Once Upon a Time - Lua de Sangue escrita por log dot com


Capítulo 10
Explosão Malévola


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pouco, mas saiu.
Se preparem... Tem coisa doida vindo aí!
Enfim, boa leitura o//



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Ashley não estava conseguindo dormir naquele noite. Não depois de descobrir que Thomas e Anastasia, a filha de Tremaine, estavam juntos.

Prestes a se casar.

Ela não sabia mais o quê fazer. Havia perdido Thomas completamente, e sua alma estava completamente desesperançosa.

Ela, de vez em quando, olhava para Alexandra e tentava imaginar como a garotinha iria crescer sem um pai. Ou melhor, iria crescer sabendo que seu pai havia decidido abandoná-la após sofrer uma lavagem cerebral (será que havia sido mesmo uma lavagem? Ashley não sabia.) e decidido se casar com a filha da inimiga de sua mãe.

Uma pontada de ódio faíscou em Ashley. Sim, agora as duas eram inimigas. Não apenas pessoas que evitavam ficar perto uma da outra, ou pessoas que não tinham idéias que batessem. Eram duas pessoas que se odiavam, que compartilhavam um desejo insano de ver a destruição da outra.

“Morte.”, pensou Ashley. “Tremaine precisa morrer... E eu preciso ser quem a mata”. De repente, a mente dela se encheu com as possíveis maneiras que poderia matar Tremaine.

Ela podia visualizar sua mão apertando o pescoço daquela megera. Podia ouvir os gritos de dor, podia ouvir os pedidos de perdão e misericórdia… Mas ela não teria misericórdia. Ela continuaria apertando o pescoço até quebrá-lo. Continuaria apertando até Tremaine cair no chão, sua boca sangrando e seus olhos vazios.

Vazio. Era isso que Ashley sentia em seu peito. Uma vazio enorme, que ocupava cada pedacinho da alma dela.

Ashley sacudiu a cabeça, espantada com o desejo súbito de vingança.

Outra pontada, dessa vez de remorso, ocupou o coração de Ashley. No quê ela estava se tornando? Seus pais com certeza não aprovariam aquele tipo de pensamento, aquele desejo de ver uma pessoa morta.

Os olhos de Ashley foram se fechando. Ela só queria Thomas de volta, só queria que toda aquela confusão acabasse.

Foram com esses pensamentos que Ashley adormeceu.

***

—Rumplestilskin! – Exclamou Tremaine, parando de andar. Estava indo para a floresta do Poço, para a casa onde Thomas e Ashley haviam sido aprisionados. Tinha algumas coisas para resolver com Cruela.

—Tremaine... Que prazer revê-la. – Disse Rumplestilskin, sorrindo. Tremaine o ignorou, assim como ignorou suas risadinhas irônicas e seu rosto perverso.

—O quê você está fazendo aqui? – Perguntou. O Senhor das Trevas pareceu hesitante em responder.

—Malévola matou a antiga possuidora da Adaga das Trevas, e agora ela me controla. Eu estou aqui para proteger esse local e para impedir que... Certos elementos indesejados entrem aqui.

—E eu sou um desses elementos? – O tom da voz de Tremaine era o de uma senhora que se dirigia a um escravo. Rumplestilskin sorriu.

—As madames estão muito ansiosas para falar com você. Pode entrar. – Disse ele.

Eu deixo. — Acrescentou ele, sorrindo com sarcasmo. Tremaine empinou o nariz.

—Se eu fosse você, Rumple, não me esqueceria das coisas ruins que fez a mim no passado... Principalmente agora que você tem uma “bela flor” como namorada e está incapacitado de protegê-la.

Foi a vez de Tremaine sorrir.

—Ótimo. Até mais, Totó. — Ela passou reto por Rumplestilskin, sorrindo e confiante.

—Se eu fosse você, não confiaria tanto na Cruela. Muito menos na Malévola. – Sussurrou ele. Tremaine virou a cabeça, desconfiada.

—Por quê, afinal de contas? – Tremaine estava curiosa. Rumple sorriu maldosamente.

—Quando você entrar lá, apenas pergunte a uma das duas onde está sua filha, Drizella. Eu tenho certeza que você irá adorar a resposta. E, se puder, peça pelos detalhes mais sórdidos. Cruela terá convulsões de prazer enquanto contar como arrancou o coração de sua filha.

A respiração de Tremaine ficou mais pesada, e ela entrou rapidamente na casa, tentando ignorar a risada cruel que saía da garganta de Rumplestilskin.

***

—Malévola escapou de sua cela! – Exclamou Regina. Expressões de espanto correram os rostos de cada uma das pessoas reunidas ali: Emma, Gancho, Branca, Encantado, Belle... Todos pareciam estar tremendamente assustados.

Belle arquejou.

—O ritual da Lua de Sangue. Só pode ser isso que acarretou no arrombamento da prisão de Malévola. – Ela olhou feio para Regina - Graças a uma certa pessoa que ignorou todos os meus avisos, Storybrooke está mais uma vez em perigo.

—Mas e Zelena...? – Branca estava assustada. A possibilidade da Bruxa Má do Oeste estar ameaçando a segurança de todos era ruim. A possibilidade da Bruxa Má do Oeste estar unida com Malévola era o pior de todos os pesadelos, a personificação do Inferno em Storybrooke.

Emma suspirou.

—Na verdade, encontramos Zelena morta. Presumimos que ela e Malévola tenham brigado, e que a mesma tenha se apossado de Rumplestilskin...

Belle arquejou.

Regina soltou um longo suspiro.

—Recentemente, recebi uma notícia um tanto assustadora. A Bruxa Cega está de volta dos mortos. – Assim que Regina o disse, mais expressões de espanto percorreram os rostos de cada um.

—A Bruxa Cega...? Aquela do João e Maria? – Perguntou Emma, arqueando as sobrancelhas. Gancho assentiu.

—Essa mesmo. Era para ela estar morta, o que torna praticamente impossível o fato da mesma estar a solta em Storybrooke. – Disse Gancho. Regina negou tristemente com a cabeça.

—Não para Malévola. Se metade das lendas que Rumplestilskin me contou sobre os poderes dela forem reais, eu creio que nenhuma das três leis da magia se apliquem a ela.

—As três leis...? – Emma parecia confusa. Belle suspirou.

—Não se pode usar magia para fazer alguém se apaixonar por você. Não se pode trazer alguém morto de volta à vida. Não se pode alterar o passado. É impossível fazer qualquer uma dessas coisas com magia. – Disse Belle. Regina assentiu.

—Mas que lendas são essas, Regina? – Perguntou Encantado. Regina deu de ombros.

—Quando Rumplestilskin ainda era meu professor, tinhamos um tipo especial de matéria: os perigos daquele mundo. Rumple queria garantir que eu não fosse impedida por nenhum tipo de magia mais poderosa, por nenhuma força maligna maior que eu. E segundo ele o primeiro passo para isso era tomar conhecimento sobre essas forças.

—Foi ele quem me fez conhecer a Bruxa Cega, e logo depois me apresentou à Malévola. Ele queria que eu fosse capaz de derrotar cada uma delas, queria que minha magia fosse a mais poderosa.

—Aos poucos, eu e a Bruxa Cega...

—Espere! – Exclamou Emma. – Essa Bruxa não tem nome? Quer dizer, é realmente incômodo ficar chamando ela de...

—Okay, okay. O nome dela, srta. Swan, é Harley. Bruxa Harley. Satisfeita agora?

—Na verdade, não. Por quê todos a chamam de Bruxa Cega se ela possuí um nome de conhecimento público?

Regina suspirou. Ela estava pedindo paciência. Muita paciência.

—Acontece que, assim como todos preferiam me chamar de Rainha Má, as pessoas preferem chamar ela de Bruxa Cega. É uma coisa comum na Floresta Encantada. Agora, se me permite...

“Aos poucos, eu e a Bruxa Cega (ou Harley, que seja) nos tornamos inimigas. Eu não gostava dela e ela não gostava de mim. O sentimento compartilhado era mútuo. Mas com Malévola era diferente. Ela fazia jus ao nome, ela era malévola realmente.

Além disso, ela também tinha uma motivação para fazer as coisas que ela fazia… Nós acabamos nos tornando “amigas”. E quando Rumple soube disso, ele me alertou para alguns dos perigos dessa criatura…”.

—Segundo ele, Malévola é uma das Sete Fadas Primordiais. Por isso, ela pode fazer qualquer coisa com magia sem necessariamente seguir as leis da magia.

—Você venceu ela uma vez, não venceu? - Perguntou Branca. Regina assentiu.

—Eu tinha um truque. Mas creio que, com a magia da Lua de Sangue aumentando em centenas de vezes seu poder, não será possível utilizar esse mesmo truque novamente.

—E…? - Gancho parecia ligeiramente confuso. Todos na sala pareciam confusos. Regina deu de ombros.

—Eu a aprisionei por quase trinta anos, e Malévola é uma pessoa que guarda rancores a longo prazo. Ela virá atrás de mim. Irá querer me aprisionar da mesma maneira que a aprisionei. E logo depois… Ela irá atrás dela.

“Ela irá atrás de Aurora”.

***

Storybrooke estava em pólvora.

Todos iam e vinham do Granny’s sem parar. O clima no ar da cidade era de mistério, de anseio, de terror misterado com emoção.

O assunto do dia era Zelena, só que dessa vez, em vez de temer o próximo passo da bruxa, eles temiam quem havia impedido a bruxa.

Regina havia avisado há algumas horas sobre Malévola. Tinha contado poucos detalhes sobre um “ritual”, e sobre uma Lua de Sangue… Ninguém se ateu aos detalhes. A única coisa que todos se lembravam do discursso de Regina era dela.

Malévola.

As vozes discutiam com ânimo dentro do Granny’s. Os anões estavam reunidos em volta de uma mesa, e pouco se ouvia sair da boca deles. Os Merry Men também estavam reunidos, distribuidos em várias mesas, e praticamente gritavam para fazer valer sua opinião.

Com o término da maldição de Zelena, várias pessoas deixaram de ser macacos e voltaram a ser humanos. E eram essas pessoas que falavam mais alto. Talvez estivessem se acostumando novamente à garganta humana, pois suas vozes saiam esganiçadas.

Quando a figura encapuzada sentou-se em uma das mesas do local, ninguém percebeu. Nem Ruby, que deveria estar servindo os recéns-chegados, a notou. Ela estava ocupada demais discutindo com sua avó sobre o barulho do lugar.

Se Ruby soubesse que seria a última vez que ela e a avó discutiriam, ela não teria gritado com a bondosa senhora.

A figura sorriu por debaixo do capuz. Ninguém parecia perceber o que estava prestes a acontecer.

Quando o Granny’s explodiu, as vozes enfim se calaram. O único som restante foi a gargalhada da figura encapuzada.

***

Regina foi ao ar na manhã seguinte à explosão. Seu rosto estava cheio de lágrimas, inchado. Não só pelas almas que tinham ido embora na noite da explosão. Mas também por ele.

Robin Hood também estava no Granny’s naquela noite. E agora ele estava morto.

Assim que as câmeras começaram a gravar Regina, algumas lágrimas escaparam de seus olhos, embaçando sua visão.

—Pessoas de Storybrooke. Hoje venho lhes trazer uma notícia um tanto… - Ela pausou e fungou.

—Na noite passada, ocorreu algo no Granny’s. O bar, famoso entre todos aqui da cidade, explodiu. Embora ninguém saiba os motivos reais, temos a noção de que… Uma certa bruxa possa estar envolvida nisso.

—Não sei o que Malévola pretendia ao usar sua magia para tentar matar todas as cinquenta e três pessoas que estavam no local. Não sei.

Regina fez mais uma pausa. Algo queimava dentro do seu peito.

—Cerca de dez pessoas sobreviveram. Todas estão hospitaladas, e creio que ficarão bem em breve. Mas outras…

Regina começou a olhar para o chão. As lágrimas estavam ameaçando voltar. O cheiro dele.

Cada vez que ela mencionava a explosão, o cheiro de floresta dele invadia suas narinas. Seus cabelos bagunçados e o cheiro exalado por ele voltavam à sua memória. Seus olhos…

Regina fungou novamente. As lágrimas estavam escorrendo por seu rosto, já vermelho, e seu coração sentia-se despedaçado.

Ela o amava. Então por quê ele havia morrido?

Por quê?

—Foram cerca de quarenta e três mortos. Quarenta e três pessoas, pertencentes tanto a Storybrooke quanto à Floresta Encantada. Tudo o quê eu desejo às famílias que perderam seus entes naquela noite… É paz. E lhes dou a garantia de que, seja Malévola, seja Cruela, seja Mortífera, ou seja lá qual for o nome da bruxa que fez isso…

—Ela irá pagar. Cada pedacinho. Cada gota de sangue. Cada segundo de sofrimento.

“Eu juro a todos vocês. Ela irá pagar”.

***

Aquela era uma manhã diferente em Storybrooke. Geralmente, todos se reuniam no Granny’s para tomar café da manhã. Mas não havia mais Granny’s. Não havia mais Vovó para sorrir quando você entrava nem para lhe dar tapinhas no ombro quando você saia.

Até porque a Vovó estava morta.

—O enterro de todos aqueles que morreram será daqui três dias. - Disse Branca. Seus olhos estavam vermelhos e seus cabelos, despenteados. Seus olhos estavam vazios e seus cabelos, sem vida.

David também estava abatido. Com o retorno das lembranças do ano perdido na Floresta Encantada, o Príncipe se lembrava de ter formado uma grande amizade com Robin Hood.

Um Robin Hood agora morto.

Também tinham perdido a Vovó naquela noite. A bondosa senhora não tinha conseguido aguentar, e tinha sido sufocada com toda a fumaça e todo o fogo do local. Seis dos anões também haviam morrido.

Seis dos homens que tanto haviam auxiliado Branca estavam queimados. Estavam mortos.

—E Ruby? Novas notícias? - Perguntou Encantado. Branca negou tristemente. Ruby era uma das dez sobreviventes da explosão. Estava internada, em coma, e não se sabia muito sobre o futuro dela. Ruby, a grande amiga de Branca. Ruby, aquela que tinha ajudado Branca e Encantado a se reencontrarem tantas vezes.

—Ela não pode morrer, David. - As lágrimas escorreram pela face de Branca. David passou o braço pelo seu ombro, acariciando seus cabelos e sussurrando palavras de reconforto. Um reconforto que nem mesmo ele sabia de onde tirar.

Ela não pode”.

***

Emma, Encantado e Gancho esperavam Regina se acalmar. Os três haviam sido convocados pela Prefeita para irem até o apartamento dela, o quê Emma havia achado realmente estranho. Afinal, Regina devia estar estilhaçada com a morte de seu verdadeiro amor.

E estava. Seus cabelos, naturalmente belos, estavam ensebados e sem brilho. Seus olhos, que costumavam exibir um fogo infindável, agora estavam apagados. E suas expressões, geralmente tão belas e expressivas, não existiam mais.

Regina era uma pessoa completamente sem expressão. Nem dor, nem ódio, nem pesar… Nada. Seu rosto era uma folha em branco.

—Vocês sabem tão bem quanto eu o que aconteceu no Granny’s. Sabem tão bem quanto eu o motivo dessa reunião súbita. - Disse Regina.

Emma deu de ombros.

—Não, não sabemos.

Um longo silêncio pairou pelo ar.

—Estive me perguntando o por quê. Afinal, por quê Malévola iria querer explodir o Granny’s? A resposta é simples: o Granny’s não é importante, e sim o seu significado. Ele é um símbolo da cidade. Ao atacar esse símbolo, ela também me atacou. Ela nos atacou.

—Malévola quer começar uma guerra comigo.

—Assim, sem motivo algum? Ou é só por você ter aprisionado ela? - Gancho perguntou. Regina negou com a cabeça.

—A prisão é um motivo. Mas creio ser apenas um deles.

—Mas isso não é importante. O importante agora é contra-atacar. E eu sei como.

Emma ergueu as sobrancelhas, e Regina sorriu pela primeira vez em horas.

—Já passou da hora de resgatar o velho Rumplestilskin...


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Notas finais do capítulo

Okay, capítulo curtinho, né? Logo sai mais um.
Nos próximos capítulos, esperem mais da Ashley e de seu relacionamento com Thomas/Anastasia/Tremaine e também de Maria e João.
Até mais o//



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