Once Upon a Time - Lua de Sangue escrita por log dot com


Capítulo 13
Toda Magia vem com um Preço: O Fim Começa - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Bem, o Capítulo 13 é o último da fic, como eu tinha dito anteriormente. Mas, acreditem, ele deu quase trinta páginas, perto das 10.000 palavras. E como um capítulo de 5.000 já é cansativo, eu decidi dividir o final em três partes.
Mais uma vez vou correr o risco de ser repetitivo e agradecer a todos que leram, comentaram, favoritaram, apenas olharam... Leitores anônimos, obrigado por existirem, saber que minha fic está sendo visualizada por alguém é muito legal, e sempre me estimula.
Aliás, desculpem-me por ter prometido, no começo da fic, a aparição dos personagens Tarzan e Pocahontas. Realmente, eu não achei maneiras de incluir eles na história. Quem sabe numa próxima.
Enfim, espero que gostem, foi o capítulo que mais me diverti, me emocionei e demorei a fazer.



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O cheiro do ar estava pútrido.

“Cheiro de morte”, pensou Malévola. A floresta por onde andavam, ela e Cruella, era sombria. Bem escura, com árvores que projetavam sombras imensas por toda a parte.

—Pegaram a adaga, Malévola. - Disse Cruella, irritada. Malévola olhou para a companheira.

—Eu percebi isso quando o Senhor das Trevas deixou de lutar comigo para lutar contra. - Malévola continuou andando, indo cada vez mais fundo na escuridão da floresta. A trilha sob os seus pés era quase inexistente; só os olhos de Fada Primordial de Malévola podiam visualizar alguma coisa naquele breu.

As folhas mortas no chão e nas árvores davam um toque sombrio a mais para o lugar, algo que agradava Malévola.

—Estamos indo falar com ele, não? - Perguntou Cruella.

Malévola interrompeu o passo.

—Não. Eu estou indo falar com ele. Você fica aqui. Entendeu? Ou quer que eu desenhe? - Malévola continuou a andar, furiosa. Cruella arquejou.

—Quando eu me aliei a você, Malévola, eu sinceramente não imaginei… Eu arrisquei tudo por você. Eu merecia, no mínimo…

Cruella foi arremessada para trás, batendo com força a cabeça em uma árvore. Em um instante, Malévola estava apertando seu pescoço com magia, de dentes cerrados.

—Você conhece minha história, Cruella? Sabe que antes eu fui uma Fada Primordial, não sabe? Sabe que eu caí nas graças de um humano; um humano imundo e asqueroso que só queria roubar todo o meu poder. Eu deixei de ser Primordial e fui rebaixada a uma mera feiticeira sem crédito nem Magia. - Malévola sorriu maldosamente enquanto Cruella lutava para respirar. - E eu não falo de mágica de primário; falo da Verdadeira Magia. Eu estou próxima, bem próxima, de conseguir essa Magia novamente, entende?

Cruella assentiu, seu rosto ficando mais roxo a cada segundo. Malévola sorriu.

—Não, você não entende. Só quem provou desse poder sabe como ele é grandioso; como ele mexe e altera com a vida de quem prova dele.

Cruella caiu no chão, quase desmaiada. Malévola deu as costas para ela, e continuou seu trajeto.

—Eu pedi sua ajuda, Cruella, com a intenção de ter uma Irmã do meu lado. Eu posso continuar confiando em você, ou será realmente que preciso matá-la?

Cruella engoliu palavrões. Engoliu ameaças. Engoliu pragas. Engoliu tudo que estava na ponta da sua língua, e assentiu.

—Ótimo. - Disse Malévola. - Espere aqui… Eu preciso conversar com ele.

***

Tremaine sentia o corpo dolorido. Devia ter quebrado algumas - senão a maioria - de suas costelas, enquanto seu nariz estava definitivamente quebrado; seus lábios estavam queimados e a região de seu ventre tinha sido acertada com força tantas vezes que possuía uma cor que variava do roxo e do verde.

—Vai nos contar o que sabe, ou não? - Havia perguntado Rumplestilstskin, horas atrás. Tremaine agora estava deitada em sua cama, com sua filha, Anastasia, do seu lado, checando se estava tudo bem com ela. Mas sua mente estava distante, naquela floresta destroçada, cheia de cadáveres apodrecendo, com o ar pútrido e o chão vermelho, encharcado de sangue.

Tremaine tinha sido levada a um tipo de assembléia. Ou melhor, um tipo de interrogatório administrado pelo Senhor das Trevas, pela Rainha Má e pelo Príncipe Encantado.

—Acho que ela perdeu a língua, Rumple. - Disse Regina, conjurando uma bola de fogo.

—Regina… - Ameaçou Encantado, apontando sua arma para a prefeita. Regina olhou para o príncipe.

—Precisamos de respostas! AGORA!

—E vamos conseguí-las. Eu sei disso. Mas não ganharemos essa guerra sendo…

—Deixe-a. - Sussurrou uma voz. Encantado olhou para baixo, estupefato. Branca enxugava as lágrimas do rosto, e seu rosto exibia um misto de dor, tristeza e… Ódio.

—Mas Branca…

Deixe-a. Mate-a se quiser, Regina, mas consiga as malditas respostas. - Sussurrou Branca, seus olhos vidrados em Tremaine.

Regina sorriu, e olhou para Tremaine novamente:

—Me parece que um pouco de violência foi concedida a mim. Então, Tremaine… Vai responder agora ou devo usar essa… Violência?

Tremaine lembrava-se de ter contado tudo. Desde seus sonhos com Malévola, até todas as coisas ruins que já havia causado por ela e por seu plano de vingança e destruição. Tinha contado sobre o ritual da Lua de Sangue, sobre os mortos usados neles, tinha contado sobre tudo - mas, ao que parecia, tudo era nada para Regina.

—Sabemos do ritual, da maldita Lua, sabemos de tudo o que nos conta. Que tal começar a falar as coisas que realmente importam? - Regina estava ficando brava.

—Espere, Regina. - Sussurrou Rumple. - Talvez isso seja importante.— O Senhor das Trevas aproximou-se de Tremaine.

—Conte-me novamente, Tremaine. Conte-me sobre seus sonhos com Malévola; conte-me o que você lembra desses sonhos; conte-me tudo.

Tremaine fechou os olhos, estremecendo com a lembrança. Ali, deitada em sua cama, em sua própria casa, com a filha dormindo ao seu lado, horas depois do acontecido, a mera lembrança dos sonhos com Malévola a fazia tremer.

—Ela me visitava em sonhos… Mas ela gostava de visitar minha mente enquanto eu estava acordada. Ela me fazia ver cenas assustadoras, de destruição e de morte. E depois, ela começou a falar coisas…

—Que tipo de coisas? - Havia perguntado Belle, a namorada de Rumple. Tremaine não conhecia a garota, mas seu jeito a fazia parecer… Bondosa.

—Começou a a falar dos meus velhos desejos. De quando eu sonhei em ser livre; de quando eu sonhei em ser feliz. Falou também de… - Tremaine olhou para Rumplestilstskin e corou, envergonhada. - De certas pessoas que eu desejei antigamente. Falou que eu poderia ter essa pessoa novamente, se eu concordasse em fazer as coisas da maneira correta. Prometeu-me que me presentearia com o poder de destruir a consciência de Thomas - aquele que minha afilhada um dia chamou de marido - e fazê-lo se casar com minha filha, Anastasia.

Belle olhou-a com repugnância. “Ela sabe”, pensou Tremaine. “Sabe que eu destruí o casamento de Ashley; sabe da coisa horrível que eu fiz”.

—Que coisas você deveria fazer? - Perguntou Regina. Ela parecia mais calma agora, e não parecia ter nenhum desejo de torturar ou matar Tremaine.

—Eu deveria, primeiramente, ir até a caverna onde Malévola estava aprisionada, sob a forma de um monstro. Lá estariam alguns... Tenebrae Mortis.— Rumple arregalou os olhos nesse momento, enquanto todos ao redor pareciam não entender.

—Eu imaginei, mas nunca acreditei que Malévola pudesse chegar a esse ponto… - Sussurrou ele, assustado.

—Enfim, os Tenebrae me deram o poder suficiente para atravessar a fronteira da cidade sem me esquecer de quem eu era - naqueles tempos, a maldição tinha acabado de ser quebrada, e ninguém podia atravessar a fronteira sem perder as memórias.

“Malévola continuou a me instruir, mesmo eu estando fora da cidade. Ela me guiou até Cruella, que estava em Londres, na Inglaterra. Quando cheguei lá, Cruella parecia ter sonhado também com as coisas que eu sonhava.”

—Malévola chegou a te dizer o porque de você ter que sair de Storybrooke? - Perguntou Gancho. Tremaine assentiu.

—Segundo ela, Cruella precisava acreditar na veracidade de suas palavras. Se eu usasse alguns Tenebrae, eu poderia ter uma amostra do poder de Malévola, e Cruella poderia acreditar.

“Então, eu e Cruella nos infiltramos na cidade com a ajuda dos Tenebrae. Assim, quando Regina destruiu Storybrooke e levou a todos nós para casa, Cruella e eu começamos a botar o plano de Malévola em prática: ao voltar para a Floresta Encantada, seria muito mais fácil realizar o ritual da Lua de Sangue; e com todas as atenções voltadas para outros assuntos, seria mais fácil libertar Malévola de sua prisão.”

—A maldição atrapalhou vocês. - Disse Regina, os olhos brilhando. Tremaine assentiu.

—Assim que chegamos lá, eu prendi Ashley e raptei Thomas, para garantir que, no futuro, eu pudesse realizar a Troca de Consciências. Achamos a prisão de Malévola logo em seguida, mas não podíamos fazer nada. Deveríamos esperar até o dia da Lua de Sangue.

—Mas Branca, Encantado e eu cuidamos para que o reino fosse novamente amaldiçoado, trazendo todos de volta para Storybrooke. Tínhamos a intenção de parar uma bruxa - a do Oeste - mas parece que atrapalhamos também outras três. É realmente gratificante começar o dia sabendo que acertou quatro peixes e impediu-os de continuar nadando até seus planos podres. - Disse Regina, entredentes.

Rumple ainda fez outras perguntas, mas Tremaine não podia responder nenhuma. Ela não sabia suas respostas. Ela não sabia qual era a intenção de Malévola agora que estava solta; não sabia o que Cruella pretendia; não sabia nada. O acordo era simples: Tremaine achava Cruella, levava os Tenebrae até ela, guiava-a até Storybrooke, e pronto. Cruella e Malévola cuidariam para que Tremaine tivesse o que quisesse, e o acordo estaria acabado.

Depois do interrogatório, alguns cidadãos haviam acompanhado Tremaine até sua casa, onde a filha a aguardava, preocupada, que a levou até um hospital rapidamente.

E lá estava Tremaine. Deitada, dolorida, sem sono… E culpada. Tinha acabado de descobrir que Cruella havia assassinado Drizella, sua outra filha. No caminho para o hospital, ela e Anastasia haviam conversado. A filha estava sorridente, mencionava toda hora seu noivado com Thomas.

E só ali, na escuridão dos seus pensamentos, é que Tremaine remoeu se Anastasia estava realmente feliz. A filha sorria, brincava… Mas Tremaine era mãe dela. Sabia reconhecer quando estava feliz, e aquilo não era a felicidade dela.

Lembrou-se então de quando Anastasia tinha namorado Will Scarlet escondido. Cada passo, cada olhar, cada palavra… Em tudo que a filha fazia, havia alegria contida.

Quando o sono finalmente veio, o travesseiro de Tremaine estava ensopado de lágrimas. Pois, naquele momento, ela havia se arrependido profundamente de seus erros.

***

Regina depositou um buquê de flores em frente ao túmulo de Robin Hood.

Suas lágrimas de tristeza e saudade haviam secado há muito, mas ainda doía seu coração.

“Ironia do destino”, pensou Regina, triste. “Meu coração foi devolvido há pouco por Rumple, mas é como se eu ainda estivesse sem ele”. Deu uma olhada em volta. Se fosse um pouco para trás, acabaria encontrando o Mausoléu de seu família. Cora estaria enterrada lá.

“Os sentimentos são ruins, filha”, costumava dizer a mãe, aqueles seus cabelos castanhos-avermelhados presos em um nó no topo da cabeça, e aquela capa azul que esvoaçava toda hora, tornava-a apenas mais assustadora.

“Mas, mamãe”, tentava rebater uma pequena Regina. “Os contos dizem que os sentimentos são bons.”

“Os contos costumam mentir, filha.”

“Mas… O amor é um sentimento, mamãe. E o papai disse que ele me ama. Você me ama também, mamãe?”

Regina tentou afastar aquele fantasma do passado da cabeça.

“Sentimentos não são importantes. Carregue essa lição como lema de vida, Regina, e terá uma vida-boa.”

“Por que, mãe?”, perguntou Regina a si mesma. “Por que não me disse que há um preço por carregar esse lema?”. Era a terceira vez que Regina enterrava alguém que amava. Seu primeiro “eu te amo” havia sido entregue para Daniel. E sua mãe havia matado ele.

A segunda vez que havia enterrado tinha sido culpa de Regina. “Graham, Graham… O que você diria de mim agora?”. A terceira tinha sido com Robin. “Que seja a última, então…”

—A vida é engraçada, não? - Disse uma voz. Rumple estava ao seu lado, e trazia uma flor junto a ele. Após depositar a lembrança no túmulo, olhou para Regina e deu de ombros.

—Era um homem bom, Robin Hood. Belle e eu prestamos nossas condolências. - O silêncio perdurou por alguns minutos.

—Como você se sente? - Perguntou a prefeita. Rumple deu de ombros.

—Em relação a Malévola? Normal, eu acho.

Regina bufou.

—E pensar que, há quase trinta anos, quando eu estava prestes a lançar a maldição, Malévola queria me impedir. Sério, ela estava afeiçoada a um pônei.

Rumple gargalhou, e Regina se juntou a ele.

—Quem poderia imaginar que aquela mulher que deixou ser aprisionada por um pônei estaria aqui, hoje, causando tantos problemas para todos?

Rumple olhou para Regina de maneira solene.

—É bom estar de volta, Regina.

A prefeita deu de ombros.

—É ótimo ter você de volta, Rumple.

***

Henry estava bravo.

Quer dizer, desde o começo, quando Emma voltara à Storybrooke, ele tinha sido excluído de todas as aventuras. A Bruxa Má do Oeste. Quer dizer, Henry sempre tinha sido fã de “O Mágico de Oz”. Seria incrível para ele, como leitor, presenciar a vinda dessa vilã.

“Dizem que o duelo entre ela e Regina foi épico”, pensou ele. Mas coisas estranhas vinham acontecendo desde que havia recuperado suas memórias e a maldição de Branca (sim, Henry havia se surpreendido por completo) tinha sido quebrada.

“O Granny’s explodiu em chamas”, pensou ele. Aquilo era assustador. “Robin Hood morreu; até a Bruxa Má do Oeste morreu”.

Suas entranhas estavam pesadas naquele dia. Sua mãe, na noite passada, teve que ir para uma batalha no meio da floresta junto com Gancho, Branca (ela era uma gestante. Uma gestante tinha ido na batalha. Por que não ele?), Encantado, Regina… Até a Mulan estava lá. Mas Emma não deixou Henry ir junto. Os dois tinham discutido, mas no fim Henry tinha perdido.

E lá estava ele. O dia tinha amanhecido, era plena manhã, uma coisa muito épica tinha acontecido na noite passada, enquanto ele e Archie, seu psiquiatra (Henry tinha achado isso da sua mãe deixá-lo com Archie ridículo - ele já era grande o suficiente), viam filmes na TV.

“Eu só queria me divertir…”, pensou ele, com raiva. Archie já tinha levantado. Estava preparando café-da-manhã para os dois.

Duas batidas na porta. Toc toc.

—Henry, você poderia atender para mim…?

Toc toc.

A porta rangeu quando abriu, e revelou seus avós, parados, olhando-o. Branca tinha os olhos vermelhos, as lágrimas ainda escorrendo por seu rosto. Grande parte de sua roupa estava molhada com essas lágrimas.

O abraço que envolveu Henry o assustou.

—O que aconteceu?

Seu avô, o Encantado, entrou na casa. Seus olhos também estavam vermelhos, e grande parte de seu corpo tremia.

Henry sentiu algo dentro de si doer. Era uma dor estranha e desconhecida, que fez a visão do garoto estremecer.

Quando Encantado também o envolveu em um abraço, Henry sentiu. Não era o fato de ter brigado com sua mãe que tinha feito suas entranhas ficarem pesadas e estranhas naquela manhã. Não era culpa da briga dos dois que as nuvens estavam cinzentas demais, e o garoto não tinha apetite por nada.

A culpa disso tudo era o fato de nunca mais ele poder brigar com sua mãe. Ou mesmo conversar com ela. Abraçar ela.

Henry havia passado toda a sua vida procurando Emma. E agora havia perdido ela. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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