Os Descendentes escrita por João Bohrer


Capítulo 2
Sejam Bem Vindos


Notas iniciais do capítulo

E aqui começa nossa história com os filhos dos 7 heróis da profecia! Espero que gostem da personalidade que dei para eles e continuem acompanhando nossa história!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/493226/chapter/2

Luke Chase

Não sei como começar a escrever isso... Bem, vou me apresentar então! Meu nome é Luke Chase, tenho 16 anos e estou atualmente no segundo ano do ensino médio. Minha história não é a de um adolescente normal, claro que vai ter romance, garotas, amigos e inimigos, como toda a história de adolescente precisa, mas a minha é mais... Digamos fantástica!

Tudo começou em uma manha de segunda feira, aquele tradicional clima de monotonia misturado com a aflição da volta as aulas junto com a de começar em uma escola nova. Era difícil, sempre mudávamos de escola o ano todo, sem explicação nenhuma.

Meu pai sempre ausente por causa do emprego pouco falava comigo ou com minha irmã, já minha mãe, esta sim, mesmo sendo uma das maiores arquitetas do país, sempre achava tempo para nós dois. Sra. Annabeth Chase, ela é uma pessoa incrível, entendo como meu pai pode se apaixonar por ela, inteligente, as vezes fria e sempre colocando o bem estar dos outros acima do nosso.

Já Sr. Percy Jackson, não podia falar muita coisa dele, formado em oceanografia, ele quase sempre estava no mar, poucos dias por semana tínhamos contato com ele. Não que ele não nos amasse, geralmente quando falava com gente era um pai muito bom, sempre aberto a todos os nossos problemas. Mas não era sempre que tínhamos o contato pai e filho que precisávamos.

Com tudo, éramos uma família feliz com do nosso jeito, Bianca sempre estava alegre e otimista não importava o que acontecesse, segundo minha mãe ela era tão parecida com o nosso pai, que até em algumas respostas lerdas ela lembrava o Sr. Percy.

Bianca tinha 14 anos, cabelos negros e olhos verdes vibrantes, era uma atleta nata e mesmo tendo tudo para ser uma das próximas pensadoras do mundo inteiro, preferia praticar artes marciais e ou correr em uma pista de atletismo do que ficar trancada estudando em casa, não que ela fosse mal na escola, fazia o suficiente para passar sem precisar de recuperação.

Eu e Bianca realmente somos muito diferentes, enquanto ela têm cabelos negros, os meus são loiros como os de Annabeth e meus olhos cinzentos. Enquanto ela gosta de Atletismo, Artes Marciais e qualquer outro esporte, eu amo estudar, arquitetura, Biologia, Matemática, tudo é fácil, às vezes prefiro os livros a pessoas.

Acordar as 6:30 da manhã não é para qualquer um, ainda mais no calor do verão de Nova Iorque, ainda mais sabendo que teria que me adaptar novamente a uma escola. Tomei banho, café, fiz tudo o que necessitava para sair para a aula. Mas como todo início de ano... Bianca estava atrasada.

– Bia! – Gritei escada acima

Ouvi um estrondo escada acima e minha irmã descendo as escadas.

Bia realmente era diferente de mim, estava usando o uniforme da escola, uma camisa branca e um jeans velho, fones de ouvido pendurados no pescoço e um skate debaixo do braço, seus cabelos estavam desarrumados, mas perfeitamente alinhados. Aquilo era um milagre físico que ia contra todas as regras de garotas que passam horas arrumando seus cabelos.

A encarei com raiva.

Calma Sr. Perfeição! – Disse ela rindo de minha cara

– Vamos... – Respondi irritado

Bianca pulou no Skate e saiu andando, expirei fundo e fui atrás dela.

Sair andando do bairro residencial de Nova Iorque é tranquilo, a escola não ficava muito longe e sair andando cedo de manhã me ajudava a acordar. Bianca estava cerca de 50 metros a minha frente, andando de Skate ela até parecia um garoto, mas ela andava bem demais, em quase todo o esporte ela poderia ser uma estrela e o Skate não era uma exceção.

Eu podia até ser um pouco duro com ela as vezes, mas a amava demais, ela era meio lerda, adorava me incomodar... Mas que irmã mais nova não é assim? E afinal, era mais fácil eu ser conhecido como “o irmão da Bianca” do que ela ser conhecida como “a irmã do Luke”, não estranhe, eu não gosto nem um pouco de viver a sombra de minha irmã. Para ela, as coisas parecem muito fáceis.

E as vezes, até pinta algum ciúme de minha parte, mas sempre queria ver ela bem.

Parei em frente a um portão com uma placa ao lado.

Escola Franklin Deelano Roosvelt, Bianca estava parada do meu lado com um dos pés em cima do Skate.

– E vamos nós de novo... – Diz ela decepcionada

– É... Está é a quinta em 7 anos? –

– Sexta maninho... Sexta! – Repetiu ela triste

Ei animação Bia... –

Ela sorriu e me socou o braço.

Se cuida Sr. Perfeição! –

Ela saiu correndo em direção a escola.

Eu respirei fundo e me preparei psicologicamente para tentar me enturmar novamente. Odiava ter que fazer aquilo, eu não era bom com pessoas! Será que ninguém percebia isso? Tive muitos poucos amigos a vida inteira e sempre que conseguia me acostumar com uma escola eles me trocavam...

Entrei no prédio principal onde iriam ser minhas aulas, algumas pessoas me encararam como se quisessem dizer: “Carne Fresca”, outras me ignoravam como o de costume.

Entrei em minha sala e sentei no fundo tentando não ser notado, os outros alunos começaram a entrar e aula de Química têm início. O mesmo papo de sempre, Mols, unidades de medidas químicas e elementos. Prestava atenção até que algo atraiu minha atenção imediata.

Uma garota chegou atrasada, o professor irritado com a interrupção perguntou seu nome.

Atlanta Grace! – Respondeu ela irritada

A garota chamada Atlanta com toda certeza era a garota mais linda que eu já havia visto, ela era loira com olhos azuis profundos, tinha uma aura penetrante. Sentia que se ela me pedisse alguma coisa, eu faria sem questionar os motivos.

Ela se senta na classe ao meu lado.

Ela simplesmente me olhou, sentou-se e começou a prestar atenção na aula. Que perfeito, ela me ignorava, pelo menos não fazia piadas comigo!

A aula continuou sem muita emoção até finalmente o sinal tocar para a aula de educação física, agora sim viraria piada de toda minha turma! Não era bom em nenhum esporte, futebol, rugby, basquete, vôlei... Nada se aplicava a minha total falta de habilidade.

A aula era a céu aberto, no estádio da escola, ao lado das piscinas onde o 9 ano tinha aulas de natação.

Minha irmã deveria estar na natação do nono ano, embora eu não soubesse que a escola oferecia isso para os alunos.

Fomos divididos em meninos e meninas.

As meninas praticariam vôlei no ginásio e os meninos iriam começar com o Rugbi. Perfeito, escola nova, nova turma e os dentes quebrados em alguns minutos, minha segunda feira não podia começar melhor.

– 23, 42, Azul, 37, 90! – Gritou o quarterbeck

Naquele momento eu não sei se agradeço a aquela criatura ou corria de medo.

– Monstro! – Uma das garotas que estavam na piscina gritou

Todo o 9 ano começou a correr e ir para o gramado do estádio.

Não era de brincadeira, eu percebi que realmente havia alguma coisa diferente. Bem pensando bem não era uma coisa diferente, mas sim uma coisa do tamanho de um prédio, com 7 cabeças. Corpo de dragão e uma raiva do tamanho da terra.

Procurei por Bianca no meio das crianças do 9 ano, mas ela não estava entre elas.

Percebi que minha irmã estava dentro da piscina e o estranho animal estava do lado dela. Não pensando duas vezes, sai correndo em socorro a Bianca. Se eu pensasse o medo me dominaria e não era hora de pensar.

Cheguei na frente do monstro.

Vi Bianca no fundo da piscina e mergulhei para tirá-la de lá.

Consigo chegar onde ela está e puxo ela para cima.

– Luke! O que faz aqui?! – Perguntou Bianca com raiva

Você não percebeu aquilo? – Perguntei apontando para o monstro que estava ao nosso lado.

Bianca limpou os olhos e viu gritou.

Se nada antes havia atraído a atenção do monstro para nós, agora o grito de gelar a alma que Bianca havia dado, tinha conseguido.

O monstro se vira para nós e encara.

Eu e Bianca conseguimos chegar a uma das escadas da piscina e subimos para o chão seco.

O monstro impediu nossa passagem para o campo, nos prendendo entre as piscinas.

– Isso não é bom! – Gritou Bianca

Uma das cabeças abriu a boca.

– Abaixa! –

Eu e ela nos abaixamos.

Um jato de fogo passou raspando nossas cabeças. Conseguimos sair sem nenhum arranhão daquele disparo, mas como tudo têm um efeito psicológico, Bianca agarrou meu braço e começou a chorar.

Não era normal que ela fizesse isso, pois geralmente a mais forte é ela, mas era sempre nestes momentos que eu me lembrava, ela tinha apenas 14 anos e ainda era uma menina, embora tivesse força, fosse uma atleta, ainda era apenas uma menina comum.

O monstro começou a vir em nossa direção, a cada passo que ele dava, eu e Bianca pulávamos, de tamanha a força que tinha aquela coisa. A cabeça do meio tentou disparar mais uma vez fogo.

Pulei por cima de minha irmã e o disparo de fogo queimou minha perna.

Gritei de dor, aquele queimado não era como qualquer um que eu já tinha sofrido, era como se tivessem despejado ácido sulfúrico muito concentrado em minha perna.

– Luke! - Gritou Bianca misturando seu choro com raiva

Nunca vi minha irmã perder o controle, ela sempre controlava muito bem suas emoções, por isso podia estar triste mas dar um belo sorriso que enganava a todos, mas naquele momento, Bianca ficou na minha frente se colocando entre a criatura e meu corpo caído no chão com a perna queimada.

– Você não vai... Eu não vou permitir! - Gritou Bianca

O monstro foi para cima dela, eu não poderia fazer nada com minha perna ainda queimando.

Alguém pula em cima de Bianca e a salva do bote do monstro. As duas caem na piscina maior longe do monstro.

Só havia visto minha irmã ser salva por uma estranha muito corajosa, mas agora o perigo era comigo novamente, o monstro havia voltado sua atenção de novo para mim e daquela vez eu não sairia vivo.

Bianca e a outra garota voltam a superfície.

– Luke! - Grita Bianca desesperada

No momento do bote, a única coisa que passava na minha cabeça era de não ter conseguido ser um irmão melhor para minha pequena irmã.

– Adeus Bia! - Disse para mim mesmo

Do nada um jato da água atinge o monstro, tirando a atenção dele.

Aquilo me molhou também, ao olhar para o lado, percebi que minha irmã estava de pé do lado de fora da piscina em posição de defesa e com os braços apontados para o monstro, como se ela tivesse comandado a água para atacar o monstro.

Outro jato da água.

Percebi que o movimento das mãos de Bianca fizeram com que a água da piscina se movesse para atacar o monstro. Não fazia dano nenhum, mas o distraía por tempo suficiente para a garota que havia salvo Bianca me ajudar a levantar e a sair dali, ela era Atlanta Grace.

– Você está bem? - Perguntou ela

– Na medida do possível... Sim... Por favor, ajude minha irmã! -

– Não sei se aquela garota precisa de ajuda... - Disse Atlanta olhando em direção a Pietra.

O monstro não estava mais lá e Bianca estava de joelhos no chão chorando novamente. Atlanta foi até ela e a tirou daquele local.

– Luke... O monstro desapareceu... Você foi atacado! - Falava ela soluçando e chorando ao mesmo tempo

– Calma garota, antes vamos sair daqui... Vamos atrair muita atenção dos professores e alunos se eles nos virem aqui. – Falou Atlanta

Ela nos levou para a sala de máquinas das duas piscinas, segundo ela, apenas o zelador da escola ia lá uma vez por semana para limpar desligar o motor das duas piscinas e limpá-las.

Bianca ainda estava em estado de choque, não parava de chorar e a olhar para minha perna. Falando nisso, minha perna parou de doer quando o monstro desapareceu, como se tudo não passasse de uma ilusão.

– Calma Bia... - Abracei ela

Bianca colocou o rosto no meu ombro e começou a chorar mais.

– Quem são vocês? - Perguntou Altanta

– Meu nome é Luke e ela é minha irmã Bianca... Somos novos na escola! -

Atlanta me analisou e sorriu.

– Sejam bem vindos... E que estreia aqui na EEDR... - Deu risada Altanta

– O que foi aquilo? -

– Eu também não sei, só ajudei vocês por causa que iam ser cozidos vivos pelo fogo daquela coisa! -

– Você é Atlanta Grace não é? - Perguntou Bianca já melhor

Atlanta a analisou friamente sem sorrir.

– Como sabe? - Perguntou ela

– As minhas colegas estavam comentando de uma atleta da escola que consegue correr mais rápido do que qualquer atleta universitário, parecendo que planava no ar... O nome dela era Atlanta Grace. -

– Então já estou ficando famosa por aqui... - Riu Atlanta

Bianca não deu nenhuma risada, ela estava séria demais.

– Mas não pense que também não percebi o que você é capaz de fazer Bianca... Percebi que estava há mais de três minutos debaixo da água, enquanto suas colegas não aguentaram nem 30 segundos... E aquilo que você fez com a água foi incrível! - Disse Atlanta

Bianca ficou sem jeito.

– Eu não sabia que podia fazer aquilo, foi como se a água me obedecesse! -

– Percebi... É um talento único! Bem, mas acho que vamos levar o seu irmão para a enfermaria antes que ele perca a perna! - Riu Atlanta

– Nossa Luke eu tinha esquecido de sua perna! -

– Já parou de doer... Mas seria bom ir para a enfermaria... -

Atlanta me ajudou a ficar de pé e a ir caminhando até a enfermaria, Bianca nos seguiu, mesmo eu mandando ela de volta para a sala.

Fomos atendidos pela enfermeira que ficou horrorizada com a ferida, mentimos que tinha sido um acidente com H2SO4 (Ácido Sulfúrico) na aula de Química e ela acreditou, enfaixou minha perna e disse que era para ficar o resto do período descansando.

O dia realmente não era meu, estava com a perna enfaixada e perdendo aula, minha mãe não gostaria de nada disso quando chegasse em casa.

– Hey... Pare de pensar no que a nossa mãe vai pensar! - Disse Bianca

Bianca realmente me conhecia muito bem.

Atlanta olhou para nós dois como se fossemos doidos, mas não disse nada, afinal iria falar o que? Ela mal nos conhecia! Mas eu estava feliz por ter ela por perto, não sei, ela transmitia confiança e força.

Uma forte luz nos cegou por alguns momentos.

Era uma luz realmente forte que veio do nada, era dourada e quente, embora não fizesse diferença nenhuma, senti como se meu corpo estivesse sendo picado por diversas agulhas.

– Podem abrir os olhos agora! - Disse uma voz feminina muito forte

Eu abri meus olhos e olhei ao redor, estávamos em uma sala completamente branca com pilares no estilo jônico grego, a nossa frente uma mulher de cabelos negros e olhos cinzentos nos analisava. Ela vestia uma armadura e segurava uma lança na mão direita.

Tomei fôlego para perguntar, mas foi Atlanta que fez a pergunta primeiro.

– Quem é você? -

A mulher a analisou e depois olhou para mim.

Nunca havia me sentido daquele jeito, era como se meu espírito precisa-se da aprovação daquela mulher.

Ela deu um passo à frente e sorriu.

– Meu nome é Atena. -


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Merece continuação?