… Mas o procedimento falhou. Eu realmente não sei o quê aconteceu… Michael estava tão bem, mas de uma hora para outra… Meus pêsames, mas…

Foi como se uma flecha atravessasse o corpo de Maria. A garota sentiu um peso enorme em seu coração, e o mundo ao seu redor pareceu escurecer.

—Bem, eu vou ver com a Xerife Swan o quê posso fazer por vocês. Quem sabe um orfanato… Bem, fiquem aqui, crianças. Logo…

Maria não escutava mais o quê Whale dizia. Não tinha importância para ela. Sua mente estava na Floresta Encantada, nos momentos passados ao lado dele e de seu irmão. Sua mente estava quando ela e seu irmão tiveram de entrar numa casa de doces para ter seu pai ao seu lado novamente. Sua mente vagueava no momento em que a maldição tinha sido quebrada e ela se lembrou de tudo. Estava nos breves momentos perto da lareira, enquanto Michael contava algumas histórias. Estava nos jantares e na hora de dormir, quando ele cobria seus dois filhos e lhes dava um beijo de boa noite.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Maria. Seu final feliz era ao lado do pai e do irmão. Não poderia acontecer na ausência de um dos dois. E a causadora de tudo aquilo era a Bruxa Cega. Ela havia matado seu pai. Ela havia feito aquilo como um estímulo para Maria fazer o quê tinha sido mandado no sonho: roubar o objeto da Rainha Má, seja esse o quê for.

Então Maria sentiu algo acontecer dentro dela. Lentamente, seu coração que um dia fora puro e feliz estava endurecendo. Como se uma camada de pedra dura e fria estivesse cobrindo seu coração.

Maria havia tomado uma decisão.

Contaria tudo para a Rainha.

***

—O quê é uma Lua de Sangue? - Perguntou Branca, levantando as sobrancelhas. Estavam reunidos no apartamento dos Charmings: Regina, Emma, Branca, Encantado, Gancho e uma desesperada Belle, que viera trazer uma mensagem não tão boa assim.

Segundo ela, alguém tinha lhe enviado um telefonema sobre uma tal “Lua de Sangue”. Regina assentiu naquele momento, alegando também ter recebido tal mensagem.

—Lua de Sangue é um fenômeno natural que acontece… - Começou Emma, mas Regina a imterrompeu imediatamente.

—A Lua de Sangue é o estado perfeito para se realizar feitiços e rituais de grandes efeitos e consequências. Por exemplo lançar uma maldição de grandes proporções como a minha.

—Então você está me dizendo que alguém em Storybrooke vai lançar uma maldição? Uma nova maldição? - Perguntou Encantado. Regina deu de ombros.

—Há lendas que dizem que um ritual realizado na Lua de Sangue poderia até mesmo trazer alguém morto à vida. Poderia destruir países inteiros, poderia causar genocídios desastrosos… Lógico que, para conseguir qualquer uma dessas coisas, seria primeiro necessário ter magia. Uma magia muito poderosa. Depois, precisa-se saber controlá-la totalmente. Um erro na hora de proferir as palavras de algum ritual, qualquer um que seja, na Lua de Sangue, pode causar a morte de quem realiza o rito.

—Então são poucas pessoas que podem realmente realizar um ritual dessas proporções?

Regina negou mais uma vez.

—O ritual realizado numa noite comum é simples, um erro traz poucas consequências. Um ritual na Lua de Sangue é que pode causar sérios problemas. Afinal, é o estado da Lua que multiplica o poder do feiticeiro em mil, até mesmo milhões. Portanto, acho que alguém planeja algo contra Storybrooke.

—E quem seria esse alguém? - Perguntou Gancho, de sobrancelhas levantados.

—Achei que fosse óbvio. Minha irmã, Zelena. A Bruxa Má do Oeste.

—Você acha que foi ela? - Perguntou Belle. Regina assentiu.

—Quer dizer, não faz sentido. A voz do telefonema não era nem um pouco parecida com a da Bruxa. - Argumentou a garota.

—Quando eu recebi o telefonema, a voz era praticamente a mesma.

—Regina, você está deixando a raiva te cegar. - Disse Belle.

—Você é quem está sendo passiva demais… Rata de Livros. O problema é que você não quer admitir que você tem medo. Medo de lutar contra Zelena, medo do quê ela possa fazer com Rumple. Medo do quê ela possa fazer com o romance entre vocês.

—Eu nunca chegaria a esse nível. Eu nunca seria tão baixa e egoísta quanto você, Regina. - Exclamou Belle, antes de sair do apartamento correndo, batendo a porta com força.

—Parabéns, Regina. Espantou uma das únicas que poderia nos ajudar agora. - Disse Gancho, revirando os olhos.

—Cale-se. Temos algo realmente melhor para fazer agora.

—Como…? - Perguntou Branca. Regina sorriu.

—Eu preciso saber o quê aconteceu com minha mãe para ela abandonar Zelena. Eu preciso. Mas, para isso, preciso antes da ajuda de vocês.

Emma levantou as sobrancelhas.

—Vamos invocar… Cora? Mas e a história da Lua de Sangue?

—Se eu souber exatamente o quê levou minha mãe a abandonar Zelena, terei um trunfo a mais para derrotá-la. E se ela for derrotada, não conseguirá realizar ritual nenhum. Me parece um plano simples e fácil de fazer. - Disse Regina.

Na mente dela, a próxima Lua de Sangue seria no máximo dali a duas semanas. Nunca que passaria por sua cabeça que a Lua de Sangue seria naquela noite.

***

—Você por aqui? Sério? - Perguntou Robin Hood, olhando Will de cima a baixo. Will estava escondido a floresta desde que havia sido liberado do hospital. Nenhum ferimento grave, nada disso. A única coisa realmente machucada nele era seu coração.

—Olá, Robin. - Murmurou Will, sem encarar o arqueiro.

—Olá??? Você me rouba daquela maneira e depois de todos esses anos tudo o quê você me diz é… Olá??? - A voz de Robin estava um pouco alterada. Will relembrou do tempo em que havia sido um Merry Men e havia participado do grupo. Mas aquela parceria acabou de maneira breve após Will roubar algo pertencente a Robin Hood. Era um Espelho Mágico que Will havia roubado para ir junto de sua esposa, Anastasia, para o País das Maravilhas. Na verdade, Robin havia roubado o Espelho de Malévola, há vários anos atrás.

—É. Acho que é tudo o quê posso dizer. - Disse Will. Estava sem vontade de falar. Afinal, não havia nenhuma maneira dele voltar para o País das Maravilhas, não havia nenhuma maneira dele voltar para sua esposa.

Robin sentou-se ao lado de Will.

—Está a fim de me contar o quê está te deixando tão angustiado? - Perguntou ele. Will suspirou, e começou sua história. Contou tudo. Sobre Anastasia ter lhe abandonado, sobre Alice e Cyrus, sobre Jafar, sobre Anastasia ter morrido e ressuscitado e finalmente decidido voltar para ele…

Naquela noite, Robin percebeu que Will era um homem solitário. Um homem sofrido, também. Alguém digno de voltar a ser um Merry Men.

Uma amizade entre os dois começou a ser formada a partir daquela noite.

***

Tremaine estava em sua antiga casa, onde morava com Drizella. Tinha escapado da prisão há poucos minutos, e procurava por sua filha.

Incrivelmente, a garota não estava em nenhum canto.

Tremaine deu de ombros, achando que ela só estava passeando. Nunca poderia imaginar que sua filha estava morta, no meio de uma floresta, e que sua assassina era ninguém menos que Cruela de Vil.

A mulher estava animada. As coisas enfim tinham começado a dar certo. Seu plano para acabar com a felicidade de Cinderella de uma vez por todas estava indo cada vez melhor.

Enquanto limpava o chão de sua casa e preparava algumas velas, Tremaine começou a relembrar sua longa caminhada na vida. Lembrou-se de como, vasculhando as coisas da Madre Superior, a Fada Azul, tinha encontrado algumas coisas sobre Cruela. Lembrou-se de como arquitetou um plano para acabar com Ashley e ver sua filha casada com um príncipe. Lembrou-se de como fugira de Storybrooke e fora atrás de Cruela. Lembrou-se de como a mesma ajudou-a, eliminando as memórias de Thomas e substituindo-as por outras.

Tremaine sorriu ao se lembrar da expressão de Cinderella, que queria respostas, queria saber o por quê de seu marido não ter a mínima noção de nada. Cinderella não sabia que o verdadeiro Thomas estava morto para sempre. Cruela, com sua magia, havia apagado tudo em Thomas, preenchendo o espaço vazio de sua mente com uma outra história.

Uma história onde ele nunca havia conhecido Cinderella. Uma história onde Alexandra não existia. Uma história que nem mesmo um beijo de amor verdadeiro poderia apagar.

“Cinderella nunca saberá”, pensou Tremaine, “que de nada adiantará seus esforços. O Thomas que ela conheceu está morto. O corpo dele pode estar intacto, mas sua mente nunca será a mesma. Ele nunca se lembrará. Nem mesmo com o beijo do amor verdadeiro.”

Estava pronto. Tremaine parou de limpar o chão e visualizou seu trabalho. O chão estava limpo, as velas estavam posicionadas em forma de círculo… O ritual começou.

Em menos de dez minutos, Anastasia Tremaine apareceria no centro do círculo. Anastasia era a filha de Tremaine, esposa de Will.

Então, Tremaine começaria seu trabalho. Limparia a mente de Anastasia totalmente, e a preencheria com uma história diferente. Uma história onde ela nunca teria ido para o País das Maravilhas, nem teria conhecido Will.

Uma história onde Anastasia e Thomas fossem um casal.

Tremaine sorriu ao pensar que, quando tudo terminasse, ela teria conseguido concretizar seus objetivos de vida: acabar com a vida de Cinderella e ver sua filha casada com um príncipe.

***

Era exatamente 23:27. A Lua de Sangue estava prestes a começar.

Estava tudo arrumado. Treze velas estavam dispostas pelo chão em forma de pentagrama. Treze corpos mortos estavam lá, cada corpo ao lado de uma vela. Treze corações haviam sido esmagados e jogados no Poço de Storybrooke.

Cruela não queria admitir, mas estava nervosa. O quê faria naquela noite poderia mudar tudo… Mas também poderia garantir sua vingança.

Aquela mulher já havia feito muito mal ao mundo. Havia matado, havia torturado, havia roubado… Havia roubado o cachorro de um homem, Archie, e sacrificado para fazer um manto de pele. Havia apagado a memória de um homem casado, fazendo ele se esquecer de sua mulher e de sua filha… Havia arrancado treze corações após matar treze pessoas, sendo uma delas a filha da mulher que ela havia ajudado, Tremaine.

Por um momento, a consciência lhe pesou. Será que valia a pena fazer tudo aquilo apenas por… Vingança?

Valia. Cruela deixou a consciência de lado, e mais uma vez o seu lado ruim falou mais alto. Ela não queria saber quantos morreriam até ela ter sua vingança. Ela não se importava com quem atravessasse seu caminho. Não se importava com mais nada.

Quando a Lua Branca ficasse Vermelha, o ritual começaria. E quando o ritual começasse, Cruela traria um ser maléfico a muito tempo contido nas profundezas de Storybrooke. Esse ser teria de ajudá-la a ter sua vingança.

A Fada Azul pagaria por cada uma das coisas que havia feito contra Cruela.

A Lua começou então a ficar Vermelha. A Lua de Sangue estava vindo.

As velas se acenderam misteriosamente, e o vento começou a farfalhar. Cruela então começou a proferir os encantamentos em élfico, dizendo as seguintes palavras:

Das trevas da Escuridão vindoura de tempos atrás, te entrego esses treze corpos. Te entrego esses treze corações, agora frios e gélidos como o tempo; tão mortos e enregelados quanto a própria Morte. Te entrego poder e glória, te ofereço como tributo meu sangue— Então Cruela pegou uma faca e cortou a mão, deixando escorrer o sangue pelo poço. - Treze que é meu número e é também o número daquele que sigo, eu te ofereço essas Treze Velas da Morte… Te ofereço todas as mínimas partes da minha Alma… Te ofereço essa cidade como prova do meu desejo insaciável por sangue… Meu desejo insaciável por vingança…

Eu te convoco da Escuridão, ó Fada Negra… Eu te convoco da Profundeza do Mal, ó Criatura de Mil Faces… Eu te convoco, MALÉVOLA…

Um raio vermelho saiu da Lua, atingindo diretamente o Poço. O mesmo começou a borbulhar, esparramando uma fumaça negra por todo o local. Cruela tapou os olhos com a mão. Estava feito. As velas haviam sido apagadas, e os corpos haviam sumido misteriosamente.

O poder da Lua de Sangue havia restaurado o poder daquela que se encontrava na frente de Cruela… Havia restaurado o poder de alguém que havia ficado presa por anos a fio, se transformando de uma fera a outra, de um monstro a outro.

Cruela a olhou pela primeira vez. Ao invés de sentir medo, sentiu uma certa comunhão. Ela e Malévola compartilhavam de muito em comum.

Malévola a olhou e sorriu, e uma espécie de lema foi criado naquele olhar. Cruela queria vingança. Malévola queria dor e desespero. Cruela queria dor e desespero. Malévola queria vingança.

Muito em breve, Storybrooke estaria completamente destruída.


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Notas finais do capítulo

E é isso.
Ashley conseguirá Thomas de volta? O quê Will e Anastasia têm a ver com isso? Afinal, qual é o passado de Cruela e o quê a Fada Azul fez de tão grave para ela? O quê Malévola causará em Storybrooke? As coisas se acertarão e todos terão um final feliz?
Creio eu que, até o último capítulo da fic essas personagens terão sido respondidas. Mais surgirão, tenho quase certeza.
Espero que tenham gostado. Se gostaram, comentem. Se não gostaram, comentem mesmo assim. As críticas negativas são tão significativas quanto as positivas :-D
Até logo, o///



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