O grupo todo se reencontra em meio ao supermercado. A cena que os outros encontraram ao chegar ao locar em que Dean e Chloe estavam foi a de uma mulher, com esperança nos olhos, caída ao chão junto de alguns zumbis mortos e de um rapaz estendendo a mão para levantá-la.

O clima entre Chloe e Dean se acaba com a chegada dos outros:

– Chloe! - Jeremy aparece aos prantos em meio ao restante do grupo - Aconteceu alguma coisa? Você está bem?

A extrema preocupação de Jeremy foi logo interpretada pelo grupo como uma súbita paixão, isso ficara óbvio demais naquele momento.

– Não, Jeremy. Estou bem, quase fui mordida, mas Dean me ajudou na hora certa - a mulher volta o olhar para Dean

Dean levanta Chloe do chão e a afasta dos corpos putrefatos

– Bem, se tudo está bem, podemos voltar a vasculhar esse lugar - Roxanne sugere

O grupo volta a vasculhar o supermercado, Greg se aproxima de Dean

– O que foi isso, Dean? - Gregory pergunta - Eu observei toda a cena. Vocês dois ficaram um bom tempo parados se entreolhando até que o resto do pessoal chegasse

– Bem, é uma questão difícil, Greg - Dean responde - Nesse breve momento eu só pude ver uma coisa nessa mulher

– E o que seria de tão grandioso pra que você ficasse parado na frente dela com os olhos arregalados? - Greg brinca

– Tudo o que eu vi nela, Greg, foi a Verônica, de uma forma estranha foi a única coisa que eu enxerguei nessa mulher - Dean se bagunça na explicação, afinal era algo que nem ele entendia e ao mesmo tempo era algo que ele apreciava

[...]

Roxanne notara algo estranho na cena que acabara de ver. Dean, a quem ela tanto observou, mostrou um sentimento que ela evitava no momento e que jamais imaginava ver em meio àquele apocalipse: o amor. Isso era evidente pela leve troca de olhares entre Dean e Chloe. Talvez Roxanne pudesse estar enganada, porém seu sexto sentido não a permitia ter uma visão diferente sobre Dean, afinal, aquele homem certamente merecia a atenção da ex-psicóloga.

– Uma cena estranha a que acabamos de ver, não acha? - um homem surge de trás de uma prateleira, logo a frente de onde Roxanne estava

– Sim - Roxanne não demonstra surpresa alguma com a presença do homem, ela continuava a revisar as datas de validade de alguns enlatados - Em tão pouco tempo você já se julga capaz de afirmar isso com tamanha convicção. O que fazia da vida antes?

Klaus emerge das sombras detrás das prateleiras com um largo sorriso

– Sempre fui amante da psicologia e acabei me tornando terapeuta - O sorriso se fecha dando lugar as palavras seguidas de uma voz de tom aveludado - Com a pouca experiência que eu tenho, acredito que você devia seguir pela mesma área

Roxanne processa cada palavra dita pelo rapaz como se estivesse em um cálculo mental. Ela não tira os olhos das latas nas prateleiras

– Exatamente e com toda a certeza você ouviu muito meu nome - Roxanne mantém o desdém e assume um tom de deboche e superioridade

– Claramente você deve ter sido alguém muito conceituada - Klaus se aproxima mais de Roxanne e assume um semblante obscuro - Porém nesse novo mundo as regras são outras e nós, que sempre pensávamos conhecer profundamente as outras pessoas, devemos reavaliar nossas teorias

Roxanne se mantém calada por um breve período. Ela se vira para Klaus com confiança nos olhos

– Nada me fez mudar de ideia quanto a isso - Roxanne declara - Todo o império que eu construí no passado vale de algo, mesmo nos dias de hoje. O sobrenome Carlton deverá te fazer lembrar de algumas coisas.

Roxanne segue corredor adentro, fazendo o rápido desvio de Klaus. O rapaz ficara estarrecido ao descobrir que a mulher com quem acabara de falar era a grande Roxanne Carlton, considerada umas das grandes conhecedoras sobre a mente humana. Isso antes do apocalipse, claro.

[...]

Amy seguira Sara até a área de doces. A garota lembrava da falecida tia ao ver Sara.

Amy observava Sara abocanhar vários doces e então resolve se aproximar

– Oi! - Com o tom doce de sempre, Sara cumprimenta a menina - Você é a Amy, não é?

– Sim - A garota ainda se mantém distante

– Pode vir! Venha! - Sara chama a garota - Vamos aproveitar que hoje é de graça

Sara solta uma forte risada, que acaba contagiando a menina. Estavam ali, as duas, Sara, a criança que um dia já foi e Amy, a órfã perdida em meio ao apocalipse

– Você parece com a minha tia - Amy comenta com as mãos cheias de doces - Ela foi embora quando eu era pequena

Amy assume um semblante triste e que acaba por entristecer Sara, fazendo-a lembrar do sobrinho que um dia a jovem abandonou

[...]

Jinx estava sozinha procurando alguns produtos de limpeza, a mulher experiente que era dizia que viriam a precisar manter um pouco de higiene nesse novo mundo

Jinx achou estranha a cena de Dean e Chloe, era algo que de fato ela não esperava ver tão cedo. A mulher havia prometido sigilo a Dean quando o rapaz matou Liam, mas agora Jinx se questionava se realmente fez certo ao manter isso em segredo para o grupo. Algo remexia seus pensamentos a fazendo ter um pressentimento ruim quanto a Dean e Chloe

[...]

Jenna estava acompanhando Jeremy e Martha. A idosa se cansava com frequência e Jenna resolveu fazer companhia a ela enquanto esperavam sentadas os resultados da busca. Jeremy e Mark estavam ali do lado tentando encontrar alguma coisa inteira na área de vestuário.

A doença de Martha aumentava gradativamente e a incapacitava cada vez mais.

Jenna sempre fora atenciosa com as pessoas, por isso escolheu a profissão de médica e pesquisadora, gostava de fazer coisas boas as outras pessoas.

Tudo corria bem no supermercado. Aparentemente não havia mais nenhum convidado indesejado na busca por suprimentos.

A cidade de Santa Monica se mantinha silenciosa e a tarde ia lentamente dando lugar a noite. Isso não era um bom sinal, o grupo estava tão atento ao supermercado que se esqueceram de que durante a noite a sobrevivência se tornava mais complicada e desafiadora.

O inesperado acontece. Em meio ao gemidos e passos, sempre leves e distantes, ocorre uma grande explosão, que certamente pôde ser ouvida a quilômetros de distância. O grupo todo se reorganiza. Um certo desespero pairava no ar e um mau pressentimento se apresentava com um leve frio na espinha de Mark Denson

– Pessoal, devemos ver o que está acontecendo lá fora! - Mark anuncia a todos - E agora!